quarta-feira, 21 de outubro de 2009

I have a dream...

Assisti há dias a um documentário sobre soldados. Soldados britânicos no Iraque. Não eram bem soldados, eram putos. Putos de 19 anos. Tal como as conversas o são, pensamentos são como as cerejas - soldados britânicos-Iraque-Iraque-soldados americanos-soldados americanos-Obama-Obama-Nobel da Paz.

Perguntei-me qual a fórmula, de dizer a uma mãe, um pai, que o seu filho morreu. Em combate. Que não é mais um valente combatente. Que passou a mais uma baixa. Um número, portanto. Que o corpo da baixa, perdão, do filho, virá dentro de uma caixa forrada com a bandeira nacional. Que eles, os pais, vão receber uma medalha. Junto com a caixa. Não creio que a fórmula exista, para além de um método de procedimento militar e frio, de mãos bem lavadas do sangue do soldado que nunca chegou a ser homem.

Questiono-me o que fará este Peaceful Man, dadas, a herança adquirida, as promessas que assumiu e o prémio que recebeu. Gostaria que o fizesse hoje. Amanhã também serve, mas hoje seria melhor, pode poupar-se quem sabe, uma vida que seja. Para não se tornar mais uma baixa. E entre um número e uma vida, existe uma diferença do tamanho do universo. Nós, os pais, sabemo-lo. Eles, os putos poderão sabê-lo - uns, tarde demais, outros, por cada camarada encaixotado.

Espero que Obama sonhe.

"War-huh!
What is it good for?
Absolutely nothing
Say it again"

"Imagine there's no Heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world "

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