segunda-feira, 31 de outubro de 2011

lobbys dos medicamentos

Vemos agora na tv, com alguma frequência, um apelo para que não se ministre o antibiótico levianamente. Totalmente de acordo. Mais se apela para que entreguemos as sobras da medicação na farmácia. De acordo, mas, apenas se a farmácia, me pagar aquilo que devolvo. E explico porquê, em dois pontos.
Ponto um - em muitos países a medicação é fornecida avulso, logo não há desperdício nem sobre-dosagem. Assim deveria ser aqui, e nada mais a propósito, dado que estamos em sérios apertos. Não sendo possível, é legítimo que se receba algum estorno.
Ponto dois - Certo dia em que (des)esperava a minha vez para uma consulta, no conceituado hospital Cuf Descobertas, descubro que o atraso se devia ao facto de o senhor doutor, estar a atender uma esbelta jovem da propaganda médica. O que me levanta apenas dúvidas, não suspeitas, de que, eventualmente pode ser à minha custa que o senhor doutor faz as suas férias, quando, supostamente me receita uma caixa de 48 supositórios, quando 6 me resolvem o assunto, supositórios que coincidentemente, são distribuídos pela empresa onde trabalha a jovem esbelta.
Querem as sobras da minha gaveta de medicamentos? Comprem-nas, que a mim ninguém mas deu. Não me pagam as férias, mas não me sentirei tão enganado.

voltinha pombalina

A voltinha decidi-a em cima da hora - um passeio até à baixa pombalina. E nada melhor que entrar em Lisboa, pela forma antiga, de barco. Do Seixal a Lisboa, é um instante. Vejo o edifício dos Paços do Concelho de porta aberta, e tal como o cão na igreja, entrei. E em boa hora entrei, pois estava a iniciar-se um visita guiada a todo o edifício, com narração de interessante conteúdo histórico, por parte do guia, arquitecto do município.

De resto Lisboa continua, aos domingos, pejada de estrangeiros e oca de portugueses. Os primeiros, desfrutam o belo país e clima que temos, enquanto que os segundos preferem invadir os espaços de consumo, onde não se poupa, e dificilmente se enriquece interiormente. Pérolas a porcos, dirão alguns. Ou o pessoal ainda não interiorizou que tem de poupar, dirão outros. Pobreza de espírito, comentarão ainda outros.

Ficou-me de ressaca, uma frase do anfitrião dos Paços, invocando a dado momento, José Hermano Saraiva - somos um povo pedinte, há 500 anos.

sábado, 29 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

momentos perfeitos



Não existem locais perfeitos. Talvez existam momentos perfeitos, ou próximos disso, dada a intensidade e emoção com que os vivemos. Igualmente, não existem fotos perfeitas, e carecendo de unanimidade, o tema tornar-se-ía alvo de discussão, dado que gostos não se discutem. Controverso.

Quando parei o carro, em local onde supostamente não se pode parar, a fim de captar algumas imagens, daquele reflexo solar sobre o mar, que lhe confere este brilho prata, e no horizonte uma nuvem cinza, descomunal, apenas me preocupei com os detalhes técnicos da fotografia, a linha do horizonte, que por defeito sempre inclina, o enquadramento, e alguma dificuldade de luz, dado que me encontro de frente para o sol.

Só durante a captação das fotos, me apercebo de um casal, a namorar, a ver o mar, saboreando quem sabe doces beijos, trocando mimos e promessas, assim os imaginei. Naquele instante, senti saudade, nostalgia, e como que uma inveja, desejei voltar àquela idade em que os corações batem mais forte, em que coramos por dá cá aquele beijo, e o mundo pára. Admito dizer que literalmente, fui cusco, voyeur, indiscreto, indecente, paparazzi, naqueles momentos em que através do zoom por alguns momentos, observei aquele duo que mais parecia uno, que estando longe e de costas, nem deu pela minha presença, muito menos imaginam eles, que figuram anonimamente numa fotografia em contra luz. Muito menos imaginarão, o efeito provocado no autor do retrato, que garanto, não tem tratamento de imagem. Nem o retrato nem as emoções do dito. Tudo natural e transparente.

Depois, contrariado, tive de arrancar, porque os carros atrás de mim, já estavam em modo buzinão. Não fora isso, teria sido um momento perfeito.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

em vias de extinção

Em passeio recente a local muito procurado por turistas, entre outros, sobressaíam uns quantos, bastantes até, de nacionalidade brasileira. Nada de turista-emigrante, mas turista com sinais evidentes de estar podendo. Bem perto de mim, um deles falava, descontraído ao telemóvel, isto que passo a reproduzir:
- Maior que São Paulo??? Você tá doido, cara. Lisboa é bem pequenina.
-Portugal é todo pequeno, Portugal cabe em São Paulo, viu?
-E sabe que mais? Os portugueses não estão se reproduzindo, este país está acabando.
Não pude deixar de, contrariado, concordar, numa mistura de sentimentos controversos.

a banda desenhada

Fui leitor, (e ainda sou) de banda desenhada. Devorava Falcões, Mundo de Aventuras, Batmans, Super-Homens, Disneys pelo que, quando surgiu a primeira revista do Tintin, me tornei leitor e colecionador assíduo, esperando ávidamente, todas as semanas, aquela revistinha, onde me deliciava com o Asterix, o Lucky Luke, Black & Mortimer, Luc Orient, o Skblz, e claro, o meu preferido Tintin. Mais de uma década durou esta minha devoção, interrompida com algum relaxe, fruto de outras opções lúdicas, e naturais naquela idade. Se com alguma banda desenhada apenas me divertia, com outras, também me instruia, como no caso das aventuras do Tintin, que me transportou a locais, civilizações e culturas, despertando aquela curiosidade natural em querer conhecer mais, e daí às enciclopédias foi um instante. A boa banda desenhada, teve em mim, e creio que em muita gente, um efeito muito para lá do lúdico, catapultou-me para o gosto da leitura. Hoje, vivemos muito mais na esfera web e particularmente, os mais novos não viverão essa experiência. Tenho como exemplo o meu caso, onde as tentativas de despertar interesse nas revistas Tintin pelos descendentes, fracassaram redondamente. Prevendo um fim trágico da colecção, no futuro, há uma meia dúzia de anos, as lidas e relidas publicações, foram transformadas em duas lindas violas. Mantém-se o património e a cultura.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

do ser porco

Muitos slogans que vemos por aí, apelam-nos a sermos amigos do ambiente, a usar normas de conduta que deixem a menor pegada ecológica possível. Já por aqui falei, que sou por natureza, amigo da Natureza. E nem é dificil sê-lo, basta que cuidemos de não deixar vestígios da nossa presença, nos locais que visitamos. O que me chateia deveras, é que certos grupos económicos e não apenas estes, me venham quase que ordenar como, e o que devo, ou tenho que fazer, como se eu fosse um atrazado mental, e tudo em nome de um mundo melhor. Melhor, para eles, e seus descendentes. Apelam-me a que eu deixe um mundo melhor. Mas deixar para quem? se esses gajos me andam a lixar a vida durante a minha passagem por cá, e sujam constantemente, as legítimas aspirações a uma vida limpa. Em conclusão - reservo-me o direito a ser porco se bem me apetecer, e deixar-lhes a casa desarrumada. Eles que a limpem, já que vão ser eles a usa-la.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

troikadas IV



Tomei medidas várias de prevenção. De precavido. De candidato a sobrevivente à onda. À onda se subtracção dos dinheiros que não teremos. Melhor que esperar que a onda da maré cheia nos apanhe desprevenidos, prudente é ir subindo a toalha no areal. Se não houver tsunami, a malta safa-se. Nesse sentido, uma das medidas, foi anular a SportTV aqui no castelo. E não é que estou a ver o meu SCP, no referido canal, pago a 25€mês, via pc, .... Ganda net. ganda parolo que eu estava a ser. Obrigado troika.

amor à camisola

Gosto de assistir a programas na tv, que me fazem desopilar e rir, faz falta. Encontrar descontracção no humor que se quer com uma boa dose de inteligência, é muitas vezes, e nestes tempos de desgraças sabidas, como um banho de emulsão, que nos relaxa e nos deixa bem dispostos. Admiro por isso, os bons humoristas. Ontem foi dia do estado de graça que teve momentos muito bons, com especial destaque à piada em que a farmacêutica recomenda à cliente tomar determinado medicamento, três vezes ao dia, antes das refeições, e esta lhe responde, encavacada, e que bem soa este encavacada, que, com a crise, só pode fazer uma refeição diária. Direi que este é um exemplo de humor para rir e para chorar, dado o vislumbre da realidade. Com algum humor negro até se podia concluir que esta piada é uma boa dica, para que se poupe, quer nas refeições, quer na medicação. Voltando ao estado de graça -este conjunto de gente mostra, para além da qualidade, da persistência, e da versatilidade, um, enorme amor à camisola - a prática do fazer humor, ao contrário de outros, que tendo inegável talento, se apegaram às campanhas publicitárias, acomodados em milionárias remunerações. No caso, o amor não é à camisola, mas sim à carteira.

sábado, 22 de outubro de 2011

dúvida

Não sei o que me diverte mais:

- se ouvir o Durão Barroso a falar inglês, ou ouvir o Jorge Jesus a falar português.

Não há volta a dar a isto

Depois de uma noite de música que para o final mais parecia um café-concerto, preparei-me hoje, em vestuário de meia estação, para mais umas pedaladas, e de regresso ao Seixal, dado que tenho ando em busca de outros locais. Cumpriram-se quase todos os propósitos, os trajectos, os quilometros a palmilhar, a busca de fotografias das janelas e telhados, as boas músicas nos ouvidos. Mas como não há bela sem senão, não houve conhecido com que parasse para dois dias de conversa, que não falasse da p... da crise. A crise que não nos larga, a crise que é com a água em volta de uma ilha, rodeando-a por todos os lados, como tão bem disse Américo Tomás. Prevejo um conjunto de sentimentos nas pessoas, desde a indignação, à depressão, à revolta, independentemente das cores políticas, ou situação. Tudo isto em crescendo, assim como que um Bolero de Ravel. Como já escutei algures, e recentemente alguém - quando não tiver comida para dar aos meus filhos vou-lhes bater à porta. E serão muitos. Entretanto, vamos lá preparar mais uma noite de cantigas, enquanto não me assola o desânimo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

o gato tem toda a razão O

Realmente, ao fim de tantos anos, todos temos cantado uma música, que incita à violência. Se dizer que atirei o pau ao gato já é terrível, bem pior é lamentar que o bichano não tivesse morrido. Depois admiram-se dos putos fazerem mal aos coitadinhos do animais.

Pronto, consegui fazer um post sem falar na troika, e no governo, esses bosta.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

troikadas III

Manuela Ferreira Leite, ministra de Barroso, assim que entrou em funções governativas deste país, aumentou os impostos, iniciando nessa época, a nossa jangada de pedra. Vem hoje, Manuela, dizer a propósito das medidas do actual governo, que, aumentar os impostos tem um efeito preverso. Olha que preversa, a Manuela. Ou esquecida, talvez.

Nostalgias

Hoje, encontrei-o, aparentemente a ser remodelado. O Funchal já me levou por mares navegados, a destinos exóticos. Mas nem eram os destinos que me seduziam. Seduz-me a navegação, o vai-vem das ondas e aquele balanço que embala, os salpicos da água salgada, quando em alto mar nos chegamos aos decks exteriores. Foi este pequeno navio, o ultimo local de trabalho do meu avô. Também por isso, me diz tanto. COnheço-lhe bem os cantos, e nele até já cantei. Foi uma sensação estranha, estar ali perto do barco, que mais que uma vez foi a minha casa. Quem sabe, um dia possa voltar a entrar nele. Porque há mais vida para além da troika.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

troikadas II

Concordo que se peça factura de tudo, mas tudo mesmo. Em Portugal sempre existiu o velho hábito do xico-espertismo, e quantas vezes, é sugerido por quem paga, a não emissão do documento na tentativa de gastar menos uns cobres. É a lei da oferta e da procura, em modo debaixo do pano. Ao fim ao cabo nada que a nossa classe política, partidos, autarquias e afins, não usem e abusem. Refiro-me ao debaixo do pano.

Com a medida de dar umas migalhas em sede de IRS, ao contribuinte que apresente quilos de facturas de bicas, sandes, bolos, pratos do dia, cortes de cabelo, e quem sabe, unhas de gel, o estado apenas pretende transformar cada um de nós, num fiscal. Não duvido que daqui para a frente a populaça, não arranque nem que seja um euro do bolso, sem pedir o respectivo recibo, a pensar que vai lucrar muito com isso, quando na verdade, serão trocos comparados com aquilo que foi retirado. Salazar fez a PIDE. Sócrates fez a ASAE. Passos vai fazer uma legião de fiscais. Não remunerados. Maquiavel não faria melhor.

troikadas I

Não que me faltem assuntos para postar. Ou que não existam outros pensamentos, e interesses. Todavia, a situação é de tal modo grave, e segundo, fundamentadamente se prevê, que eu arrisco a afirmar que havendo vida para além do défice, e da troika, esta estará muito debilitada, enfraquecida, um desalento. porque lá diz o ditado, água mole em pedra dura...

Intercalando com outras rubricas que a qualidade, leia-se dignidade, de vida me for permitindo, por aqui deixarei os meus desabafos e gritos de revolta, contra aquilo que se julgava impensável - o autêntico golpe de estado aos mais elementares direitos dos portugueses, que apenas na forma e no modus operandi difere de uma boa ditadura à medida de Salazar.

Assim sendo, aqui vai a primeira troikada digna do nome roubo - vão os senhores mandantes aumentar, ainda mais, o imposto sobre os imóveis, atribuindo-lhe um valor superior ao actual, em época em que sabemos, os preços de mercado da esmagadora maioria dos imóveis, caíu a pique. Ali bá bá não faria melhor. Nem aquele rei com um olho, em terra de cegos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quando for grande...

As imagens aparecem-me vagas, de um passado cada vez mais longinquo, tanto quanto impossível. Se o avô tinha esta profissão, o pai, aquela, o tio, a outra, eu queria ser também, qualquer coisa, quando fosse grande. Muitas vezes, os mais velhos, com frequência me perguntavam - o que queres ser quando fores grande. Escolher o que se ser, quando chegado ao tamanho grande era assumido como algo para o resto da vida, tal como o casamento. Uma vez barbeiro, barbeiro toda a vida. Era-se habituado a escolhas definitivas, seguras, rectilíneas, e assim se conduzia a vidinha. Mal acostumados que fomos, porque por via desse mau costume, mal acostumámos os catraios, aos lhes fazer a mesma pergunta, porque afinal, e em boa verdade, daqui para a frente será difícil aos cada vez em menor número, jovens deste país, terem estes a liberdade de escolha, e muito menos o vislumbre de uma segurança laboral que lhes permita a simples e legítima ambição de construir o seu futuro, num país cujo futuro cada vez é mais incerto. Triste o meu país, onde olhamos os jovens de hoje, os grandes de amanhã, a aspirar a um emprego que seja, nem que seja temporário, porque as outras aspirações, já eram. Bem, a não ser que emigrem...

domingo, 16 de outubro de 2011

bis

E o paraíso aqui tão perto, fez-me tão bem, que houve lugar a mais uma incursão. Espero com alguma expectativa, observar as mudanças de paisagem assim que o Outono se manifestar por ali dentro.

indignados

a procissão no adro

consenso

Tento, sempre que posso assistir a este programa. Umas vezes gosto, outras nem por isso. Umas vezes concordo com o que se diz, outras nem tanto. Mas isto é um pouco como na música e tudo o resto - umas vezes melhor, outras vezes pior. O episódio de ontem, cuja repetição assisti há bocado, teve uma parrticularidade rara, talvez única, a unanimidade em torno da nossa actual situação política, e suas consequências. O que, aparentemente podendo ser um bom sinal, é um sinal péssimo, no sentido em que mesmo os comentadores mais chegados à cor política que nos manda, admitem a cegueira dos mesmos, e a conclusão de que, caminhando assim, o país fechará as portas em poucos anos. Não se trata de pessimismo, trata-se de leituras de factos, e de números, juntamente com a certeza de que nada está a ser feito a fim de contrariar este rumo. Preocupemo-nos. Mesmo aqueles que aparentemente estão bem, aconchegados nos seus dividendos bancários.

sábado, 15 de outubro de 2011

e um paraíso aqui tão perto

Há anos que passava por ali, pelo acesso de entrada de uma mata, paisagem protegida, onde, sabia-o, muita gente que gosta de caminhadas ao ar livre, e pessoal adepto do BBT, faz deste espaço, local obrigatório de passeio. Os caminhos são agradáveis, os cheiros estão lá todos, a diversidade vegetal é enorme, e com sorte avista-se alguma vida animal residente. Em tempos em que as nuvens negras do futuro vão pairando sobre nós, justificam-se mais ainda umas escapadelas em locais como este. Porque está perto, porque é anti-consumo, porque é saudável, porque nos devemos mimar com o que de facto nos faz bem, e seja de biciclete, a pé, com ou sem música nos ouvidos, com ou sem cão por companhia, terá este local muitas visitas da minha parte. E que bom que vai ser, assim que se manifestar em pleno, o dito Outono.

Outono que tardaste

Confesso que este tempo de Verão fora do lugar, apesar dos soberbos momento de praia que proporcionou, já não faz muito sentido. Espero que seja contrariada a teoria de alguns gurus das mudanças climáticas, que profetizam o fim das estações intermédias. O Outono, tal como a Primavera, fazem-nos falta. Equilibram-nos. Para mudanças ruinosas já chega terem matado o Escudo, a favor do Euro. Não nos tirem o Outono, que, modéstia aparte, tão bem captei hoje pela manhã.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

sabedoria de velho

Hoje no pequeno almoço, as velhas residentes não se calavam com os comentários ao discurso de Passos. Tantas foram as opiniões, sentenças e prenúncios apocalípticos, que os restantes presentes, não o estando, ouvindo estes argumentos, depressa ficaram apreensivos. Eis que, elevando a sua voz, no coro das velhas, a D.D,velhinha enxuta, na casa dos oitenta, dispara - crise, mas qualquer crise? no meu tempo é que havia crise, enquanto encherem os hoteis no Algarve e na Serra da Estrela, e os hipermercados estiverem cheios, não há crise, acho muito bem o corte nos subsídios, era tudo dinheio mal gasto. Calou-se a D.D, ficaram as velhas a abanar a cabeça, e outros como eu, a pensar que mesmo não estando certa, a D.D também não está errada.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

pérolas a porcos?

Dizia o meu avô, na sua sabedoria popular - Portugal é o melhor país do mundo, pena é estar tão mal habitado. Adaptando um bocado o ditado, eu ressalvaria com um acrescente - por alguns. Certo é que ao nosso pequeno país não faltam atributos naturais, para que sejamos felizes aqui dentro, sem a necessidade de ir lá para fora. Certo é também que muitos de nós merecemos usufruir de todas a maravilhas que se nos apresentam. Como também é certo que somos nós portugueses, muito apreciados lá fora pelos excelentes obreiros que demonstramos ser. O que leva então os tugas a estarem na beira do abismo? Diz-se que nasceram os lusos para serem mandados? Pode bem ser a explicação. Se bem mandados, damos em excelentes, se mal mandados, damos no que se vê. Mais que mal mandados, somos mandados por gente que nem gosta disto, do nosso país, e tão pouco gostam de nós, o povo, as pérolas, e por exclusão de partes assim se chega aos porcos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

novas ditaduras

Tal como na história de Asterix com Cleopatra, que, diz-se tinha um nariz sedutor, onde a bela rainha leva todos os louros por ter erguido obra, os nossos governantes já se pavoneiam sobre a sua obra feita, a qual ainda nem saiu do adro. A fim de agradarem aos bancos, às agências, a Bruxelas, e ao raio que os parta, os do governo dos 100 dias, já cantam feitos. Porque é fácil mandar, ordenar, decretar, explorar em nome de causas alheias, aos verdadeiros obreiros, a saber, os escravos, no tempo das pirâmides, e nós, contribuintes, nos dias de hoje. É simples, a aritmética de sugar 10, quando se descobre que 5 não chegam. Só que, antes como, hoje, ou no passado recente, são sempre os mesmos, os escravos, que deixam de ter a sua vida em benefício dos que mandam. Não me fico apenas por afirmar que não lhes custa nada, a estes novos ditadores de colarinho de marca, decretar mais aumentos de impostos, a fim de tapar os buracos e desgovernos que eles mesmo causaram, com proveitos partidários. Afirmo que estas medidas são uma cobardia, e um pontapé para a frente totalmente às cegas. Porque, certo é, assim não vamos lá. Vamos cair.
É de Salazar a frase - se soubesses o que custa governar, gostarias de obedecer toda a vida. Pois bem, a ver com eles todos se agarram às cadeiras do poder, salvo honrosas excepções, dá para ver que os coitadinhos gostam de sofrer. Por mim, não me importava de governar uns tempos, a ver se me conformava em obedecer. Agradecido. Após o exercício à governação.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

lixo livreiro

Na quinta-feira passada dei uma voltinha pela Fnac, onde, a dado momento dou com uma quantas publicações de gente famosa que decidiu escrever o seu livrinho, e coloca-lo nos escaparates. Curioso, tentei-me a folhear um ou outro, mas depressa desisti. Se da fama, ou que tipo de fama, eu questiono, muito mais me admira como é que alguma daquela gente escreve, dado que, a falar, não dão uma para a caixa, e só dizem bacoradas. Não sou defensor do regresso ao lápis azul, contudo, existem limites. Tal como na música, nunca devia ser permitido o registo de coisas tipo Zé Cabra, nos livros, também haveria de se cuidar de não publicar alarvidades. Responsabilizo quem decide publicar, e comercializar aqueles verdadeiros atentados e insultos à boa escrita, já que a quem os lê, não me merece mais do que aquele suspiro de resignação. E desde já aqui manifesto que apenas abrirei excepção no caso de um ilustre mister futebolistico escrever as suas memórias, na condição de as escrever tal como o mesmo se pronuncia, isso sim, seria um best seller.

domingo, 9 de outubro de 2011

panela velha é que faz comida boa



A chef D.P sempre me disse que para além da alquimia de saber escolher o que combina com o quê, um dos segredos na arte de criar verdadeiras obras de arte culinária, consiste em que nenhum dos ingredientes sobressaia, entre os outros, poucos ou variados, que colquemos no tacho. Tento sempre seguir essa regra. O resto é como na música, harmonizar condimentos com os alimentos e saber dosear os mesmos. Este ficou aprovado, e levou isto: azeite, leite de côco, óleo de palma, picante, sal, caldo knorr, cebola, tomate, pimento, alho, limão, banana, coentros, rojões, miolo de camarão, amêndoas, passas de uvas. Vinho: Dona Ermelinda.

sábado, 8 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

amor que fica




Conheço-a desde que o LP foi colocado à venda, em 1976. Elegi-a como o melhor tema do album, apesar do estrondoso exito da daquele que seria o ponto de referência dos Eagles - Hotel California. New kid in town foi para mim, desde esses tempos, uma paixão, um tema bem construído do princípio ao fim, daqueles que não queremos que se acabem, no que resultava, o viródisco e toca o mesmo tantas vezes, até me saciar. Em duas ou três formações de palco toquei-a conforme as possibilidades da casa e dos meus colegas de banda. Nunca me atrevera a pegar-lhe a solo, o tom é alto demais, não há coros, não há guitarras, era a justificação. Atrevi-me, nestes últimos dias, a adaptar-lhe o tom, e tocá-la, despida, só voz e guitarra acústica. Veremos o que a malta vai dizer. Porque muitas vezes, podemos caír no erro de gostar de uma roupa, e usamo-la, mesmo sabendo que não nos cai bem.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Fado, Amália e a estranha forma de vida

Em tempos era considerado o Fado, boémio, marginal, coisa de gente de má laia. No regime da outra senhora, chamaram-lhe nacional-cançonetimo, os que depois da revolução dos cravos, o abordaram, ao Fado, com tentativas de o colocar na boca das massas. Escute-se o "novo fado alegre" ou o "fado da tristeza", cantados por Carlos do Carmo e Fernando Tordo, e por José Mário Branco, respectivamente. Deprimente era aquele fado do Tordo, o de Alcoentre. Mas, cada macaco no seu galho, e logo ali se quedaram as aspirações de esquerdizar ou revolucionar, o Fado. O Fado, é hoje, moda. Cai bem gostar-se de Fado, de gostar dos novos fadistas, alguns de verdadeira qualidade e sentido de tradição de uma linha, a do Fado, sem grandes desvios, sob pena de, este, o Fado, o deixar de ser. Passeia-se pelas zonas históricas de Lisboa, e escuta-se Fado, em cada pequena loja de souvenirs, lembranças, na lingua do Fado, Fado este, para estrangeiro ouvir, e acima de tudo, adquirir, nem que seja numa loja chinesa. Mas será que nós, os portugueses o sentimos? Afinal, nesta pátria destruída, devassada e despojada de valores, o Fado poderá ser o último bastião cultural que nos resta, dado que do restante, tudo é efémero, e carece de originalidade. O Fado é nosso, está-nos cá dentro, sentimo-lo como ninguém conseguirá senti-lo, por mais que se esforce. Na data em que perdemos quem tudo deu ao Fado, e lhe deu visibilidade nos quatro cantos mundo, faz todo o sentido dar um pouco de atenção ao nosso Fado, sem preconceitos ou maquilhagens. Fado apenas, simples e puro, porque todos nós, saibamos ou não, queiramos ou não, temos Amália na voz.

Steve Jobs 1955 - 2011

Muito se escreverá hoje, e nos próximos dias sobre o homem que possibilitou "isto" tudo onde passamos grande parte das nossas vidas. Pelo que me fico parco de palavras, deixando "aqui" o reconhecimento do génio, e da obra, e a definição que lhe cai como uma luva - sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pátria que nos pariu

Já escutei de voz avisada e esclarecida que a implantação da República não passou de um golpe de estado, o que, assim sendo não legitimaria a mesma. Pessoalmente não sou contra nem a favor de um viva o Rei, no entanto, para verbo de encher já nos chega o Aníbal e as suas considerações sobre o sorriso das vacas dos Açores.
Olhei há pouco para a televisão, e lá está a procissão das ?comemorações?, como sempre esteve, como sempre me acostumei a ver desde os anos sessenta. O que mudou? bem, antes a tv era em caixa de madeira, e a imagem a preto e branco. Claro que os senhores, eram outros. Outros que não estes, mas estes, tal como os outros, sugam-nos. O festival deste tipo de dias, tem sempre o mesmo conteúdo, e a mesma inércia, são os políticos que se exibem nos seus carros de 150mileuros, com discursos de circunstância, e ar solene; são os intocáveis militares, que para nada servem, autênticos submarinos a la portas; são as personalidades convidadas, estes também de ar grave e sério; tudo pago sempre pelo mesmo otário - nós. Os discursos são enfadonhos e da treta. Mais valia que o dinheiro que está neste preciso momento a ser gasto com a cerimónia fosse entregue a um qualquer hospital, numa demonstração inequívoca de um sentido determinado de mudança, e de dar verdadeira utilidade pública aos dinheiros que nos são extorquidos. Porque a malta está-se cagando para estas efemérides tipo 10 de Junho. Quem duvidar do que digo, que faça um referendo.

a troika estupidifica-me



A saber, e assim de rajada, há três concertos que em condições normais, leia-se, em outros tempos de desafogo, não me escapariam - Yes, Caetano e Maria Gadú, e Yamandu Costa. Não consigo entender como o pessoal ainda esgota concertos, enche hoteis, se atafulha de sacos de compras, como se a crise fosse ali ao lado e não aqui. Será que só eu e outros sentimos o aperto, enquanto outros outros, aparentemente nem dão por ela? É que a coisa funciona mais ou menos na equação do, se queres isto, não podes ter aquilo, se em rigor determinarmos as prioridades dos trocos que temos na algibeira. Neste caso a fórmula aplicada designa, ou os concertos ou mudas o óleo ao carro, bem como, não compres o medicamento para o colesterol, e os milhões de l-caseis, e vai mas é ver os Yes. I get up, I get down.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

prazeres

Encontro-me cansado. Cansado mas feliz. Depois de um fim de semana alucinante, permitindo-me a entrega a várias coisas simples que me fazem bem - a música até à tantas, com lotações lotadas e participativas; a bicicleta, mesmo que em rota e grau difícil; a fotografia, cada vez mais aliciante; a praia, divina ontem, a de Sesimbra. Com isto tudo esqueço-me de repousar o que se reflecte no dia terrível, a segunda-feira, dia de cair na dura realidade que atravessamos.
Contudo, sorria-se, porque aconteceu.

maioria absoluta

Desejo-lhe a vitória. Que ganhe, e com maioria absoluta. Tal como desejo que os homens da troika o possam assim responsabilizar por todas as falcatruas que tem feito. Muito injusto seria, o gajo sair de fininho, meio herói, meio vítima, e ficarem outros com a batata quente na mão. Seria mais um Sócrates, um Durão Barroso, um Constâncio, um Guterres...

filme

Já me tinham falado desta história. Se o Clint nem por isso me diz muito, a Meryl diz-me tudo. A forma como domina as personagens que veste, é única. Para além disso é dona de uma subtil e discreta sensualidade, atributos que muito aprecio. Uma história de amor, simples, possível, que por isso mesmo me deixou assim como que sensibilizado. Com um desfecho que nos deixa a dado momento a repetir mentalmente - abre essa porta, e corre. Como a porta não se abre, a história não acaba como toda a gente deseja. Gostei, pelo argumento, e pela Meryl.

sábado, 1 de outubro de 2011

o Triunfo dos Porcos...

... foi o que me veio à mente, ao ouvir a notícia de que a nossa Justiça prendeu um conhecido pesonagem, para depois o libertar, quem sabe, agora com direito a exigir compensação. Creio que não restam dúvidas à mesma Justiça quanto aos crimes deste personagem. Mas como Justiça e Poder sempre se entenderam, lá apareceu o buraquinho legal e salvador.

Em tempos, coloquei em tribunal uma senhora, por me ter emitido um cheque sem provisão. Por três vezes, a dita senhora não compareceu ao chamamento da lei, pelo que o juíz ordenou que se detivesse a senhora por ocasião da quarta tentativa de julgamento. Acontece que quem foi detido fui eu. E apenas não o fui na véspera porque me valeu ser conhecido pelo comandante do posto da GNR, que me permitiu que me deslocasse no meu carro para aí ser formalmente detido, e conduzido ao tribunal. Isto sem eu saber do que se passava. Não vou aqui enunciar o que me passou pela cabeça no espaço de tempo entre ver o meu nome a letra vermelha, antecedido da palavra de arguido, e o momento em que sou presente ao juíz. Depois de umas horas, que me pareceram uma eternidade, enfim o alívio, pelas palavras do magistrado que ao me mirar de alto a baixo, barafustou com alguém - mas eu mandei deter uma mulher, não um homem. Resumo, alguém trocara os nomes no processo. O esclarecimento do doutor juíz foi claro, junto com o pedido de desculpas, em nome na máquina judicial - o senhor pode acionar o Estado, mas não obterá mais que outro pedido de desculpas.

Veremos o que virá por aí quanto ao mediático personagem. Talvez lhe caibam mais uns milhares de euritos para colocar lá na Suiça. Eu fiquei-me pelo recebimento do valor do cheque, seis meses mais tarde, pagos pela arguida, por ocasião da 5ª data de julgamento.

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"all animal are equal but some animals are more equal than others"

in Animal Farm"

Verdadeira Aventura

Para quebrar a rotina dos roteiros biciclos, decido-me pelo desafio de rumar a Palmela e fazer um circuito médio na Serra do Louro, com os seus moinhos, castros romanos, e vistas de cortar a respiração. Os prós, deliciosos momentos de contemplação, ar puro, natureza, muita fotografia, e um bom desafio para a forma física, foram seguramente superiores aos contras, um furo, uma quase queda, e as moscas que não me largavam enquanto eu mudava a camara de ar. Por diversas vezes me cruzei com gente bem disposta, uns a passo, outros em corrida, outros em duas rodas como eu, sempre trocando saudação - bom dia - viva. Prova de que bom hábitos, saudáveis, e uma qualidade de vida tão simples, tornam as pessoas simpáticas. É por estas e por outras que difícilmente me encontrarão numa esplanada, em frente a uma bica a ler o jornal, em dias como este.