terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Artista



Recomendo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

os Antigos e os Modernos

Nas minhas indispensáveis voltinhas pelos arredores, é sempre com enorme mágoa que me deparo com os edifícios municipais, vulgo, a Câmara. Seja na capital, Setúbal, ou Alcochete, que aqui muito bem se representa, ou em terras germânicas, onde em Colónia, me maravilhei com a velhinha construção camarária, são estas sedes, bonitas, com história, integradas e inseridas na terra que representam. Para além de todas estas vantagens, esta conduta demonstra a determinação de manter o património em actividade e comunhão com as gentes da terra. Revelam respeito e inteligência. Vem-me a mágoa, porque é precisamente na minha terra, a terra onde vivo que essa regra de ouro, pelo que se vê na prática, é ignorada. Hoje existe um modernaço edifício, meio bunker, meio CCB, longe do núcleo tradicional daquilo que já foi chamado de vila, e hoje dizem ser cidade - o Seixal. O mamarracho lá está, ao lado da terra. E a terra, morre mais um bocadinho, todos os dias. Disse-me há dias, um compincha que vive para a zona de Torres Vedras, quando se deparou com aquilo - e ainda nos chamam de saloios.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Nem mais!

Nada mais verdadeiro do que o texto acima. Durante todo o meu tractecto musical, se por norma fui pago, ocasiões houveram em que o tratamento dado aos músicos foi o de abaixo de cão, e os valores propostos, ridículos. Casos houveram em que se gastou para tocar...

As culpas são várias, e começam nos próprios - aqueles que o sendo, se submetem a trabalhos pouco dignos; naqueles que o não sendo, fazem concorrência desleal; e naqueles que estando do outro lado não entendem todo o trabalho investido, naquilo que é uma das mais belas artes do mundo, para não falar no que se investe nas ferramentas. Dariam um livro, as peripécias que colecionei, umas tristes, outras hilariantes, as quais, quando me junto com a malta das músicas andadas, partilhamos com saudade. Uma das mais bizarras, passou-se a sul de Abrantes, onde os frangos servidos aos artistas eram colocados em cima de um papel pardo, e sem talheres. Assim teve, o agrupamento musical Código, de comer o frango como se diz que sabe melhor - à mão, e limpar as mãos ao papel de embrulho. O Armando Gama e a Valentina Torres, cabeças de cartaz, dessa noite, que o digam, porque levaram igual tratamento.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os Aníbais do pós25

Aníbal, mais uma vez não surpreendeu. Reincidiu. Repetiu-se na arte do acto - ou entra mosca ou sai asneira. Pela parte que me toca não me sinto indignado ou ofendido pelos lamentos presidenciais de que a massa, não lhe chega. Faça como eu. Faça como todos nós, e gaste menos. Saia da lista dos presidentes caros em país pobre. A minha indignação não se prende a palavras. Ela vai muito mais longe e é de longa data. Pois são os actos, e feitos deste senhor que por aqui anda há mais de três décadas que me danam. Claro que ele não está sozinho na culpa. Culpados são todos os que dominam as cadeiras parlamentares, e daí controlam as suas ramificações ao poder autárquico, com particular culpa aos de esquerda, porque a estes lhes caberiam as responsabilidades da mulher de César, e na diferença entre as palavras e os actos, como tão bem apregoava Cunhal, a esquerda é tão ou mais capitalista nos feitos, como se auto-apelida de esquerda nas palavras que o vento leva. Culpados somos todos nós que os deixamos por ali gravitar desde que nos disseram haver democracia. Mas não há. Havendo, certamente que não haveriam ricos e pobres. A receita parece estar na pacata Islândia, onde políticos e responsáveis pela falência do país foram responsabilizados e julgados. Certamente que será mais uma palavra dificílima, mas muito gostaria de saber como se diz tomates em Islandês. Eles têm-nos.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

sabores

Em tempos de pec's, troikas, crises & cortes, poder saborear um fim de semana no conforto de um bom hotel, é coisa rara. De tão rara que é, que há que valorizar cada detalhe, e não cair no erro de outros tempos que não voltam mais - banalizar. Em tempos de aperto de cinto, usufruir de todos os miminhos, confortos, aconchegos, spa's, buffets, tem um sabor que varia entre a alegria do momento e a tristeza de ter de pegar na mochila no dia seguinte. Porque estes mundos, hoje nos estão vedados. Não fora tudo isto a custo zero, e não haveria condição de cobrir tamanha despesa, pois tal como Aníbal, o dinheiro não me chega para as despesas.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

I'm back :)



lixo


A notícia não me causou qualquer espanto - de toda a publicidade panfletária que nos invade, seja na caixa de correio, ou ao virar da esquina, apenas 5% é lida parcialmente, e menos de 2% é guardada com eventual interesse. Coloca-se aqui a questão da rentabilidade desta publicidade que irrita qualquer um que a receba sem a solicitar, quando tenta encontrar o seu verdadeiro correio, no meio de tanto lixo em forma de papel vs o impacto ambiental e despesa desnecessária que esta forma de invasão provoca. Coisa de terceiro mundo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

os amigos do facebook




Em tempos remotos, haviam os amigos da onça, ou os amigos de Peniche. E ainda os há. Vade retro para essa escumalha. Mas com as mudanças do ventos, dos tempos e das vontades, o que agora está mesmo a dar, é o amigo do facebook. Tempos houveram, mais recentes, em que, ao mínimo vislumbre de um novo pedido de amizade na rede fecebookiana. eu aceitava de cruz. O resultado é que dos cerca de trezentos amigos da rede social dificilmente os reconhecerei a todos como tal. Quanto muito, conheço-os. Ou seja, a informação torna-se falsa. E não gosto. Pelo que tomei uma decisão - montar uma fronteira onde antes era espaço schengen. A cada pedido de amizade que recebo, vou vasculhar quem é quem, e se não for amigo-conhecido, vai fora. O facebook tornou-se em parte, naquele tipo de festa em que o anfitrião não conhece metade dos convidados, e arrisca-se a ir ao seu quarto para mudar de sapatos, e dar com dois desconhecidos a dar uma queca na sua própria cama.


Quando me surgem pessoas com 300, 400 ou mil e tal amizades, nem sequer vejo o passaporte. Devolvo ao remetente. É que na verdade o meu conceito de Amigo, é muito exigente, Conto-os numa mão. Incondicionais que são, só podiam ser raros. E facto curioso, um deles nem está no ... face. Por isso, em nome da coerência, já me encontro a pensar fazer um delete na minha página actual e criar uma outra, só com gente convidada. Muito menos que os tais trezentos e tal.

Elis, sempre

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

espectadores

Seremos em breve espectadores impares. Porque seremos espectadores de nós mesmos. Os maus portugueses estão a conseguir a desprezível proeza de correr com os bons portugueses, do perímetro nacional. Cada dia que passa, se esgueiram pelas portas de saída, bons portugueses, com a fixa ideia de tão depressa não voltar. Assistiremos, os que vamos ficando, vez ou outra a relatos de sucesso dos bons portugueses lá por fora. E muito sucesso lhes desejo, aqui do meu cantinho por onde me vou ficando, com aquela pontinha de vontade de lhes seguir os passos, e abandonar esta espécie de Pátria que me pariu, com Passos cada vez mais mal dados.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

escolhas

Muito há que falar por aqui, que é como quem diz, escrever. Encontro por vezes, rabiscos, não só no papel, mas também nos confins do meu cérebro, apontamentos, para que não me esqueça de falar, de comentar, num qualquer dia, num qualquer post. Mas mesmo assim, o método não é muito eficiente, dado que ou perco o apontamento, ou mais tarde já não me apetece escrever sobre aquilo, que me apetecia horas atrás. Assim é o sentido de oportunidade, bem como o seu inverso. Um bocado como a comidinha feita na hora - tem outro sabor. Do que apetece falar é daquilo que me dá goso, e afinal, mais que dita e redita, a grande paixão, a música. E perante o convite de visitar amigo de amigo que tem um santuário de guitarras e amplificadores que até agora só avistei em revistas e vitrines, com a possibilidade de, com permissão prévia, poder ter o privilégio de tocar numa dessas relíquias, sinceramente, não me apetece falar de mais nada. Nem da crise. Estou até a tratar das unhas, para tão solene ocasião.

sábado, 14 de janeiro de 2012

danos colaterais

Aqui deixo o aviso - nada de pensar que se curam as gripes da época, com paninhos quentes e umas bodegas atamancadas. Estas gripes são como o Toyota, e os chinocas - vêm para ficar. E por isso a carrego na mochila desde o Natal. Decidi enfim, após várias derrotas, visitar o doutor, e não fosse a penicilina, ainda me encontraria hoje a tossir até pelos poros. De rescaldo fica o raspanete merecido que tive de escutar, lá no consultório, e o rombo na carteira, após somar o que ficou na farmácia, desde os primeiros sintomas, que isto de se estar doente aqui na Lusitânia, é coisa que fica mais caro do que ir jantar ao Casino. Somei-lhe os trocos que não ganhei por não estar em condições de tocar, e tive de tomar mais um comprimido. Calmante, óbviamente.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mistério

Porque será que cada vez que me chega mais uma notícia dos maçons e suas maçonarias, me vem sempre a imagem das histórias do Dan Brown...

ainda à volta do post anterior


"É preciso pensar que não basta rimar, mas dizer coisas mais importantes"

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pérola

De volta das tralhas no meu sotão, perdi-me um bocado no tempo, mais do que a ouvir-los, a rever-lhes as capas. Dos meus vinis, que tantos bons momentos ainda vão proporcionando. Alguns, verdadeiras pérolas, seja porque muito me dizem, porque me recordam vivências passadas, ou mesmo por serem raros. Este que aqui se apresenta de contracapa, reúne tudo. As canções são das melhores que o Tordo fez (presentemente nem me tem agradado muito, confesso), as letras, fabulosas, do Ary, os arranjos, também magníficos, do Pedro Osório, uma participação muito bem conseguida, da Adelaide Ferreira, e um leque de músicos de primeira. Tudo isto é mais que suficiente para o eleger como vinil de ultra estimação, mas a raridade deste disco, é que tem as assinaturas do Tordo e do Ary, feitas ali na minha frente, quando o comprei, no seu lançamento, numa remota Festa do Avante, no Alto da Ajuda.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

o fumo e a beata

Agora querem que os fumadores não fumem NEM À PORTA dos estabelecimentos. Exagero. Já lhes bastava terem de sair para a rua, por vezes ao frio e à chuva para saciarem o vício, e agora impõem-lhes perímetros de segurança... Considero perseguição. Por outro lado, apoiaria a coima a quem joga as beatas para o chão, ou as apaga nos areais da praia. Porque ao legítimo direito de fumar que se confere ao fumador não tem implícitamente de se associar a palavra porco.



vão-se os anéis

Anda um gajo a poupar em tudo o que pode, a dizer não-te-abras à carteira, a remendar aqui e ali, e a improvisar mais acolá, a inventar técnicas de segurar os tostões, e adoece-me a bicha. E logo com a única forma de salvação pela via cirúrgica, a custo superior a um ordenado mínimo. Agora vejo-a, recomposta, rejuvenescida e alegre, sem sequer se incomodar com a cicatriz que lhe atravessa o ventre, e sinto que foi feito aquilo que tinha de ser feito. Pela bicha, e pelo meu egoísmo, pois ela faz-me falta, porque me limpa das neuras, que trago quando naqueles dias em que tudo corre ao contrário, me espera sempre com a mesma meiguice e fidelidade. Ou não fosse o cão, o melhor amigo do homem.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

tdt, ou, este país não é para velhos II

Se souberem o que vão provocar, estamos perante uma valente sacanice. Caso não o saibam, é mais outra atitude a somar às tantas outras, que se tomam, com o único fito dos lucros obtidos por parcerias e negociatas duvidosas. Escrevo sobre os decisores do anunciado apagão, a acontecer esta semana. Já os entendidos vieram à praça pública falar do quanto vergonhosa e até de contornos ilegais é esta atitude, mais uma vez a contrastar com o que se pratica na tal Europa, na qual nos dizem estarmos incluídos. Se já é dramático o que está a acontecer aos nossos velhos, com os cortes que estão a levar na área da saúde, com as reduções nas reformas, e possíveis aumentos de rendas, vão a partir desta quinta-feira, muitos dos nossos velhos, cuja única companhia é a também velha televisão, andar às aranhas, porque isto das caixas tdt's e afins é muito giro para certos entendimentos, mas vá-se lá explicar a um velhote de oitenta anos que tem de ligar o cabo de vinte-e-um-pinos, na entrada euro-av, seleccionar a fonte source, e operar tudo a partir da nova box, e blá-blá-blá, e quando tudo está feito, o coitado do velhote, carrega na tecla errada e lá fica sem imagem. Isto para não falar na possível necessidade de adquirir e montar uma antena exterior, caso aquela coisa de arame dos anos oitenta não funcione, a custos não muito simpáticos, já que de há uns meses a esta data, nem vale a pena pensar em esticar o dinheiro para os remédios. Se fico sem ver televisão, morro de tristeza, disse-me o Ti'Tomé, homem que tendo enviuvado há uns anitos, e cujos filhos pouco o visitam, tem como única companhia, a velhinha televisão, que esta semana se apagará, porque o dinheiro se lhe foi. A troika que esteja atenta aos lucros das agências funerárias, pois com estas rasteiras todas, muito velho vai cair, e não mais se levantará. Outros, como já tomei conhecimento, provocam a queda. E estão no seu direito. Porque os velhos também têm dignidade.

domingo, 8 de janeiro de 2012

O cantinho



Costumo chamar-lhe guitarrário , ou pomposamente, estúdio, que o não é de todo. Seja lá o que for que lhe chame, tem sido, desde que o construí há cerca de três anos, o local onde, em casa, me perco nas horas, seja de volta das fotografias, ou no prato principal - de uma nova música, ou no simples prazer de tocar, ao sabor das vontades. Além de local ancoradouro, é também o depositário de testemunhos, que se espalhavam pelas gavetas a armários, de um trajecto de perto de meio século em volta da música, tamanhas são a devoção e a idade. Defendo quem defende que nos devemos rodear de quem gostamos, como não abdico de me rodear do que gosto. Com implícita exclusão, a tudo o que não se inclui nestes núcleos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pedro Osório



obrigado

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

troikadas IV



E foi hoje a gota de água. O ponto final nos pequenos almoços,por sistema, fora de casa. Acabaram-se os galões, e as meias de leite, os chás e as torradas. Nem o módico pão com manteiga vai resistir ao meu antecipado e previsível decreto de boicote ao aumento do imposto de valor acrscentado. O motivo, também ele previsível - hoje, ao pagar a torradita e o galão apercebo-me que a troika já se fez notar no preçário. É com pena que me despeço das curtas tertúlias matinais, e do cheiro doce da cafetaria, mas tal como para os males existem os remédios, deverá algures existir o ditado do tipo, não coma fora, se pode comer em casa, ou algo parecido. E um pequeno almoço em casa é coisa de pouca mestria. Se daqui a algum tempo esta minha atitude, que, presumo, será adoptada por muita gente, somada ao retorno da marmita, provocar despedimentos e falências na restauração, lamentarei. Mas primeiro tenho de tratar dos meus trocos. Não se trata de poupá-los, mas sim de não gastar aqueles poucos que se vão tendo para gastos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

artificialidades

Muito se tem falado por aí dos silicones fraudulentos (como se o não fossem todos) e das suas nefastas consequências. Vislumbram-se aqui e ali, alguns focos de pânico das peitudas mulheres, que, na busca de um visual artificial, podem ter comprometido a sua própria vida. Uma vez disse a um amigo meu, a propósito do tema, que uma pessoa que se presta a este tipo de alteração física, pode resvalar ao nível de uma boneca insuflável. Como adepto de tudo o que se manifesta original e sem segunda demão, abomino este tipo de aberração. Quem sabe o Herman, que tão bem satiriza os implantes masculinos no "fado do pénis" um dia não venha a compôr um faducho sobre o tema, e até adivinho qual a musa inspiradora.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Civismo

Um interessante anúncio anda a passar na tv - começa com uma mulher, no cinema, a comer, a tomar a sua bebida pela palhinha, e para completar o ramalhete, toca-lhe estridente, o telemóvel. O tema é o apelo ao civismo. Gostei. Embora, creio, a coisa não vai lá com um simples anúncio passado vez ou outra no canal do estado. Embirro solenemente com a moda de levar para a sala de cinema, as pipocas, os sumos e suas palhinhas. Se pensarmos que esta moda foi introduzida pelas próprias salas de cinema, a fim de captar mais uns trocos, temos de concluir que pouco respeito existe pela arte do cinema, que se entende, assistido em silêncio. Bem bom seria ir ao cinema, e desfrutar das novas tecnologias audio e video, sem o irritante desconforto dos barulhos parasitas. Mas pelo andamento da carruagem, o mais certo é o alargamento da oferta gastronómica na entrada das salas, com o consequente aumento da barulheira a par da banda sonora. Arrotos incluídos.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

reveillons, anos velhos, anos novos, troikas e afins

A pergunta é mais que batida, e a resposta mista com nova pergunta, ainda mais batida é, Então como foram essas Festas? - Foram boas, passaram-se, e as tuas? - Olha também foram. E blá blá blá. De resto bem vistas as coisas, acorda-se de um ano para o outro, sensivelmenteme na mesma, partindo do princípio que alguns excessos possam ter sido cometidos, mas nada que não passe depressa. Acho muito bem que a malta se divirta, bem como não acho piada a quem vive a noite como se fosse a última. Dizer que naquelas horas devemos esquecer os problemas e ser felizes, não me encaixa. Prefiro construir os meus pólos de felicidade, e tentar ter os problemas debaixo de olho, o quanto baste, e o quanto possa enfrentá-los. Por consequência, na prática encontro-me sempre em stand by para momentos de felicidade, fora do calendário estipulado, sem contudo implicar este modo, a tristeza nos dias oficialmente festivos, como no caso desta última passagem do calendário, umas das poucas em que não estive agarrado à viola. Não a passei como queria, mas passeia-a bem, entre chopsois e um embarque imprevisto. No que toca aos problemas, finda que foi a época oficial das Festas, que este ano me soaram a uma mistura de canto do cisne da euforia consumista, com uma trégua disfarçada dos nossos mandantes, será de bom tom a tomada de consciência do tema - mudar de vida. Bem como da actualização do célebre dito de Mário Soares, nos longínquos anos da primeira visita do FMI aqui ao burgo - temos que viver com aquilo que temos. Agora em nova versão, revista e actualizada - temos de viver com aquilo que não temos, e sem aquilo que deixámos de ter. Como já ando a praticar desde o ano velho, tenho esperança de não estranhar muita a diferença, neste ano que se diz, novo, e poder viver os meus momentos de felicidade que não têm data nem local marcados.