segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Se eu vivesse num palácio...

... o meu PC seria assim!

(das) Surpresas


As surpresas têm sempre dois lados, o lado de quem surpreende, e o de quem é surpreendido. Assumo-me adepto desses dois lados. Preparar algo para uma pessoa, detalhar o que já é detalhe, invadindo o seu íntimo, no conhecimento desses detalhes, só aumenta a dimensão dessa surpresa, que se prevê tão maior, quanto menos seja esperada, e que na mesma proporção, seja tão exclusiva, que não deixe dúvidas a quem recebe, de que tudo foi preparado com uma tal dedicação, premeditação e sentimento unicamente com uma finalidade. Quando estou do lado de surpreender, o prazer começa na simples concepção da ideia, e daí continua na prática, na execução dessa ideia, até ao momento tão esperado. São muitas vezes momentos que não se perdem no impacto da surpresa, eles podem durar sem limites, sem prazo de validade.
Em proporção inversa, é bom estar do outro lado, o de quem é surpreendido, sem sequer fazer ideia de que o vai ser. Nesses momentos avaliam-se tantas coisas, e claro, damos lugar à comoção, porque afinal os homens também poder verter uma lagrimita.

domingo, 29 de novembro de 2009

Importam-se de repetir?

Ontem houve um desfile na Baixa Lisboeta, qualquer coisa como contra o consumo, uns tipos artilhados de tambores apelavam aos supostos compradores para que não comprassem, pelo menos neste dia, o tal que, supostamente, é para não consumir nada.
O aspecto das imagens não podia ser mais esclarecedor, os dos tambores a tamborear, um miúdo a debitar das suas razões para o microfone, lojistas à porta, e clientes... nem vê-los.
Porque - esta organização ou seja lá o que seja, parou no tempo, senão vejamos: o comércio na Baixa, vive como todo o pequeno comércio em geral, e em Portugal um tal estado de agonização, que qualquer dia do ano já é um dia sem consumo. Será que estes manifestantes são mesmo distraídos, ou tolinhos, ou mal informados? É que Portugal é o país europeu com maior concentração de grandes espaços, bem como o que tem mais novos espaços licenciados, bem como o país em que existe maior fosso de percentagem de vendas e lucros entre grandes superfícies e comércio tradicional. Pelo que a modo sugestivo, eu aconselharia os senhores dos tambores a irem tocar para outros palcos, em nome da coerência, em nome do que faz sentido.

sábado, 28 de novembro de 2009

Prazeres II


Não me passa pela cabeça publicitar, mas tão simplesmente registar este pequeno prazer, pois é com estes mimos que - também - vivemos. E eis-me a tratar se garantir um pouco da garrafeira aqui do castelo, e como de costume rumar à Quinta de Catralvos, perto de Azeitão, cuja loja de bebidas faz as delícias de qualquer amante de Baco. Com direito a provas, há de tudo, branco com aquele travo de Moscatel, tintos vários, do corrente aos Reservas, rosées, água-pé, na época, e claro, o Moscatel. Aprovisionar a garrefeira neste local, não é ir comprar vinho, é mais um ritual, desde o entrar na quinta ladeada de parreiras, respirar o ar da serra, e saborear do que nos aprouver. Catralvos, bem como Alcube, situada ali bem perto, são lugares que provam que a tradição, ainda é o que era... E os queijos? Ai os queijos. Pecados da Gula.










Muppets Forever

Receita para a boa disposição.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Erotismo e Afrodisíacos


Assisti há dias, com alguma curiosidade e diversão, a uma matéria na televisão sobre estes temas. A sensação que me ficou foi a de uma quase total apologia ao acessório, em prejuízo do essencial, um pouco na linha dos telemóveis de última geração, que para além das 500 funcionalidades que oferecem, até dão para efectuar e receber chamadas.
As sugestões eram variadas, entre o que se deve comer e beber, e onde, bem como das farpelas, e aromas, não esquecendo conselhos de procedimento, como se tratando de um manual infalível para a prática da sedução, e independentemente de com quem, e um garante de êxito absoluto.
Se tivesse que fazer um comentário, reduzido a uma palavra, seria – ridículo.
Nunca trocaria uma refeição a dois, a sós, em que um, ou os dois a preparam , por outra num restaurante dito afrodisíaco, confeccionada pelo chef xpto.
Nunca trocaria uma fuga para, por exemplo um moinho na Serra do Risco, a um quarto de hotel.
Nunca deixaria por mãos alheias, o prazer de preparar cada detalhe, a luz, os cheiros, a música, enfim o palco dos sentidos.
Não pode existir um manual de procedimentos, quando o elemento essencial é afinal, uma pessoa, a Pessoa com quem se quer estar, e que igualmente nos deseja. Tudo pode entrar nesse ritual, a sedução, o erotismo, as iguarias, mas, tudo isto movido pelo instinto, pela intuição e pela imaginação, porque existe o essencial – a Pessoa. E é a Pessoa que nos move, e nos comanda e nos inspira, é a Musa que vai libertar e desencantar os diversos detalhes do antes, para que em harmonia com o deixa acontecer do durante, e deixar totalmente em branco o que se vai escrever na página do depois, e assim cada momento se torne verdadeiramente único, e irrepetível. Nessas lides tal como nas músicas, nada melhor do que o improviso. Por isso adoro blues. E posso improvisar sempre com a mesma guitarra, mas cada solo é único, que o diga a minha Gibson, que me acompanha há quase trinta anos.
...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Não sou o único

A ver o mundo ao contrário!!!

Carta Aberta


Menino Jesus,

Creio que te posso tratar por tu, pois afinal, já nos conhecemos praticamente desde que me conheço. Bem sabes que sempre fui teu fâ, desde a tenra idade em que enfeitava um verdadeiro pinheiro de Natal, com algodão, bolinhas que se partiam, e chocolates embrulhados em pratas que depois serviam para, devidamente endireitadas, colocar entra as folhas dos livros. Deverás lembrar-te da magia nos meus olhos, ao fazer o presépio com musgo, os lagos com espelhos, os caminhos com farinha e tu nas palhinhas, já para não falar da restante comitiva, reis magos, José, Maria, as vaquinhas, e os mémés, de um presépio que se perdeu entre Almada e Lisboa. Sabes-me aficionado da época natalícia, pois tu tudo sabes, e quem sabe, sentes. Sabes que não perdi o espírito, que mantenho os presépios com musgo, que vou ao mato em busca dos bugalhos, dos ramos secos, e que o clima desta época sempre me foi particularmente saboroso. Não te vou enfadar com os detalhes, pois tens mais a quem dar atenção, e afinal, tu tudo vês.
Mesmo assim, a ti que tudo sabes, e que tudo vês, pois sendo Jesus, estás capacitado para tal, decidi escrever-te, não à laia de justificativa, mas mais em desabafo – por decisão da malta, este ano não vai haver Natal cá em casa. Não é nada pessoal, pois nada temos contra ti, como sabes, mas este ano, vais ficar onde estás, lá no sótão, nos caixotes, e nas palhinhas, junto com a comitiva. Ficam vocês, e todos os restantes adornos da época, bem como não irei ao musgo, talvez quanto muito, mantenha aquele passeio matinal do dia 25 que tão bem me sabe, e tu bem sabes. Também deves saber porque foi tomada esta decisão, e peço-te que entendas, é que não há mesmo vontade. Este ano não há “espírito”. Este ano o teu Pai decidiu levar-nos, primeiro ao meu primo, e há dias, o João, e isso não nos mata, mas derruba-nos, leva uma parte de nós. Já procurei razões, mas como sabes, sou limitado de horizontes, busquei os tradicionais, mas apenas encontrei motivos contrários, ou seja, encontrei apenas justificações para que eles ficassem por cá mais uns anitos, por melhor que se esteja por aí. Afinal, eram novos, bons pais, maridos, e certinhos. Não sei se deste por isso mas até tiveram as suas missas, antes de te serem enviados, e os padres bem invocaram o teu nome, o teu e o do teu Pai. Bem, porque te estou a dizer isto tudo? Afinal tu sabes, tu vês, e espero que sintas. Eu, porém, não sei, e isso mexe muito comigo. Fica bem.
PS
Se puderes, e se entenderes, acalenta a B, afinal ela tem apenas nove anos, e um Natal sem o pai, custa, digo-te eu, a ti, que nunca passaste por isso. É que neste porém, eu te garanto, sei, e sinto.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pedi mais este...































...no sapatinho. Será que é pedir muito?





Vem aí...



Novo livro do Veríssimo. Lançamento aqui na terrinha no dia 30. É-me sempre agradável ler e reler este escritor, de particular sentido de humor e inteligência. Ao lê-lo, se não estou, ficou bem disposto, e se estou, fico mais, bem disposto, e com melhores pontos de vista. Eu acho.
Já reservei 2 cm de parteleira para ele, o novo livro, lá em casa, e o direito a prioridade de leitura, em prejuízo do calhamaço que a custo, ando a ler.


DAR NÃO É FAZER AMOR
"Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra daro primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...
Experimente ser cuidado…
Experimente estar com quem topa tudo por você…
E tope tudo com ela…"

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Curiosidades


Quando eu, Sputnick, nasci, a música que estava a bombar era Diana do Paul Anka. Sim, sou mesmo antiguinho. Quem tiver curiosidade de saber o tema que estava na berra, quando veio ao mundo é só clicar abaixo:


Nevoeiro e Alcacer-Quibir


Gosto das manhãs de nevoeiro, de me sentir agasalhado, confortável na roupa e sentir o frio que não me invade. Dão-me uma alegria que não sei explicar, estas manhãs. De bom grado, mandava o trabalho à fava e rumava a uma qualquer praia, ou ambiente rural, mas o dever chama. Saio de casa formatado de sorriso, não obstante o rádio do carro anuncie na voz de Constâncio que vamos ter de pagar mais impostos, e o sorriso, o meu, fica mais discreto, para logo a seguir, ao escutar o Camilo Lourenço afirmar, que sim, que vêm aí mais impostos, que defende os aumento zero para os salários, e que daqui a dez anos talvez a coisa se regularize. Vai-se-me o sorriso, e penso, não em mim, mas nos meus filhos, e nos filhos de outros, e vejo imagens de uma espécie de filme Metropolis do século XXI. Relembro o almoço de ontem, com dois parceiros comerciais que semanalmente interagem com Espanha, que me asseguram que por lá a crise existe, mas nem por sombras se compara com a nossa, e vejo-nos como que acorrentados a cavar o carvão para os porões das classes que supostamente nos governam e seguramente nos sugam. Páro o carro, e pára o rádio. Acaba o som, mas não acabam as desgraças. Adiem-se os pensamentos nefastos. Afinal o nevoeiro, e aquele frio saboroso, devolvem-me o sorriso, e a vontade de enfrentar mais um dia, de cumprir o ganha-pão. O meu e o do Estado, porque muito pãozinho que eles mamam, sou eu quem lho coloca na mesa. Ao menos que do nevoeiro saísse um D.Sebastião, que desse uma estocada no mouro Sócrates e nos devolvesse alguma esperança.

Já pedi


Vamos a ver se ele a coloca no sapatinho.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

É preciso ter calma


O controle de situações limite, aprendi, é por vezes a fronteira entre o tudo acabou em bem e o desastre. Em tempos fiz uma formação de condução fora de estrada, e uma das lições mais importantes desse curso, foi a de que em certas situações, para reduzir a velocidade e aumentar a aderência do veículo ao piso, temos de... acelerar. E por várias vezes confirmei que é mesmo assim, numa delas em plena Serra da Estrela, evitei um "capotanço". O instinto manda-nos colocar o pé no travão, ou puxar ali mesmo o travão de mão, mas a ordem que parte do cérebro contraria tudo - acelera. E o carro estabiliza.
Por vezes quando alguém nos chega aos berros, cheio de tudo, inclusivamente da razão, o nosso instinto, bem como a vontade é dar o troco. E hoje, não antes, pois antes eu era um rastilho que incendiava à primeira provocação, eu deixo falar, vou olhando a pessoa nos olhos, num olhar atento e tão conciliador quanto possível, e deixo que as palavras, muitas vezes vociferadas, se esgotem como o ar de um balão, até chegar o silêncio, que é como quem diz, o momento em que tenho a batata nas mãos, e reconhecendo, quando aplicável, a razão, num tom de voz baixo mas firme, nunca deixando de olhar nos olhos, para não dar a sensação de dominado, levo a àgua ao meu moinho, e ao do meu interlocutor, não raro, acompanhado por um pedido de desculpas, por parte de quem afinal, apesar de ter razão, não tem de abordar aos gritos, e a cuspir perdigotos. Contudo, cá por dentro, ficam reprimidas as réplicas, que afinal, em nome de muitos poréns, tenho de conter, e a consolação de que tudo está bem quando termina bem.

Tudo Muda III












Competições e Areia para os Olhos

O meu zapping televisivo andou entre o Idolos e o Tempo Extra do comentador Rui Santos. Do primeiro, já todos nos acostumámos aos condimentos costumeiros, a arrogância do juri, e a sua duvidosa capacidade de julgar, os nervos, os talentos, e os assim-assim. O elemento, ao piano, tornou as coisas mais sérias, e mais próximas da realidade musical, é a tal peneira. Dos concorrentes, surpreendem-me a Solange, pelo todo que apresenta, e a Inês, pela criatividade, fazendo lembrar a Janis Joplin. Contudo algo me diz que o final já está cozinhado, e por conseguinte mesmo que supostamente a escolha seja do público, o sistema já determinou quem vai ganhar.
No que toca ao Tempo Extra, apoio a cruzada do Rui Santos a favor da introdução das novas tecnologias em defesa da verdade desportiva. A recusa de altas instâncias, ao recurso da imagem, é tão absurda, como a apologia da igreja ao não uso do preservativo. O apuramento da França para o próximo mundial é uma vergonha, e demostra aquilo que não queremos acreditar, que tudo está cozinhado. Na sua auto-biografia, Eric Clapton, confessa-se pouco ligado ao futebol, e das vezes que se interessou, não teve dúvidas que num desporto que envolve tantos milhões, os resultados não sejam combinados. Subscrevo. Mais uma vez, o sistema determina, e a malta vibra. Se dúvidas houvessem, bastaría recordar a forma escandalosa, com que a França, em 1998 eliminou uma selecção comprada para entregar o título, a do Brasil.

domingo, 22 de novembro de 2009

Domingo é sagrado


O dia amanheceu azul, e porque há que variar, o passeio de biciclete, foi parar ao Parque das Nações. Bicla dentro do carro, desarmada, e lá vou eu, fazer um trajecto bem agradável, pela zona ribeirinha da Expo 98. Não se dá por isso, mas fazem-se cerca de uns vinte quilómetros naquelas voltinhas, com direito a paragem numa das variadas esplanadas, ali á mão.
Estava a coisa a correr como previsto, e a alma limpa dos safanões semanais, e toca-me o telefone. A minha amiga S. Depois do como vais, do que é feito, do onde estás e do está tudo bem da praxe, vem o motivo - lembras-te de uma vez te ofereceres para me aconselhar na compra de uma viola para a Inês? Pois hoje é o dia, estou no Colombo, e já que estás em Lisboa, dás aqui um saltinho, almoçamos qualquer coisa e vemos a viola. A minha amiga S não pergunta, ela determina, e já está. Naquele espaço de tempo nem me apercebo que já estou a dizer que sim, que mais uma horita estarei no Colombo, contrariando em parte os meus planos, mas entre adiar e cumprir a promessa, preferi arrumar o assunto e rumei meio a contragosto ao encontro da S e da pequenita Inês, que ganhou a sua primeira viola, e quem sabe não virá a ser uma boa executante. Mãe e filha felizes, tarefa cumprida, e voltei ao meu domingo.
Do rescaldo ficou-me a dificuldade em estacionar, as filas para tudo, e a magia da loja da Disney, que me transportou por momentos a outros passeios. De rescaldo também a certeza de que tão depressa não me verão num centro comercial, a um domingo. Ai não vão, não.
E agora vamos à lareira, ao dvd do Caetano Veloso, e abrir um tinto alentejano, porque o domingo é para se fazer aquilo que se gosta, e só acaba quando chegar a segunda-feira.




Não Acredito...

... em santos, mas simpatizo com esta, Santa Cecilia, padroeira da Música e dos músicos. Hoje é o dia dela.

sábado, 21 de novembro de 2009

ontem...



Aprendi que não devemos chegar a um restaurante, tipo às 15 horas, ou para cima das 23, e perguntar se ainda servem refeições, principalmente se a cozinha não estiver à vista. Porque sim. Mais fiquei a saber que se torna particulamente desaconselhado "fazer sala", e durante esse período, encomendar mais iguarias, as consequências serão sempre proporcionais ao avanço dos ponteiros do relógio. E não se nota nada, e mais não digo.


(do) Natal e (dos) Presentes


Estamos a um mês do Natal, e por conseguinte, de uma das praxes correntes – dar e receber presentes. Gosto de os dar e de os receber. Posso contudo dizer que não gosto de dar presentes por dar, e do mesmo modo, recebê-los como se fosse um imposto.
Se, e quando ofereço, esforço-me por dar algo que sei, ter a ver com a pessoa, o que não me é muito difícil, dado que a pessoa me é querida. No entanto, em tempos idos, cometi alguns erros, ao oferecer o que afinal não era do agrado. Excepções que confirmam a regra.
No que toca a receber, habitualmente recebo o que gosto, e felicito-me por existirem pessoas que pensam como eu, ou que no mínimo respeitam este meu tique de detestar o dar por dar, e sim cuidar para que no desembrulhar, não exista um sorriso amarelo, esforçado, e a frase típica – era mesmo isto que eu queria, mas sim a alegria genuína de quem acaba de ser mimado.
Sou adepto de rituais de tradições, e não de modas consumistas, e por isso mesmo, neste Natal que se aproxima, tratarei de cumprir a tradição, a de saborear, o que vou oferecer a quem, e ir comprando, sem pressas, e sem aquela fobia, dos embrulhos, dos talões e das complicações, afinal naquilo que foi travestido o Natal. Faz-me lembrar aquele episódio na vida de Jesus Cristo, e o templo dos vendilhões.
Ahh! E nunca dispenso uma prendinha para mim. Porque se eu não gostar de mim, como poderei gostar dos outros?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jura

Estou a preparar-me para dar música, hoje e amanhã. Desta vez não há indecisão, vou de cordas de nylon, e na pasta um tributo ao Rui Veloso, porque me apetece. E a primeira até já sei qual vai ser...

"Jura, que não vais ter uma aventura..."

Estes brasileiros...

... sabem mesmo promover um producto!

Bem me quer, mal me quer


Na pastelaria do costume, oiço uma velhinha para outra – aquela Paula embirra comigo, é o que é, diz sempre que a assinatura não está bem, já o Carlos, aceita-me sempre os papeis todos, é uma mal encarada, a rapariga, está sempre com umas trombas...
Deduzi que a senhora deve ir provavelmente a um Banco, ou Balcão dos Correios, e que a Paula lhe rejeita um documento que depois é aceite pelo Carlos. Este um dos tiques mesquinhos que detesto na nossa gente, o de embirrar com fulano, o de exercer o seu ridículo poderzinho só porque sim.
Creio que todos já sentimos a prepotência de alguém que está, pelo menos naquele momento, com o poder de decidir sobre nós, pode ser por viabilizar um documento, como numa simples marcação de reunião, e perante o nosso olhar de gato das botas do Shrek, nos responde sem sequer nos olhar nos olhos, que não. É aquele tipo de gente do – não sei porquê, mas não gosto daquele gajo. Não saber porquê é a questão, pois sempre que decidimos, temos que saber porquê, ou quando aplicável, executamos normas de procedimento.
A diferença entre a Paula e o Carlos, pode simplesmente a de que a Paula não está de bem com a vida, a sua, e por isso descarrega as suas frustrações no freguês que se segue. O que torna a Paula numa má funcionária, pois não creio que o Carlos actue contra as normas, o que colocaria, a sua competência e posto de trabalho em causa.
Desconfio que a velhinha, quando vai de papelada na mão, se vê a Paula de serviço, e não vê o Carlos, dá meia volta e sai. E ela bem sabe porquê.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Previlégios III


Porque sabe sempre bem, não cansa, e eu mereço.

Como uma força


A selecção passou. À rasquinha, mas passou. Com uma boleia chamada play-off, e por agora é o que conta. Vamos a tirar as bandeiras da era Felipão, e repescar toda a euforia do Euro, pois afinal pouco mais temos com que nos orgulhar por estas paragens. Mesmo sendo à tangente demonstrou-se alguma eficácia, coisa que não vemos nos nossos assuntos domésticos, leia-se, do nosso país. Estiveram os nossos briosos atletas, hoje, em altas, contrastando com o vamos lá a ver, que corria desde sábado, principalmente se relembrando as 3 boladas ao ferro.
Hoje, muitas vozes sapientes já vieram a público dizer-se sempre ao lado de Queiróz, que tudo foi tática, que nunca tiveram dúvidas sobre o apuramento, e outras preciosidades que decerto ouviremos semana fora. Mas cá para mim, não duvido nada que esses senhores que se escutam por aí, escreveram dois discursos. Um se fizesse sol, como se fez, e outro, se fizesse chuva, não fosse o diabo...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Diálogos



W baixa o volume do rádio do carro e diz-me:

- Você viu a notícia daquela mulher embriagada que caiu na linha do Metro e se salvou?

- Vi sim, respondi, parecia um filme.

- Incrível, e viu aquela no carrinho de bebé?

- Ah sim, essa também vi, no início nem acredei... pensei que era montagem de imagens.

- É a mão de Deus, responde W muito sério, Ele salvou aquela mulher e o bebé.

- Quem sabe se é, respondo-lhe, mas Ele bem que podia também ter travado o comboio que matou aquele guarda-redes do Benfica, aquele que era alemão.

- Mas esse queria morrer, é diferente. E Deus fez-lhe a vontade, defende W.

- Mas sabes que, segundo consta, ele matou-se porque não conseguiu ultrapassar a morte de uma filha.

- É, foi isso.

- E quem lhe levou a filha?

E o W subiu o volume do rádio, calou-se, eu calei-me, pois não havia nada mais a falar sobre aquele assunto.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

desAcordo



Discordo do acordo ortográfico, desde que dele ouvi falar. Não lhe vejo utilidade, nem necessidade. Não me parece que dignifique a língua portuguesa, e não é porque eu seja de nacionalidade portuguesa, mas entendo que devemos seguir o lema do “ cada macaco no seu galho”, com respeito por todas as nações soberanas que a usam, a começar pela nossa. Que outros - países - alterem a seu gosto, e conveniência, a língua de Camões, é lá com eles, até podem elaborar dialectos. Mas na minha modesta opinião, a nossa língua faz parte de um conjunto de valores nacionais a conservar, já que a outros - valores - não o conseguimos.
Por isso continuarei a dizer acto em vez de ato, porque atar o sapato nada tem a ver com o verbo agir. Não por teimosia, mas a bem da minha língua, e do meu conceito do que está certo, e do que é uma espécie de algarviada tropical.
Continuarei adepto das diferenças, porque elas de facto existem. Assuma-se.
Penso que não sou o único a defender a diferença, outras vozes o contestam:

"Rio de Janeiro, Brasil, 12 Nov (Lusa) - Uma provocação ao Acordo Ortográfico, é assim que considera o escritor gaúcho Reginaldo Pujol Filho que acaba de organizar a antologia "Desacordo ortográfico", publicado pela Não Editora, a ser lançado dia 13 em Porto Alegre.
"A ideia do Acordo ortográfico de unificação não vai a favor da literatura", afirmou à Lusa o organizador do livro que reúne autores como os brasileiros Altair Martins, Luis Fernando Veríssimo, Manoel de Barros, Marcelino Freire, os portugueses Gonçalo M. Tavares, Patrícia Reis, João Pedro Mésseder, Luís Filipe Cristóvão, Patrícia Portela, os angolanos Ondjaki, Luandino Vieira, Pepetela, os moçambicanos Nelson Saúte, Rogério Manjate e a são tomense Olinda Beja.
É uma exaltação da diferença, caracteriza. O projecto do Desacordo não pretende opor-se ao Acordo, mas deseja provocar e valorizar as diferenças na língua portuguesa."

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tudo Muda II


Tudo Muda I




Afinal...
Eles crescem...

Os ratinhos e o Zé Ratão

No passado sábado a necessidade de adquirir um producto, levou-me a um grande espaço comercial. As lojas tradicionais que o vendiam fecharam. A alternativa é única, portanto. Já no seu interior, observo gente com ar vitorioso de carrinho de compras repleto de embrulhos de Natal, brinquedos. Porque agora os brinquedos compram-se no São Martinho, por causa dos talões, dos descontos, das promoções, e outras complicações.
Perde no meu talvez retrógado entender, o espírito natalíco, ganha o espírito consumista.

Na RTP 1 assisto a um discurso sobre os impulsos do consumidor - fala da culpa, da confiança, das reações do cérebro, e de repente sinto-me como um rato de laboratório, lembro-me das pessoas que avistara no dia anterior, e imagino-as roedores, com cauda e tudo. Da matéria televisiva apura-se que o consumidor, outrora cliente, tem de ser estudado, formatado, e instruído, a fim de dar o máximo rendimento, leia-se, deixar o maior volume de euros, a troco de uma duvidosa necessidade, ou quantas vezes, uma efémera e frustrante felicidade. Para isso, tal como no acasalamento entre animais, são criados os moldes de ambiente necessários - os que são visíveis e apelativos, e anular os aspectos nocivos, e aqui temos a fórmula em formato de cartão de crédito e seu respectivo plafond.

São os sinais dos nossos tempos, com particular adesão de Portugal, a uma total entrega da distribuição comercial aos mega grupos, em prejuízo do comércio tradicional que, segundo mentes iluminadas, são parte do garante de boa cobrança fiscal, bem como da saúde destes dependería a boa qualidade de vida, de cidades e seus bairros. Tal como numa Suécia, por exemplo.
Transbordei por isso, de felicidade quando descobri que, espante-se, o nosso Primeiro Ministro, num gesto de puro visionário, se manisfesta, na prática, um defensor do pequeno comércio, contrariando a até aqui, desenfreada poliferação de grandes espaços em terras de Viriato.
E vai daí que Sócrates figura entre um dos clientes com direito a destaque na montra e tudo, de uma loja tradicional. É detalhe mencionar que a loja em questão de chama Rodeo Drive, que não fica em Portugal, muito menos na CE, mas sim em Beverly Hills, LA, California. Outro detalhe será dizer que é das mais caras lojas, lá do bairro, e que cada cliente é atendido mediante marcação prévia, em privado, dispondo de uma legião de funcionários à disposição.
Porreiro pá!
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domingo, 15 de novembro de 2009

Um Pouco de História

15/11/2009
Seixal, Quinta da Fidalga
Fotos do Sputnick
História da Quinta - ver Wikipedia, vale a pena.
...