quinta-feira, 29 de setembro de 2011

homens e obras

Leio um pequeno apontamento numa revista, e relembro as palavras do meu avô - o Salazar vai deixar obra feita, estes, os comunas vão deixar o país na miséria. Bem, nem tanto ao mar nem tanto à terra. O apontamento referia que Salazar mandou recuperar e reconstruir muitos monumentos históricos, na determinação de preservação do património histórico, afinal, os testemunhos dos muitos anos deste país. Dois desses monumentos, coincidentemente, visitei-os no passado domingo - a Sé e o Castelo de São Jorge. Não pude deixar de pensar que, alargando o conceito de comuna, aos ditos, e à cambada dos outros partidos que se têm sentado em São Bento desde 1974, e julgando pelos exemplos dados desde essa data até hoje, que muito bem fez Salazar ao recuperar o Castelo, um dos ex-libris da cidade, porque estes de quem falo, certamente o venderiam aos bocados, e no espaço deixado, decerto se ergueria um mega-centro-comercial. Não que eu defenda o Oliveira Salazar, mas neste caso não existem opostos. Invocando novamente o meu saudoso avô - não é porque uma merda cheira menos a merda que outra, que deixa de ser merda.

Outono para que te quero

Definitivamente, um Outono com cheiros do seu início, temperado com pedaços, e que pedaços do Verão, é das melhores épocas do ano. A praia é só para mim, não tenho que gramar as conversas, as toalhas, os putos aos berros; o carro não fica lá cú de Judas; e até os 28 graus nem parecem tanto 28 graus. Aproveite-se, que não vai durar muito.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

a pérola do jardim


E eis que à boa maneira do portuguezinho alguns vêm por aí defender o personagem. Mas o tuga é assim, de coração mole. Não tivesse eu atravessado tempos de Oliveira Salazar, e iria estranhar tamanha falta de capacidade de análise. Os argumentos são básicos - a obra feita, e a tese do pobre coitado. Que o tipo, o insular, gastou mas fez obras que ali estão à vista de todos (mas não para o bem de todos, ou melhorando o parêntesis, apenas para o bem de alguns, ou muito poucos). Ou, que o tipo, o insular, é um puro (não cubano) e que se houveram desvios, estes foram efectuados pelos abutres que o circundam. A ele, ao insular. Esquecem-se as tristes almas que defendem o personagem, que o dinheirinho que os continentais mandaram para o insular, dava para construir um viaduto da ilha até ao continente. Esquecem-se os defensores deste suposto governante, que a ilha mesmo sendo pequena tem mais que uma região, é mais que o Funchal e arredores, para inglês ver. Que o digam as populações do interior, com décadas de privações, e atraso, agravados pelos flagelos de causa natural, como se não lhes bastasse de tanto mal, serem feudalizados, pelo senhor do costume. Deixa passar esta linda brincadeira... (cante-se em ritmo carioca, que o senhor AJJ gosta de requebrar)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

...nd life

Não sei se existe a reencarnação. Tão pouco sei se, a havê-la, podemos escolher o formato em que regressaremos ao mundo. A este mundo. Muito menos sei se, pelo menos podemos dizer ao que não queremos vir. Estas coisas ocultas, das crenças e das religiões, carecem de prova provada. A científica. Aquilo que o meu bisavô decerto apelidaria de bruxedo, hoje é dado adquirido e banal. Exemplos? O micro-ondas aquecer um copo de água em segundos, uma caixinha que desliga o tv à distância, um gajo a falar e a gesticular, aparentemente com ninguém, dentro do carro, e sem tirar as mãos do volante. Estas banalidades de hoje, que decerto arrancariam um vade retro satanás aos nossos antepassados, são dados adquiridos e imprescindíveis para as gentes de hoje. Contudo, no que acima se refere, o oculto, a coisa pia mais fino, porque a bem da verdade, do rigor da verdade, tudo são meras hipóteses, tudo são conjecturas, umas mais credíveis, outras totalmente absurdas, mas todas elas carecendo do factor essencial - a prova da sua existência. Um logro, portanto, pode concluir-se. Cabe-nos, por liberdade individual escolher acreditar, escolher no que, ou em quem acreditar, ter a tal fé. Ou... não. Sendo adepto do método São Tomé, não me privo, mesmo assim, de imaginar cenários improváveis, adepto que sou também de tudo o que é ficção, e neste caso particular, detive os meus pensamentos sobre a reencarnação, e vagueei. Imaginei que algures, num futuro, eu voltava aqui, à Terra, ao meu país, talvez com outro nome que não Portugal, e eu igualzinho ao que sou hoje, nada de orelhas à Dr.Spck. Bem talvez um pouco mais alto, e menos redondo. Encontrava as mesmas belezas naturais que sempre admirara em vida remota. O mesmo mar, os mesmos cheiros, os Outonos, os Verões, as Primaveras e os Invernos, tudo como eu tinha deixado. Imaginei acima de tudo, não encontrar esta cambada de fdp que me f... todos os dias, e me levam o dinheiro para pagar as dívidas que não contraí. Isso sim, seria sair do Inferno e voltar para o Paraíso.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

andei enganado

As mazelas deixadas nos meus membros inferiores, após incursão medieval, confirmaram-me que tenho andado enganado, desde que vejo filmes das épocas passadas. Eu e os outros. Quando observamos aquelas cenas, onde poderosos guerreiros, carregados com as suas vestes em malha de ferro, elmos, espadas, escudos e outros adornos de peso, tais como as botorras de cinco quilos cada, galgam os degraus dos castelos em ritmo de dois a dois, e em corrida, é tudo mentira. Porque os gajos eram mais atarracados que nós, e os degraus eram bem mais altos. E se subi-los e desce-los em traje confortável já custa, imagine-se enlatado... Eu sei que os moçoilos não comiam as porcarias que hoje temos de gramar, mas se me vestisse com aquela ferramenta toda, o mais certo era cair no primeiro passo que desse, sem recurso ao degrau, ou entalar internamente alguma saliência do meu corpo, em tão ferrosas vestes. Por isso aqui reafirmo - andei enganado. Encontro-me pois, em modo de descanso de guerreiro, a ganhar coragem para nova batalha, na capital das sete colinas. Até lá, vai-se pedalando para manter a capacidade de resistência.

domingo, 25 de setembro de 2011

Lisbon in

Muito me agradou e surpreendeu a minha velha Lisboa neste domingo. A abarrotar de turistas, por tudo quanto era lugar de obrigação turística, e que não se pense que apenas me quedei por vê-los no Castelo de São Jorge e Estufa Fria, locais que elegi para revisitar e fazer uns retratos. Eles, os estrangeiros polvilhavam pela Baixa, Chiado, Rossio, Restauradores, e imagino que nas zonas de Belém, e Jerónimos, o cenário seria igual. De repente julguei-me em Barcelona, de tanta lingua estranha e mesclada que escutei. Questiono-me - será porque o poder de compra deles lhes permite esta invasão; ou será porque tal como aqueles que vão a Cuba, antes que o camarada morra, querem ver o nosso país antes de este deixar de o ser; será porque estavam dois enormes paquetes atracados nos cais, que despejaram toda aquela gente. Que a minha linda Lisboa merece ser palminhada, não duvido, eles que venham, e encham os tantos locais que temos a merecer a visita, e o interesse, porque não fossem, eles, os turistas, e tudo estaria às moscas, porque o tuga, mesmo em crise, não larga as superfícies comerciais, mesmo em dias azuis como o de hoje, mesmo sem cheta para gastar. Bem, verdade seja dita que encontrei alguns lusitanos nas minhas voltinhas - pessoal do norte, carago.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

José Niza - o Adeus

Pedro Osório - O Beijo do Sol








Recebi um mail encaminhado, da autoria de Pedro Ósório, que assim diz:



"Caros amigos, acabei de me estrear a fazer e montar um video. É um video-clip sobre uma música de um disco meu que está para sair. Coloquei-o no Youtube e, como sabem, só acima de um certo número de visionamentos é que ele aparece nos motores de busca, peço-vos então que visitem este endereço http://www.youtube.com/watch?v=FyRUwKUigMo Talvez não se aborreçam e, se tal acontecer, por favor passem aos vossos amigos.


Aqui fica desde já o meu agradecimento.

Pedro Osório"

Não me aborreci, antes pelo contrário, adorei esta fusão de sabores musicais. O Pedro é um dos muito mal-amados da nossa boa música.
Num país onde até os valores musicais andam tão por baixo, veja-se o que passa nas tv's, aquelas coisas de cúduros e outras alarvidades, cabe a cada um de nós, fazer algo pela verdadeira música e pelos seus compositores de qualidade mundial, como o caso de, Pedro Osório. Aqui fica a minha divulgação.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

prazeres

Da esplanada do Taberna, onde tenho tocado todo o verão, não me tenho apenas deliciado com os por do sol, únicos, cada um diferente do outro. Tenho-me deliciado também com grandes noites de canções, com plateias fixas, outras mutantes, e acima de tudo em reencontros que não têm preço. Ontem foi mais uma noite dessas, uma daquelas que não devia ter acabado tão cedo, direi eu. Tão tarde, dirão as pacientes meninas que servem às mesas.

pinceladas

Que não se julgue que me desinteressei das lides bloguistas. Nada disso. A questão é que nos últimos dias, me tenho repartido entre trabalho, músicas e muitas pinturas. Literalmente, tenho passado os dias de pincel na mão. E foi até a tinta acabar!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Palmaníaco

Página em branco - já ouvi, soube bem, apesar de lembrar tema recente, mas ao Palma eu perdoo tudo. Venha de lá esse álbum, para escutar até saber tudo de cor e salteado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

das tentações

Afinal de contas, e com alguma surpresa interior, nem foi difícil resistir à tentação das ofertas do bar aberto, na unidade hoteleira onde me desloquei este fim de semana, a trabalho. E não se julgue que cobardemente lhe evitei a aproximação. Muito pelo contrário, lhe dediquei a devida atenção e por ali permaneci, bebericando o suminho de laranja, enquanto outros atacavam os martinis, os scotch, as aguardentes e os licores. Um pouco difícil, foi resistir à mousse de chocolate, na secção dos doces. mas nada que não se resolvesse com uns morangos. Agora é aguentar até ao São Martinho. Aí, vou pecar.



o buraco da Madeira

Os portugueses políticos dizem que nem é um grande buraco. Lá por fora dizem que é um grande buraco, e torcem o nariz, não vão haver outros buracos. Alberto Jardim diz que o buraco é fruto de boa causa. Existe até quem lhe admire o acto, de corajoso e abnegado que foi. Se um reles cidadão omitir um dado, uma facturinha que seja, mesmo que invocando a boa causa, é acusado de fraude, de lesar o estado, e leva com uma coima, da qual nunca mais se endireita.


Mas um buraco é um buraco. Por isso tem de ser tapato, disfarçado, dissimulado, nem que seja porque os de fora dizem que é grave. O buraco. Por isso das duas uma, ou vamos pagá-lo nós, como estamos a pagar o BPN e os submarinos, ou o governo tem de dar uma barrela de Cuprinol ao Alberto. Porque sabemos de longa data, que o Cuprinol é muito bom para matar o bicho, da madeira.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

tentações

Até agora tudo bem com o virar da página. Também pudera, só passaram cinco dias, e resultados com fundamento só lá para a próxima Primavera. Antes disso não há legitimidade para reclamar sucessos. As tentações não têm acontecido, dado que me tenho remetido a rotinas caseiras. Uma prova de resistência às tentações vai ser neste fim de semana, porque nas músicas sempre há alguém que oferece uma bebida ao músico, porque se lhe dedicou um tema, e a ordem tem de ser H2O. A somar dois dias em terras dos Templários, em evento de bar aberto, é caso para pedir aos anjinhos - livrai-me da tentação.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

virar a página

Tomar a decisão de cortar com velhos e desaconselhados hábitos de alimentação, nem custa. Custa mesmo é manter, naturalmente, sem sacrifício, a mudança. Não sou muito crente de regimes radicais e temporários, o resultado, na maior parte das vezes é o de ser pior a emenda que o soneto. Apenas haverão resultados duradouros, se se assumir que uma vez virada a página, não poderá haver retrocesso, um pouco na linha de, quando se termina uma relação. Por isso não estou numa de dar um tempo. Assumi, e espero orgulhar-me por isso, pois constituirá uma vitória pessoal, um novo modo de abrir a boca, e claro, pedalar, pedalar, que faz bem, e dá muito prazer. A ver vamos.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

a mão que embala o berço

A avó entra no estabelecimento, e espera a sou vez de ser atendida. Pouco depois chegam duas das três netas, a mais velha com cerca de onze anos, a pequenina ainda no carrinho de bebé, aparentando perto de um ano. Chegada a vez da avó, esta começa a ser atendida, e lá da rua escuta-se - ah, vocês estão aqui, e eu à vossa procura por todo o lado... Era o avô. Quem presenciou a entrada deste avô não pode deixar de notar o rosto incomodado da avó, como que a prever o que aconteceu de seguida - o avô no meio de olás, olha quem está aqui, é o avô acaricia a criança, entre as pernas, suscitando o grito de indignação de quem presenciou este acto, e adivinhando outros - você não presta para nada. Ele gargalhou. A avô concordou - ele não presta mesmo.

13/09/2011

Desta vez é que vai ser. Um pouco de ordem na boca. Adeus Famous Grouse com duas pedrinhas de gelo...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

dos Regressos

Diz-se que não se é feliz duas vezes no mesmo lugar. Mentira. Se quem diga ou concorde, não o foi, ou não conseguiu ser, é uma coisa, contudo, o desaire não pressupõe a impossibilidade generalizada. Contudo, também, regressar aos locais onde já fomos felizes, não implica a felicidade garantida. Agir assumindo o regresso em modo reiniciar ou reset é o melhor método, pois deixa-nos fora do perigoso campo das comparações, que conduz certamente à decepção e ao tédio. Sendo certo que nada se repete, é saudável estarmos abertos ao fascínio de tudo o que o futuro nos pode proporcionar. É por isso que os meus regressos, sejam a locais, ou às pessoas, não se quedam na mera observação deja vu mas sempre na agradável busca do desconhecido. Porque o mundo pula, e avança.

o papel do papel no chão

Recebeu o talão da caixa multibanco, olhou-o com ar resignado, depois muda-se-lhe o semblante e irado, rasga-o, faz com ele uma bola e manda-o para o chão. Sabendo-se observado pelos restantes presentes em fila indiana, e adivinhando as reprimendas contidas, desabafa - se não tenho dinheiro, nem os meus filhos vão ter um futuro limpo, não tenho nada de ser certinho. Mando os papeis para o chão cada vez que me apetecer, ouviram? E com estas palavras se foi, deixando os ouvintes entre o consenso e a censura.
Em certa medida, e não sabendo do possível desespero deste homem anónimo, não deixo de o entender. Afinal pedem-nos para sermos honestos, para pagarmos as nossas continhas, para pouparmos na água, na energia, para sermos ecológicos, para não poluirmos, não fazermos lixo, para deixarmos a mais pequena pegada ecológica, e tudo isto em nome de uma melhor sociedade, de um melhor mundo, para os nossos filhos. Mas... que futuro dos filhos? Quando os nossos filhos apenas podem aspirar a um futuro incerto, porque nem as condições mínimas de dignidade de vida lhes são garantidas? Porque têm os nossos filhos de aspirar um mundo limpinho e higiénico para os seus filhos, quando filhos decerto não terão, porque aqueles que deveriam cuidar desse equilíbrio nos poluíram muito mais que o globo, minaram a nossa alma e esvaziaram os nossos bolsos?
O homem que deitou o papel para o chão decerto terá motivos para expressar a sua indignação e revolta, muito para além de um mero acto de não civismo. Na medida em que as pessoas deixarem de ter condições mínimas de sobrevivência aumentarão os papeis no chão. E tal como se pede que os ricos que paguem a crise, não deixa de ser legítimo exigir-lhes que sejam eles a varrer o lixo que por aí virá.

sábado, 10 de setembro de 2011

Mais uma pérola

Meio ensonado ligo a tv, na RTP1, canal que divulga pequenas lições de como falar em bom Português, surpreende-me com esta pérola, hoje lecionada por ilustre treinador e famoso clube lisboeta: agente não vamos respeitar o Guimarães porque ganhou ao Nacional, vamos-o [vâmzú] respeitar ...

Resumindo, à luz de um novo acordo ortográfico, ainda mais novo que o novo, em vez de: nós não vamos respeitar .... vamos respeita-lo(s) deve pronunciar-se agente e vamos-o.

Assim se fala em bom português.



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

...

Por aqui manifestei o meu pesar, no dia 29 do mês passado, pela partida de uma pessoa que decidira terminar a sua vida uns meses antes. Foram e têm sido muitos os momentos em que revejo o olhar da S, pleno de vida. O meu porquê não encontra resposta nem por amigo amigo comum que acaba de me dizer que a forma escolhida para o acto, foi jogar-se da falésia do Cabo Espichel dentro do seu carro. Uns dizem que é um acto de coragem, outros, que de cobardia. Eu apenas busco uma resposta, que aqueles olhos me dão a ilusão de querer responder.

Magalhães

Quando se vai para uma praia onde o pessoal está todo ao molho, um dos maus resultados, é termos de gramar as conversas dos vizinhos. Ontem Galápos estava assim a abarrotar. E porque cheia estava a maré, estava tudo aconchegadinho. Mesmo acima da minha toalha, um grupo de rapazes adolescentes falava de forma despreocupada e bem audível, sobre a vida sexual de algumas "pitinhas". Pelo que escutei, a "pitinha" tem idade compreendida entre os onze e os treze anos, apresentando como caractarística a fase do abandono da infância. Apurei pois, que a ser verdade o relatado, uma das primeiras precauções de qualquer pai (e mãe) de uma jovem nestas idades é prevenir o uso da pílula. Tudo isto, ou quase tudo isto, graças ao uso da internet. E porque tudo tem um começo, esta escola começa desde que a criança, mais tarde "pitinha" começa a nevegar. Atentem-se os pais deste mundo. O Nodi já era. E as fronteiras convencionadas entre as transições criança-adolescente-mulher, deixaram de ser como eram, assim como que uma espécie de espaço Schengen.

reencontros

Os três meninos à esquerda, na foto acima, reuniram-se pela segunda vez em trinta anos, nas duas últimas noites. Sendo o ponto alto, uma espécie de mini-concerto-ensaio, lá no cantinho das violas. Há que realçar também os momentos de cavaqueira, onde se recordaram os palcos, os concertos, os colegas, os colaboradores, as maluquices de uma aventura que teve, reconhecemos todos, um fim precipitado. De rescaldo fica a felicidade porque aconteceu, fica a vontade de mais, e a convicção de que se pode fazer acontecer algo no futuro. Assim exista vontade, e porque a malta é cinquentona, saúde. Que se repitam os festejos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

concertos

Tenho andado um bocado revivalista dos concertos que vi, desde que a eles tive acesso, e como que a puxar o fio à meada, fui-me tentando relembrar de todos aos que assisti, dos momentos, aventuras, datas, com quem fui, não incluindo os de artistas ou bandas nacionais, isso fica para outras memórias. Certamente que me faltarão alguns, mas surpreendentemente deu-me um rol que não fazia ideia de ser tão extenso. Fica-me o lamento de não ter aqui incluído, os Queen, e o desejo de um dia acrescentar os Muse. Aqui vai:

em inglês:
ACDC
Atomic Rooster
Barcklays James Harvest
BB King
Bryan Adams
Camel
David Bowie
Def Leppard
Dexis Midnight Runners
Dire Straits
Doctor Feelgood
Genesis
Gary Moore
Ian Dury
Ian Gilan
Iggy Pop
James Brown
Joe Satriani
King Crimson
Lene Lovich
Lloyd Cole & Comotions
Lou Reed
Mike Oldfield
Nina Hagen
Peter Gabriel
Pink Floyd
Police
Propaganda
Rainbow
Rod Stewart
Rory Gallagher
Roxy Music
Santana
Scorpions
String Driven Thing
Supertramp
Tina Turner
Tubes
Whitesnake
Yes
do país irmão:
Ana Carolina
Elba Ramalho
Caetano Veloso
Chico Buarque
Djavan
Gal Costa
Nara Leão
Ney Matogrosso
Simone

equilíbrios e Santos

A cada dia que passa, me capacito mais de que há que garantir um equilíbrio emocional saudável, pois desse equilíbrio depende a estabilidade necessária para fazer frente aos desafios que se adivinham virem por aí. Se alguns desvalorizam, afirmando ser esta nossa crise, coisa passageira, outros existem, quase profetizando as maiores desgraças. Encontro-me ali algures pelo meio, sem pessimismo que me derrube, nem optimismo que me anime assim por dá cá aquela palha. Há que ser um pouco como São Tomé, bem como há que fazer muita atenção aos números e suas leituras, e assim as deduções lógicas, e as previsões terão o seu quê de acertado. Como receita, assim como que uma espécie de calmante, e porque, São Pedro nos parece brindar com o Verão que faltou este ano, me preparo para uma noite de cantigas, esta noite, a ver o mar, com por do sol incluído, onde espero rever um companheiro das estradas musicais, seguindo-se uma folga apetecida para o dia de amanhã. Com isto, não resolvo nenhuma crise, mas fortaleço-me um pouco para aguentar as porradas que a filha da puta teima em me dar. Porque os meus sensores me dizem que com o Outono e seus trovões, virão mais medidas troikianas que tirarão o sorriso até ao mais optimista ou distraído portuga. Que nos valha Santa Bárbara e todos os santinhos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

motoqueiros vc Motards

No passado domingo deambulei pela vila de Cascais, com as obrigatórias incursões ao Guincho e à Boca do Inferno. Gostei muito de rever todos os locais, há muito não visitados. Irritantes foram as moscas na esplanada, e acima de tudo os motoqueiros da Linha, que por motivo que desconheço, usaram e abusaram dos seus aceleradores nas suas passagens a 20 à hora pelas ruas da vila. Não sei se é algum complexo de potência que esta gente tem, mas que eles têm um problema lá isso têm, os motoqueiros da Linha, porque os motards são gente civilizada, e certamente não necessitada de exibir a sua potência num punho de uma mota, produzindo apenas... ruído.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Land Rover Defender


não gosto




gosto

A tradição não será o que era. O novo Defender vai ser um Land Rover amaricado, e com tiques de SUV, totalmente despojado do traço que despertou paixões durante cinco décadas.




preconceito ou conservador?

As salas de espera - e algumas sanitas - são o meu local de contacto físico com as revistas cor de rosa. Numa delas leio um pequeno comentário "Elton John e o seu marido". Por mais anos que viva, por mais anos de conhecimento das preferências sexuais do autor de Your Song , nunca me vou acostumar a estas modernices, de tempos ancestrais. É que embora na prática não exista qualquer diferença, uma coisa é sê-lo, outra coisa é sê-lo e exibi-lo, por mais que se invoque o direito à liberdade de escolha, e de modo de vida. Pois quando se necessita de fazer publicidade à felicidade, é porque a mesma está ou é doente.

baby day

Começou bem o meu dia de aniversário, precisamente à meia-noite em ponto, quando, estando a tocar, um grupo de amigos se levanta e começa a cantar-me os parabéns. O resultado foi o contágio a todos os presentes na esplanada, que, conhecidos ou não, se juntaram ao coro. Some-se a isto, um bolo oferecido por mão amiga, e caipirinhas com fartura, e a festa prolongou-se até às duas. Como diz a minha t-shirt com um Homer Simpson - never old to rock.


sábado, 3 de setembro de 2011

foi bonita a Festa, pá!

Dizem que não há festa como esta. E não há. Pelo menos no rectângulo, Portugal. Conheço-as através do anos, desde a primeira. Atravessei os caminhos da Fil, do Jamor, Ajuda, Loures, até o Avante estacionar de vez na Atalaia. E digo com algum desalento, a Festa é o espelho do partido que a promove - não evoluiu. Dirão os camaradas que é mesmo assim, que faz parte de ser a linha dura, a mesma linha que intitulava a RDA como um paraíso. Não obstante a estagnação do modelo de Festa, o que apenas tem a ver com a liberdade de escolha dos seus duros organizadores, o que me faz mesmo confusão - sempre fez - é a promiscuidade que continua a existir, e que ainda hoje assisti, no aglomerado de tendas de campismo instaladas dentro do recinto da Festa, onde tudo ao molho convivia em triste comunhão - as ressacas, os já empiélados, as ganzas cujo cheiro é inconfundível, as garrafas vazias amontoadas, junto com as crianças, os cotas mais velhos que eu, tudo na mesma panela. Este tipo de convívio à woodstock já era, camaradas. E mais, a um partido que se reclama defensor dos direitos das pessoas, cabe-lhe em rigor da coerência, e da pedagogia, não permitir estes cenários, que já fazem, tristemente, parte da colecção de bandeiras da Festa, tal como a Carvalhesa. Fingir que estas situações não se passam dentro do perímetro da Festa, só ensombra tudo o resto e de bom que se vive nestes três dias, por mais que o digam não ser. Não fazer nada para mudar a situação, tem contornos de tolerância ao modo-bordel. Fazer alguma coisa teria efeitos devastadores na venda de EP's, contudo, decerto atrairía outro tipo de visitantes à Festa dado o seu inegável valor cultural.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ricardo Carvalho - O DRAMA

Disse que foi desrespeitado e ala que lá vai ele. Num país onde aquilo que mais acontece é o desrespeito por coisas sérias, RC amuou e foi-se embora. Não direi que é desertor, mas no mínimo é mimado e infantil. RC que até aqui tinha tido uma conduta exemplar, fora das quatro linhas, porque dentro, já o sabemos, é-o de igual forma, deu um exemplo que não se deve dar. Porque é suposto ser responsável pela sua escolha de defender a Selecção do seu país, ao ser escolhido. Não se discute aqui se a alegada decisão do selecionador está correcta, mas sim uma birra do tipo - se o jogo não é como eu quero, então não jogo. Uma equipa, não tem lugares cativos, RC devia saber isso. Num momento em que todos os portugueses que verdadeiramente trabalham são desrespeitados, violados, saqueados, devedores de débitos que não contraíram, uma figura mediática como RC, devia no mínimo aguentar caladinho, deixar acontecer o jogo, e mais tarde entender-se com o treinador, se for esse o caso. A atitude tomada tem um quê de arrogância - não preciso disto para nada, sou o xpto do Real, misturada com um sabor de derrota pessoal, porque RC desistiu, sem ter ido a jogo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

La Bohème



Et voilá, hoje o post é dedicado à mamã. Bem! Podemos incluir por aqui outras mamãs. O coração é grande. E dedico-o também, afinal ao que devia ser tão óbvio, como obrigatório será pedirmos um big-mack e um sumo, pagarmos, e, recebermos um big-mack e um sumo... Explico, ao fim de umas quantas cruzadas nas urgências do hospital, alguém rompeu com as novas normas de contenção e decidiu internar a pessoa minha mãe com o comentário genial - mas como é a senhora se deixou ficar neste estado. Partindo do princípio que todos erram, dispenso aqui, e desde já, o uso de um pano encharcado nas trombas daqueles que, se borrifaram nas suas responsabilidades. Ultrapassados falhas de palmatória, tais como a tentativa de ministrar a medicação errada e outro erro de identificação que quase valeu uma espécie de extraditação de Almada para o Barreiro, o saldo, por agora é mais que positivo - a mamã está a ser tratada, Viva! Até já está melhor, Viva!! Está numa enfermaria, recatada, e com vista para a Arrábida, Viva!!! E por isso, porque o atendimento ao qual tem direito, como ser humano e como contribuinte desde jovem, lhe foi prestado, mesmo que à laia de esmola, e tirado a ferros, sinto-me aliviado. Daqui lhe dedico um tema que sei ser dos que mais gosta. Porque não são só as mães que sabem tudo sobre os filhos. Os filhos, também podem, e devem saber tudo sobre os seus pais. Se não for tudo, que seja alguma coisa, e que essa alguma coisa seja relevante. A toi.