sábado, 30 de janeiro de 2010

Verde e Azul

Exercito a necessidade de ficar a sós comigo mesmo, pois quando estou comigo mesmo, penso, decido, reflito, concluo, avanço, recuo, com a privacidade que se requer. Esta necessidade junta com a necessidade de inundar os sentidos de verde e da azul, é programada após noite em que o corpo pede mais duas horas de sono, mas quem te manda deitar tarde? As necessidades clamam, exigem, e o dia está aí, para usar, e não dado a desperdícios. Afinal hoje é sábado. Não esqueças a música a condizer com o momento, o impermeável, e um termo com café quente, e claro, a Silent para uns acordes, quem sabe a inspiração vem, que no meio do verde tudo tem um sabor mais que divino. Em instantes tudo ficou para trás, sou eu, os meus pensamentos, e o verde, o muito verde, e uma vez fora do carro, sou eu, e a passarada. É o imenso banho de natureza, que me vai lavando a alma, e me dá as claras imagens que busco, respostas afinal, tão simples que fluem naturalmente, porque afinal estou no seu meio, do natural, a natureza. E no meio dela eu funciono bem. Encontro-me. Não fora o cordão umbilical chamado telemóvel, e estaria do verde, ao azul em minutos, mas o dito cujo tocou, e o azul terá de esperar. Pouco. Do verde, ficam as imagens que não espelham nem de perto o real, nem captam os cheiros, os sons, e aquele frio saboroso que se sente na ponta do nariz.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Do Avatar à falta de Pimenta


As conversas, diz-se, e muito bem, são como as cerejas, e a nossa corrente de pensamentos também. Daí que, como numa espécie de linha contínua cheguei à conclusão que a mensagem do filme Avatar, visto ontem pela primeira vez, em matinée feita escapadinha ao trabalho, tem a ver com a falta da Pimenta lá em casa.
Com efeito, para quem viu este fabuloso filme, uma das mensagens implícitas, é a de que o bicho-homem é o maior predador que se conhece. Certo, mas o que isso tem a ver com a falta de pimenta lá em casa? Simples - ontem, armado em Ratatui quis fazer uns bifes como mostram no anúncio dos caldos Knorr, e lá vou eu em busca dos ingredientes, após tirar os óculos 3D, não ao Pingo Doce, ao qual declarei guerra, porque não suporto aqueles anúncios melosos, mas sim ao Continente, dado que estava no perímetro. Chegado a casa, faltava-me um ingrediente que não dispenso nos bifes. Esquecera-me da pimenta em grãos, daquelas de moer na hora. Saio em fato-de-treino-quase-pijama, ao mini-mercado ali perto, e nada. Volto a casa, pego na biciclete e lá vou eu ao próximo que conheço, mas... fechado. Em definitivo. Fechou. Faliu. Acabou. Dos restantes que conhecia, constou-me que já tinham fechado também. Rendido, volto a casa, visto-me com aspecto decente qb, pego no veículo, e lá vou eu, enfrentar o trânsito, para ir comprar a dita pimenta, num... hiper-mercado, perto de si.
Pelo caminho, pensava com os botões, que os predadores são como os eucaliptos, secam tudo à volta. Sonae, Auchan, Jerónimo Martins, têm conseguido dizimar aqueles aos quais, os políticos dizem proteger - o comércio local. Só quem não conheça a harmonia e a beleza do comércio local por essa Europa fora, não entenderá aquilo que digo.
Após os bifinhos, nada melhor do dar sequência à saga, e assistir ao Apocalipto. Tem tudo a ver.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A V A T A R



Como tudo o que é muito bom, se deve repetir, caso se possa, aqui está um bom exemplo.
Avassalador.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Yes, Lula can !!!!


Quem não chora...


V é Assistente Social, divorciada, com dois filhos, acumula com alguma ajuda da mãe, as tarefas de dona de casa, chefe de família como pode, dividindo-se aqui, multiplicando-se acolá. Não tem sequer quarenta anos, mas aparenta-os, queixa-se que ganha pouco para o trabalho e responsabilidade que tem. Por vezes seguem-na até casa. Por vezes ameaçam-na, sempre pelos mesmo motivos – ela tem de conseguir o que lhe pedem. Exigem.
V, há uns dias, subiu ao nono piso de um prédio, acompanhada da colega. O casal residente, reclama à Assistência Social uma mobília de quarto, pois dormem no chão, com a filhita pequenina, e ainda por cima a esposa sofre da coluna. Os pais da esposa até já tinham feito um pequeno escândalo lá na AS, porque ai deles se a filha fica paralítica, que matam e esfolam. V toca inúmeras vezes à campainha, e nada, pois lá dentro do apartamento a batida mais parece que estamos na movida em Marbella. Após uma pausa nas batidas, a porta lá se abre. O esposo, rapaz de uns 25 anos, mal encarado pergunta de mau humor, o que é que querem? V, enquanto vislumbra na sala, a esposa a dançar ao ritmo quente dos decibéis, responde timidamente, exibindo o seu cartão de identificação – sou a Dta V, vimos por causa de… o rapaz esposo, nem a deixa terminar, e grita para a rapariga esposa, apaga essa m…., está aqui a doutora da mobília. Como se de um anti-milagre se tratasse, a jovem esposa, deixa de se contorcer ao compasso musical, desliga o som, e passa a contorcer-se das malditas dores que não a largam, não a deixam dormir, nem a ela nem à menina, coitadinha, nem ao marido esposo, que tem de garantir o sustento a vender na feira. E de caminho, V é convidada a ir ao aposento-quarto, que apenas apresenta um reles colchão no chão, e roupas, ao monte, também elas espalhadas pelo chão. Segue-se o inquérito – o plasma e o potente som, os sofás em pele, os móveis todos em mármore e espelhos, os electrodomésticos de cozinha todos cinzentos, são da senhoria, que alugou a casa assim…mas nada de mobília de quarto. Carro? Não têm. Existe um Mercedes à porta, que eles usam, mas é de um tio, tão tio que eles nem sabem precisar se dele ou dela. Os ouros, pendurados no corpo? Tudo imitação, que nos mercados vende-se muita imitação daquelas, imagine-se terem ouro e não terem uma cama... Nada daqueles bens lhes pertencem portanto. São um jovem casal, em que só ele trabalha para a menina não passar fome.
V cumpriu a sua parte, escreve o que tem que escrever, e sai do edifício. Antes de entrarem no carro V e a colega, ainda são abordadas pela suposta mãe de um deles, em tom de ameaça. Semanas mais tarde, V sabe que o pedido foi concedido. V sabe que é assim, que os que mais pedem mais mamam, bem como sabe que as verbas são rapidamente esgotadas nestes casos, e que os verdadeiramente necessitados, não levam nada. O Governo faz a sua parte, e o seu discurso. Os que berram, e ameaçam ficam com o bolo, e os outros, ou ficam com nada, ou fazem como a V, que acaba de comprar uma mobília, a prestações. Suaves.

Os factos e pessoas relatados são pura ficção.
Qualquer coincidência com o que se passa em Portugal é pura coincidência.
Se disserem que sou amigo da V e ela me contou tudo isto, ontem, entre duas bicas e um pastel de nata, eu nego.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dia dos Namorados

Sei que ainda faltam mais de duas semanas, mas mesmo que não queira pensar no assunto, ele, o assunto, aborda-me. Vem aí o dia 14/02!!!! O dia dos namorados. O dia em que no seio dos casalinhos tem de haver um mimo, uma prenda, um jantar. Mas tem porque carga d'água? Por acaso o amor obedece a marcação, como se de uma consulta se tratasse? Catalogar o amor, por data, por praxe, por normas, é no mínimo falso. E quem alinha nesse tipo de onda, é pacóvio. O amor não pode ter dia nem hora nem métodos de procedimento. Está, pelo contrário longe de tudo isso, quer-se íntimo, imaginativo, fluente, expontâneo, que ferva e faça ferver, que surpreenda e incendeie, e que se repita, inovando ou não, porque é bom, muito bom, e quando assim é, a vontade nunca se esgota.


Por mim, sei o que faria num qualquer dia dos namorados, mas pelo calendário e porque há que saciar os pacóvios, estou antecipadamente a trabalhar numa ementa musical, sob encomenda claro, para o dito dia, a qual, junto com a ementa gastronómica, que imagino tenha pseudo-condimentos afrodisíacos, fará as delícias dos tristes sem imaginação que já vão efectuando as suas reservas. Venham eles.

Para não falar nas sugestões publicitárias, que sugerem a oferta de um electrodoméstico. Hugggg....com licença que vou ali vomitar.

Parabéns, Parabéns, Parabéns !



Tantas vezes quanto possível, é bom olharmos para o que vai aqui pelo nosso pobre país, e descobrir efémeros momentos de algum orgulho, de tão parcos que são os motivos que temos.

Estão de parabéns três grandes portugueses, que, se não o são, deveriam ser motivo da tal pontinha para todos nós. Pontos em cumum? No mínimo dois, tugas e amantes do futebol. A saber:


Eusébio que ontem festejou o seu aniversário num ambiente soberbo, em palco soberbo, e aí tiro o meu chapéu, pois o que se viu ontem só mesmo no Estádio da Luz. Até gostei da águia. Eusébio é mais que Portugal. Em outros tempos, Eusébio bem como Amália foram o nosso cartão de visita, as pessoas conheciam primeiro o seu nome e só depois descobriam que existia um país de nome, Portugal.


Hoje, está de parabéns o polémico mas eficiente treinador José Mourinho. Não existam dúvidas quanto às capacidades do homem, pois não se treina em Inglaterra e na Itália, sem se ter verdadeiros atributos. Mourinho mostra-nos de que fibra é feito um treinador, ao mesmo tempo que nos revela fraudes como Scolari. Os jogos jogam-se com táticas, e não com santinhas e bandeirinhas nas janelas. Espero um dia vê-lo a comandar a nossa selecção. Merecemos todos.


Está também a festejar, hoje, um dos maiores cirurgiões do mundo, Eduardo Barroso, homem de grande coração, salva-vidas, corajoso, frontal, adepto dos prazeres simples, e escreve-os. Claro que um Homem deste tamanho, só podia ser de um clube - SCP. Fanático. Assumido.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Já cá mora!!!

É menina.
Hoje vou dedicar-me a ela.
Saboreá-la. Senti-la.
Estou ansioso, tal como da primeira vez.

domingo, 24 de janeiro de 2010

gente IKEA

Trimmmm!!
Então o que se faz?
Olha, estou a fazer uma pequena estante com prateleiras.
Uma quê? Mas tu sabes fazer disso? A um domingo???
Sei sim e daí?
Domingo é para passear pá, para desopilar...
E quem te disse que não o fiz? já cá cantam romarias a quatro praias, uma peregrinação ao Cabo e uma valente caminhada ao pontão de Sesimbra, ahh, e fui cedinho à praça comprar peixinho para fazer uma muqueca, logo à noite.
Deves estar cansado, com isso tudo. Já não tens 40...
Nem 50, mas sabes, canso-me é de semana, e cansava-me de mim se não vivesse o domingo como me dá na bolha, e por isso estou aqui de lápis na orelha e serrote na mão.
Mas para que queres tu uma estante?
Para arrumar os livros, cd's e dvd'd que vão crescendo cá em casa.
E não podias comprar uma já feita?
Não.
Porquê?
Porque me dá um gosto especial fazer o que sei, nem que fique um pouco tosco. Quando olhar para ela, sabe-me bem saber que fui eu que a fiz. Entendes?
Não. Nunca te hei-de entender.
Eu sei.
Se fosse comigo ía direitinha ao IKEA.
Ei sei.
Sabes?
Sei sim, porque te entendo. E a muqueca, és servida?
Não sei se dá, depois mando-te um SMS, e se for, levo o vinho.
Pode ser. Um Bacalhoa, que a malta aqui bebe qualquer coisa.
Click!

Lugares

Porque o que é bom e nos faz bem, merece uma jura de eterna fidelidade.
...
Meco, Cabo Espichel, Sesimbra, não são só destinos possíveis.
..
São afectos de estimação.
.






Ele é Carioca

Estou em relação aberta e dedicada este livro que, para além de incluír a cronologia das letras das canções do Chico, vai narrando detalhes interessantes sobre as composições, pois toda a canção digna desse nome, tem uma história por trás. E as do Chico têm-nas. Todas. Várias histórias até, que mostram o génio envergonhado, revelam o coração desmedido na partilha da música, pois não sendo a música um desporto, não tem de haver vencedores. Chico Buarque, é um dos pilares da MPB, que infuenciou toda uma geração, e continua a sensibilizar quem de bom gosto. É um homem de visão ampla, sem visão tacanha, e por isso um dos motivos, talvez de Portugal lhe ser particularmente querido, e em fase de 25 de Abril, até cantado. Estará sempre ligado às causas que em tempos defendeu nas canções que escreveu, cantou e deu a cantar.
Na minha mui modesta opinião, tal como a mulher tem o seu período fértil, Chico Buarque teve-o, no auge, em determinada época, movido pela censura política, a qual ele sábiamente provocava, na sua aparente timidez.

Este grande Carioca, é, quem certamente, estando no lado masculino mais sente o que sente o lado mulher, e sabe todos os pequenos detalhes e afluentes, que a levam aos pés do Homem que com sabedoria está antecipadanete aos pés dessa Mulher.

...

"O meu amor tem um jeito manso que é só seu, e que me deixa louca, quando me beija a boca

a minha pele fica toda arrepiada, e me beija com calma e fundo, até minh'alma se sentir beijada

o meu amor tem um jeito manso que é só seu, que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos

com tantos segredos lindos e indecentes

depois brica comigo, ri do meu umbigo e me crava os dentes

eu sou sua menina viu? ele é o meu rapaz, meu corpo é testemulha do bem que ele me faz

o meu amor tem um jeito manso que é só seu, de me deixar maluca quando me roça a nuca

e quase me machuca com a barba mal feita, e de pousar as coxas entre as minhas coxas

quando ele se deita

o meu amor tem um jeito manso que é só seu, de me fazer rodeios, de me beijar os seios

me beijar o ventre e me deixar em brasa, desfrufa do meu corpo

como se o meu corpo fosse a sua casa"

sábado, 23 de janeiro de 2010

Que las hay hay...

Existem momentos na vida de cada pessoa, creio, em que esta por motivos de ordem vária visita o seu passado em pensamentos. Não sou saudosista nem me considero nostálgico, mas por vezes sabe-me bem saborear os meus retalhos do passado, arrumadinho nas gavetas do meu armário de recordações. Ontem foi um dos dias em que por via de um cd antigo recuei a uma dessas gavetas, e deixei-a semi-aberta no resto do dia, até que noite dentro, em grande noite de canções reencontro alguém na assistência, que morou nessa gaveta.
Gosto particularmente da Capital, ao fim de semana, fica leve, tranquila, o trânsito flui. Afazeres profissionais levaram-me pela manhã a Lisboa. Peço ao meu filho para introduzir o endereço no GPS e lá fomos nós. Perto, bem perto do destino, exclamo - estamos perto da casa onde morou o avô, qual é o nome da rua? A resposta, abriu-me outra gaveta, era mesmo a rua. Aquela onde anos e anos, o meu pai foi um homem muito feliz.
Hoje estou com duas gavetas semi-abertas, diz-se que não há duas sem três.
A ver vamos.

Melhor da Semana


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Serão de Domingo

Estou expectante quanto ao serão de domingo, e claro que prevejo que o momento alto será o Ídolos.
A próxima eliminatória será uma final antecipada, com uma réstia de esperança para que os propósitos que são anunciados sejam cumpridos, sem jogos de palavras, influências e truques de bastidores. Sei que estou a ser sonhador, mas em parte sonho com estes pequenos-grandes artistas, que não obstante as quase agressões do chamado júri, se vão aguentado como podem, revelando um profissionalismo digno de quem tem muito traquejo e talento.
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Dos Artistas:
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Carlos é sem dúvida o mais pop, capaz misturar estilos que nada têm a ver uns com os outros, com uma aparente facilidade. Tem uma afinação fantástica, e um visual cativante. Não creio que venha a ganhar, dado o peso da concorrência, e dado também a algum preconceito meio camuflado de algum júri, que julgo, passa para quem telefona. Ficaria, para mim, em 3º ou 4º.
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Diana é a concorrente mais competente. Tem mais idade, mais experiência, e muitos quilometros de estrada musical. Está como peixinho na água no palco, e com a banda, ora agressiva, ora melosa, e com uma voz que vez ou outra naquela rouquidão à Janis Joplin actua directamente nos sentidos. Tem presença e é sexy qb, porque isso também conta. Embora não precise, está um pouco ao colo do júri, aquela do momento E depois do Adeus ser "o momento", foi descarada. É uma provável vencedora.
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Filipe seria de longe a minha aposta. É um diamante por lapidar, e não duvido que sendo vencedor sairia de Londres como um verdadeiro caso sério no panorama internacional, arrisco.
O Filipe é o único concorrente que posso escutar sem ver a imagem, e descobrir que é ele. Esse cunho faz toda a diferença, dele para os restantes. Seria o indiscutivel vencedor, não fossem as manobras do sistema. Mas ainda tenho esperança, embora não acredite na imparcialidade das votações. E diz o mulherio que é giro que se farta.
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Inês é no momento a candidata a saír. Tem muita doçura, uma originalidade extrema, e creio que se não desistir, poderá criar uma figura muito original no nosso nicho musical. Porém, denota algumas falhas, que numa recta final não são toleráveis. Já devia ter saído no último programa.
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Solange faz lembrar a lagarta que vira borboleta. Tem uma presença que esbanja a sensualidade das suas gentes, é bonita, simples e canta bem. Muito bem. Creio que um tema da Cher lhe cairía como uma luva. Tem sido traída pelos nervos, e por algumas preciosidades do júri. Alguns lapsos não são de maneira nenhuma desafinar ou estar fora de tom, e eles sabem disso. Ser engolida pela banda, tem muito que se lhe diga, e eles também o sabem. De resto, a Solange tem condições para uma muito honrosa 3ªposição, e não deveria culpar-se. Talvez se visse no YouTube a versão que o Rui Veloso fez do tema do Zeca - a morte saiu à rua, a Solange confiasse mais nos seus dotes.
...
A ver vamos.

Reino Animal

Ossos do ofício levaram-me hoje bem cedinho a dois locais distintos. Para chegar ao primeiro tive de passar por pinhais onde supostamente, só devia haver pinheiros e arbustos, e o segundo, um complexo empresarial, onde se instalam firmas de ramos diversos. Em divagações, sobre estes dois temas aparentemente distinto, desenvolvi uma tese sobre determinado indivíduo da espécie animal. Uma reflexão pois, sobre o fascinante mundo animal, dividido em duas espécies:
1
O seu habitat natural, com tendências a deixar de o ser, são as terras Lusas - este animal, vulgarmente chamado de Porco Português, também conhecido como Javardus Lvsitanvs, defeca os dejectos das suas tocas em plena natureza, num puro acto de cobardia, já que habitualmente o faz pela calada da noite.
2
Esta outra variante, Patronvs Caganvs, vulgo empresário, administrador, e outros cognomes de caracter superior, instala-se em confortáveis tocas, dentro das empresas que supostamente dirigem, levando-as tradicionalmente a situações de insolvência financeira. É uma espécie que funciona em matilha, e que auto protegem-se uns aos outros. Para além das confortáveis tocas, deslocam-se em viaturas de valor nunca inferior a 60 mil€, assumindo nessas deslocações as poses típicas do pavão em fase de conquista. Habitualmente esta espécie, tem comportamentos semelhantes ao dos ratos, pois abandonam sempre as empresas que ajudaram a falir, um pouco antes do desfecho fatal.
Conclui-se que ambas as espécies são altamente prejudiciais ao seu habitat e seu semelhante. Predadores que são, deviam ser extintos, ou no mínimo, domesticados.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Batatada


Sá Pinto, que era, já não é, e fez muito bem quem tratou de fazer com que deixasse de o ser. Porém o ex-jogador não deixará as fileiras do clube, uma vez que fontes não confirmadas asseguram que Sá, poderá ser o futuro director da secção de pugilismo do SCP.
As mesmas fontes, garantem também, que está em estudo a formação da Associação de Apoio às Vítimas de Sá Pinto, tendo havido convites formalizados a Liedson e Artur Jorge para a Presidência.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pontinha de Orgulho (outra)


Boa Viagem!

Escapadelas

Que bem que sabe, a possibilidade de uma folga a meio da semana, pegar na bicla e porque apetece muito e não chove, fazer-me aos trilhos, e descobrir que ainda há miudos que andam nos mesmos trilhos, de biciclete e roda suplente a tiracolo, e nos charcos à cata de rãs, miudos que ainda brincam, como eu briquei, na idade deles, resistentes eles, nem que seja por momentos, às PSPs.
...
Nas rodas - alguma lama
Nos pulmões - muito ar
Nos ouvidos - Don McLean
Nos olhos - muito verde e amarelo
Na alma - muita satisfação
pegada humana - zero
...








Pontinha de Orgulho


"A academia Sporting/Puma – Centro de Futebol, recebeu os certificados ISO 9001, de qualidade e excelência"

Foi uma das notícias da manhã. Ao que parece o SCP foi único clube da Europa a receber esta distinção, o que a ser verdade, decerto deixa todos os sportinguistas cheios de orgulho, e os portugueses que mesmo sendo de outros clubes, e amantes de desporto, fora do âmbito do fanatismo e do sectarismo - orgulhosos.
É desta forma que de deve estar no desporto, fazendo obra, com a prata local, e é porque o SCP se rege por estas opções, e caminha por vias que aprovo, direi mais, as únicas que me sensibilizam, eu aguento todos os resultados menos bons, aguento a classificação a meio da tabela, porque ser de um Clube que faz jogadores como Cristiano Ronaldo ou Figo, faz toda a diferença. Que me desculpem os meus amigos, e tenho vários do SLB e do FCP, mas este feito não é para eles, não nos próximos anos, muitos, prevejo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Realidades


Por mais que se goste e se aprecie tudo o que é bom na vida, existe algo inevitável como ter de se pensar no que não se gosta, pois implacavelmente, o que não se gosta bate-nos à porta, mesmo que façamos o exercício de ignorar. Em vão.
Em tempos passados, porque a idade era bem menor, alguns dos “maus” assuntos eram desviados para canto, não por cobardia ou desinteresse, mas porque quando em presença de algum desses assuntos, eu pensava e dizia para comigo, o mesmo chavão utilizado para adiar a leitura dos muitos livros por ler, e o da escuta dos muitos vinis para escutar – quando for mais velho tenho tempo. No caso dos “maus” assuntos, tempo de pensar neles, leia-se.
E o que é um mau assunto?
Um mau assunto é tantas vezes o confronto com a realidade de que hoje existimos, e amanhã logo se vê. Esse tipo de consciência, é proporcional em linha directa ao virar a folha do calendário, e à percepção de que o nosso leque de conhecidos, familiares e amigos se vai reduzindo, numa progressão que bem analisada, assusta pela dimensão, e quase banalizada pela frequentes e sucessivas baixas verificadas.
Hoje, como em outras ocasiões, cruzei-me com a Dona D. A Dona D. e o seu marido inseparáveis que os conheci, eram uma alegria para todos os que com eles privavam. Contagiavam, espalhavam harmonia e boa disposição ao seu redor. Ela reformada do ensino, ele reformado de algo que não sei, mas sei que há poucos meses. Hoje, a Dona D. trajava de escuro, muito escuro, preto. Vinha só e triste. Nos segundos que antecederam o nosso aproximar, tive de pensar a 1000, para que a minha boca não proferisse frases estúpida tais como – então Dona D, onde está o Senhor D? ou tudo bem,Dona D? ou pior, o que é que lhe aconteceu Dona D? Preferi arriscar, ou os meus sentidos e sensibilidade arriscaram por mim um simples – Bom dia, Dona D. Cruzamos um olhar que valeu todas as palavras, ela respondeu-me – bom dia, e seguiu. Mas voltou atrás e chamou-me. E aí disse-me – já sabe que o meu marido morreu?
Sim já o sabia. Mas disse-lhe que não.

Azul, azul, da cor do céu


Hoje há azul no céu. Hoje ao fim da eternidade de chuva, e nuvens cinzentas que nos esconderam o sol, e alagaram o nosso pequeno país, fez-se um pouco mais de luz. Ver este azul faz bem, alivia, lava a alma, faz sorrir de dentro para fora, torna-nos mais simpáticos. Neste azul de hoje, há nuvens, concerteza, a lembrar-nos que ainda há mais água para caír, mas este bocadinho já ajudou, a alimentar o prazer de antecipar a Primavera, e os planos do disfrute nos momentos de lazer, aqueles que se têm de espremer até ao último minuto. Nem que chova o resto da semana, este momento já valeu, boa disposição e sorrisos, e se sorrirmos para nós, e para os que nos são queridos, os problemas podem não se resolver, mas adquirem outra dimensão. Menor. E uma vonta de de ir à luta. Maior.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

breves...



Luís Filipe Vieira na sua habitual eloquência na arte da prosa, afirmou que o SLB não é norte nem o sul do país, mas sim o País. O SLB é o País! Triste saber que afinal, sou emigrante...


Haiti não devia ser permitida a presença de tantos jornalistas em locais de catástrofe. Só fazem número, consomem, e nada fazem mais que esboçar uns directos, e mandar umas bocas armados em convictos do domínio da notícia on real time, habitualmente dos aeroportos e hoteis, deixando as verdadeiras reportagens a cargo das CNN, BBC, SKY, etc.

Idolos cada vez me parece mais que o prato está cozinhado, para a menina. Aquelas tiradas de fora de tom, de engolidos pela banda, e de momentos mágicos e sublimes, deu-me a volta ao Imperador no forno. Contudo, não digo que a menina não seja boa. É boa sim, e sabe-a toda. Mas.... momento alto da gala?

Herman José há muito que não gostava de o escutar, e ontem, em entrevista que deu na RTP1, gostei. Revi as personagens que desde os anos 70 nos acompanham, e há que admitir, marcou, inovou, foi único, mudou conceitos. Porém os laivos de novo-rico irritam-me, e ontem achei-o bem mais humilde. Creio que quando ele notar que não precisa de ostentar, se tornará num ser humano melhor. Para já, é bom sabê-lo na opção-estrada, leia-se, estrada-porque-a-tv-não-lhe-dá-mais-que-uns-concursos. Com ex-fâ quase incondicional, espero vivamente um Herman mais inteligente do que vaidoso. Não nos faz falta saber dos BM's e dos Rolls, dos caviares, trufas e Moets, a malta quer mesmo é rir, tal como se quer dos Gatos, ou dos Contemporâneos.







domingo, 17 de janeiro de 2010

Saldo positivo

Prometer aos mais novos, uma ida aos saldos é quase tão estimulante como uma ida ao dentista, mas como o prometido é devido, - vamos lá a despachar isto, e logo pela manhã, porque o domingo é para se fazer o que se gosta. O plano era simples, as meninas escolhem, sem a presença do cota Sputnick , que se barrica na Fnac, longe da multidão, à espera de um SMS cujo significado é - já escolhemos, podes vir pagar.
Estava eu com 2 livritos, 1 DVD e 1 CD debaixo do braço, pronto para pagar quando me chega o SMS, por extenso, e em Euros. Como o prometido é devido, lá fui depositar as minhas escolhas nas parteleiras. Só sobrou este:
Valeu-me ir ver o mar, e degustar, desfolhando,o pequeno tesouro pleno das mais interessante e estranhas guitarras, para me repor do choque dos saldos. Verdade seja dita, valeram os sorrisos de contentamento das meninas. Incluindo o sorriso matinal da mamã Sputnick, e mais tarde o sorriso das meninas canídeas. Hoje foi dia de alegrar as meninas. É bom termos alegria na alegria dos outros. É harmonia, entre outras coisas boas.
...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Nostalgias IV




Rua de Arroios, chego a casa dos meus avós, e diz-me a minha avó, não disfarçando a alegria e o orgulho - o teu pai tem uma surpresa para ti. Chegou-me à janela do primeiro andar, disse-me - olha ali. Olhei e vi os carros estacionados. O quê, avó, perguntei. Aquele verde, é do teu pai, foi buscá-lo ontem ao stand. Orgulhosa mirava-me. Estávamos no ano de 1965, e embora não fosse um espada aquele Opel Rekord, usado, mas em excelente estado, curiosamente da cor do navio onde navegava o meu avô, fez as delícias dos passeios de família, aos fins de semana, em deslocações mirabolantes, a Carcavelos, Parede, Cascais, Costa da Caparica, e até Setúbal, imagine-se. Frequentes eram os passeios ao aeroporto, ao Monsanto e ao cais de Alcântara.
O Opel era espaçoso, levava três pessoas à frente e três atrás, e tinha 3 velocidades comandadas ao volante, o tablier era o meu fascínio, bem como a estonteante velocidade de 80 Km/hora, que o meu pai raramente atingia em laivos de Fangio. O Opel poucos problemas nos deu, na sua permanência na família, até ser trocado anos mais tarde por um vigoroso Ford Cortina, a pane mais chatinha foi em 1966, na inauguração da então Ponte Salazar, em que o Opel nada habituado ao pára-arranca, aqueceu em pleno tabuleiro, mas não admira, pois afinal, aquele foi talvez o único engarrafamento da década. LC-75-30 era a sua matrícula. Muitos anos mais tarde vi um carro destes a andar, em Havana, mas não era o nosso. Tinha outro cheiro, e um aspecto desmazelado.


Alegrias, a ver vamos.

Alegre foi ao Algarve, desconheço se para provocação ao homem de Boliqueime, anunciar o que já se sabia.
Veremos se Aníbal se vai pronunciar sem que seja para anunciar que não se pronuncia.
Veremos se ele se vai agitar um pouco, saindo do seu esboço de presidência bocejante.
Veremos se o sapo que Sócrates está a engolir, lhe desce pela goela abaixo.
Veremos se Alegre dignifica algumas palavras que tanto apregoa puxando as orelhas aos falsos-socialistas-mais-sociais-democratas-que-os-sociais-democratas-do-PSD.
Veremos se Alegre dá imas nalgadas no rabiosque de Sócrates. Merecidas.
Veremos se perante as reais ameaças e avisos, de nos tornarmos numa Grécia ou numa Argentina, esta gente decidirá, ou não, fazer mais pelo seu país, do que pelos próprios umbigos.
...
"Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não"
A ver vamos, Alegre...
A ver vamos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Nem a História os absolverá

Cegonha século XXI

Dizia-se antigamente, aos pequeninos que os bebés eram encomendados. Depois do tempo necessário à sua conclusão, a encomenda era trazida aos seus pais, no bico de uma cegonha, envolta num pano branco.
Concluída a encomenda de mais uma bebé, agora é só esperar, ansiosamente como assim é desde a primeira vez, que a cegolha DHL a entregue. Falta escolher o nome. Depois é ensiná-la a dar os primeiros passos, que é como quem diz, os primeiros acordes.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Porque eu mereço

A semana está a chegar ao fim, dura que foi, de aspectos insesperados, tumultosa que tem sido, de contornos tão auspiciosos quanto duvidosos. Trabalhou-se com chuva, vento e frio, mas a água chegou ao seu moinho. Conseguiram-se músicas novas, nas lides dos acordes e dos cantos. Avista-se um possível salto a terras de Espanha, que mesmo a trabalho, cai bem.
Por isto tudo, e não porque amanhã é sábado, mas ainda sexta, mesmo que não houvessem outras justificações, vou degustar um néctar habitualmente apreciado pelo lado-mulher, sem deixar porém, que me caiam os pregaminhos de macho-latino, por vielas obscuras. Eis-me pois rendido, neste serão, a um ou dois cálices, do mencionado. Vou ficar numa de Drambuiexpression. Oh Yeahh!

Sismos


"E no entanto ela move-se". E sacode-se. E quando isso acontece, varre, destroi, ceifa, dizima, sem dó nem piedade, não olhando onde nem quem. Quando ela se acomoda no seu interior, tanto pode arrasar o rico como o pobre, sem distinção. Implacável.
Haverão os que incessantemente buscarão formas de prevenir os sismos, de os detectar com alguma previsão antecipada, gente inconformada e de capacidade de operar melhorias, mudanças, nem que seja de forma tentada, nem que com muito exito. São os que vêm mais além, e crêm realmente.
Outros haverão, que encontrarão um conformismo mórbido em vontades divinas, que tudo justifica, e que continuarão, cegamente a proferir palavras como - é o destino, ou - estava escrito.
Não. Mas não mesmo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ridículos do Burgo


Há coisa mais ridícula que uma criança de tenra idade, cujo brinquedo que carrega é um TELEMÓVEL, cujo toque é um vómito - a música Tetas da Cabritinha cantada por uma criança?
Ao ramalhete, pais e avós olham embevecidos para a precocidade do rebento, pois consegue repetir sem parar, a execução sonora daquele flagelo em forma de toque. Ninguém merece...