terça-feira, 30 de novembro de 2010

Baú



Hoje, na cata de uns selos perdidos algures no meu sotão, dei com estas relíquias, são dos anos 70, o conjunto musical chamava-se Sound Five , estávamos a tocar em Sesimbra, no carnaval, na Sociedade Musical, ali mesmo em frente à praia. O que será feito das fâs.....

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

porque há outros amores


O título deste post, poderia ser algo do tipo - das colecções ou do colecionismo. Não ficaria mal, mas não seria em rigor, a definição, tal como a vejo, e vejo-a porque, ao meu formato, também coleciono, e vivi as colecções de que falo.
Quis o tão famoso destino, encarregar-me prematuramente, de desvendar as paternas colecções, e vendê-las. Dado que não são apenas pertença única, e do pessoal que ficou, ninguém se interessa pela continuação, determinou-se há mais de uma década, ser eu o executor do desmembramento. Eu poderia dizer, desventrar, porque por vezes é o que sinto que estou a fazer em cada caixa que abro. E dou com moedas, e notas, e selos e cintas de charuto, e medalhas, meticulosamente guardadas. Guardadas, porque havia um sonho, o sonho de, no aconchego da reforma alcançada, se permitir ao disfrute de as arrumar, catalogar, inventariar, contemplar. Mas não foi assim, ao o ganho da reforma, seguiu-se uma imediata perda, a da vida, e lá ficaram as caixas, os caixotes, os sacos e os saquinhos. Durante anos ponderei, adiei, até que, voz experiente me alertou para a degradação dos pertences, e lá me resolvi ao propósito. De catálogos e lupa em punho, tenho vindo a negociar peça aqui, peça acolá, e criando buracos nos albuns, deixando mais leves as caixas. Assisto com alguma nostalgia, e tristeza, ao desventrar do desvendado. Na forma como tudo encontrei, reconfirmei as muitas horas de dedicação, relembrei a minha cata à moedas de vinte e cinco tostões de 66, que eram difíceis de arranjar, e sempre aquele alerta - olha que tens de olhar sempre para as de dez tostões, as de 35 são raras, e não te esqueças dos selos das cartas. Foram anos e anos de recolha, e de estar alerta. Havia um núcleo familiar e de amigos que conspirava a favor de engordar aquelas caixas. Aos poucos vou revendo os episódios, e ao olhar para aquela confusão instalada lá no meu buraco, ganho a certeza de que se o meu pai foi feliz aos amores, também o foi com as colecções que criou, e deu-lhes muito amor. E como eu o entendo, pois dou-o ao meu harém de violas, que dado o número já lhe posso chamar de colecção.

sábado, 27 de novembro de 2010

só eu sei...


... porque fico em casa!

pois pois

Após dias repartidos entre trabalho, greve, música, e muita numismática, eis que vem mesmo a calhar uma uma boa pausa, em fim de semana de bater o dente e de derby. Que faça frio, gosto, já estou agasalhado, e de lenha em riste, prontinha para o fogo. Do derby acho um bocado ridícula toda a fogueira que se tenta fazer em torno de um clube que está a milhas do meu, lá em cima, no topo, distante dos outros, e um depenado SCP, em busca de si próprio. Ler e escutar que estamos perante um jogo de alto risco, é anedota, e invenção da cambada de gente que se apelida de "comentador" e outras aberrações do género, que afinal apenas sobrevivem à custa das polémicas que tentam lançar. Cheira-me que por serem muitos, demasiados, arrsico a afirmar, que nestas hostes de comentadores, os emblemas sejam maioritáriamente de adeptos de Jesus, e que estando o dito afundado nas palhinhas, queiram as hostes vingar as suas derrotas, em arenas que não as suas. E se assim fôr, se o cheiro se confirmar, nem me importo com um resultado menos bom. Porque se há festa na minha casa, eu só convido quem bem me parece. Aos outros, que façam a festa lá na rua deles. Como se diz na terra de David Luíz e de Luisão - comigo não, violão.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

'tou de greve



Hoje é dia de greve, palavra que vem lá da França, ou não fossem estes franceses, gente das democracias, dos direitos e das liberdades. Fazer greve é grave. A greve pára, entope e paraliza. A greve abandalha, cria desordem. Gritam os da greve cânticos de descontentamento, sentem-se explorados e roubados. O exemplo que vem de cima não é o melhor, diría que incita mais do que a uma greve, que já de si é grave. O exemplo alienado que vem de cima, em gastos sem rei nem roque, em auto-financiamentos, luvas e polvos, sugere uma revolta, não apenas uma breve greve.
Não a fazem, os desempregados, não a fazem as crianças, não a fazem os reformados. Nem as donas de casa. Porque terão os que trabalham de ser do contra, e desacelerar a tão debilitada recuperação? Questionam, em ar de vítima inocente, os de cima. É grave, fazer greve. Mais grave é roubar, mais grave é subir as minhas regalias à custa do dinheiro que te sugo.
A greve de hoje, dizem, coloca o país do porreiro-pá em banho-maria, au ralenty, quando deveria ir em quinta ou sexta, se a houver, em modo cruzeiro. Contudo, se são apenas os que trabalham neste país que vão fazer greve, presume-se que a mesma seja de pouca monta, pois, sabe-se, por aqui poucos trabalham. Aos que a fazem, que a façam, aos que são a causa da greve, que ganhem vergonha, e trabalhem, mas bem, e se deixem de comprar chapéus de chuva para o verão, como acaba de acontecer com os submarinos, perdão, os blindados, para a Nato, que já era, e os blindados ainda não são, mas vão ser. Que se faça greve contra esta gente e se pare um País sim. Que as pessoas acordem, e contrariem a triste frase, de que o povo é sereno. Que a malta não se sinta culpada, porque a grave greve vai custar uns balúrdios, porque afinal, eles, os que causam a greve, gastam balúrdios.
E depois, nem se nota nada, porque vejamos, num país que mete dias, por dá cá aquela palha, seja porque é junto ao feriado tal, seja porque o Ratzinger veio benzer o povo, seja pelas cimeiras, tudo serve para um dia de pausa. Por isso, este dia, o da greve, caso não a tivesse, sería o único dia legítimo para pararmos todos, e provocar o tal custo dos balúrdios.
Tenho dito, e mais não digo. Entrei em greve.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Demolidor


Um grande Bravo, ao jovem entrevistado ontem pela Judite de Sousa. Não me alongarei sobre os meus pensamentos, sobre o que escutei. Aconselho vivamente, a sua audição. Do que ficou dito nas entrelinhas, ou não fossemos ainda um país marcado pelos bolorentos dos tempos da outra senhora, que agora se vestem sem bolor, mas à moda, e caro, e de rosa, não me restaram dúvidas, se caso as houvessem.
Sei que de pouco serve, mas seria um gesto de pedrada no charco, em tempos de redes sociais, um local nessas mesmas redes, dedicado a escarrar nas fotografias daqueles que no mais cobarde acto de impunidade e doença mental, tiveram o direito, que não poderiam ter, de colocar um jovem com vinte e poucos anos a falar na televisão, com a maturidade de um homem de quarenta, assumindo perante todos, que usa fraldas. Um grande Bravo, para ele, para todos os que sofreram como ele, e a esperança de que não se calem.
Para os outros, os ditos, aqui fica o meu cuspo virtual. Que lhes acerte nas trombas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

modernices


Conta-me uma cunhada, que exerce a profissão de educadora infantil, algo que sendo analizado em contexto social, deverá ser preocupante, e, ou no mínimo merecer uma urgente reflexão - a esmagadora maioria dos fedelhos lá das salas, não tem em casa, o tradicional casal de pais. Os que têm um pai e mãe, de primeiro casamento, e tudo aparentemente arrumadinho, são a esmagadora minoria. Pior, desta esmagadora maioria, ressalta a ausência de bons exemplos de educação, e passa a explicar que é frequente a criança chegar ao colégio, acompanhada pelo pai, mas no dia seguinte, pelo, ou um dos namorados da mãe, e não se julgue que também não existe o contrário, leia-se as namoradas do pai. São frequentes as conversas dos miúdos, onde são relatados com detalhes dignos de bolinha, os namoros do pai com a namorada, ou da mãe com o amigo do pai. São crianças que em tenra idade, ficam com uma noção errada de valores.
Se é mais que certo que uma vez acabado o amor, o casal deve seguir rumos diferentes, não é menos certo que putos que se casam e descasam, trazendo filhos ao mundo nesses entretantos, não têm qualquer noção do que é a responsabilidade de educar, amar e respeitar a criança.
Longe de mim, usar aquela prosa da igreja, de que o casamento é sagrado, e para toda a vida, e tal e tal, pois esse modelo, sem os condimentos certos, é, muitas vezes, uma paz podre. Contudo, esta nova modalidade, não.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

money money money

Vejo-me entre milhares de moedas, olho-as, tento desistir, mas a cruzada foi prometida, adiei-a uns anos. Mas agora é que é, e lá vou eu, catalogar, pegar na lupa, avaliar no livrinho, e escrevinhar sobra a dita que teima em me esconder os seus dados, as inscrições, a data, o estado. Já me deito com elas, as moedas, já sonho com elas, já descobri que umas não valem nada, outras, valem, mas não tanto quanto se pensa. Já sei as moedas dos tempos dos reis, e do tempo da outra senhora. Estou tão farto delas, que este fim de semana, contas, só as pago com cartão. Até a bica!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Olé


O país enfim teve uma alegria!!!
Numa nação em que para alem das paisagens e do clima, nada nos pode alegrar, eis que tivemos uns preciosos noventa minutos de glória. A seleção não se limitou a dar uma abada, a uns Kasaquistões, não senhor, deu-a ao seu carrasco do último mundial, ao campeão europeu, ao campeão mundial, ao vizinho do lado, o eterno rival. Pumba, tomem lá quatro, seus lolitos. As gentes lusas gritaram, apitaram, e houve até um foguete aqui e ali. Por noventa minutos e mais alguns, esqueceram-se os pibs, as taxas, os ivas, os spreads, o fmi, o tgv, e arrisco até em afirmar que por um pedaço de tempo nos esquecemos do Cavaco e do Sócrates, que já vieram a público dar a sua sapiente satisfação - o primeiro, que a vitória se deve à excelente postura, cuidado e atenção, isenção e rigor, do Presidente da República, ou seja, ele mesmo. O segundo, que se Portugal ganhou, isso deve-se às políticas governamentais, e que esta vitória representa uma viragem nas tendência, até aqui negativas, dos mercados, e tudo graças ao Governo, ou seja, ele mesmo.
Por mim, creio que esta vitória se deve apenas a um homem, ausente. E que bem, que ele fica assim. Não é engenheiro, mas diz-se professor. De seu nome, Carlos Queiroz.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Renovações


Há precisamente uma semana atrás, estava eu babado e vidrado, dentro de uma grande loja de instrumentos musicais. Absorvi o quanto pude, dado o tempo disponível, os equipamentos que há algum tempo ambiciono comprar, a fim de melhorar as minhas saídas musicais. Já os namorava nas revistas, já os pesquizara na web, já os tinha escutado no youtube. Mas como em tudo o resto, uma coisa é o virtual, outra é o real. Quando as expectativas são largamente superadas, fica-se com aquela sensação dos tempos de menino que vê o carrinho na montra, e a mamã diz que não se pode comprar, porque é muito caro. Julgo ter sido a cara que exibi na porta de saída.
Colocando em prática alguns bons exemplos, dicidi-me por vender uns aneis para comprar outros. E assim sendo, o gasto não existe, é como se de uma troca se tratasse. Fecha-se uma portinha, e abrem-se outras. Assim se pudesse aplicar esta simplicidade, a outros poréns da vida.

Atrazadinhos


Que dizer quando em pleno século XXI, era em que todos podem falar com todos, em rede, no conforto dos seus bunkers, as altas patentes governamentais, decidem aterrar num país falido, e atrapalhar-lhe ainda mais a vida, principalmente a quem pode fazer uso da palavra Trabalho. Sendo certo que eles estão a chegar, às manadas, só a do Obama, conta com cerca de 900 cabeças... e que aquilo que se propõem vir fazer, poderiam fazer em casa, só posso deduzir que esta gente sofre de um qualquer atrazo mental.
Imagine-se o que se poupava em poluição, em papel, em comunicações, em hoteis de luxo, em segurança, e em todos os miminhos que esta gente vai ter, se essa mesma gentinha importante fizesse o que têm a fazer, trabalhando.
Por causa deles, amanhã não vou a Lisboa. Mas irei ao Ribatejo. Ai vou, vou!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

o choco e o polvo


Levou-me a minha voltinha sadina, ao afamado choq frrit de Setúbal, e ali, à beira-cais, degustando o dito com umas gotas de limão, eis que me aborda um rapaz para a minha idade - tu não és o? Pois sou! E tu desves, ser, espera lá, o T. Ora bem. Abraço para cá, abraço para lá. Apresentações feitas, e fala-se dos tempos do Liceu, em Almada. O T viera do alentejo, para casa de uma tia que morava na Cova da Piedade, para seguir estudo, e mal veio o 25 de Abril, ei-lo que enfileirou no MRPP. Aguerrido este T que incendiava as RGA's, e principalmente de garras apontadas aos revisionistas da UEC. O muito bem vestido T, mostrou-se um pouco desconfortado com as recordações sobre a matéria MRPP, bem como a estátua de cera, que me foi apresentada como senhora T, de sorriso nulo, que de peles em volta do corpo me mandava olhares fulminantes, quem sabe se pela minha desleixada apresentação dominical, e de barba por fazer, se pela revelação do passado político, que, desconfio, a apanhou desprevenida, ou indo mais longe, por escutar notícia em primeira mão.
Já na rua, segreda-me o T, que, qual jogador de futebol, cedo mudara para o PCP, que não prestava para estudos, e por mando de tio alentejo, este já de armas e bagagens instalado, pelo Partido, foi cimentado no Município alentejano, lhe garantiu um lugar chorudamente bem pago, e dadas as ramificações, favores e outras coisitas, se estava muito bem na vida, oh se estava, a julgar pelas descrições seguintes. O meu rosto deve ter-me denunciado o pensamento - é por causa destes gajos, que isto está assim...
Não me fui embora, sem deixar de ouvir, mais ou menos isto - que eles, os comunistas, podem favorecer (se) , contudo, mostram trabalho, mas que os outros três partidos que dividem o bolo autárquico, esses é que é a roubar à descarada, e mais os favores, e os primos, e os boys, e tudo mais que já se ouviu.
Grande camarada, este T. E muito bom estava o choq frrit. Macio, apetitoso.

domingo, 14 de novembro de 2010

evasões - Comporta



Podemos pensar nos nossos assuntos e assuntinhos. Nos nossos pequenos nadas. E nos grandes. Avaliar os nossos caudais e afluentes. Podemos. Podemos e devemos. Em qualquer parte. Exercer essa prática em local zen, não resolve tudo, mas que ajuda, ajuda. E quanto.


sábado, 13 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela III

As músicas que nos tocam para além do ouvido, ficam cá dentro, instalam-se dentro de nós, mesmo que por vezes nem demos por isso. Porém elas ficam, estão presentes, e quantas vezes, associadas a momentos, sejam eles os que coincidem porque naquele preciso momento tocava a tal música, ou, como no presente caso, se desvendam as canções, pela primeira, quando estamos com todos os sentidos à flor da pele.
Já lhe tinha deitado o olho, estava na lista dos pequenos mimos de Natal. Apareceu-me mais cedo, em outras terras, outros cheiros, outros sentires. O disfrute inicial repartiu-se entre conversas, paisagens, e a avidez de novas descobertas, a bordo do petit rouge enfant terrible. Não lhe prestei a atenção devida, nem devia. O Santana pode esperar para ser escutado. E que bem que o foi hoje, em consideráveis decibeis, onde o mestre Carlos Santana, prova que é como o vinho do Porto, que não se esgota nos seus temas da praxe, que entra pelos temas dos outros, deixando a sua pegada inconfundível, sem no entanto os desvirtuar. Antes pelo contrário.
Qualquer rapazito da minha idade, ou rapariguita, não vai ficar indiferente a este disco. É disco para ouvir muitas vezes. Por aqui já foram duas. Das duas audições, bem que prefiro a primeira. Mas isso são outros quinhentos. Sei que quando escutar qualquer destes temas, farei uma ligação directa e instantânea aos momentos da descoberta deste disco.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela II





Lugares onde o Outono é mais bonito, com um friozinho no nariz, e um brilhozinho nos olhos, fica tudo a condizer.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela I

Não que seja o ponto relevante, de um saltinho lá fora, mas é um ponto delicioso, diga-se - existem na cidade do Luxemburgo, espaços de acesso fácil, dentro dos parque de estacionamento, reservado.. às mulheres. Um previlégio sem dúvida, para as divas, que não têm de se contorcer em complicadas manobras, e um prejuízo directo para os bate-chapas lá do burgo. Inteligentes, os homens que decidiram esta regra, sim senhor.

Citação


"Há pecados tão agradáveis que, se os confessasse, cometia o pecado do orgulho."
Sophie Arnould, cantora lírica francesa (1744-1802)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, we have ignition

Coisa boa olhar para a mala, a listinha dos tarecos a incluir, e para o bilhete, que mesmo sendo de ida e volta, e de curta duração, me vai decerto deixar longe dos nefastos telejornais, e de toda a depressão nacional. Doce sabor o da antecipação, o da ansiedade dos momentos a viver em reino desconhecido, que por ares nunca antes navegados (pelo Sputnick) me preparo para voar. Do que por lá se passar, de umas, darei novas e mandados, de outras, nem tanto. Au revoir.

Tango

Reafirmei intimamente, ontem ao assitir num filme, não este acima, onde a dado momento da acção se dança o Tango, que não sei se gosto mais de escutar um verdadeiro Tango, ou de o ver ser dançado, a rigor. Aprendi nos toques musicais a sentir o Tango, os seus compassos, os seus tempos no ar, e por algumas vezes tive o previlégio de, em cima de palcos como os Alunos de Apolo, e Casa do Alentejo, me perder a a observar a elegância dos pares.

O Tango, representa uma mistura inconfundível de aromas, a paixão, o desejo, o fatalismo, o rigor, o arrebatamento, um ritual pleno de sedução que se bem tocado e dançado, contagia quem observa.

De tão forte e intenso que é, quedo-me por ouvir um ou dois de cada vez, é dose suficiente. Que chega para me saciar a carência do momento. Um pouco como o Fado. Ou seja, gostar, gosto sim, mas QB. Um dia ainda vou tirar um tanguito, para levar às noites de 6ª e sábado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

a solo




Nos meus primeiros tempos de bailaricos e conjuntos, a definição para o posto que ocupava era a de viola solo, ou solista, porque havia uma outra categoria, o viola ritmo, porque não solava, só palhetava, muitas vezes considerado um músico inferior. Mais tarde, a designação começou a ser, guitarrista, mais abrangente. Os solos sempre foram alvo de estudo, de marranço, de disputa até, sendo tão mais conceituado o solista, quanto mais parecido tocasse o solo, com a versão original.

Com o passar dos anos, venho a realizar que mais importante que copiar um solo, e esta é uma preferência muito pessoal, é darmos e deixermos um pouco de nós, do nosso cunho, deixar a nossa marca, o nosso cheiro na execução, nunca saindo, contudo, da linha original.

Neste ano em que o passado me tem deliciosamente visitado, decidi regressar ao prazer dos solos, com a preciosa ajuda dos backing tracks e brindar quem passar pelas noites de sábado, com uns quantos solos, enquanto a malta se vai acomodando, e antes de colocar a voz em riste. Parece-me bem. Eu gosto de entrar num espaço, onde lá ao fundo existe um músico a compor o ambiente. Aconchega.

Dado que nem tudo está disponível na web, houve que selecionar, do que havia, aqueles que entendo serem apropriados ao propósito, que me digam alguma coisa, e claro, que os consiga executar, fiquei com estes -


Candle in the Wind - Elton John
Deer Hunter's Theme - The Shadows
Europa - Santana
Going Home - Mark Knpfler
Let it Be - The Beatles
Samba pa Ti - Santana
Sleewalker - The Shadows
Style Backing - BB King
Tears in Heaven - Eric Clapton
Wonderful Tonight - Eric Clapton
Yesterday - The Beatles
Parece-me bem.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

já comecei a pedir ao pai natal - III


Doutor Morte (com dignidade, ou com com a possível)

Bastou-me saber que no papel principal estava o Al Pacino; que é um relato verídico; e o tema sobre que versava, para não ter dúvidas, de estar perante um bom filme. E vi-o. E revi-o. Este último, mais numa óptica de reflexão sobre o controverso assunto - a morte assistida. Assunto por demais delicado e melindroso, do foro da liberdade de cada um, entendo eu, e não de leis ou crenças religiosas hipócritas. Ver este filme, para além no mero exercício cinematrográfico, é necessário, porque afinal ninguém está livre de se encontrar numa das situações relatadas, ou de vivê-la no seio familiar. Porque se nos é concedida a liberdade de decisão, mesmo que manietada, sobre as escolhas da Vida, devemos igualmente poder decidir sobre a consequência natural e inevitável - a Morte.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o seu a seu dono

Escutei hoje, sem surpresa, mas com alguma decepção, o Grande Carlos do Carmo, a cantar o tema do Frank Sinatra, you make me feel so good. Embora eu seja adepto da originalidade, não descarto de maneira nenhuma, as versões, os arranjos diferentes, porque em música, é bom inovar e renovar, porém que seja bom. Como prova disso, escute-se o Charles Aznavour, no mesmo registo, e faça-se uma comparação...
Com todo o respeito que o Mestre me merece, não gostei, não é o aquário do Carlos, e permito-me observar, assim como que armado num júri do Ídolos, algumas desafinações e inseguranças na voz.
Quem sou eu, para assim ajuizar? Pergunto-me. De facto, apenas um fâ, um adepto, um admirador de um grande cantor de fado, que um dia, tal como uma vez escutei o Caetano Veloso, péssimo, no Pavilhão Atlântico, a cantar Nirvana, me suscitou o pensamento - mas porque é que este gajo não canta o que sabe cantar? Hugggggggggggg.