domingo, 31 de julho de 2011

Amália FM

O posto de rádio AMÁLIA, como o nome sugere, passa fado, da Amália, de outros, não apenas fado, mas tudo, música portuguesa. Tenho-lhe dado alguma atenção, ou seja, audição. Os motivos são óbvios, e muito me têm deliciado particularmente, os fados da única e inconfundível diva do Fado, a Senhora Dona Amália Rodrigues. Entre outras constatações, confirmei aquilo que sempre afirmei - que sem a obra de Amália, a música portuguesa era menos, muito menos; que sem a obra de Amália, as carreiras de Dulce Pontes, e Mariza, apesar do seu inegável talento, seriam menos, muito, muito menos. ó gente da minha terra, agora é que eu percebi...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

pacote do Sapo


Ah, grande Sapo.

trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmm

Uma das inúmeras provas que confirma o relaxe e a falta de consideração da classe política, pelo trabalho que deveriam fazer, é aquela irritante campainha que não se cala nem a martelo, que toca para a chamada dos deputados, como se estes fossem uns anjinhos de bibe na infância. O tradicional toque para a entrada ou para a saída, usado nas escolas, deveria ofender quem, na idade adulta reclama defender os nobres interesses do seu povo, pois deputado ou deputada que se preze deveria estar no seu posto de trabalho, antes do horário de começo dos supostos trabalhos. Porque deveriam ser pessoas responsáveis. Porque têm relógio. Porque lhes pagam para isso. Porque não são como os animais da quinta, aos quais se chama pelo badalo. Deveriam portanto envergonhar-se os senhores deputados deste badalo, perdão, campainha, que temos de gramar em consecutivos minutos. Pior a emenda, pois como se pode ver, pelas cadeiras vazias, na suposta hora de entrada, os ditos, estão-se marimbando para a campainha. Pior, quando os maus exemplos vêm de cima - ainda hoje o nosso novo PM, agora que os holofotes já vão diminuindo a sua luz, já deu hoje o mau exemplo, chegando atrasado perto de um quarto de hora, o que prova que os vícios de adquirem rapidamente. Não vejo a hora de o ver a preferir voar de Falcon, em vez de se sentar na turística da TAP. Não vão assim tão longe os tempos em que um ilustre do PPD deu uma escapadinha a mergulhos, nas águas de São Tomé, tendo para isso requisitado ...o Falcon, porque a vida não é só andar a toque do badalo, ups, campainha.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

em teste



Quem me conhece, sabe que adoro caipirinhas. Quem me conhece muito bem, sabe que adoro muito, e que as gosto de fazer. Por vezes, em praias com bar, dá-me a tentação de mandar fazer uma, mas dada a última má experiência, que me custou 5 euros, por uma surrapa, que para além de mal feita, tinha uma lima e uma cachaça intragáveis, desisti. Dado que é um cocktail que se deve consumir (quase)de imediato, após a sua elaboração, porque o gelo derrete, e a lima azeda, está fora de hipótese de a levar feita para a praia. Porém, aflorou-em uma ideia que irei testar - fazer uma boa porção, retirar a lima, e congelar. Depois é ir até à beira-mar, e ficar por lá até ao sol descer. Neste teste, terei que levar co-piloto, óbviamente.

efeito dominó

O senhor A, sempre esteve ligado ao sector da construção. Uns vinte e tantos anos. Ao contrário da esmagadora maioria dos seus concorrentes, não era pato-bravo, não mora em vivenda, mas num normalíssimo andar, nunca se exibiu em carrões, e ao contrário da tal maioria, possui bom gosto, cultura, e acima de tudo sempre usou de muito rigor nas suas obras, exigindo aos seus empregados e fornecedores, o mesmo rigor. O resultado sempre foram boas construções, e a preços moderados. Contudo, o vento mudou. Consumou-se o que já se previa - Portugal tem casas a mais. Diz quem sabe que estamos servidos para a próxima década. E chegou o dia em que os bancos que andavam sempre de volta do Sr. A, instigando-o a fazer mais umas urbanizações, de repente lhe dizem que não, que afinal não é oportuno, mesmo sabendo do património que já estava em jogo, ou seja, pronto a vender. Hoje, quem deveria apenas financiar, ou não, encontra-se também no papel de vendedor, exercendo uma concorrência desleal. Por isso o senhor A, parou de negociar. Afinal os bancos começaram a vender o seu producto, e a roubarem-lhe os promitentes compradores. Os pec's, as directrizes da troika deram cabo do resto, e hoje o senhor A, que entretanto vendeu todos os anéis, adoeceu gravemente, e não fugiu para o Brasil, fechou as portas deixando, mais uns quantos desempregados sem futuro previsível.

Que havia de travar esta onde desenfreada de construção todos sabiamos. Havia que travar desacelerando, e não de estancar abruptamente, produzindo casos dramáticos, a juntar a tantos outros. A responsabilidade, a culpa, essa vai morrer solteira, dado que vem da banca, e das facilidades que veio dando, durante décadas, a quem não deveria ter acreditado neles, e a quem, mesmo não tendo condições nem necessidade, comprou casa própria.

Dizia a minha avó - vamos lá cantando e rindo, que isto um dia acaba triste.

Disse recentemente o mesmo, mas por outras palavras, Medina Carreira, cujos números e previsões, até há pouco tempo considerados absurdos e exagerados, continuam a pecar apenas pelo lado inverso.

BIU TI FUL - O filme



Excelente interpretação.

Excelente argumento.

E a outra face de Barcelena.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

nem tudo são espinhos

O trabalho levou-me até Troia. Após o dever cumprido, vai de tirar a roupa e perder-me nas águas da Comporta. Merecidos mergulhos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

ainda os sonhos

As fronteiras da credulidade entre aquilo que damos como provado, e o hipotético levam-nos muitas vezes a questionamentos, mesmo que sejamos do tipo São Tomé - ver para crer, e a acreditar no que, aparentemente não existindo, existe, ou pode existir. A fé, nos deuses, nos santos, santas e santinhos é uma boa prova do alcance desta dimensão invisível. Se por aqui falei em sonhos que vez ou outra me visitam em replay, outros existem com um cunho mais estranho, deixando-me no acordar, num estado entre o assustado, o aliviado e a saudade. Aconteceram-me poucas vezes, mas sempre quando tenho algum assunto que me preocupa, e o levo para a cama, na busca de opções de solução, que não encontro. E pasmo, quando de olhos abertos, pela manhã, revejo o sonho, nele entra a minha avó, e diz-me o que tenho de fazer, e de repente tudo fica claro, e penso aliviado, porque não me lembrei disto, para logo de seguida questionar, mas que raio de coisa, como pode a minha avó.... só pode ser alucinação. Esta noite aconteceu, apareceu a avó, não a mesma, mas a outra avó, nada me falou, mas fiquei esclarecido. Tanto que já coloquei o conselho em prática. Desta vez, nem questionei a aparição, afinal já vou ficando acostumado. Estranhei apenas a troca, porque veio uma e não outra. Decerto porque ambas muito me quizeram e eu a elas, e nestas coisas dos afectos há que repartir. Ou talvez porque a primeira estivesse ocupada, no sonho de alguém, porque coração de avó è grande, nele cabem muitos amores, e gente por aqui a precisar de conselhos sábios, deve ser coisa que não falta.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

about Amy

O mundo perdeu Amy, li por aí. Mas será que o mundo perdeu Amy ou foi Amy quem perdeu o mundo? E será que Amy queria este mundo? Ou se tinha a percepção de que o estava a perder, ou nunca o ganhou? Detesto que venham com aquelas teorias do eu-sei-tudo. Cada pessoa, tem por princípio o direito às suas escolhas, e não cabe a ninguém opinar teorias sobre o quintal do vizinho, quando tantas vezes nem o vizinho sabe muito bem do seu quintal. Que Amy tinha aquela voz, aquele talento, aquele feeling, isso sabemos. Como sabemos que Amy adorava o que fazia, tal como todos os membros do agora famoso clube 27 ( que bom seria para os doentinhos do 27, que Jackson tivesse morrido aos 27...)
Todos os grandes dotados já idos, próximos de génios do mundo da música, decerto que se sentiam melhor que nunca, no palco, na tentativa da comunhão com um público também ele ávido da fusão. Porém, nem sempre é fácil, pois entre o génio e o público, estão o álcool, as drogas, os roadies, os managers, os contratos, as luzes, os acordes, o alinhamento, os amores, as alegrias, as decepções, as regras, os seguranças, o cenário, a roupa, as exigências de contrato, e toda uma quantidade de cordelinhos invisíveis que tantas vezes conseguem transformar o que deveria ser a entrega da obra a quem de direito, numa espécie de frete, e de um espectáculo sem amor. Politicamente correcto, mas prostituído em nome da facturação. Estou certo que Amy gostava do que fazia, mas tal como Hendrix, Morrisson, Joplin, não entrou nos trilhos convencionais, e daí que, uma vez circulando em rotas de alta velocidade, a colisão estava mais que previsível. Por mim, ambos perderam, Amy e o mundo. Perderam também todos os que já partiram até com mais idade, como por exemplo Gary Moore, ou o saudoso Freddie Mercury. Nós por cá, o dito mundo, ainda se contenta com a obra, as colectâneas, lamentando o corte abrupto que ditará o fim dos inéditos e das novas composições. Mas eles, os que partiram, será que sabem, onde porventura estejam, que não vão mais ouvir o estrondo de um público em transe a berrar por um encore?

sonhar no teto do mundo

Sonhos todos temos. E há-os de todas as formas, alguns de tal modo tão aparentemente reais que sendo bons, não queremos acordar, e aqueles de de tão aflitivos, nos deixam aliviados ao acordar. Existem dois sonhos que por vezes se repetem nas minhas noites, e de tão fortes que são, as suas imagens se vão repetindo na minha mente, ao longo do dia seguinte. Em ambos, o céu tem limite, estou muito alto, tão alto que de onde estou, avisto o teto do mundo, como se de uma redoma se tratasse. Em ambos os cenários, vivo uma calma imensa, uma serenidade desconhecida, que me deixa literalmente nas nuvens de um céu que parece estar tão perto que se saltar lhe toco com a ponta dos dedos. Num estou a navegar, entre ilhas que me parecem de gelo, mas não há frio, o sol é imenso, logo ali por cima do limite do meu céu azul. Em outra, vejo-me no topo de uma enorme falésia, de onde avisto um mar forte, em praia deserta. Logo ali, por trás da falésia, uma espécie de vale, onde um pequeno abrigo acolhedor me serve de lar, e de onde vejo o sol ali tão perto, e escuto o mar, lá em baixo.
Penso que devo sonhar com o Céu. Se assim ele for, não me desagrada.

domingo, 24 de julho de 2011

dois horrores






















O primeiro, que comprova que no melhor pano pode caír a nódoa. Que ninguém em lado nenhum está imune à loucura alheia. Imaginemos a dor dos pais dos jovens mortos no massacre. Contabilizemos mais um acto cometido por mais um que invoca Deus, como se de um cumplice se tratasse, embora todos saibamos que nessa matéria, o Homem sempre o invoca quando lhe dá interesse que assim seja. Uns em nome de Alá, outros em nome de Deus, encontram a justificação para o acto.


O segundo, como se fosse com data mais ou menos marcada, no mínimo previsível, porque alguém, com tiques da teoria das fatalidades e das coincidências, decidiu declarar pena de morte a quem, não cuidando da sua vidinha como seria suposto, não poderá passar do número 27. Balelas. Como tão bem cantou quem também partiu cedo demais - quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga. E o corpo paga, quando não tem mais saldo, e pára no número em que parar a roleta.

sábado, 23 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

alegria do dia

Por tantos motivos, e outros tantos, que aqui não vem ao caso prosar, me fascino por este animal. Saber que aqui bem perto, no estuário do Sado, nasceu este mês, mais um exemplar, o Pirata, deixa-me feliz, e anuncia-se-me mais um pretexto para tomar banho nas suas águas, por mais geladas que este ano se apresentem.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

o que é nacional é bom...

... e se vier aqui do lado também!

- Então P, chegaste de viajem de onde?

- Vim de Espanha, Sevilha, vê lá que saí de lá e estavam 40 graus e aqui está a chover.

- Pois, realmente...

- Tenho o camião carregado de uvas, acho que como está frio, nem preciso ligar a refrigeração para as uvas.

- São muitas?

- Está cheio.

-E vais descarregar onde?

-A um produtor de uva, que depois a vende para os hipers.

- Grande distribuição esse gajo deve ter...

- Se tem, é um camião por semana, e às vezes não chega.

- Mas espera! Produz, e manda vir de fora?

- Pois, sai-lhe mais barato, e não tem tanto trabalho. A produção nacional é meio tanga, para disfarçar.

- Entendo, como são fornecidas por um produtor nacional, a malta compra-as a pensar que são de cá.

- Nem mais! Até lhe colocam bandeirinhas, eh eh. Mas também trago muita coisa de França, com este esquema. Nem imaginas...

- Olha, vamos mas é beber um copo de branco alentejano, ou achas que também é martelado?

- Humm, este não me parece, é do Esporão e eles não vão nisso.

Então, à nossa!

(este texto é pura ficção, pois isto nunca podia acontecer no nosso país)










a frase do ano



Sou totalmente a favor do casamento gay entre os políticos. Tudo o que venha a contribuir para eles não se reproduzirem, é bom para a humanidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

crise até ao céu

Nunca um político deixou um país na penúria, como o Senhor Engenheiro, pois até o verão o gajo nos levou...
Não me incomoda ir a banhos no São Martinho, mas não está certo que o verão, uma das poucas coisas que nos chega a custo zero, este ano esteja a ser tão moderado, nublado e ventoso.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

casório - day after day after

Chego a algumas conclusões, após a consumação do casório anunciado. A saber - atrever-me-ía a dizer - se não fosse óbvio que quem motiva as pessoas a gastar balúrdios de dinheiro em quantidades de comidas, e bebidas, em milhares de fotografias, ornamentações e afins, são os que com isso lucram - que grande parte da nossa sociedade sofre de uma espécie de complexo de pobreza, ao exibir tanta riqueza naquela ocasião. A saber também que apesar de não ser muito dado a missas, gostei de assistir à forma em como o padre motard, celebrou o casamento, permitindo canções, integrando-se nelas, contando piadas pelo meio. A saber ainda, o já sabido, que seria impossível resistir aos pecados da gula, ao lado de amigos pesos-pesado, dos copos e do garfo, de longa data, que por ali reencontrei. De tal forma foi a boda, que se prolongaram os festejos até meio da tarde de domingo. Agora é tratar de dar descanso ao fígado, e tentar derreter o lixo acomulado.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

depressões

Escutei algures, que por via do anunciado final da saga Harry Potter, que alguns fâs mais devotos do pequeno mágico, ficaram à beira da depressão, tendo sido necessário, nos casos mais agúdos, recorrer a acompanhamento médico. A narradora questionava quase dramáticamente - o que vai fazer esta geração que durante uma década viveu o mundo Harry Potter...

Depressa me veio a lembrança o desgosto que tive nos anos 60, quando a tv deixou de passar os filmes do Zé Colmeia. Nada que não tivesse passado. Enfim, tudo tem um fim.

casórios

Peco pela deformação profissional. Ou não. Questiono-me o quanto mudaria a minha opinião sobre os casamentos, se não tivesse feito parte de tantos na qualidade de músico, bem como aqueles em que participei como convidado. Ou não. Existe um ditado no Brasil, mais ou menos assim "passado de mulher e cozinha de restaurante é melhor você não conhecer, se você conhecer, não vai comer". Não aplico à letra ao evento que é um casamento, mas conhecendo os bastidores, as praxes, as tradições, na quantidade que conheço, não tenho dúvidas em dizer, salvo honrosas e raras excepções, que um casamento para mim, é uma seca, e mais um acontecimento igual a tantos outros, desprovido de genuinidade, onde praticamente se faz porque outros fizeram, a preços escandalosamente milionários. Lembro-me de num desses acontecimentos dar com o noivo, sentado num canto, solitário, e desabafar meio aliviado - já acabou, tanto trabalho, e nem dei pelo dia passar, ainda bem que o meu sogro é que pagou isto tudo. Não foi um casório barato, o palacete em Sintra, o RR cabrio, e os restantes ramalhetes assim o denunciavam, afinal era filha única. Soube mais tarde que o casal se separara, e que o solitário noivo fizera um bom negócio. Porque, na verdade, para ele tudo aquilo fora um negócio, bem planeado. Outros tantos presenciei, cujos banquetes contrastavam com a humildade do quotidiano. Sabe-se que, quem ganha dinheiro com os casórios tenta ao máximo potenciar os seus lucros, sugerindo isto e aquilo a preços exorbitantes, porque aquele é O dia, e usam e abusam do apelo ao único e especial, tal como o cangalheiro na hora da escolha da urna provoca apelando à culpa - um caixão modelo económico? O seu marido só valia isto? E pimba, lá se vão mais uns milhares em nome da honra, e do complexo. Amanhã celebra-se o casamento de alguém que muito estimo. Com muito prazer espero estar presente, por quem é, sem contudo deixar de pensar como penso. Espero de coração, daqui a uns valentes anos, poder celebrar a continuidade da união que amanhã se inicia, e porque sei que amanhã verei uma celebração cujo ritual não me trará surpresas, vou sugerir aos noivos, que mais tarde, após provas dadas pelos anos passados, tornem a celebrar o acontecimento, por exemplo, num luau. Isso sim, agrada-me. E creio que aos ditos, também.

comentadores


Já não tenho paciência para os comentadores profissionais. Aqueles que só os conhecemos, porque comentam, e mais nada. Ultrapassam os limites da minha paciência. Sei que se podem evitar, contornar, com uma mudança de canal, ou de posto, mas mais à frente, lá aparece um sapiente elemento destes a debitar os seus conhecimentos e opiniões. Há-os para todos os gostos, os da política, os das guerras, os das revistas rosa, os da música, e os do desporto, resumido ao futebol. São os que mais detesto, estes do futebol que discutem o nada, mas apaixonam os ferrenhos adeptos, e sabem coisas tão importantes como - este é 53º golo no 23ºjogo que coincide com o 17º da liga, e se a tradição se mantiver, será como aconteceu precisamente, há 3456 dias, e outras estatísticas que para nada servem. Só para apanhadinhos. Criou-se uma legião desta gente, tal como se criaram os boys e os jobs. Utilidade - zero. Custos - muitos. Mandem-nos trabalhar, e fazer qualquer coisa de útil para a sociedade.

prazeres

Existem dias desejados, aqueles que os esperamos especiais. Ansiamos, imaginamos, mesmo sabendo correr o risco de, chegado o momento, não acontecer nada de como se sonhou, em modo acordado. Pior ainda, se nem sequer acontece. Não foi o caso. O dia aconteceu. E pelo contrário, ultrapassou todas as ficções. Com um final tempero inesperado, de uma improvável paragem a ver a serra da Arrábida e degustar uma valente bejeca e uns minuins.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

comprei uma garrafa de Casal Garcia

Longe vão os tempos do primeiro festival em Vilar de Mouros, dos concertos no Monumental, ou no Dramático de Cascais. Longe vão os festivais, dentro da festa do Avante, no Alto da Ajuda, os quais embora ainda se realizem, na festa, hoje sita na Amora, já não têm pesos-pesados nos palcos, como antes. A militância, a estes eventos tinha muitas vezes contornos de sacrifício, dadas as poucas condições (não) existentes à época, e dados os parcos recursos daqueles que constituíam o público. Lembro-me de começar a poupar para o bilhete, viajem e alimentação, assim que se anunciava um espectáculo.
Hoje temos festivais a dar com um pau, e todos eles cheios de maltinha que em grande maioria vai porque vai, e não com aquela tal devoção de outrora. Sairão todos, de todos os festivais, a dizer - brutal, aquilo foi brutal - e colocarão montes de fotos nas redes sociais. Não querendo ser velho do Restelo, arrisco em dizer que hoje se vai mais por moda, do que pela devoção. Mas como a causa é válida - música, acho muito bem a comparência, e os recintos a abarrotar, o que não deixa de fazer pensar, que esta geração que esgota as lotações dos festivais, e não abdica das suas férias em brutais praias, é, aparentemente, a mesma que se diz à rasca. Como diz o anúncio do restaurador Olex - pois olhe...não parece. E talvez digam o mesmo, os tipos que pasmaram com as nossas pontes entre feriados, os da troika.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Made in Portugal

Sou pelo consumo do que é nosso. Há anos a fio que me indigna o facto de existir uma lei que supostamente deveria regular a percentagem de passagem da música portuguesa nas nossas rádios, e salvo a Antena 1 e o Amália, todos os outros se borrifam na lei, mesmo até os que deveriam fazer cumprir.

Aqui há dias, relembrei o mercado electrodoméstico, que conheço bem, e há muitos anos. No início dos anos oitenta, mais de metade dos aparelhos vendidos em Portugal, eram, pasme-se, fabricados na península ibérica, e os restantes, de fabrico europeu. Do lado asiático, e apenas do Japão, algum audio e televisão. A qualidade era notória. Hoje compramos artigos de marcas americanas, e europeias, made in China, e as marcas que lideram o mercado são coreanas.

A protecção da CEE à produção europeia, com vantagens em tudo e para todos, não passa de um logro, um bluff. Os infiltrados asiáticos beneficiam hoje, de regalias e isenções, bem mais aliciantes do que os naturais da terra, embora seja do conhecimento de todos a fraca qualidade daquilo que vendem, o que deixa a pergunta no ar - de onde vem tanto dinheiro? a quem serve este tipo de política comercial?

Eu bem queria ajudar aos apelos de comprar o que é nosso, mas convenhamos, se me fica difícil sintonizar o rádio e dar de ouvidos com um tema nacional, fica-me impossível comprar a máquina de lavar roupa feita em Oeiras - daquelas que duravam 30 anos - e por isso lá vou eu dar de caras com uma disfarçada marca insuspeita, qualquer coisa tipo by USA, e em muito pequenino, a inscrição made in PRC. Contudo já decidi que amanhã, na minha noite musical, para além de apenas tocar autores tugas, só beberei Licor Beirão!!!


segunda-feira, 11 de julho de 2011

factos e argumentos

Fico mais que pior que estragado com situações deste tipo.
Ele aborda-me, argumentando que lhe fiquei a dever o dinheiro da reparação, que era para lhe ter dado ali mesmo, perto da esplanada, mas que ainda não lhe tinha pago. A minha cabeça fica baralhada. Não era nada daquilo que ele afirmava, contudo, naquele momento, não consegui recordar a sucessão dos episódios, e pedi-lhe que me deixasse pensar. Levei ali, uma roda de caloteiro, assim sem mais nem menos, sem anestesia nem nada. Sabia que tinha pago, mas não recordei de imediato, como e quando. Passados momentos, uma recordação essencial, e ligo-lhe - olha, paguei-te, e na presença do teu amigo, tal e tal, e até disse no acto - este é um dinheiro que não choro. Mas o meu amigo não se recordava do amigo dele, nada feito. Não descansei enquanto não reconstituí todos os passos, os locais, as datas, as horas, e as pessoas presentes. Para isso, me dei ao trabalho de verificar fotos, registos, confirmar e tudo isto relatei por escrito ao meu amigo. A resposta não veio, nem creio que venha. E das duas uma, ou o meu amigo recordou os factos, e por vergonha nem me respondeu. Ou não se recordando, nem sequer da pessoa que estava presente na hora do pagamento, ainda me julga devedor. Caso seja esse o cenário, e me chegue aos ouvidos, terei todo o gosto em pagar a dobrar, mas apenas por depósito bancário, deixando a sugestão de que a tanto esquecimento se impõe uma consulta médica, e os meus redobrados trinta e cinco euros poderão ajudar.

Demagogia

Depois de durante o exercício da sua governação, ter tomado as medidas necessárias à ruína da nossa agricultura, e das nossas pescas, vem o nosso sorridente presidente da república apelar ao povo que pegue na enxada e se faça ao mar.
Depois de ter autorizado a desmedida instalação de grandes superfícies comerciais, as quais nos inundam o frigorífico com productos vindos de fora, vem o nosso presidente apelar ao consumo da produção nacional.
Falar pode ser bonito, mas a palavra sem o acto, resvala para a mentira e para a demagogia, e neste caso, os actos falam por si.
Como dizia a minha querida avó - tarde piáste.

sábado, 9 de julho de 2011

partidas

Num recente programa televisivo, os vários participantes comungaram na homenagem que fizeram a Maria José Nogueira Pinto, na afirmação de que MJNP tinha partido em paz, dada a sua fé. Fiquei, e penso que todos quantos escutaram estas opiniões, com a sensação de que a mensagem é mais ou menos isto - se és crente e tens fé, partirás em paz, se não a tens, nada feito. Recordei, alguém que partiu, também cedo demais, tal como MJNP, vítima da mesma cruel doença, o António Feio. Recordei também que AF, aparentemente partiu, em paz, sem mencionar a fé. Digo aparentemente, porque apenas a pessoa sabe do que lhe vai na alma, e pode essa pessoa, transmitir ou não, esse sentir. AF e MJNP, partiram em paz, porque foram em vida felizes, realizados, fizeram o que queriam e sabiam fazer. Por isso, olhando para trás, ambos sentiram que valeu a pena, viver a vida da forma como a viveram. Contudo, perante a sentença de partir tão cedo, atrevo-me a arriscar que, em ambos também tenha residido a revolta, e a questão - porquê eu, porquê tão cedo, afinal ainda vou a meio do caminho. E aí, apenas aí vejo a diferença - quem tem a fé, atribui a razão, a resposta, a decisão, a quem lá do alto, e segundo crêm, decide.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

hora de ponta I



Galápos, ontem, em hora de ponta.

a velhice é lixada...


... principalmente em nós, os gajos :(

quinta-feira, 7 de julho de 2011

tocarei até que os dedos me doam

Encontro gentes de outros tempos, de outros palcos. Gentes com quem toquei. Outros que admirei encostado ao palco, a sonhar um dia estar lá em cima, como eles, e as suas fartas cabeleiras à Deep Purple ou Black Sabbath. Hoje reencontro uns, e outros, revejo velhos amigos, faço novas amizades com alguns que afinal sempre ouviram falar de mim, tal como eu ouvia falar deles. A música, e o bichinho que continua em torno dela mantém-se vivos, ao ponto de se fazerem projectos de novas formações, apesar das poucas probabilidades de concretização. Mas porque contestar? Afinal porque não se pode pensar que tudo é fácil como nos tempos dos anos setenta? Sei que não é. Sei até que o mais certo é nada passar da ideia, do sonho, assim como que num projecto à laia de canto do cisne. Mas não serei eu a dizer que não. Porque afinal, no meio de tudo, apesar da idade, sou o que continua a exercer a prática fora do sofá, e das festas de amigos. Porque enquanto me agradar, e agradar, não desistirei de tocar, fora das portas do conforto. Por isso, três vezes por semana, carrego a tralha no carro, monto, toco, canto, berro, faço a festa, atiro os foguetes, apanho as canas, desmonto, carrego, descarrego, e estatelo-me na cama, exausto, mas feliz. E quem sabe, um dia não aparece aí uma banda do reumático, misto Seixal-Trafaria...

reconhecimento

Sempre admirei esta mulher. Um exemplo de coerência, de luta e competência, muito mais para os que com ela habitavam o hemiciclo.

Passos ataca

Após o murro no estômago, Passos Coelho já encomendou uma considerável quantidade de out-doors a colocar nos principais aeroportos do mundo, a fim de sensibilizar, os mercados, as agências, o Obama, os chinocas, os brazucas, e toda a malta que nos quer lixar a vida.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Aviso ao Mundo

Avisam-se os habitantes do planeta Terra, que o país - com mais de oitocentos anos, aquele que têm a aliança mais antiga com a Inglaterra, que descobriu mundos no mundo, que espalhou a sua lingua e cultura pelos quatro cantos do planeta, aderiu à CE para ser mais moderno, e não ser colocado na cauda da Europa - já não é bem um país, agora é lixo. O lixo que habita nos partidos políticos e governos durante décadas, apenas fazendo merda, lixo portanto, acaba de contagiar o nacional orgulho, e deitar o seu nome na lama. Acautelem-se portanto as vivalmas do globo, porque lixo, é lixo em todo o lado, e sendo lixo há que tratar de lhe dar o devido trato, pelo que se esperam directrizes quando aos respectivos recipientes que acolherão este lixo que condena.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Logro II

Andam uns artistas, daqueles com a formação adequada para venderem bimbis, rainbôs, colchões milagrosos e outras tralhas que de especial, só tem o preço inflacionado em cerca de quatrocentos por cento, a tentar impingir veículos de locomoção que mais parecem trotinetes com quatro rodas. E a quem? A pessoas de idade, com dificuldades de locomoção, com umas sobras da reforma - alvos perfeitos. Se nos outros artigos, o logro é apenas no preço que se paga por um artigo, no caso das trotinetes, cujo preço anunciado ultrapassa os antigos quatrocentos contos, pior que logro, é o perigo que pode constituir o uso destes veículos nas estradas, dado que muitos dos velhotes assediados, são levados ao engano, julgando que adquirindo este mamarracho, poderão circular pelas vias públicas, e assim adquirirem uma autonomia perdida. De uma breve pesquisa que fiz pela web verifiquei que estes carrinhos se usam em hospitais, grandes superfícies, e aeroportos, em situações internas portanto, com pisos planos, e ausência de grandes declives. Em face da propaganda que verifiquei, e do discurso persuasor e enganoso, que adivinho ter sido eloquente ao ponto que me iam convencendo a velhota, pouco falta para que me sinta tentado a investigar da legalidade deste tipo de vendas, que em minha opinião revelam um acto próximo do criminoso.






Logro I

Pelo correio recebi, bem como a minha mãe, que reside por perto, uma fotografia. Grande, de formato A4, papel de foto, luzidio, de uma imagem de barro, ou loiça ou coisa que o valha, bem pintadinho, de uma santa. Acompanhando a fotografia, um texto de apelo a ficar com a foto, pelos motivos, mais ou menos invocados naqueles e-mails horríveis que circulam por aí, a mandar-nos reencaminhar os santos. O detalhe é que estes, os que mandam a foto, pedem uma pequena contribuição, e se são pobres e humildes na religião que fingem ter, são ousados e ricos a pedir - nada menos do que dez euros, no mínimo. Não sei da legalidade deste método, de sacar dinheiro às pessoas, usando da sua fé e ingenuidade, e creio, até algum medo. Também não sei que destino terão as tentativas de vender a fotografia, na casa dos meus vizinhos. Sei que na minha casa, e na casa da mamã, este tipo de abusos vai para o local onde colocamos as publicidades das superfícies comerciais - lixo. Porque fé, cada um tem a sua. E isto, não é fé. É logro.

For My Lady

Algumas noites de música, são como aquelas rodas de gente, à volta da mesa, a contar anedotas. São umas a seguir às outras, porque uma lembra outra e a meada não tem fim. A noite de sábado, teve essa componente. Com uns quantos músicos da velha guarda ali espalhados pela plateia, lá para o final, visitaram-se várias capelinhas - Doors, Santana, Ten Years After, Dylan, Stones, Beatles, Who, and so on. Dos Moody Blues foi esta.

sábado, 2 de julho de 2011

censura ou bom senso?

Após a separação dos Beatles, fiquei, como minhares de fâs, atento aos desenvolvimentos das carreiras a solo, dos seus elementos, por isso fui daqueles que comprou os singles do após-Beatle. O My Love do Paul, o My Sweet Lord de Harrison, e o Mother do Lennon. Destes três, e expectávelmente, o mais polémico foi o disco do John Lennon, ou não fosse ele um génio polémico e provocador na forma como, junto com a sua Yoko Ono, se manifestava em defesa das suas causas. Se o tema Mother já continha alguma porção de anti-convencional, como as badaladas iniciais, a letra e a repetição final, o lado B do disco era algo, digo-o hoje, uma bosta, mesmo que se faça um exercício de libertação criativa junto com o lado experimental. No entanto, na época escutava este disco, discretamente, não fosse a minha mãe - até ali um pouco lápis azul na minha liberdade de escolhas musicais - escutá-lo. Mas certo dia, ao chegar a casa, fui confrontado com as provas do crime - a minha mãe com cara de caso a olhar para este lado B, decerto acabado de o ouvir, e o aviso solene - se tornas a comprar porcarias destas, tiro-te o gira-discos. E foi a partir desse dia que comecei a fazer mealheiro para comprar o meu gira-discos, um Sanyo com rádio incluído, e duas colunas stereo , um luxo. Que me lembre, não toquei lá o Why da Yoko, porque para além do respeitinho à mamã, começava a perceber que lá porque se é génio, nem sempre as obras destes, saem geniais.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

trocó'Passo

Barroso chegou e disse, o país está de tanga. A primeira coisa que fez, foi fazer o que prometera não fazer, na sua campanha - aumentar impostos. Afinal fora traído pelos números...

Sócrates chegou e disse, o país está de rastos. A primeira coisa que fez, foi fazer o que prometera não fazer, na sua campanha - aumentar impostos. Afinal não sabia dos números...

Passos, chegou e não precisou dizer nada, o FMI dissera-o. Seria fácil a Passos fazer o que ainda não fez, aquilo que os outros fizeram - aumentar impostos. Afinal os números assim o recomendam. Mas o que Passos não sabia, era o número do INE, e vai daí, contrariado, criou mais um imposto, desta vez de salvação nacional, diz-se. Há quem comente que é para tapar os buracos que aí vêm, ligados à banca. Há quem se indigne porque a banca continua intocável. A banca, os funcionários públicos, o estado, os partidos... Lamento, pelos que acreditaram ver em Passos, uma espécie de travão, um Robin dos Bosques, um estabilizador social. Lamento pelos que terão de reduzir os seus gastos na mesa de Natal, lá se terá de suprimir um bolo-rei, uma garrafita de Porto, e em vez de seis pares de peúgas, oferece-se uma peúga, este ano, e outra no ano vindouro, e aos miudos, há que lhes ratear os brinquedos no sapatinho, afinal a crise é para todos. Bem, todos não, é para aqueles que não sendo ricos nem pobres, ganham e declaram qualquer coisita, e a esses, Passos e Portas, seguindo as linhas anteriores, estão a tratar de lhes esvaziar, mais, os bolsos. Nada de novo portanto, a mesma tática, que como se vê por aqui, nos últimos dez anos - a idade da entrada em vigor do Euro - só nos tem empobrecido, e que tal como na Grécia, não produz efeito. Esperam-se mais medidas bombásticas, tais como as mexidas no IVA, e outros impostos e cortes. Esperam-se alguns atrazos nos compromissos e eventos, e lugares marcados em executiva, para que possamos dizer em bom rigor, que a Sócrates sucedeu Passos, que sucedeu a Barroso, que como se sabe está lá, na Europa.