quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rosa à janela | Baile Popular

Simples e bonito, porque a música não tem de ser complicada nem triste. Amanhã vou tocá-la, e mais a Rosa Albardeira.

grito


Hoje, só me apetece gritar. No dia de rescaldo da comunicação governamental informando que, como sempre somos nós a pagar as asneiras e os luxos deles, incluindo um iva que já aqui se falou há cerca de um ano, é um dia triste, porque me sinto roubado, mais uma vez, porque me sinto violado, mais uma vez, me sinto injustiçado, porque vou pagar erros que não cometi, dívidas que não contraí.
Resta-me celebrar os 50 anos da famália que me acompanha desde que lá por casa apareceu o velho Philips a preto e branco, recordar a Wilma, o Fred e Barney, o Zé Colmeia, e o Dom Pixote, e os tempos em que nada disto me preocupava, tudo parecia fácil, e no final as coisas acabavam sempre bem.
Em 5ª de folga, vou largar o meu grito de revolta - yabadabadabaduuuuuuu....
Só não sei onde...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fado - Sempre


Das coisas boas que tenho aproveitado, na minha área de trabalho, são os eventos. O mês de Setembro é pródigo neles, e por isso, homens e mulheres aqui do castelo, temos aproveitado os bons hoteis e suas mordomias, e um ou outro jantarito em locais que, sendo a pagantes, nunca lá poriamos os pés, nem a boca. Nem aquela roupa melhorzita saía do armário.
Destas andanças, elejo o jantarinho no Casino, e acima de tudo o espectáculo do La Feria, sobre a história do Fado. Soberbo. E obrigatório para qualquer português, porque o Fado vive em nós, e é irreversívelmente parte de nós, e também, porque nestes tristes tempos, poucas coisas temos com que nos orgulhar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

tudo a ver



"se eu fosse compositor

compunha em teu louvor

um hino triunfal

se eu fosse crítico de arte

havia de declarar-te

uma obra prima

à escala mundial

mas eu não passo de um homem vulgar

que tem a sorte de saborear

esse teu passo inseguro

e o paraíso no teu olhar"

Pré - Balanço


Tenho por hábito, em finais de cada ano que vai passando, fazer um balanço ao que verdadeiramente aconteceu, ao que mudou, se ganhou, se perdeu, alegrias, tristezas, derrotas, vitórias, tudo me vai passando no interior, e umas quantas vezes à sebenta. Tendo o Outono particular efeito em mim, ele antecede de certa forma esse findar de ano que embora a três meses, já se faz sentir.
A esta data já possuo um bom pedaço de acontecimentos importantes. De muito do que mudou, dos orgulhos e decepções, muito me apraz registar um valioso saldo positivo vindo das pessoas, e mais ainda das que me são muito próximas, a começar pela mamã, que apesar da idade, não para de me surpreender, pela positiva, mui grande positiva.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

o BI é que manda

Questionado por Goucha sobre o processo que o, e se arrasta, o apresentador, lá foi metendo os pés pelas mãos, e câmara lá foi fazendo os grandes planos dos olhos comovidos, e mais uma vez, se assistiu ao rol, dos argumentos, dos dezasseis telemóveis, dos apoios populares e outras partes de um guião bem estudado e manipulado.
Quanto a mim, caso não houvessem outros, existiu um espalhanço colossal, quando o apresentador afirmou, que ao ser assediado por duas miúdas, em discoteca da capital, lhes pediu ali, à laia de polícia de fronteira, o respectivo BI.
Ó senhor apresentador, então quer dizer que tendo a idade legal, as coisas marchavam, ou seja, as miúdas?... Pensava eu que um homem casado, chefe de famíla, com exemplos a dar, como homem e como figura pública, não comia fora de casa, por mais apetecível que fosse o prazo de validade, e novidade da oferta. Mas pelos vistos, ou ditos, a coisa apenas se resume à verificação do BI - tu vens! a outra: cresce e aparece!


as bujardas do Boucherie

Já começaram as pérolas deste eloquente júri, no Ídolos. Ontem, para a candidata:
- És de Arouca?
- Sim.
- Por mim não, passas.
Ou seja, malta de Arouca, não. Ou ainda, o que é que o coiso tem a ver com as calças?

domingo, 26 de setembro de 2010

Obrigado S.Pedro

Afinal, os santos se não operam milagres, da fama não se livram, e nada custa atribuir-lhe este, em forma de prolongamento dos restos do verão, que é como quem diz, mostrar-me o mar de Sesimbra, mais que convidativo ao mergulho, e não me fazendo rogado, partilhei com uma pequena minoria, as cristalinas águas, e o areal agora já povoado por gente vestida, alguns lastimando-se do carrego de tão pesadas roupas, e lamentando os calções e a toalha de banho, que caminhando à beira-mar, olhavam desconsolados os que se banhavam. Prsentes também as gaivotas que reclamam o domínio territorial, pelo menos até à próxima Primavera. Agora sim. Estou mentalizado. Venha de lá esse frio, e a chuva, as folhas no chão, e os dias mais curtos, que daqui até ao Natal é um pulinho.

sábado, 25 de setembro de 2010

Papa aqui, papa acolá


Se bem me parece, da visita do Papa a terras de sua magestade, o clero papal, regressou de rabinho entre as pernas, e com pouco ou nenhum brilho. Das manifestações, e verdadeiros pedidos de um assumir à séria as culpas, e consequentes acções, um mea culpa, que segundo alguns o Papa não assumiu, não se livraram os homens da batina.
Sendo certo que todo o espólio do Vaticano, deverá está seguro por quantias inimagináveis, em discretas e poderosas companhias de seguros, deveriam, o Papa e seus discípulos, atentar que, perante os flagelos causados, as bocas caladas, o sigilo podre, não basta um pedido de desculpa, acompanhado de um caridoso - entregar o assunto a Deus. É que se as desculpas servissem para resolver o mal que causamos nos outros, não existiriam as companhias de seguros.
Em casos como estes, e falo claramente do abuso dos padres a crianças, um pedido de desculpas, soa-me muito mais nojento do que se proferido por um qualquer ser deste planeta, que tenha cometido tal acto.
"Tão ladrão é aquele que vai à vinha, como aquele que fica ao portão"

ser solidário

Andar de biciclete contra o vento é difícil, não há mudança que valha, pois afinal o motor são as pernas, e o estorvo é o peso do corpo que teima em fazer frente aos ares insistentes que nos empurram para trás, quando queremos afinal, ir em frente. Bom mesmo é o disfrute do regresso, em vento de feição, com aquele literal empurrão, aquela verdadeira palmadinha nas costas.
À beira-Rio-Tejo cruzo-me com gentes, a pé, uns em marcha, outros em corrida, pais com filhos de triciclo, outros ciclistas de algibeira, como eu. A dado momento, um pouco à minha frente, uma rapariga com um corpo de formas perfeitas, vai correndo de I-Pod nos ouvidos. Abrando o suficiente para poder contemplar as formas esbeltas, da menina, e eis que em sentido contrário se aproxima um corredor de fundo, também ele de som nas orelhas, que ao cruzar a dita menina bem moldada, não satisfeito com a visão frontal, continua a correr, e a olhar o lado não frontal, do corpo que já aqui se falou, era um mimo. Ao meu grito, impotente, perante os decibéis debitados para o pavilhão auditivo, pelo audio do dito, sucede-se um choque. Eu parado, ele esbarrado, qual pega de caras, em que o touro entra com o focinho de lado, pois mira as chocas. Da choca, perdão, menina, nem vê-la, nem deu por isso. Do diálogo, para além dos tradicionais - magoou-se? está tudo bem? estraguei alguma coisa? não? ainda bem? - ficou a unanimidade:
- Você viu aquele corpo? E aquele trazeiro?
- Se vi. Ou pensa que eu vinha a pedalar devagar, porque sabia que você ía chocar comigo?
- Pois, realmente, não se vê uma coisa destas todos os dias...
- Então com licença, vou pedalando, a ver se ainda a avisto ali à frente!
Não a vi. Nem na ida nem na volta. Mas na volta, o vento estava a favor.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

era só mais um bocadinho


Eu sei que todos andam a suspirar pelo Outono, pelas folhas secas no chão, pelo agasalho, pelo aconchego da manta, da lareira, do tinto à beira dela, do abraço envolvente de quem ganhou direito ao dito, do (estou aqui a escrever, e a tentar concentrar-me no que quero dizer, mas o cd que comprei hoje na fnac, Sérgio Godinho,O Irmão do Meio, teima em me tirar o fito) preparar o agasalho para a descida dos graus, e aquele friozinho que se vai instalando (pronto, calei o Sérgio e o Cae, silêncio) e convida a mudar do on-the-rocks para o temperatura ambiente.
No entanto, embora me encontre com a preparação necessária para receber o Outono, neste ano, ou neste quinar de Verão, eu, podendo pedir, pediria mais uns dias de sol, com temperatura a condizer, para mais uns mergulhos. É que cada vez, me sinto melhor dentro de água, salgada ou doce, tendo até já acautelado que em vez de pêlos, não me cresçam escamas.
Mas a natureza segue implacável nos seus desígnios, e por isso, vamos lá curtir um digno Outono, porque é inevitável, eu gosto, e muitos outros gostam. Que venha o Vivaldi, perdão, o Sérgio, que vai no dueto com o Tito Paris. mas como Tito Paris sugere verão, vou mudar para o tema com a Teresa Salgueiro. Parece-me mais outonal.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

New LooK - lá no bairro

O local, uma pacata rua de moradias, era calmo, quando a D foi para lá morar, junto com os seus dois filhos, e calmo ficou, com aqueles novos vizinhos. Estranhavam as mulheres da vizinhança, àvidas que sempre são, de se certificarem do cadastro alheio, a ausência de marido, ou companheiro que tardava, não aparecia. A D, não dirigia mais que o formal bom dia, fechando qualquer tentativa de invasão cusqueira. Porém, enfim, alguém que conhecia alguém que conhecia a D, desvendou o mistério, meses mais tarde. A D era viúva. Assunto esclarecido ao mulherio, prontamente divulgado nas reuniões de mini-mercado, ida à bica, ou vazar o lixo.
Aos homens da vizinhança, D passou despercebida, baixa, magra, sem appeal que se visse, D mostrava-se raramente, na sua cinza permanência, aos olhos dos machos locais.
Uns dias houveram, mais de um mês, assegura a atenta vizinha da frente, em que da D, e do seu carro cinza, não houve notícia. Mais um mistério portanto. Maior, na medida em que os filhos permaneciam em casa, sem aparente drama. Intrigadas andaram, até que de uma noite para o dia, o carro voltou. E lá de dentro sai uma borboleta, em todo o seu explendor, a C largara as roupas cinzas, cortara o cabelo, talvez tivesse ganhado formas nunca até então adivinhadas, vestia jovem, e justa, e mantendo o bom dia, apenas sorria. Da clausura, a C passou a partilhar um pouco mais a rua, o seu jardim, passeando de aqui a ali, para grande preocupação do mulherio residente nas redondezas, que já rosna - desavergonhada, uma viúva, vestir-se assim - entre dentes. Contentes estão os vizinhos, hoje é vê-los a despejar o lixo, a limpar o carro a toda a hora, a jardinar pelos seus canteiros, pois nunca se sabe a que horas se exibe a D, por aquelas bandas. Fala-se que a D costuma observá-los no recato das suas cortinas, mas não se sabe ao certo. Certo mesmo é que a D tem um corpinho violino, e a rua ganhou mais vida.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

chato

Não querendo ser chato, e falar mais uma vez da mamã, cumpre-me estar (mais) preocupado com as medidas dos nossos eloquentes governantes - diz-me a D.L que vai gastar fortunas (mais) nos medicamentos, pois dos que toma, com as novas comparticipações do estado, vai pagar um bom punhado de euros a mais. Tudo bem, digo-lhe, que se gaste, que se vão os aneis, e que venham as drogas. Contudo nem todos, se podem "apenas" lastimar. Acredito que a grande maioria dos nossos velhos, vai saltar a medicação, e outros vão pura e simplesmente aboli-la, rendendo-se a uma mais rápida entrega ao fim de vida.

Tenho de tirar (mais uma vez) o chapéu a esta gente que nos governa com um olho, em terra de cegos, pois esta medida, junto com o restante descalabro luso, vai decerto aliviar o peso se um número - o da média de idade da população portuguesa. Seremos mais jovens. Os velhos vão morrer mais cedo doque esperado, e deixar mais umas 'croas à Segurança Social. Porreiro, pá.


domingo, 19 de setembro de 2010

dúvida


A dúvida é simples - mereço tanto?
Depois de um fim de semana recheado de boas músicas, com direito ao debutante Fender Mustang , ao reencontro de velhas glórias dos acordes e letra, de uma praia mais que de cinco estrelas em águas de Sesimbra, onde o único senão era o relógio, eis-me chegado a casa e como bom filho que me prezo, de telefone 21, pois de 91 seria impessoal, ligo à mamã, a fim de me desculpar pela ausência da habitual visita - sabes, Sesimbra estava tão boa, e daqui a pouco joga o Sporting.... E logo fui desculpado por Sesimbra, mas, ridicularizado pelo SCP, que iria perder, e logo de seguida, enveredando por outra rota, muda de assunto a mamã, metralhando com o Passos Coelho, o Sócrates, a Ministra da Saúde, e a da Educação, o Papa na Inglaterra e o livro que apesar dos pesares na débil visão, ainda lê - algo sobre o Vaticano!!! Estou a meio, diz-me entusiasmada, daqui a dois ou três dias dou-to, e agora vai lá ver o teu Sporting perder, que eu vou ver o meu Benfica ganhar. Clic!!!
Depois do jogo, ainda teve a lata de me ligar, numa de pirraça... E após, o segundo Clic, por este e por outro episódio que aqui não tem de vir a lume eu pensei, se o meu SCP tem de perder para que coisas boas aconteçam, então que venham mais derrotas. As do futebol, que com o mal dos outros, posso eu bem. Contudo ainda estou aqui a magicar se não lhe vou mandar um SMS - ainda temos 1 ponto à vossa frente. Mas conhecendo a mamã como conheço, decerto que a resposta seria - meu filho ainda não estamos no Natal.
Pelo que o melhor é ficar calado e aguardar o livro, sobre o Vaticano.

sábado, 18 de setembro de 2010

Instantes

Seixal, 10:30, entre duas noites de músicas, no apetecido passeio de bicla.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Outros Ventos




Em outros anos e em outra idade, mas na mesma praia do Meco, com uma vista destas pela frente, fui compondo, sem viola e sem sebenta, este tema, que hoje, um amigo, do tempo dessas lides, publicou neste universo de net. Do esboço na cabeça, até chegar à viola e ao papel, tentei não apagar nada do que o mar ispirara, e depois, foi apenas escrever, e tocar como se já soubesse tudo de cor, há muito tempo. Nunca a dediquei a ninguém. Até agora...


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Tesourinho Deprimente

Este filme foi uma obra-prima da ficção científica nacional, gravado em 1970, a fingir que era lá para o ano dois mil e tal.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cópia Original de Original


Ouvi de dois rapazes da minha idade, que embora bom, o concerto dos Supertramp, foi bom, mas... podia ter sido melhor. Não duvido. Basta imaginar o Dreamer ou o Give a Little Bit, sem a voz de Roger Hodgson, e vai-nos saber a ensonso. Assisti ao primeiro concerto no saudoso Dramático de Cascais, com a formação original, e muitos anos mais tarde, ao segundo, no Atlântico, e tal como os rapazes meus amigos, não fiquei satisfeito. Tal como não fiquei, mas sabia-o antecipadamente, quando em Alvalade vi uns Genesis que sem Peter Gabriel, não foram os puros Genesis, os únicos que admito ouvir com verdadeiro prazer.
Depois há que contar com a idade, é que a malta vai envelhecendo, e aquela irreverência e pujança de palco, vão dando lugar ao concerto de poltrona.
Tal como nos amores, diz-se, não há como o primeiro.

Lindo

Ouvi hoje por aí, que a viúva de Patrick Swayze, na tentativa de atenuar a dor da perda, lhe manda sms. Achei bonito. Tocou-me . Cada um tem o direito a gerir uma perda, da forma que bem entender.
O sms, diz a notícia, dizia - I love You.
What else?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

das Amizades


"Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos".

Elmer G. Letterman

Em conversa sobre amigos, e amizades, com apelidada amiga, concluiu-se que muitos supostos amigos, usam invariavelmente o mesmo discurso, no acto da saudação, então tudo bem? Tudo e contigo? São as amizades em que nenhum dos intervenientes deixa de estar bem, mesmo que lhe tenha morrido o cão. Em tempos de multidões de "amigos" nas redes sociais, onde muitos
"amigos" nem se conhecem, é bom poder contar com aqueles amigos, a quem ligamos se estamos na fossa, ou para uma farra daquelas de caixão à cova, para partilhar uma qualquer novidade, só para matar saudades, esteja o ponteiro das horas onde estiver. Tenho e mantenho, um número pequeno dessa casta, onde a cumplicidade e as provas dadas se renovam constantemente. E nem constam no meu rol do Facebook...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Apelo urgente - repassem por favor

reencaminho para ti, pois sei que vais reenviar aos teus contactos
Apelo a todos, que divulguem o meu pedido, e o façam chegar a quem de direito, àrbitros, dirigentes, ligas, frutas, mãe do guarda redes espanhol, e até ao governo - deixem o SLB ganhar. É que já não posso mais com debates, foruns, jornais, conversas de café, para não falar do Vieira a fazer o choradinho, e reuniões, e quem sabe até vão fazer um luto à Roquete...
Pelo que em nome da minha qualidade de vida, aqui rogo mais uma vez dêem-lhes já uma taça, como se de uma chucha se tratásse. Assim eles calam-se.
Enquanto tal não sucede, aqui me solidarizo com o glorioso, relembrando as sábias palavras de um tal jogador do SLB, que por sinal já foi do SCP, por ocasião da conquista de uma taça, em terras algarvias, à custa de uma mão na bola que afinal não era mão na bola - o que é preciso é tranquilidade.

Backing Track

Em boa hora, guitarrista amigo, para além de ter ido dar uma mãozinha, a uma das minhas noites de música, me incentivou a aderir à causa - colocar temas musicais em MP3, com todo o suporte de instrumentos, menos a guitarra e a voz. Decidi experimentar, apenas para desenferrujar os dedos, e pensando apenas aplicar esta modalidade no âmbito caseiro. Contudo, pela forma como me correram tão bem as desbundas no lar, decidi tocá-las na rua, e por isso no sábado passado, ali na Baía, o pessoal assistente teve de levar com os velhinhos black magic woman, oye como va, another brick in the wall, smoke on the water, cocaine, e wonderful tonight. E brevemente, vão levar com mais, pois se eu gostei, eles gostaram ainda mais, até já fizeram encomendas, assim eu tenha voz e dedinhos para a arte, que aquilo não é para quem quer.

domingo, 12 de setembro de 2010

Fidelidade na Infidelidade

Depois de mais uma noite de grandes músicas na Baía, que começou a ver um pôr-do-sol digno do Bolero de Ravel, chegada a hora do grande final, rendido aos backing-tracks que merecerão honras de post, de caipirinha em punho, abanco na animada roda de amigos de longa data que ali aterrou, vindos de um regado jantar. Haviam casais, outros, eles e elas, alguns separados, outros ainda em 2ªs uniões. O tema era forte - infidelidade.
Chutavam-se opiniões, da fidelidade, da in, da escapadela, do flirt, tudo numa algazarra digna do após uma noite bem regada, e que à uma da matina prometia prolongamento.
Eis que o B, gajo prático, manda este argumento - já que se é infiel, sendo casado, o ideal é que se seja com alguém igualmente casado. Porque para além do entendimento tático das disponibilidades de cada amante, não há necessidade ao artifício e à mentira, e já que se mente em casa, ao menos não se mente na relação extra. Por outras palavras, ser fiel... com a segunda. Ou com o segundo.
No regresso aqui ao castelo, lembrei-me que o B, sempre foi um gajo de ideias diferentes...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

onde é que eu já vi isto...


Embora seja manifestamente adepto do original, na música, quantas vezes me delicio com uma nova versão deste ou daquele tema que me mexe por dentro. Uma nova roupagem, bem composta, pode muitas vezes fazer reviver um tema esquecido, e não são raros os casos, em que a versão suplanta a origem.
...
Lembro-me dos tempos de, em pleno estado novo, existir nas escolas o modelo decorativo da praxe - o planisfério, ou mapa-mundi, as fotografias de Salazar e Américo Tomás, e o Cristo, na cruz. Aconteceram visitas de gente importante, do dito EN, firmes e hirtos os meninos e as meninas, de bata trajados, ao som do lá vamos cantando e rindo. Era este o modelo original.
Temos hoje um novo modelo, onde as bolorentas fotografias foram substituídas pelo Magalhães, o Planisfério, no Magalhães, a cruz e o Cristo, que se saiba, não há. As visitas da propagando do novo estado novo, sim, com direito a repreensão, se o menino não se levanta, em presença do Sr.Engenheiro.
A mesma música, e a mesma letra. Porém, neste caso, se nunca gostei da versão primeira, tãopouco gosto da segunda.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

o Céu e o Seu Dono

Que forma de crença existe nos que acreditam que desígnios divinos determinam uma roleta fundamentada em argumentos que ao Homem lhe é vedada, roleta essa que vai chamando ao reino dos céus, um após outro?
Que lógica, necessidade, justificação teria a atitude, se caso assim fosse, chamar um filho ao dito reino, para meses depois vir buscar a mãe?
Não poderia haver nada que justificasse tal preversidade.
Continuarei na minha busca, de que a haver um Ser Superior, Ele não seja poderoso como um Super-Heroi, como por aí se defende, e muito menos, seja um Ser cruel, e por conseguinte nada tenha a ver com a ordem, e a forma como todos vão partindo.

Vem com todos os extras

Acabo de ver na SicNotícias a descrição, parcial, julgo, da panóplia de funcionalidade dos novos submarinos que Portas comprou, para defesa da Nação Valente e do Nobre Povo. Ainda estou zonzo confesso, ele é minas, e armadilhas, torpedos, radares, sistemas de não-sei-o-quê, e sublinhou a locutora, o paraíso dos submarinistas (sic) - um duche que transforma a água salgada em água doce. Se eu fosse má-lingua diria que este extra foi a gota de água (doce) que fez transbordar o copo da decisão de Portas, imaginando os seus súbditos submarinistas, ou marinheiros, ou soldados debaixo de água, como se queira, lavadinhos, aconchegados pelas quentes águas doces, em alto mar, perdão, debaixo de água. Era o que estava mesmo a faltar à Nação dos Igrejos Avós, um submarino com duche de água doce. E Portas gritou, bem alto, lá na loja onde se vendem submarinos: quero dois!!! Apoiado, disseram os Capitães do Mar Luso!!! Dinheiro ou Multibanco? (não aceitamos cheques) inquiriu a menina da caixa. O meu povo paga, menina, retorquiu de imediato Portas, afinal isto é para o bem deles, e gargalhou Portas, como gargalha o temível Mr.Burns, dos Simpsons.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

o Mal dos Males



Qual a única coisa pior do que ouvir o Durão Darroso a discursar?

...

O Durão Barroso a discursar em inglês!
...
.

Faça o favor de entrar

Está a fazer um ano em que por via de cuscar o blogue da minha amiga primária Antígona, me decidi a postar, e foi precisamente sobre a chegada do Outono, e dela, da Antígona, o primeiro comentário.
Um ano volvido, eis que com muito prazer, verifico a aproximação do dito. Chegou a época de poder curtir as praias sem gente, do saborear a leitura com outro sentir, de ouvir música clássica, do convite è reflexão, do balanço interior, do estado zen, de desenterrar aquela camisola que aconchega. Mas do que me dá mesmo mais sabor, tal como referi há cerca de um ano, são as praias só para mim. Para mim e para as gaivolas. Que me desculpem o egoísmo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Xutos


Roubaram a carrinha dos Xutos. com o back-line todo lá dentro. Ao almoço, foi um dos temas, para além dos outros assuntos que já metem nojo, casapia, queiróz, reentrée, and so on.
Dizía um iluminado - com os balúrdios que eles ganham, é fácil, compram outro material, não me digas que estás com pena deles?
Sei que a inteligência, e a sensibilidade nem a todos bafeja. É mais uma das incógnitas da nossa existência. Por isso o mais calma e pacientemente que pude, tentei fazer ver ao bestinha, que o que está em causa aqui não é o comprar outro, mas sim que decerto foram roubadas guitarras, e até palhetas, apontamentos, que fazem parte da vida dos músicos da banda, não são meros objectos, não são coisas com valor de mercado, são parte do trajecto dos Xutos e da sua história.
Se chorei quando, nos anos 80 adormeci ao lado da minha Gibson, e acordava de noite, tocava nela, e dizia-me, é mesmo real, tenho aqui uma Gibson no chão, muito mais choraria, se um dia ela me fosse roubada. Estas coisas não têm preços. A estupides, sim, devia ter um preço, pago em imposto.

Um fim de semana especial

Uma das contagens decrescentes já cá canta. Era a primeira de duas, a previsível, a dada como certa, e ao contrário do que alguns afirmam, é sempre bom fazer anos. Somos alvo de maior atenção, recebemos prendas, telefonemas, sms, mimos. Mesmo que sabendo distinguir, os que são do fundo do coração e os que são circunstanciais. Foi um sábado de aniversário bem passado, entre duas noitadas a fazer o mais gosto, tocar. Com tempo para cumprir a praxe da auto-prenda que não dispenso, e melhor que tudo, preparar, desde a compra à confecção, um almoço de domingo, em honra do próprio, e da mãe-sputick. Como diria o meu avô, cada dia que vivo é mais um dia que conquisto á natureza, afirmação, que no caso da mamã, faz todo o sentido, e no meu, já começa a fazer. Que se sigam mais, e que todos vejam.


E tudo ficou na mesma

A Lei que condena, é a Lei que permite a não condenação. A Lei que foi genéticamente manipulada, escandalosamente, com fins evidentes. Fins nojentos. Assim é Portugal, uns vão bem e os outros mal. Sabemos que a montanha nem um rato pariu. Sabemos que as penas não irão ser cumpridas, e assistimos ao show dos "condenados" em mediáticas correrias pelas rádios e tv's.
Não me cabe a mim nenhum julgamento, mas não posso deixar de afirmar que quando vi, no início desta farsa, o apresentador da bota botilde, do Zona +, do Zip Zip, a chorar em directo na tv, e em hora nobre, pensei com os meus botões - um profissional destes a chorar na tv? hummm, soa a teatro de cordel, representação, portanto. Fico também sem saber se quando dito apresentador, foi mandado parar pela PJ, a 200 e tal à hora, foi multado por excesso de velocidade. É que os actos têm de ter toda a coerência, por mais ridículos que sejam, tal como comer sabão azul e branco. Mal vão estes recantos da Lei, que para além de condenarem, sem que se produza o efeito, nem têm dinheiro para comprar um Lux...ou um Palmolive.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

mais duas

Encontro-me perante duas contagens decrescentes, diferentes, em tudo, primeiro - porque uma tem uma data determinada e permanente, e a segunda não tem, - e segundo porque não tendo nada a ver uma com a outra, dada a natureza e imprevisibilidade, da segunda contagem, cria-se uma expectativa saborosa, meio apimentada, meio remoinho na barriga e formigueiro à mistura, que tem de se refrear com alguma moderação nos filmes que se projectam sobre o que vai acontecer, como vai acontecer, e quando vai acontecer. Os actores estão garantidos. Essa é única certeza. Ahhh, e a contagem também é certa, nem que se tenha de virar, umas quantas vezes, a ampulheta.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Salazars

Conta-me o meu amigo W, de origem brasileira, que os velhos deste país em nada se parecem com os do Brasil, que os de lá são alegres, e despreocupados, mesmo que não tenham Reais para gastar, e que os daqui são carracudos, desconfiados e gostam de dar ordens, Salazars é o nome que o W colocou aos nossos velhos, e não estou em desacordo.
...
Azeitão. Chego à porta do Lidl a fim de comprar o lanchinho para a praia, mas, são 8:50. Não precisava saír tão cedo, afinal já se tem um cheirinho a Outono. Cinco minutos depois começam a chegar, primeiro um, depois outro, até se juntarem uns seis ou sete Salazars, impacientes, de carrinho de compras, a olhar para o relógio, a gesticularem lá para dentro. Do carro vejo que um aponta ameaçadoramente para o relógio do seu pulso, e em seguida para a menina lá de dentro. Às 9 em ponto, dadas pela rádio sintonizada, vejo abrir-se o espaço comercial, e o magote entra, com pressa, vejo-os acelerarem pelos corredores. Mas não todos. O do relógio trava-se de razões com a menina, exige o chefe, o capataz, um superior, e o livro de reclamações, usando de palavras tais como incompetência, inútil, se fosse dantes, e outras preciosidades. Em vão a menina tenta acalmar este possível reformado da DGS. Entre a dúvida se vou ou se fico, decidi ir, e intervi - caro senhor, eu verifiquei que a funcionária abriu às 9, se o senhor reclamar, eu serei testemunha dela, e direi que o senhor mente ou tem o relógio adiantado.
A custo segurei os flashes de ódio deste Salazar que virou costas, largou a rapariga, e foi perder-se lá para o lado dos legumes. Mas creio que só o fez, porque ainda não sou, como cidadão, obrigado a carregar um livro de reclamações, senão, pumba, lá me escrevia o velho, uma borradela no caderno.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crenças

Ontem dei pelo desleixe de ter deixado a tesoura aberta. E corri a fechá-la. Dá azar, dizia a minha avó, e porque ela dizia, sempre a fechei, e continuarei a fechar, mais por respeito e precaução, que por superstição. Depois de fechar a tesoura revi umas outras, ligadas à actividade de capelista, da D.Idalina, que boas lembranças me deram:
-Um chapéu de chuva aberto debaixo de tecto, teria de ser aberto mais três vezes.
-Ao receber o dinheiro da primeira venda do dia, benzia-se com ele.
-O primeiro artigo a saír da capelista, não podia ser fiado. Pedia ela para a cliente - pode levar a camisola e pagar no fim do mês, mas compre-me pelo menos um carro de linhas.
-Noutras situações oferecia o carro de linhas, de uma qualquer côr, a quem lhe comprásse, ao abrir da loja, uma peça preta. Estrear-se com preto, não era bom, confidenciava.
Muitas outras crenças haviam, a ferradura, o corno atrás da porta, o quebranto, o sinal da cruz, o beijar o pão, e nunca o colocar na mesa virado, tudo fazia parte de uma mentalidade que se foi perdendo, hábitos e procedimentos que se bem não faziam, mal também não.
Havia um porém, que eu detestava, o da aguinha do cú lavado por causa do mau olhado! E está-se mesmo a ver porquê.