quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

sobre o circo dos debates, e das papas e dos bolos


... ou sobre os tolos.
Com a pouca curiosidade que me restava, ouvi penosamente alguns debates sobre candidatos, bem como ouvi as reacções, as análises, os comentários, de pessoas, que pagas para o efeito, de modo quase nunca isento, vêm depois das lides televisivas, a terreiro, debitar as suas teorias, leia-se, aquilo que lhes pagaram para dizer.
De modo algum, aquilo que ouvi, me esclareceu, já o sabia. De modo algum, fui convencido, influenciado, sugestionado. O que se deparou, constou de uma demonstração de pobreza, nas palavras, nos conteúdos, dos personagens candidatos, que ao que se saiba, apenas um, pode (e deve) invocar, que dedicou grande parte da sua vida a causas que valem. Essa é a diferença entre os homens com H, e os que exibem um h'zinho.
Como para dançar tem de se saber dos passos, nestas andanças, as da política, há que se vestir de certas peles, que definitivamente, Fernando Nobre, não tem. Não lhe reconheço a capacidade que os políticos têm, acessorados ou a solo, de transformar água em vinho, de branquear passados recentes, de fazerem ver a palavra em vez do acto. De facto, o doutor, não tem essas capacidades, e dificilmente consegue falar em público sem tropeçar nas palavras, sem se engasgar nos dizeres. Mais um peixe fora do aquário. Sendo Nobre a pessoa, e sendo Nobre o trajecto, as intenções e cidadania, reune a condição de garantir o meu voto, mesmo sabendo eu que este Homem, sairá derrotado desta luta, em sede de aquário, onde chernes, tubarões, polvos, e outras espécies dominam.
As máquinas partidárias prepararam os seus caducos delfins, forneceram-lhe a imagem, os argumentos, os golpes baixos a infligir ao desafiante, a fim de convencer o povinho, da imagem pretendida, numa perfeita demonstração da venda do gato pela lebre, e como se irá comprovar em Janeiro, quem vai ganham será quem elegante e convicentemente fala, e sabe olhar para as câmaras, como o gato das botas, e não quem faz, discretramente, sem publicitar, anos a fio, aquilo que aos h'zinhos, decerto enojaria, lhes daria comichão aqui e ali, diarreias, cheiro de suor, e outras coisas que só um Homem consegue suportar.
(embora que se diga, serem os homens mais mariquinhas que as mulheres, mas isso são outrs quinhentos)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reveillon

Será aqui, não muito longe de casa, num local agradável. Aos clientes, serão servidas as coisas do costume, os leitões, os camarões, as passas, o bolo-rei e os espumantes. Em 2011 haverá fogo de artifício, e lá para as tantas, o caldinho verde. Parece-me bem.
Eu servirei as músicas. Para isso vou munido com toda a artilharia disponível, e caso a garganta se porte bem, colocar aquele pessoal todo a cantar e a dançar. Para tal feito há que recorrer aos velhos reportórios dos saudosos carnavais de Sesimbra, juntar-lhe uma novidades, e o apoio dos meus bateristas de serviço, as caixas de ritmos, que para além de não fugirem ao tempo por via de um copito a mais, nunca se cansam de tocar, nem cobram cachet.
Se eu tinha outras formas de entrar no novo ano? Claro que tinha, e muitas. Mas esta, parece-me muito bem, a fazer o que mais gosto, e trazer uns trocos na algibeira.

assim não, Mestre...

Se fosse nos dias de hoje, o exemplo deste anúncio estaria out , bastará que olhemos para figuras tais como o Abel Xavier, e estou em crer que vozes se levantariam, acusando os autores de descriminação, de atentados à liberdade individual, o que não deixa de ser verdade. Contudo, manda o bom senso repor um pouco de ordem e harmonia em tudo o que nos soa a ridídulo, ou fora do baralho, ou desafinado, por outras palavras, cada macaco no seu galho.
E o que é que este intróito tem a ver com o tema que aqui traço? Exactamente a tese do macaco e do galho:
Para que não cometesse o erro de julgar levianamente, obriguei-me a mais do que uma, às audições das recentes cantorias do Carlos do Carmo. A saber, cantando temas do Sinatra, e outros de autores lusos, à boleia do piano do Sasetti. E quanto mais escutei, mais me convenci de que as versões estão horriveis, não sendo definitivamente estas as praias do mestre do Carmo.
Ao meu modesto ver, fica aqui uma prova de que não se pode ser excelente em tudo, mesmo que dentro da mesma redoma, e Carlos do Carmo, cuja obra admiro e canto, está para estes estilos, tal como Picasso está para Da Vinci.
Terminada a tortura das audições citadas, irei fazer uma cura de audição, nada menos que os albuns "um homem na cidade", o original e o de tributo. Esses, sim.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

balanço

Mesmo que seja só uma passagem de um dia para o outro, igual em forma, quiçá, diferente no conteúdo, ou no uso, o dia que se aproxima, o do fecho do ano, convida sempre à reflexão, ao balanço, ao olhar para trás, e a uma análise daquilo que das mais diversas formas afectou a nossa vida. Nestes, olhares atrás, damo-nos conta que se de algumas situações fomos responsáveis, tomando inuciativas, decisões, escolhas, em outras, nada fizemos para que elas, as situações acontecessem. São essas misteriosas, as que se costumam apelidar de destino, de que já assim estava escrito. Não subscrevo. Acredito no improvável. No inesperado. Mas recuso-me a acreditar de que tudo já foi delineado, e nós, meros espectadores. Do balanço deste ano, declaro-o francamente positivo, pela parte que me toca. Quanto ao próximo, o futuro ano, dado que está no futuro, tratarei de cuidar, o quanto consiga, para que seja na progressão deste ano que finda. Mas, já aqui se disse que é o futuro, mesmo que alguns digam que a Deus pertence, eu alinho mais na frase do Xico César, que diz mais ou menos isto - não podemos voltar atrás a consertar o passado, mas podemos sempre construir um novo futuro.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natalices

E eis-nos à beira de mais um Natal. A noite é já daqui a bocado, mal o sol desça ali para os lados do mar. O jantar quer-se de bacalhau. O vinho ainda não se sabe, por causa desta gripe que teima em me resistir, e eu teimo em lhe resistir, embora com a ajuda do senhor doutor, pois sózinho não ía lá.
As praxes estão e serão cumpridas. Algumas delas não dispenso. Outras, abomino-as. Mas deixemos isso para futuros escritos. Falemos apenas de um gostinho de Natal - ligar a quem temos de alguma forma dentro do nosso núcleo, da nossa redoma.
Já recebi boas e doces ligações, bem como já fiz algumas, fazendo jus a post anterior. E tão bem me souberam essas ligações, e as vozes e as conversas, e o sentir quem está lá do outro lado. Uma delas, arrisco em afirmar, deixou a vontade de tornar a ligar. E nem vou esperar pelo próximo Natal.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

no estaleiro

E pronto... é o que dá cantar quatro noites seguidas e vir para a rua suado e apanhar chuva e vento.
Se tivesse previsto este quadro clínico, teria aproveitado a consulta ali mesmo, entre um Let it be, e um Cavaleiro Andante...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Rotina de Natal II - os Votos

Temos actualmete à nossa disposição as mais variadas formas de desejar Boas Festas uns aos outros. Os prodígios da electrónica, permitem hoje em dia, que se mandem sms de Natal, em pacote, muitas delas, nem sequer originais, assim como que à laia de despachar. Pega-se numa mensagem inventada ou recebida, e lá vai um - enviar a todos os contactos, e fica-se com menos um assunto a tratar. O mesmo se aplica aos e-mails que nos vão entupindo as caixas com lamentáveis desejos em formato standard.
Não pactuo com o conceito, ou moda, mais do que no plano da recíprocidade, dado que amor com amor se paga. A minha tolerância ao sms torna-se cada vez mais escassa, na medida em que aumenta a ninha consciência do verdadeiro sentido das relações e dos afectos. E por isso mesmo, nada melhor do que ligar e de viva voz saudar a quem mereço e a quem me merece, tendo um verdadeiro prazer, do contacto humano possível, em vez de usar a modernice saloia dos sms enfeitados.
Substituir a voz, o riso, o calor e a emoção de um telefonema, por um smiley é o mesmo que em vez do presente de alguém, recebermos um MMS com a fotografia do que supostamente nos seria oferecido. Até aceitável em tempos de crise, porém, ridículo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Grieg - Morgenstimmung - Peer Gynt

Rotinas de Natal I - o Clássico


Tento o quanto posso, manter-me fiel a certos hábitos desta quadra. Não por alguma promessa ou devoção. Muito menos por crença religiosa, mas apenas obedecendo à vontade, e ao consequente prazer que isso me dá.
Um deles é dar um maior relevo nas audições que se querem íntimas, aos temas clássicos, e assim sendo, o Bublé e a Krall que me desculpem, mas nos próximos dias estou mais numa de Mozart e Strauss, Grieg, Bach and so on . Por contágio, a rádio marginal já deu, desde ontem à noite lugar à Antena 2.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ontem fui à Doutora


Ou a doutora, veio até mim.
Ao contrário do que foi entendido por aqui, a minha digressão é local. Não mais que tocar, nos habituais locais, só que, todos os dias. Ontem, a sala dos medalhões de vitela, estava repleta. Soube pela D.L que era o Centro de Saúde em peso. Médicos, enfermeiros, administrativos, invadiram a sala à média luz. Comento com a D.L que assim sendo, estaria presente a minha médica de família, pessoa que até ontem eu não conhecia. Diz-me a D.L, ela está aí sim, já lhe digo quem é, agora vá tocar que eles já estão comer.
E lá comecei a tratar da gente que nos trata da saúde. A empatia foi imediata, e na segunda música já tinha pessoal a cantar ao meu lado. A coisa foi de tal forma, que até houve baile, com direito a Cheira a Lisboa.
Lá para o final, algumas resistentes doutoras, de microfone em punho cantaram umas oldies que derivaram dos Beatles até ao Jobim, e terminou-se em beleza, no Chico Buarque. Na hora das despedidas, e dos agradecimentos de parte a parte, digo-lhes - esperem, preciso de saber quem é a doutora T, é a minha médica. E responde-me ela, cuja forma de cantar não me passara despercebida - sou eu. Houve gargalhadas.
E assim é a vida, como diz o poeta Vinicius, a arte do encontro. Estivemos ali a cantar umas quantas músicas, a trocar impressões sobre preferências musicais, e só no fim da noite eu descubro a "minha" doutora. Uma forma original, sem dúvida. E vai daí, continuou a conversa sobre MPB, clássicos, vinis de 78 rotações, Carlos Gardel, tensão arterial, e a promessa de uma consulta, nem que tenha de me constipar, e esperar quatro horas pela minha vez.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

non stop

Graças à euforia do espírito natalício, é da vontade de uns grupos celebrarem a festividade, num jantareco. E eis que me dou como convocado, para alimentar de acordes, e canções este pessoal que se quer bem disposto. Mais uma vez, lamento não ter o Milo à mão, ou à boca, caso o seu efeito duplicante fosse deveras eficiente, dadas as solicitações. Mas não. Mantenho-me uno. Mesmo assim, estou a modos como que em digressão. E começa já hoje.

o Zé



O Zé Lello (nome fictício, fica bem dizer-se) é uma figura típica aqui da região. Não é de forma alguma o único. Arrisco em juntar-lhe umas boas centenas, aqui pelo distrito, de costumes, hábitos, métodos e técnicas de (sobre)vivência, semelhantes. Mais que semelhantes, tiradas a papel químico. Lembro-me de quando o Zé se instalou aqui na zona, de armas, bagagens, mulher e filhos, erguendo uma casa com placas de aglomerado de madeira, em terrenos municipais, um pré-fabicado, com terrenos à volta, que o Zé não cultivou, quem sabe se por falta de arte, se por se saber em terras que não eram dele.
Outros tempos vieram, e o generoso município ofereceu um belo segundo esquerdo, a custo zero, ao Zé e sua família, num bairro social novinho em folha. Bem, nem a toda a família, pois mal se soube do veredicto, o filho mais velho do Zé, quem sabe, o Zézito, construiu da noite para o dia, um barracão ao lado do pré-fabricado, e teve direito a um primeiro direito. Óbviamente, também a custo zero, pois embora moçoilo espadaúdo e robusto, ao Zézito, nunca ninguém o viu trabalhar.
Hoje, conduzindo o meu pópó, num cruzamento, quase sou abalroado por um garboso veículo automóvel, e qual não é o meu espanto, quando vejo o Zé a dizer-me, abrindo o seu vidro escuro e eléctrico - aiiiiiiiii, a culpa era tua!
Até nem era, ele não respeitara o Stop, e apresentava-se à minha esquerda. Enfim, lá seguimos viajem, cada um para seu lado. Fora só um pequeno susto, e ainda bem que assim foi, pois duvido que o Zé, pobre como é, vítima da sociedade como é, marginalizado como é, não tenha posses para o seguro automóvel. O Zé, pertence ao grupo daqueles que, nada têm (em seu nome). E assim sendo, o prejuízo fica para quem tem...
...
E tenho cá para mim, que o Zé, nem deve ter carta de condução, mas isso é coisa do meu pensamento.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

emoções

Ontem reencontrei o FJ, um velho camarada de palcos. Não nos víamos desde uma desastrosa actuação de passagem de ano, a la minute, o que significa, quatro bacanos em cima de um palco a sacar os honorários sem sequer terem efectuado um ensaio. Não fosse a data festiva que depressa embriagou os foliões, e a natural falta de ouvido musical geral, e teriamos sido corridos, vaiados, e não pagos.
Destas e de outras aventuras, nos fomos lembrando, ele, que largou de vez os teclados, há meia dúzia de anos, eu, que me dediquei a outras formas de fazer a música.
Revimos, os locais, aqueles que nem figuram no mapa, as peripécias, as farras, as actuações, que tantas vezes eram o pretexto para tudo o mais. Um vai-vem de palcos e festas de norte a sul. Uma forma de ser feliz, fazendo os outros felizes, e ainda por cima regressar a casa com uns trocos no bolso. Um modo ímpar de praticar um turismo íntimo, visitando pequenos recantos, onde os naturais, só elegem alguns previlegiados forasteiros, ao seu desvendar.
A sós, revi novamente, os lugares, as pessoas, e fiquei grato. Grato à minha avó que de algum modo viu em mim aquele bichinho para a música. Grato a tudo e a todos os que me proporcionaram, todas as emoções, que sem a música não teria tido.
É caso para dizer, ou cantar como o Roberto - o importante é que de emoções eu vivi.
E continuo a vivê-las.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Estado Amargo

Não estamos em estado de alerta. Nem laranja nem cor de rosa. Muito menos vermelho. Não estamos em estado de sítio, embora me sinta sitiado. Não estamos em bom estado, mas sente-se que vamos ficar em pior estado. Enxovalhados e espremidos. Num estado farraposo. Mas esse estado virá. Não chegou ainda. O que conta é o estado actual - O Amargo.
Socorro, ai Jesus, Deus nos valha, aqui d'el Rey que não há açúcar. Como vamos adoçar a vida que já nos sabe a amarga? Como se vão adocicar as filhozes? as azevias? os bolos-rei? E a bica, vamos tomá-la sem o açúcar que desgraça o sabor do café? O que se pode fazer perante tamanho anúncio de banca-rota-gustativa? Comprar, muito. Açambarcar. Ir de modelo em modelo, de pingodoce ao lidl, e à mercearia esquecida, em busca do doce néctar. Custe o que custar, o tuga irá até onde for preciso para rechear a dispensa. E foi assim que ontem assisti, incrédulo ao um triunfante vizinho, há hora da bica, exibindo o seu trofeu, uma factura da makro, pois então, na dita factura, as letras era inequívocas, nada menos que um saco daqueles que parecem sacos de cimento. E mostrava-o, inerte, o saco na bagageira do carro aquem quizesse ver. E rematava, quezilento - quando há dois anos, foi da gasolina, nem os garrafões lá de casa escaparam. Ah pois é!!!
E tudo isto porque uma cambada de imbecis, propagandeou no seu duvidoso trabalho de dar...... ?notícias? a notícia, vezes em conta, aos portugueses, de que o açúcar estava em vias de faltar, e vai daí que alguns dos que escutaram, outros imbecis, trataram de o esgotar.
Paciência, como chocolates. Agora vou ali beliscar um petit gateau para me adocicar a boca, e a alma, contrariando o nacional estado amargo, e a demência de alguns com quem me cruzo.

que dizer...


...de uma mãe de avançados 70's e mais uns quantos, que após - comer um camarão do tamanho da minha mão, ter partilhado um divinal rosé de Azeitão, ter garantido um diálogo á mesa, com temas de iam de Sá Carneiro, aos confins da nossa história, às lembranças da terra de há outros anos, e depois muda agulha para Zola, sem aviso prévio - se senta em frente à tv, e em voz de comando pede - agora coloca na quatro, que vai dar um filme com o Hugh Grant, aquilo é que é um borracho!

domingo, 12 de dezembro de 2010

surpresas


Diz-se que há males que vêm por bem. Se para mim não é grande mal montar a tralha toda da música e depois não haver quem gente no recinto, sê-lo-á decerto aos donos da casa. Paciência. Para consolação deles e do músico residente, ficam os jantares de Natal, dos grupos que já encheram a sala, e dos que a encherão durante a próxima semana, ao sabor do chef e dos meus acordes.
Ontem foi uma noite de enorme surpresa pela positiva. Entre meia duzia de músicas, umas a pedido, outras nem tanto, duas pessoas especiais, e os medalhões no prato. Só. E tanto que foi.
Do rescaldo, fica uma nova sensação, a de se conhecer alguém, que afinal já se conhecia um pouco, das leituras assiduas, e do sempre bom que é rever a minha primária amiga. Que se repitam mais bocados destes. E para não fugir ao refrão - tomem lá sorrisos. Ambas as duas :):)

sábado, 11 de dezembro de 2010

inconformado

Uma viola está para um músico, uns degraus abaixo dos entes queridos, mas só alguns, dado que é um bem material. Contudo, aquela que se elege como a viola da nossa vida, tem algo de nós, é uma extensão da nossa pessoa. Sentimo-la, e ela responde, com se de uma relação amorosa se tratasse. É um amor sólido que quase sempre dura até ao final. Eu tenho a minha Gibson, o meu amigo, JL, tem uma Fender Telecaster , guitarra mítica, muito celebrizada pelo Boss Bruce.
O JL andava eufórico, pois colocara a Telecaster em mãos sapientes a fim de um restauro, que por via da divulgação no Facebook, fui acompanhando. Quase em lágrimas o JL telefona-me ontem. precisava urgentemente da minha opinião sobre o estado em que se apresentava a menina dos seus olhos. Como os amigos se revelam por acções e não por palavras simpáticas, hoje de manhã lá estava eu, junto daquela guitarra que já conhecera de outros toques. O JL abriu o estojo, quase não olhava para ela, e dizia-me, nem a liguei ao amplificador, enquanto ma passava para as mãos. Sentei-me e puxei uns acordes, e incrédulo, dado que conheço quem trabalhou na guitarra, fui verificando que aquela escala está uma desgraça, tão longe do que se pede de um guitarrão daqueles, tão longe da escala macia e precisa, como um Omega, que eu conhecera. O JL não se conforma, diz que vai reclamar. Eu nem sei se me ficaria pela reclamação. O JL está inconformado, eu entendo-o. Não entendo, contudo, como se pode fazer um "trabalho" destes e apresentá-lo como pronto.

Hoje eu concordo com ele

Hoje, nas notícias da manhã, ouvi um pesaroso presidente da república, candidato a próximo presidente da república, que também já foi à bué bué de anos primeiro ministo deste país, proferir, à saída do preto e prata do casino Estoril, na sua habitual postura muito dramática, que os portugueses devem sentir vergonha. Vergonha pelos portugueses, ou dos portugueses que passam fome.
...
Hoje, na minha rádio, escutei o anúncio de uma revista que publicita que afinal Goucha e o namorado, não estão zangados. E prova-o, a revista, com fotos. Acredito que existam, essas revistas, essas notícias, essas fotos, e gente que consuma estas coisas. Os portugueses.
...
Talvez pela primeira vez, em bué bué de anos, que tenho gramado o Cavaco, eu concordo com ele. Ressalvando a observação de que ele tem muita responsabilidade sobre o assunto da sua vergonha. Eu não.
Que se tenha vergonha sim. Das várias pobrezas.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

se houvesse o Milo...


"Com Milo pela manhã, vales por dois", era mais ou menos o slogan que em miúdo eu ouvia, e acreditando nele, tomava-o, em vez do Toddy, mas a coisa não fazia efeito. o valor ficava-se mesmo por um.
Nos últimos dias, bem que desejei não um Milo mas um Trilo, para fazer face a todas as tarefas que abraço, e com diz o ditado, quem muitos burros toca...
Ficaram para trás alguns pequenos prazeres, e descansos, e rotinas, das quais gosto, e tento não abdicar. Uma delas é vir aqui, deixar umas palavras e ler as que gosto de seguir.
A quase interminável tarefa e atenção redobrada na catalogação de uns bons milhares de moedas, que tal como cogumelos não paravam de crescer, levou-me a quase dormir no meio delas. Em causa, estavam vários valores, e não é o monetário o mais importante, mas sim o honrar, quem, em vida as juntou. Junte-se a esta tarefa, as músicas, em dose dupla, e o trabalhinho, e sobra o tempo para a barba mal feita e escovar os dentes.
Dever cumprido. A lista está elaborada. A lupa guadada. E os cantos da casa devidamente identificados. Venha o descanso do guerreiro, e o regresso áquelas coisinhas que sabem tão bem.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

The Searchers - Sweets For My Sweet


Faz um mês que estava em outras paragens, outros ambientes, outras visões, outros cheiros, outras emoções. Nada de deja vu.
Esta canção, tem tudo a ver, com a minha demanda, embora, à primeira vista, não pareça nada. Mas como dizem os entendidos, os verdadeiros caminhos são os da linha torta.
Daí que, não tenho uma dúvida sequer, - esta música tem tudo a ver com a minha curta permanência no grão-ducado. Uh la la.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Consumo & Felicidade Lda

Um pouco na sequência do post anterior, não alinho nas tendências consumistas da época. No entanto, não dispenso nesta quadra, uma ou outra visita aos centros comerciais, porque me deleito com enfeites de Natal, gosto de ver as decorações, e não abdico, uma vez por lá, uma voltinha à Fnac, e à lojas de instrumentos musicais, quando as há. Esta manhã foi passada em parte, nessa agradável cusquice, e um galanço a um brinquedo, que não será, decerto adquirido nesta quadra, ficará em banho-maria, o sabor do saber esperar.
Em outros tempos, comprava, gastava, e só depois pensava - que depois até nem precisava assim tanto, ou nem era bem aquilo que afinal queria. Remediava, remendava. Com os tempos, e alguns rigores de(a) algibeira aprendi a reflexão simples, e prática, mas eficáz - será que é isto mesmo que queres? precisas mesmo disto? aguenta, e se não há certezas, nem ouses sacar do cartão.
Já na estrada, contatei que não gastei um tostão, que não trazia nada, nenhum saco de compras, com algo para supostamente me fazer feliz. E pensei, que alguns miminhos não me estragariam a felicidade, contudo, não me fariam (mais) feliz. Porque das coisas que aprendi com a vida, foi a ser feliz com aquilo que tenho. Simples, prático e eficaz. E afinal, tão de acordo com a austeridade, que se nos anuncia, assim que, pateticamente, se festeje(?) com excessos descabidos, a entrada em 2011.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

oficialmente

Abriu por decreto a época de Natal. Abriu pelo calendário, pelo frio, pela neve, pelo espírito. Oficialmente estamos em período de sermos docinhos, de sermos bondosos, e caridosos, de todos aderirmos às causas, ajudar os desfavorecidos, vai haver emoção e comoção, e em muitos casos, aqui e ali uma lagriminha marota que se escapará, na emoção. Não faltam os apelos nos meios de comunicação, e as caras conhecidas, de sorriso e apelo de orelha a orelha - dê, contribua, arredonde. Muito me confortaria saber a raça humana assim solidária nos 365 dias que dura o ano desses, dos que precisam, os que têm fome todo o ano, dado de frio padecerão um pouco menos, mas apenas graças á obra de São Pedro. Custa-me a hipocrisia, e a caridade barata e publicitária, cheira-me a processo de adopção de pop-star, que não distingue uma criança de um cão de raça.
As verdadeiras obras de solidarieda, são feitas sem calendário, sem publicidade, sem holofotes. No terreno, nos bastidores, sem alarido, e sempre, mas sempre, sem olhar a épocas festivas. Os obreiros, esses são pessoas discretas sem qualquer fito de lucro pessoal e despojadas de algo mais do que não seja a verdadeira vontade de ajudar. A esses, um grande bem haja. Aos outros, o meu nojo. Porque afinal, Natal é sempre que o homem quizer.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

manifesto - Candidatura quê????



O Sócrates discursou na candidatura. Foi patético. Lembrou-me o Durão Barroso em bicos de pés, nas Lages.
A candidatura é de Espanha, e com Portugal à mistura.
Havendo mundial. será em Espanha.
O TGV é importante para o mundial? Expliquem-se.
Seria bom para quem? Ah, o Madaíl. Pois.
Espero vivamente que Portugal perca. A bem da nação. Em nome do bom senso. Estamos em crise.
Não me importaria que a Espanha ganhasse. Mas só a Espanha.

pegada lusitana

Há dias, escutei uns entendidos, a aconselharem o povinho a não deixar a sua pegada ecológica, no planeta, ou no mínimo, a deixar o menos possível. Verifiquei a nacionalidade, eram portugueses, sim senhor, alguns até com capacidades de decisão, e de há muitos anos a esta parte. Chamei-lhes débeis.
Contudo, cheio de fé e boa vontade, tentei aderir, virtualmente, à causa, mas tornou-se-me difícil nuns casos, e impossível noutros. É que para adquirir alguns bens essenciais à minha permanência neste planeta, tenho de me deslocar. De carro. Para obter alguns serviços, reparações, e afins, tenho de me deslocar. De carro. Eu até podia ir a pé, mas fica longe. São quilómetros, e não metros. De biciclete, nem pensar, há muitos carros, nas filas, que afinal carregam pessoas como eu. Deslocando-se. Em carros. Repisando a pegada. Como uma bota botilde. Na medida em que as ruas das minhas cidades, vilas e aldeias, vão ficando desertas, desses pequenos locais, onde antes se podiam resolver as nossas necessidades, crescem os grandes e iluminados cogumelos. São lindos, t~em ar de hotel, de free-shop, de modernidade, e qualidade de vida. E lá vou, lá vai o vizinho, a rua inteira, de panfletos na mão, lista das faltas, parafusos para amostra, roupas para troca, de cogumelo em cogumelo, em busca dos pertences. Irrita-se a malta, mas filas, dana-se a malta, nos parques, para estacionar é um castigo. Empurra-se a malta, feroz, atarefada, frustrada, porque o tempo não chega, e o dinheiro muito menos, e a pegada que não pára de crescer. No acto de pagar, degladiam-se os consumistas. Os seus carrinhos de compras mais parecem carrinhos de choque. Impacienta-se a malta, porque querem ser despachados primeiro que os outros, e correrem para o seu veículo poluidor, e por lá depositarem umas coisas que fazem mesmo falta, e outras que nem por isso. Mas eram tão baratas. Tão irresistíveis. Mais pegada.
Inteligentes, os da Europa. Inteligentes, os do tempo da minha avó, que saía à rua, de chinelos, e tinha na rua onde morava, ou ruas limítrofes, tudo e apenas aquilo que lhe era necessário.
Tristes e atrazados, aqueles que vêm dar os conselhos e recomendações. Porque agora, não há volta a dar. Folgo em constatar, embora pálidamente, que o meu país é aquele que foge à regra. Folgo em verificar in loquo a qualidade de vida e o bom senso, de outros povos, de outras culturas, tão longe da nossa, e tão perto afinal, visto que dizem europeus. Folgo em ver que tal como no tempo da minha avó, que as pessoas tinham sorrisos nos rostos, aos domingos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Baú



Hoje, na cata de uns selos perdidos algures no meu sotão, dei com estas relíquias, são dos anos 70, o conjunto musical chamava-se Sound Five , estávamos a tocar em Sesimbra, no carnaval, na Sociedade Musical, ali mesmo em frente à praia. O que será feito das fâs.....

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

porque há outros amores


O título deste post, poderia ser algo do tipo - das colecções ou do colecionismo. Não ficaria mal, mas não seria em rigor, a definição, tal como a vejo, e vejo-a porque, ao meu formato, também coleciono, e vivi as colecções de que falo.
Quis o tão famoso destino, encarregar-me prematuramente, de desvendar as paternas colecções, e vendê-las. Dado que não são apenas pertença única, e do pessoal que ficou, ninguém se interessa pela continuação, determinou-se há mais de uma década, ser eu o executor do desmembramento. Eu poderia dizer, desventrar, porque por vezes é o que sinto que estou a fazer em cada caixa que abro. E dou com moedas, e notas, e selos e cintas de charuto, e medalhas, meticulosamente guardadas. Guardadas, porque havia um sonho, o sonho de, no aconchego da reforma alcançada, se permitir ao disfrute de as arrumar, catalogar, inventariar, contemplar. Mas não foi assim, ao o ganho da reforma, seguiu-se uma imediata perda, a da vida, e lá ficaram as caixas, os caixotes, os sacos e os saquinhos. Durante anos ponderei, adiei, até que, voz experiente me alertou para a degradação dos pertences, e lá me resolvi ao propósito. De catálogos e lupa em punho, tenho vindo a negociar peça aqui, peça acolá, e criando buracos nos albuns, deixando mais leves as caixas. Assisto com alguma nostalgia, e tristeza, ao desventrar do desvendado. Na forma como tudo encontrei, reconfirmei as muitas horas de dedicação, relembrei a minha cata à moedas de vinte e cinco tostões de 66, que eram difíceis de arranjar, e sempre aquele alerta - olha que tens de olhar sempre para as de dez tostões, as de 35 são raras, e não te esqueças dos selos das cartas. Foram anos e anos de recolha, e de estar alerta. Havia um núcleo familiar e de amigos que conspirava a favor de engordar aquelas caixas. Aos poucos vou revendo os episódios, e ao olhar para aquela confusão instalada lá no meu buraco, ganho a certeza de que se o meu pai foi feliz aos amores, também o foi com as colecções que criou, e deu-lhes muito amor. E como eu o entendo, pois dou-o ao meu harém de violas, que dado o número já lhe posso chamar de colecção.

sábado, 27 de novembro de 2010

só eu sei...


... porque fico em casa!

pois pois

Após dias repartidos entre trabalho, greve, música, e muita numismática, eis que vem mesmo a calhar uma uma boa pausa, em fim de semana de bater o dente e de derby. Que faça frio, gosto, já estou agasalhado, e de lenha em riste, prontinha para o fogo. Do derby acho um bocado ridícula toda a fogueira que se tenta fazer em torno de um clube que está a milhas do meu, lá em cima, no topo, distante dos outros, e um depenado SCP, em busca de si próprio. Ler e escutar que estamos perante um jogo de alto risco, é anedota, e invenção da cambada de gente que se apelida de "comentador" e outras aberrações do género, que afinal apenas sobrevivem à custa das polémicas que tentam lançar. Cheira-me que por serem muitos, demasiados, arrsico a afirmar, que nestas hostes de comentadores, os emblemas sejam maioritáriamente de adeptos de Jesus, e que estando o dito afundado nas palhinhas, queiram as hostes vingar as suas derrotas, em arenas que não as suas. E se assim fôr, se o cheiro se confirmar, nem me importo com um resultado menos bom. Porque se há festa na minha casa, eu só convido quem bem me parece. Aos outros, que façam a festa lá na rua deles. Como se diz na terra de David Luíz e de Luisão - comigo não, violão.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

'tou de greve



Hoje é dia de greve, palavra que vem lá da França, ou não fossem estes franceses, gente das democracias, dos direitos e das liberdades. Fazer greve é grave. A greve pára, entope e paraliza. A greve abandalha, cria desordem. Gritam os da greve cânticos de descontentamento, sentem-se explorados e roubados. O exemplo que vem de cima não é o melhor, diría que incita mais do que a uma greve, que já de si é grave. O exemplo alienado que vem de cima, em gastos sem rei nem roque, em auto-financiamentos, luvas e polvos, sugere uma revolta, não apenas uma breve greve.
Não a fazem, os desempregados, não a fazem as crianças, não a fazem os reformados. Nem as donas de casa. Porque terão os que trabalham de ser do contra, e desacelerar a tão debilitada recuperação? Questionam, em ar de vítima inocente, os de cima. É grave, fazer greve. Mais grave é roubar, mais grave é subir as minhas regalias à custa do dinheiro que te sugo.
A greve de hoje, dizem, coloca o país do porreiro-pá em banho-maria, au ralenty, quando deveria ir em quinta ou sexta, se a houver, em modo cruzeiro. Contudo, se são apenas os que trabalham neste país que vão fazer greve, presume-se que a mesma seja de pouca monta, pois, sabe-se, por aqui poucos trabalham. Aos que a fazem, que a façam, aos que são a causa da greve, que ganhem vergonha, e trabalhem, mas bem, e se deixem de comprar chapéus de chuva para o verão, como acaba de acontecer com os submarinos, perdão, os blindados, para a Nato, que já era, e os blindados ainda não são, mas vão ser. Que se faça greve contra esta gente e se pare um País sim. Que as pessoas acordem, e contrariem a triste frase, de que o povo é sereno. Que a malta não se sinta culpada, porque a grave greve vai custar uns balúrdios, porque afinal, eles, os que causam a greve, gastam balúrdios.
E depois, nem se nota nada, porque vejamos, num país que mete dias, por dá cá aquela palha, seja porque é junto ao feriado tal, seja porque o Ratzinger veio benzer o povo, seja pelas cimeiras, tudo serve para um dia de pausa. Por isso, este dia, o da greve, caso não a tivesse, sería o único dia legítimo para pararmos todos, e provocar o tal custo dos balúrdios.
Tenho dito, e mais não digo. Entrei em greve.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Demolidor


Um grande Bravo, ao jovem entrevistado ontem pela Judite de Sousa. Não me alongarei sobre os meus pensamentos, sobre o que escutei. Aconselho vivamente, a sua audição. Do que ficou dito nas entrelinhas, ou não fossemos ainda um país marcado pelos bolorentos dos tempos da outra senhora, que agora se vestem sem bolor, mas à moda, e caro, e de rosa, não me restaram dúvidas, se caso as houvessem.
Sei que de pouco serve, mas seria um gesto de pedrada no charco, em tempos de redes sociais, um local nessas mesmas redes, dedicado a escarrar nas fotografias daqueles que no mais cobarde acto de impunidade e doença mental, tiveram o direito, que não poderiam ter, de colocar um jovem com vinte e poucos anos a falar na televisão, com a maturidade de um homem de quarenta, assumindo perante todos, que usa fraldas. Um grande Bravo, para ele, para todos os que sofreram como ele, e a esperança de que não se calem.
Para os outros, os ditos, aqui fica o meu cuspo virtual. Que lhes acerte nas trombas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

modernices


Conta-me uma cunhada, que exerce a profissão de educadora infantil, algo que sendo analizado em contexto social, deverá ser preocupante, e, ou no mínimo merecer uma urgente reflexão - a esmagadora maioria dos fedelhos lá das salas, não tem em casa, o tradicional casal de pais. Os que têm um pai e mãe, de primeiro casamento, e tudo aparentemente arrumadinho, são a esmagadora minoria. Pior, desta esmagadora maioria, ressalta a ausência de bons exemplos de educação, e passa a explicar que é frequente a criança chegar ao colégio, acompanhada pelo pai, mas no dia seguinte, pelo, ou um dos namorados da mãe, e não se julgue que também não existe o contrário, leia-se as namoradas do pai. São frequentes as conversas dos miúdos, onde são relatados com detalhes dignos de bolinha, os namoros do pai com a namorada, ou da mãe com o amigo do pai. São crianças que em tenra idade, ficam com uma noção errada de valores.
Se é mais que certo que uma vez acabado o amor, o casal deve seguir rumos diferentes, não é menos certo que putos que se casam e descasam, trazendo filhos ao mundo nesses entretantos, não têm qualquer noção do que é a responsabilidade de educar, amar e respeitar a criança.
Longe de mim, usar aquela prosa da igreja, de que o casamento é sagrado, e para toda a vida, e tal e tal, pois esse modelo, sem os condimentos certos, é, muitas vezes, uma paz podre. Contudo, esta nova modalidade, não.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

money money money

Vejo-me entre milhares de moedas, olho-as, tento desistir, mas a cruzada foi prometida, adiei-a uns anos. Mas agora é que é, e lá vou eu, catalogar, pegar na lupa, avaliar no livrinho, e escrevinhar sobra a dita que teima em me esconder os seus dados, as inscrições, a data, o estado. Já me deito com elas, as moedas, já sonho com elas, já descobri que umas não valem nada, outras, valem, mas não tanto quanto se pensa. Já sei as moedas dos tempos dos reis, e do tempo da outra senhora. Estou tão farto delas, que este fim de semana, contas, só as pago com cartão. Até a bica!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Olé


O país enfim teve uma alegria!!!
Numa nação em que para alem das paisagens e do clima, nada nos pode alegrar, eis que tivemos uns preciosos noventa minutos de glória. A seleção não se limitou a dar uma abada, a uns Kasaquistões, não senhor, deu-a ao seu carrasco do último mundial, ao campeão europeu, ao campeão mundial, ao vizinho do lado, o eterno rival. Pumba, tomem lá quatro, seus lolitos. As gentes lusas gritaram, apitaram, e houve até um foguete aqui e ali. Por noventa minutos e mais alguns, esqueceram-se os pibs, as taxas, os ivas, os spreads, o fmi, o tgv, e arrisco até em afirmar que por um pedaço de tempo nos esquecemos do Cavaco e do Sócrates, que já vieram a público dar a sua sapiente satisfação - o primeiro, que a vitória se deve à excelente postura, cuidado e atenção, isenção e rigor, do Presidente da República, ou seja, ele mesmo. O segundo, que se Portugal ganhou, isso deve-se às políticas governamentais, e que esta vitória representa uma viragem nas tendência, até aqui negativas, dos mercados, e tudo graças ao Governo, ou seja, ele mesmo.
Por mim, creio que esta vitória se deve apenas a um homem, ausente. E que bem, que ele fica assim. Não é engenheiro, mas diz-se professor. De seu nome, Carlos Queiroz.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Renovações


Há precisamente uma semana atrás, estava eu babado e vidrado, dentro de uma grande loja de instrumentos musicais. Absorvi o quanto pude, dado o tempo disponível, os equipamentos que há algum tempo ambiciono comprar, a fim de melhorar as minhas saídas musicais. Já os namorava nas revistas, já os pesquizara na web, já os tinha escutado no youtube. Mas como em tudo o resto, uma coisa é o virtual, outra é o real. Quando as expectativas são largamente superadas, fica-se com aquela sensação dos tempos de menino que vê o carrinho na montra, e a mamã diz que não se pode comprar, porque é muito caro. Julgo ter sido a cara que exibi na porta de saída.
Colocando em prática alguns bons exemplos, dicidi-me por vender uns aneis para comprar outros. E assim sendo, o gasto não existe, é como se de uma troca se tratasse. Fecha-se uma portinha, e abrem-se outras. Assim se pudesse aplicar esta simplicidade, a outros poréns da vida.

Atrazadinhos


Que dizer quando em pleno século XXI, era em que todos podem falar com todos, em rede, no conforto dos seus bunkers, as altas patentes governamentais, decidem aterrar num país falido, e atrapalhar-lhe ainda mais a vida, principalmente a quem pode fazer uso da palavra Trabalho. Sendo certo que eles estão a chegar, às manadas, só a do Obama, conta com cerca de 900 cabeças... e que aquilo que se propõem vir fazer, poderiam fazer em casa, só posso deduzir que esta gente sofre de um qualquer atrazo mental.
Imagine-se o que se poupava em poluição, em papel, em comunicações, em hoteis de luxo, em segurança, e em todos os miminhos que esta gente vai ter, se essa mesma gentinha importante fizesse o que têm a fazer, trabalhando.
Por causa deles, amanhã não vou a Lisboa. Mas irei ao Ribatejo. Ai vou, vou!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

o choco e o polvo


Levou-me a minha voltinha sadina, ao afamado choq frrit de Setúbal, e ali, à beira-cais, degustando o dito com umas gotas de limão, eis que me aborda um rapaz para a minha idade - tu não és o? Pois sou! E tu desves, ser, espera lá, o T. Ora bem. Abraço para cá, abraço para lá. Apresentações feitas, e fala-se dos tempos do Liceu, em Almada. O T viera do alentejo, para casa de uma tia que morava na Cova da Piedade, para seguir estudo, e mal veio o 25 de Abril, ei-lo que enfileirou no MRPP. Aguerrido este T que incendiava as RGA's, e principalmente de garras apontadas aos revisionistas da UEC. O muito bem vestido T, mostrou-se um pouco desconfortado com as recordações sobre a matéria MRPP, bem como a estátua de cera, que me foi apresentada como senhora T, de sorriso nulo, que de peles em volta do corpo me mandava olhares fulminantes, quem sabe se pela minha desleixada apresentação dominical, e de barba por fazer, se pela revelação do passado político, que, desconfio, a apanhou desprevenida, ou indo mais longe, por escutar notícia em primeira mão.
Já na rua, segreda-me o T, que, qual jogador de futebol, cedo mudara para o PCP, que não prestava para estudos, e por mando de tio alentejo, este já de armas e bagagens instalado, pelo Partido, foi cimentado no Município alentejano, lhe garantiu um lugar chorudamente bem pago, e dadas as ramificações, favores e outras coisitas, se estava muito bem na vida, oh se estava, a julgar pelas descrições seguintes. O meu rosto deve ter-me denunciado o pensamento - é por causa destes gajos, que isto está assim...
Não me fui embora, sem deixar de ouvir, mais ou menos isto - que eles, os comunistas, podem favorecer (se) , contudo, mostram trabalho, mas que os outros três partidos que dividem o bolo autárquico, esses é que é a roubar à descarada, e mais os favores, e os primos, e os boys, e tudo mais que já se ouviu.
Grande camarada, este T. E muito bom estava o choq frrit. Macio, apetitoso.

domingo, 14 de novembro de 2010

evasões - Comporta



Podemos pensar nos nossos assuntos e assuntinhos. Nos nossos pequenos nadas. E nos grandes. Avaliar os nossos caudais e afluentes. Podemos. Podemos e devemos. Em qualquer parte. Exercer essa prática em local zen, não resolve tudo, mas que ajuda, ajuda. E quanto.


sábado, 13 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela III

As músicas que nos tocam para além do ouvido, ficam cá dentro, instalam-se dentro de nós, mesmo que por vezes nem demos por isso. Porém elas ficam, estão presentes, e quantas vezes, associadas a momentos, sejam eles os que coincidem porque naquele preciso momento tocava a tal música, ou, como no presente caso, se desvendam as canções, pela primeira, quando estamos com todos os sentidos à flor da pele.
Já lhe tinha deitado o olho, estava na lista dos pequenos mimos de Natal. Apareceu-me mais cedo, em outras terras, outros cheiros, outros sentires. O disfrute inicial repartiu-se entre conversas, paisagens, e a avidez de novas descobertas, a bordo do petit rouge enfant terrible. Não lhe prestei a atenção devida, nem devia. O Santana pode esperar para ser escutado. E que bem que o foi hoje, em consideráveis decibeis, onde o mestre Carlos Santana, prova que é como o vinho do Porto, que não se esgota nos seus temas da praxe, que entra pelos temas dos outros, deixando a sua pegada inconfundível, sem no entanto os desvirtuar. Antes pelo contrário.
Qualquer rapazito da minha idade, ou rapariguita, não vai ficar indiferente a este disco. É disco para ouvir muitas vezes. Por aqui já foram duas. Das duas audições, bem que prefiro a primeira. Mas isso são outros quinhentos. Sei que quando escutar qualquer destes temas, farei uma ligação directa e instantânea aos momentos da descoberta deste disco.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela II





Lugares onde o Outono é mais bonito, com um friozinho no nariz, e um brilhozinho nos olhos, fica tudo a condizer.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela I

Não que seja o ponto relevante, de um saltinho lá fora, mas é um ponto delicioso, diga-se - existem na cidade do Luxemburgo, espaços de acesso fácil, dentro dos parque de estacionamento, reservado.. às mulheres. Um previlégio sem dúvida, para as divas, que não têm de se contorcer em complicadas manobras, e um prejuízo directo para os bate-chapas lá do burgo. Inteligentes, os homens que decidiram esta regra, sim senhor.

Citação


"Há pecados tão agradáveis que, se os confessasse, cometia o pecado do orgulho."
Sophie Arnould, cantora lírica francesa (1744-1802)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, we have ignition

Coisa boa olhar para a mala, a listinha dos tarecos a incluir, e para o bilhete, que mesmo sendo de ida e volta, e de curta duração, me vai decerto deixar longe dos nefastos telejornais, e de toda a depressão nacional. Doce sabor o da antecipação, o da ansiedade dos momentos a viver em reino desconhecido, que por ares nunca antes navegados (pelo Sputnick) me preparo para voar. Do que por lá se passar, de umas, darei novas e mandados, de outras, nem tanto. Au revoir.

Tango

Reafirmei intimamente, ontem ao assitir num filme, não este acima, onde a dado momento da acção se dança o Tango, que não sei se gosto mais de escutar um verdadeiro Tango, ou de o ver ser dançado, a rigor. Aprendi nos toques musicais a sentir o Tango, os seus compassos, os seus tempos no ar, e por algumas vezes tive o previlégio de, em cima de palcos como os Alunos de Apolo, e Casa do Alentejo, me perder a a observar a elegância dos pares.

O Tango, representa uma mistura inconfundível de aromas, a paixão, o desejo, o fatalismo, o rigor, o arrebatamento, um ritual pleno de sedução que se bem tocado e dançado, contagia quem observa.

De tão forte e intenso que é, quedo-me por ouvir um ou dois de cada vez, é dose suficiente. Que chega para me saciar a carência do momento. Um pouco como o Fado. Ou seja, gostar, gosto sim, mas QB. Um dia ainda vou tirar um tanguito, para levar às noites de 6ª e sábado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

a solo




Nos meus primeiros tempos de bailaricos e conjuntos, a definição para o posto que ocupava era a de viola solo, ou solista, porque havia uma outra categoria, o viola ritmo, porque não solava, só palhetava, muitas vezes considerado um músico inferior. Mais tarde, a designação começou a ser, guitarrista, mais abrangente. Os solos sempre foram alvo de estudo, de marranço, de disputa até, sendo tão mais conceituado o solista, quanto mais parecido tocasse o solo, com a versão original.

Com o passar dos anos, venho a realizar que mais importante que copiar um solo, e esta é uma preferência muito pessoal, é darmos e deixermos um pouco de nós, do nosso cunho, deixar a nossa marca, o nosso cheiro na execução, nunca saindo, contudo, da linha original.

Neste ano em que o passado me tem deliciosamente visitado, decidi regressar ao prazer dos solos, com a preciosa ajuda dos backing tracks e brindar quem passar pelas noites de sábado, com uns quantos solos, enquanto a malta se vai acomodando, e antes de colocar a voz em riste. Parece-me bem. Eu gosto de entrar num espaço, onde lá ao fundo existe um músico a compor o ambiente. Aconchega.

Dado que nem tudo está disponível na web, houve que selecionar, do que havia, aqueles que entendo serem apropriados ao propósito, que me digam alguma coisa, e claro, que os consiga executar, fiquei com estes -


Candle in the Wind - Elton John
Deer Hunter's Theme - The Shadows
Europa - Santana
Going Home - Mark Knpfler
Let it Be - The Beatles
Samba pa Ti - Santana
Sleewalker - The Shadows
Style Backing - BB King
Tears in Heaven - Eric Clapton
Wonderful Tonight - Eric Clapton
Yesterday - The Beatles
Parece-me bem.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

já comecei a pedir ao pai natal - III


Doutor Morte (com dignidade, ou com com a possível)

Bastou-me saber que no papel principal estava o Al Pacino; que é um relato verídico; e o tema sobre que versava, para não ter dúvidas, de estar perante um bom filme. E vi-o. E revi-o. Este último, mais numa óptica de reflexão sobre o controverso assunto - a morte assistida. Assunto por demais delicado e melindroso, do foro da liberdade de cada um, entendo eu, e não de leis ou crenças religiosas hipócritas. Ver este filme, para além no mero exercício cinematrográfico, é necessário, porque afinal ninguém está livre de se encontrar numa das situações relatadas, ou de vivê-la no seio familiar. Porque se nos é concedida a liberdade de decisão, mesmo que manietada, sobre as escolhas da Vida, devemos igualmente poder decidir sobre a consequência natural e inevitável - a Morte.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o seu a seu dono

Escutei hoje, sem surpresa, mas com alguma decepção, o Grande Carlos do Carmo, a cantar o tema do Frank Sinatra, you make me feel so good. Embora eu seja adepto da originalidade, não descarto de maneira nenhuma, as versões, os arranjos diferentes, porque em música, é bom inovar e renovar, porém que seja bom. Como prova disso, escute-se o Charles Aznavour, no mesmo registo, e faça-se uma comparação...
Com todo o respeito que o Mestre me merece, não gostei, não é o aquário do Carlos, e permito-me observar, assim como que armado num júri do Ídolos, algumas desafinações e inseguranças na voz.
Quem sou eu, para assim ajuizar? Pergunto-me. De facto, apenas um fâ, um adepto, um admirador de um grande cantor de fado, que um dia, tal como uma vez escutei o Caetano Veloso, péssimo, no Pavilhão Atlântico, a cantar Nirvana, me suscitou o pensamento - mas porque é que este gajo não canta o que sabe cantar? Hugggggggggggg.

domingo, 31 de outubro de 2010

fui m'a ver o mar





Cabo Espichel, por volta das 15, sem filas e outras confusões...