sexta-feira, 29 de junho de 2012

fogo de palha

No início a malta encontra-se e é só relembrar as cenas da escola, os professores, os rumos tomados, perguntamos se casaram, e mais os filhos, e são almoços e jantares, convívios, troca de números de telefone, de endereços de e-mail, grupos no Facebook. Organizam-se festas, planeiam-se passeios. Depois a embalagem diminui, tornam-se escassos os contactos, gradualmente deixam de existir, até se tornarem apenas presentes nas datas de festas, ou aniversários, ou nem isso. Nem me parece que a desculpa seja, a de que cada um tem a sua vidinha. Parece-me mesmo que a malta não sente, e não sentindo, fica o vazio, logo, desaparece. Como desapareceu recentemente o grupo de ex-alunos lá no Face, onde eu estava incluído.
sou o 4º, da esquerda para a direita, dos que estão em pé, a fazer corninhos.
 

DOR DE COTOVELO

o que eles queriam era ter um CR7

terça-feira, 26 de junho de 2012

estranha proximidade

Saber que daqui a dias, aquele que elejo como um dos preferidos nos meus gostos musicais, ou atrevo-me a dizer - O preferido, vai actuar aqui bem perto, no local onde já fiz piqueniques, onde me abasteço de pinhas e galhos, onde largo as cadelas em liberdade, é no mínimo estranho. Parece existir uma proximidade real, no entanto é virtual. Saber que o Peter Gabriel vem dar um concerto ali na Apostiça, que é como quem diz, aqui a dois passos, contrasta de todo, com a dificuldade que tive de o ver em Cascais, corriam os anos 80. Descobri-os, aos Genesis, no LP selling England by the pound e não mais os larguei. Ao ritmo que pude, adquiri todos os LP's anteriores, e ansioso esperei o duplo, the lamb lies down on Broadway. Tornei-me fanático. Comprava revistas e jornais onde viesse uma linha sobre os Genesis. Guardo os recortes até hoje. A cereja no topo do bolo, foi vê-los em Cascais, no conturbado ano de 75. Chaimites nas imediações  do Dramático de Cascais, e lá dentro a malta num êxtase total a entoar the carpet crawlers... Depois o Peter saiu, e os Genesis deixaram de ser incondicionais para mim. Continuei a acompanhar a obra,  revi-os bem mais tarde em Alvalade, mais por militância do que por devoção. A magia perdera-se. Quanto ao Peter, abracei a obra a solo. O duplo, plays live é uma obra prima. Peter mudara, e surpreendia, inovava, e manteve aquela voz rouca, capaz de prodígios de arrepiar. Abraçou causas. Esteve sempre muito mais além do que nas vestes de um mero cantor. E que bem que Peter se serviu das vestes, das encenações, 
encarnando as personagens que cantava, e, colocando no ponto certo, a sua flauta. Peter Gabriel vai estar aqui bem perto. Está fora de questão meter-me no carro, comprar o bilhete e assistir ao concerto. Contudo, não excluo a alternativa - bicicleta no carro, deixá-lo fora das confusões, pedalar até próximo do recinto, abancar debaixo de um pinheiro manso, e olhar as estrelas ao som do Peter, assim como se estivesse no quintal a ouvir plays live no cd.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Povo, mais manso do que nobre

Não importa de quem vem a moção. A questão é se concordamos ou não. Aqui neste cantinho luso, não é essa a prática, usa-se a hipócrita fidelidade às ordens do partido, ao qual se obedece cegamente, seja-se filiado, ou simpatizante.  Se vem dos comunas, a direita não aprova, se vem dos "fachos" a esquerda bota abaixo. Assim tem sido este fandango nacional. Não existe a preocupação de analisar a causa e os seus propósitos, e após, dizer livremente - concordo, apoio, subscrevo, ou não. Esta é mais uma gritante diferença entre o tuga, e outros povos, tal como o espanhol. Aqui ao lado a malta defende causas e ideias, manifesta-se na rua, sem ligar a manipulações partidárias. Enquanto o espanhol toca a reunir, o tuga faz assim umas coisinhas light muito queque, e rosna nas redes sociais, mas na prática, não se assume, não vai à luta, não se compromete. Em vésperas de uma importante meia-final futebolística, são gritantes as diferenças - enquanto o espanhol está convicto de que vai ganhar, e apoia incondicionalmente toda a equipa, o português, em geral, já está satisfeito por se ter "chegado tão longe". Conformado antecipadamente com a previsão da derrota, e vai criticando entre dentes. Hoje, os comunas irão apresentar uma moção de censura ao governo. Vão ser chamados de anti-democratas, de desestabilizadores, de formiga no carreiro em sentido contrário. Olhando para o estado deste país, e chamando os bois pelos nomes, logo, culpando-os, não consigo entender porque é que todos os prejudicados não se levantam e gritam bem alto a sua revolta contra toda a classe política, comunas incluídos. E censurem, sim senhor, porque não censurar é pactuar, é aceitar.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ganhar e perder

E afinal a malta desfralda as bandeiras, buzina os carros, sai para a rua, grita e berra Portugal alê. Quantos portugueses estavam a precisar destas alegrias de 2 x 45 minutos? Quase todos. Não me recordo, nos últimos anos, que outra coisa exista em Portugal capaz de dar alegrias aos portugueses, que não seja o futebol. Pode ser dramática esta necessidade de ter uns momentos de nos sentirmos gente. Basta assistirmos atentamente ao patético anúncio televisivo em que um jovem pede aos jogadores para mostrarem lá fora que não somos nenhuns coitadinhos, para constatarmos que é isso que a malta sente, que somos vistos como uns coitadinhos, fora do assunto: bola. Daí que podemos ser tesos, gastadores, corruptos, oportunistas (estas duas no que toca a partidos e seus satélites), mas somos bons na bola. Escutam-se hoje, portugueses e portuguesas em directo, com voz trémula a defender a selecção tuga, como se fosse um filho. Os tugas precisavam de um pouco de orgulho, neste mar de vida frustrante. Muito mais que os holandeses ou os dinamarqueses, porque estes, decerto não têm a nossa vidinha. Assumo partilhar da alegria, mas não da euforia, porque na realidade, se dissecarmos as vitórias e os êxitos. Ganhar, ganhar, ganham os jogadores, e a gorda federação. Nós, os portugueses, ganhamos zero,  ou apenas ganhamos o tal orgulho, ou a tal convicção de que pelo menos na bola, não somos coitadinhos. De resto, como tem sido regra na última década, não paramos de perder. Mesmo que cheguemos à final. Mesmo que sejamos campeões.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

crise dupla

Contou-me ontem o amigo de longa data, actualmente ligado à distribuição ibérica de instrumentos musicais, que no Algarve, os pianos de cauda estão em saldo. E explica porquê - quem se quer ver livre deles são muitos hotéis. Isto porque, dada a crise, fica incomportável manter o pianista, bem como pagar todas as licenças inerentes à execução de música ao vivo, sim porque o nosso país também é um exagero nisto das licenças. Ter o piano a servir de bibelot, também não dá, porque os ingleses, chegam com o copito, olham para o piano, e exigem o músico, ora como não há músico, vai de escrever no livro de reclamações. A solução é mesmo retirar o piano e mandar vir o gajo do karaoke. E tudo fica mais pobre. A imagem da nossa hotelaria, e claro, a música. Não nos admiremos portanto, de ver nos mais insuspeitos halls dos hotéis 5*, o pianista trajado em abas de grilo, a cantar em frente ao ecran o my way para um grupo de estrangeiros embriagados, porque o músico também tem de ganhar a vida.

um velho livro nunca é um livro velho

Habituaram-nos de há uns anos a esta parte, a esbarrarmos com os livros. Não sou contra. Entendo que mesmo não achando rigorosamente certo, é preferível encontrar os livros mesmo no meio das batatas e do peixe fresco, do que não os ver. A questão é, que livros? Muitos deles, são palha, ausentes de conteúdo. Livros para levar para a esplanada e para a praia. Estou certo que muita gente compra os autores da moda, por impulso, ou pela capa apelativa, ou porque o escaparate estava ali mesmo ao lado do arroz. Quantos não terão verdadeiras pérolas literárias, em casa, ou nas casas de amigos e familiares, mas não lhes pegam porque estão velhos, gastos, usados, embora no seu interior conservem intactos os seus textos? Do lote livreiro maternal, ainda hoje seleccionei um velho livro. Primeiro abri-o, cheirei-o. Depois desfolhei-o ao calhas. É daqueles que vinham com as folhas fechadas, sendo necessário abri-los com um corta-papel. Li a contracapa, verifiquei o ano, de 1965. Decidi-me começar a lê-lo: prendi-me ao fim de meia dúzia de páginas. Já levo cerca de um terço lido. Concluo que um livro nunca envelhece, porque presta a sua função na perfeição quando solicitado. Ao contrário de nós, que com a idade... 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

dormindo com o inimigo

Conheço a H há cerca de dois anos, ela e a F, seu braço direito e melhor amiga, gerem um pequeno lar de idosos, ali bem perto de onde toco todas as 6ªs feiras. Aos poucos foi-se tornando um hábito, elas chegarem cedo para jantar, e ficarem na minha mesa, onde me abasteço de energias para encarar a noite de músicas e cantorias. Muitas vezes à lareira, outras na esplanada, conforme a estação do ano. Exaustas de uma semana de trabalhos e cuidados aos velhinhos, descomprimiam ali a H e a F ao sabor de uns grelhados, bem regados de sangria, ou verde à pressão, serão fora, com direito a discos pedidos, de tal forma, que eu, já lhes sabendo os gostos, ia dedicando uma ou outra canção. De vez em quando vinham mais murchas, um velhote que partira. As pessoas não são imunes, criam laços. Este tipo de trabalho tem estes espinhos. Muitas vezes já na despedida, era bom receber o agradecimento, por lhes ter proporcionado tão descontraídos momentos. Eu retribuía, porque sem público, não há artista. Há dois dias atrás, foi a H regada pelo marido, com petróleo. Acto contínuo, pegou-lhe fogo. Por ciúmes, diz-se. Não me sai da cabeça o rosto alegre e rosado da H, a cantarolar na mesa, bem disposta, com o seu copinho na mão. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

discriminação ou realidade

Quem estiver ligeiramente atento aos anúncios publicitários das grandes cadeias de supermercados, deverá constatar que dois recentes reclames na tv daquela que é nº1 em Portugal, visa como alvo, a mulher, sem homem e com filhos. Como sabemos que este pessoal não dá ponto sem nó, é mais que intencional a omissão do elemento Marido, Namorado, Companheiro, Amante, Pai das Crianças. Em suma o elemento Homem. Houvessem movimentos ligados à discriminação masculina, e logo surgiriam por aí manifestações contra a omissão do elemento Macho, nos referidos anúncios. Neles se passa a imagem da Mulher-Mãe, da Mulher-Ocupada-Activa, a única que faz e gere tudo, dado que Homem nas peças, nem vê-lo. Daí ficar  a mulher muito descansadinha, porque tem o apoio do tal supermercado, que lhe escondeu o Homem, porque  sabem estes que esta não o tem.  Não aposto pois, na discriminação. Creio que a mensagem destes anúncios, reflete a realidade. A realidade que eles sabem. Esta gente dos supermercados, com os seus cartões, formulários e questionários, vai sabendo da vidinha toda da malta, qual big brother. Eles sabem, que existem muitas mulheres, com filhos, e sem "homem da casa". Homens, poderão existir sim, mas não entram neste cenário, e nos objectivos que se pretendem. Espertos estes gajos dos supermercados. Nem o INE faria melhor.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

o CR

Como prova a foto, o CR7 - chora. Como todo o ser humano. Alguma gente tem tecido comentários de tal forma absurdos, sobre o rapaz, capazes de se colocar em causa, ser esta gente, racional. Porque entendem ser sua obrigação, ser 100% eficiente. Só que CR não é nada disso. Que é bom, que é dos melhores, lá isso é. Que tem defeitos, lá isso tem. Como afinal todos temos. Exigir que a pessoa se porte como máquina, é tão estúpido como pedir um carinho, ou um sorriso ao motor do nosso carro. De resto, mesmo que o rapaz não tivesse mostrado trabalho, como ontem mostrou, há que considerar que mesmo parado, em campo, CR arrasta sempre dois a três adversários com ele. Bem como há que constatar que é graças a CR que actualmente Portugal se salienta lá fora, por bons motivos, já que os restantes, sabemos, não são abonatórios. Se ontem à noite, em Beirute, se ouviram festejos com a bandeira portuguesa, não se tenham dúvidas a quem se tem de atribuir grande parte do mérito, nem que seja pelo marketing espanhol, que fez chegar CR aos quatro cantos do mundo, levando Portugal a reboque. CR é hoje, tal como Amália e Eusébio, um embaixador deste país, quer se goste do rapaz, ou não.

fugas

Para descomprimir das agressões diárias, que a Vida me impõe, abrigo-me naquilo que me apazigua a ansiedade, os receios, e as incertezas. Encontro sempre um bom porto na música, nos passeios de bicicleta, na fotografia... Recentemente, voltei a outra actividade que vem desde a minha juventude - dar banho à minhoca. As canas, os carretos, anzóis, chumbos, bóias e afins, saíram do armário, e primeiro retorno já aconteceu, embora sem sucesso. Mas não desanimemos, porque para esse efeito, já me basta a tal Vida.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Bons Sonhos

Sonhar acordado, permite o controlo do sonho. Não é mais do que imaginar sobre as rédeas da nossa vontade, e dos nossos desejos. Sonhar dormindo, é um mergulho no desconhecido, algo que não controlamos, não sabemos como começam, de onde vêm, que rumos tomam, e onde vão desaguar. Quantas vezes se acorda aliviado, e noutras com pena de ter acabado, ou de não ter sido real. Entre a realidade do dia a dia, e das suas dificuldades, tenho-me sentido bem, e descansado nos meus sonhos. Aqueles que me invadem no descanso, porque por mais descabidos que sejam, sempre me soam melhor do que a realidade da vida que me apresentam. Vamos lá dormir uma sesta.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

e as vacas é que são loucas?

Afinal a vaca enganou-se. Mas isso não vem ao caso. Ontem, indignei-me perante o cenário de um neto, acompanhado do babado pai,  a correr direito ao avô, dizendo-lhe todo contente - Portugal perdeu, avô !!! Pasmei com esta doentia forma de levar ao extremo aquilo que afinal não passa de uma raiva estúpida fundamentada nas origens clubisticas dos jogadores. Caso para dizer que, com amigos destes, quem precisa de inimigos?

T2

de tanta fotografia tirada, enchi o meu cantinho dos retratos, afinal sem que desse por isso armazenei mais de cinco mil fotos, em cerca de um ano. pelo que houve que arranjar espaço noutro local:

aqui: http://cantinhodosretratosdois.blogspot.pt/

entrem à vontade :)

sábado, 9 de junho de 2012

Bandeirinhas

Quando em 2002 (velhos tempos) rumei ao Recife, em pleno Mundial na Coreia, pasmei com a euforia brasileira. Em cada janela, automóvel, montra, parede, uma bandeira. A Ordem e Progresso estava por todo o lado, inclusive nas roupas, que, no caso dos bikinis, era difícil caber tanta letra. Pensava eu - alguma vez lá no meu Portugal seria possível tal folclore? Não! Nunca! Mas eis que os iluminados dirigentes tugas, habituados que estão só ao melhor, pescam o Scolari para levantar a nossa selecção e eis que Scolari pede bandeirinhas, os chinesas fabricaram-nas, e os tugas, assim como que numa de mega-piquenique, vá de pendurar bandeiras. Muda-se o treinador, mudam-se os tempos, e mudam-se as circunstâncias. Hoje, poucas bandeiras se vêm por aí. A camisola é vestida na cena comercial, e pouco mais. Os maus desempenhos dos rapazes, a falta de algum recato nos tempos em que o que se pode considerar exibição pode ferir e ofender quem não sabe o dia de amanhã, atiram para o plano da desconfiança, o sentimento pela nossa equipa. A malta até quer acreditar, gritar golo, vibrar, mas, existem muitos pontos incómodos... e depois logo o primeiro jogo com os alemães, os da Merkel. Não há forma de separar a bola da realidade. Serão estes rapazes, daqui a pouco, responsáveis pela euforia nacional, ou pelo regresso ao cair-na-real. Decerto Passos, Relvas estarão a rezar neste momento por uma vitória. Daqui a pouco, se saberá se os nossos rapazes, treinador e restante comitiva, são merecedores da nossa confiança. Saberemos se merecem gastar os tais milhares de euros por dia. Daqui a pouco saberão eles, se aos olhos do tuga comum, serão bestas ou bestiais. Como não tenho nenhuma vaca, nem nenhum polvo para me tirar a dúvida, só me resta esperar o fim do jogo, para saber se vou ao armário buscar a bandeira, ou se a deixo ficar por lá. Guardadinha. Se bebo mais uma mine e me lixo para o resto, ou se volto a pensar no resto.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

amoladoooooooooorrrrr

Hoje passou um na minha rua, de gaita em punho, e ferramenta preparada para dar voz de corte a qualquer lâmina de faca ou tesoura. Recordei-me tempos em que na casa dos avós paternos, na capital, ali próximo da Almirante Reis, me punha á janela mal escutava aquela harpejo anunciando a presença do homem das facas. Incrível, a inversão consumista - antes os serviços iam à porta das pessoas, não apenas o homem das facas, mas também o do peixe, o da mercearia, a vendedeira das roupas, das frutas, tudo viajava ao domicílio. E os restantes, tudo por ali perto. Lembro-me do sapateiro ali à esquina, a drogaria, a casa de ferragens, do talho, a retrosaria, até a mais que visitada loja dos discos. Hoje, tristemente, se preciso de um pacote de arroz, tenho de pegar no carro e juntar-me à manada dos que rumam aos grandes espaços, porque à minha porta só passa... o amolador. Que parolos somos. Duplamente, porque julgamos que somos modernos, e que temos qualidade de vida.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

é menino ou menina?

Conheço a C há muitos anos. Depois de um casamento acabado, e de uns quantos namorados, juntou a C os trapinhos com outra mulher. Mulher que, tenta tanto quanto possível afirmar a sua masculinidade, seja no modo como anda, como veste, e até na fala. Apresentaram-se as duas na minha frente, a fim de me transmitirem alguns dados. A C apenas me cumprimentou, meio que a medo. A mulher da C é que falou, e falou na voz mais grossa que consegui, enquanto fui tomando notas das informações, e no final exclamei - é tudo, meninas, depois digo qualquer coisa. O rosto amedrontado da C transformou-se em rosto de terror. Os olhos da mulher da C pareciam raios que caso o fossem, me fulminariam num ápice. Pensei - o que foi que eu disse? Ah, exclamei internamente - meninas. A mulher da C deve ter achado que eu estava no gozo, ou com preconceito. Mas não, não estava. Para mim, tinha na minha frente duas mulheres, às quais, simpaticamente chamei de meninas. Decerto que no BI da mulher da C consta que não estou enganado - é de uma mulher que se trata. Quanto às suas preferências sexuais, isso é lá com ela. Cada um com a sua. Em vez de me fazer aqueles olhares de faísca, a mulher da C deveria virar-se para o criador, isso sim, que a fez rapaz em corpo de rapariga.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

afinal vou falar... muita parra...

Tinha dito que não, no entanto, e não fugindo o assunto ao típico comportamento tuga, o caso é de comentar, tanto mais, porque quanto mais nos apelam à poupança, a mudar de hábitos, e de vida, mais obscenas se tornam algumas realidades.  Estamos perante um conjunto de jovens ligados ao desporto, que vão representar o nosso país, lá fora. Não se cansam os jornalistas, e as publicações mediáticas de enaltecer o parque automóvel dos craques, as suas roupas caras, jóias e relógios que custam mais do que um apartamento. Falam também da folgas, das saídas, dos hobbies e dos gadjets dos rapazes. Dão-lhes estatuto de celebridade, passeiam de charrete, almoçam na instituição, e vão ao beija-mão do presidente. Estranho que não tivessem ido a Fátima. Serão o grupo que mais vai gastar na sua estadia durante a competição, assim como quem vai à Eurodisney e se hospeda no hotel da bela adormecida. Diz-se que 6 vezes mais que a Espanha. Ahhh, e no meio disto tudo - jogam à bola. Mal, mas jogam.
Os rapazes desta selecção lembram-me o meu recente telemóvel, que filma, faz fotos, tem rádio, MP3, calculadora, conversor, GPS, internet, e bláblláblá, mas nem por isso é muito competente para a função para a qual foi concebido - perde rede com facilidade. Assim são eles, os da bola, perdem com facilidade. Duas provas de que o essencial se perde na imensidão do supérfuo.


sábado, 2 de junho de 2012

já não tenho paciência...



... para nada disto. Nem sequer para comentar.