quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010

A todos os que passaram, e passam por aqui, aos que gostam, aos que nem por isso, aos que se manifestam, aos anónimos, e aos que virão, desejo um 2010 recheado de coisas boas.

Play List


a minha Play list dos últimos dias
...
It's raining again - Supertramp
Chove chuva - Jorge Ben
A Chuva - Mariza
I'm singing in the rain - Gene Kelly
Purple rain - Prince
The rain song - Led Zeppelin
...and so on

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Bye Bye 2009


2009, não me deixas muitas saudades. Não te quero magoar, nem tãopouco acusar-te de nada, pois afinal, muitos culpam muitos pela culpa que decerto vai morrer solteira. Outros muitos, mas menos muitos, minorias se comparados com os muito muitos, estarão satisfeitos, folgados, aconchegados nos seus pregaminhos materiais, e nem se apercebem das dores dos outros muitos. Para esses, tu, 2009, não passas de uma meta para dividendos. Poderás dizer-me 2009 que tenho o que mereço, mas não vou sequer responder-te, para não ser mal educado. Em resumo, posso dizer-te que deixas o meu país mais pobre, e também a minha árvore de amigos, mais vazia, e mais não te direi, não mereces. Peço-te que sejas breve na saída, e que cantes nesse teu sair, aquela canção do Chico onde ele diz - e a leve impressão de que já vou tarde.

Não é só o melhor...

... Amigo do Homem. Também é do Menino.
...




terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Não resisti... Veríssimo, sempre.

Árvore Genealógica - Luiz Fernando Veríssimo

- Mãe, vou casar!
- Jura, meu filho ?! Estou tão feliz ! Quem é a moça ?
- Não é moça. Vou casar com um moço. O nome dele é Murilo.
- Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
- Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
- Nada, não.. Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
- Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
- Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
- Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho. Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea...
- E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo?
- Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
- Tá ! Biscoito... Já gostei dele... Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui?
- Por quê ?
- Por nada.. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
- Você acha que o Papai não vai aceitar ?
- Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver... Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade... E olha que espetáculo: as duas metades com bigode.
- Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays.
- Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
- A Bel já tá namorando.
- A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é?
- Uma tal de Veruska.
- Como ?
- Veruska...
- Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
- Mãe !!!...
- Tá..., tá..., tudo bem... Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto...
- Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
- Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
- Quando ele era hétero... A Veruska.
- Que Veruska ?
- Namorada da Bel....
- "Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã. Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
- É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero.
- De quem ?
- Da Bel.
- Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska...
- Isso.
- Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
- Em termos...
- A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito..E dois pais: a Veruska e a Bel.
- Por aí...
- Por outro lado, a Bel...,além de mãe, é tia... Ou tio.... Porque é tua irmã.
- Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
- Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
- Exato!
- Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi...
- Entendeu o quê?
- Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
- Que swing, mãe?!!....
- É swing, sim! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra...
- Mas..
- Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio...
- A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
- Sei!!!... E quando elas quiserem ter filhos...
- Nós ajudamos.
- Quer saber? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide... A única coisa que eu entendi é que...
- Que.. ?
- Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser f...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quem diria...


Chuva

Parece que vamos levar com ela até ao fim do ano.
Dia 1, vem o sol, bom prenúncio.
Assim dizem.
Menos mal.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Evoluir


Aprender, aprender sempre, escreveu Lenin, e concordo em absoluto. Quantas vezes não procuramos o muito bom, porque o suficiente, nos é afinal, suficiente. Claro que tudo é relativo, e há que aplicar essa busca nos limites possíveis. Do que falo, do aprender, o limite não existe, pois sempre se aprende algo, basta que o queiramos, estejamos atentos e predispostos.
Ontem a meio da tarde, escutei uma das baladas que mais mexe comigo, que sempre que a toco, me entrego tanto quanto a minha voz e dedos mo permitem, e ao escutá-la pela enéssima vez, fiquei com uma dúvida sobre a sua execução, pelo que mal chego a casa, me colei a essa maravilha da idade moderna, o YouTube de viola na mão, e eis que em how to play Tears in Heaven a minha dúvida se dissipou - encontro uma série de correcções a fazer, na minha imperfeita execução do tema. Pode ser difícil de entender isto, mas o goso que me deu, estudar e aperfeiçoar a canção, acima de tudo senti-la de uma forma completamente diferente, como que de novo, perto da perfeição, pelo resto da tarde, e já noite fora, no sofá, à espera dos Ídolos, foi gratificante. Foi aprender, aperfeiçoar, e crescer mais um bocadinho. Se nada mais tivesse valido a pena neste domingo que passou, por este detalhe, já o valeria. Agora é só esperar por tocá-la em público, e poder partilhá-la, quem sabe, nesta quinta-feira.
Ídolos? O Filipe, sem dúvida.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Bem, por maus caminhos







Plágio de Natal




Descubram-se as diferenças entre o Last Christmas dos Wham e o Noite Branca dos Anjos.
Consulte-se por exemplo o YouTube para tal exercício.
Podem tocar-se, em C - Am - Dm - G. Ambas.
Como diria Diácono Remédios - não habia nexexidade.

Alien de Natal


Uma pessoa que vai à televisão tomar o tempo dos outros, todo quentinho e confortável, ali com os tarolos a arder na lareira, a afirmar, aos milhares de desempregados, os de longo prazo e os recentes, e aos que vislumbram esse cenário num futuro próximo, que Portugal está a recuperar da crise, e que o próximo ano será de retoma, só pode ser de outro mundo. Só pode.

day after de Natal





E pronto, concluída a maratona do Natal, eis que já se fala da próxima - a Passagem de Ano. Sempre me foi um pouco incómoda esta proximidade de datas. Não estamos refeitos de uma avalanche na mesa, e logo aparece outra, não obstante o peso dos anos ser inversamente proporcional aos abusos, mas mesmo assim, gostaria que estas datas tivessem um intervalo de um mês, mais dia menos dia. Atrevo-me até a culpar o Homem e o seu Criador, por esta quase junção, o Homem podia colocar o início do ano lá para 15 de Janeiro, e o Criador, já que tudo pode, podia ter concebido a Maria umas duas semanas mais cedo, que ela não dava por nada, dado que por nada deu no suposto acto. Seria bem melhor para muitos fígados, visículas, estômagos e outros orgãos mais sensíveis, e gastava-se menos dinheiro em Gurosans. Da essência do significado do Natal, e do que realmente ele deveria significar pouco resta, os homens da Igreja, D.Manuel Martins e D.Policarpo já deram por isso, falaram disso, e que necessário é que falem disso, pois denunciam uma realidade. O seu a seu dono. O dia do calendário avançou um dia, os presentes estão oferecidos; as comoções, reuniões, abraços e beijinhos cumpriram-se; os caixotes do lixo transbordam; as caridades, compaixões, solidariedades estão arrumadas na gaveta. Para o ano há mais. Agora há que pensar na chapanhota. Ah, e no concerto de Ano Novo em Viena, no dia 1. Nunca perco.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Tradição

Existem coisas que fazemos, e porque são boas, nos sabem, e nos fazem bem, tornamos a repeti-las, pois faz sentido que assim seja, essa repetição ganha um sabor antecipado no vislumbre do tal bem que vai saber.
Já perdi a conta, a quantos são, mas seguramente perto de dez, manhãs do dia de Natal em que me levanto, me agasalho, e rumo a uma forma de peregrinação que me é tão necessária.
E assim aconteceu hoje, uma boa selecção de clássicos no cd, a estrada só para mim, o aconchego da roupa fofa, quente e confortável, o carro leva-me ao Cabo Espichel, onde vez ou outra me dirijo, como que em romaria, falar com o "meu" Senhor, pois a todos é lícito ter o seu, já que nunca ninguém O viu, e eu tenho o meu, que creio estará na verdadeira medida dos que crêem e querer crer, mas de olhos bem abertos.
O Cabo estava glacial, diz-me o carro que estão 6 graus lá fora, chuvisca, mas estou ali a cumprir uma vontade, e o frio, o vento e a chuva são de menos perante o bem que me faz deambular por ali, naquela ponta do meu pequeno país, com vistas de cortar a respiração. Saio sempre dali mais leve, mais aliviado, hoje, mais ainda, quem sabe porque não cruzei com vivalma, e pelas condições de tempo adverso, instalou-se em mim uma serenidade tão saborosa.
Próximo destino, a "minha" praia, o mar afinal. Magestoso, varrendo toda a praia, ou corrigindo, o espaço onde no verão, o mesmo mar devolve a areia aos porcos veraneantes, ensinando sempre, afinal o que estes nunca aprendem - a areia é entregue ao longo da Primavera, limpa, lavada, isenta de beatas, de pacotes, de plásticos, e toda a espécie de porcarias que o bicho-homem ali deposita. Está assim a minha praia, linda, selvagem, cheirosa, à minha disposição, e mais uma gaivota tão doida como eu.
Foram como sempre dois preciosos momentos dedicados a mim, que não dispenso. E agora que estou mimado, vamos mimar a mamã, e saborear o convívio.




quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Hipocrisias de Natal


A tv brindou-nos ontem com as tristes imagens, dos tristes discursos, dos nossos tristes governantes, ditos em pouco mais de dois minutos, a despachar, Sócrates e Cavaco, ambos visivelmente a cumprir um frete e danadinhos por se pirarem dali. Cheirou-me tudo a falso, a hipócrita, a obrigação, e a representação, pessoas que não se gramam deviam de ter vergonha em fazer aqueles (maus) papéis, ainda para mais em público, ainda para mais na condição suposta de dirigentes de um país. O homem da alta velocidade e o homem que raramente se pronuncia, deram com esta farsa, um triste exemplo, e ao mesmo tempo uma lição de como não devemos agir, ainda por cima em quadra de reflexão e portanto apelativa aos sentimentos genuínos. Foi sem dúvida, uma Hipocrisia de Natal, ou uma Fantasia, ou ambas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Desejo de Natal


-Pai Natal, este ano desejo ter um irmãozinho...
-Não tem problema minha filha, mas primeiro, preciso que me mandes a tua mãe...

Diálogos



Estou? Olá, tudo bem? Sim, e contigo? Vamos indo, então o que fazes? Olha, neste momento estou a ver um filme. Qual? O Expresso Polar. Mas isso não é para crianças? Sim, pode ser mais para crianças, mas nada me impede de o ver. Ai Ai, nunca mais cresces, sempre gostaste de carrinhos. Miniaturas. E de comboios eléctricos também, tenho um que monto à volta da mesa de Natal. Deve ficar giro. Fica mágico. Mas não te envergonhas? Porque deveria? Sei lá, acho que em parte vives num mundo de fantasia. Tens toda a razão, tenho momentos em que desligo da vida séria, e deixo-me envolver, seja a contemplar um comboio miniatura, ou a assisitir o Expresso Polar. Quando ligaste, tive de "sair" do filme para te atender. Fantasias e ilusões não é comigo... Estes momentos não nos prejudicam, antes pelo contrário, devias tentar, deixar-te levar e sentir. Não, não conseguiria, bem sabes que não sou de fantasias e ilusões, já te disse, nem tinha paciência para ver bonecos, a vida é real, não é isso que vez nesses filmes. Sabes, isso é discutível. Como discutível? Depende do conceito do que chamamos de fantasia e ilusão. Ora fantasia é fantasia e ilusão é ilusão. Não é bem assim. Então explica. É assim - nestes momentos que falo, vou ao fundo da fantasia sim, deixo-me contagiar totalmente, mas depois dos tais momentos volto à realidade. Lembras-te da filha da nossa amiga Ka? Sim, lembro. E lembras-te do desastre que foi o casamento da miúda? Se lembro, aquilo foi horrivel, e não foi por falta de avisos, mas até eu acreditei que podia resultar, às vezes dá.... Ora bem. Apesar dos avisos, todos acharam que com o casório tudo se compunha...mas não, aconteceu o óbvio, e isso, minha cara, é que é fantasia e ilusão, entendeste agora? Entendi pois. Tens razão... Pois tenho. É um bom ponto de vista. Ainda te converto à minha forma de fantasiar. Quem sabe... E tu o que estás a fazer? Já estou na caminha. Que pena. Porquê? Porque queria convidar-te a vires aqui assistir o Shrek comigo, serias a minha Fiona. Doido. Pois sou.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dar Música

Terminei ontem uma pequena maratona musical, iniciada na passada sexta-feira. O motivo das grandes enchentes, foram os jantares de Natal. Dado curioso e a reter, cumum a todas as noites - os grupos, na grande maioria, são de pessoas do mesmo sexo, ou seja, uma mesa só de rapaziada, e noutra só de moçoilas. Pareceu-me mais uma vez, que o Natal pouco tem a ver com estes jantares mais do tipo - despedida de solteiro. Observei que em todos estes eventos, os meninos são mais reservados e comedidos, e também menos participativos, perante a avassaladora presença das meninas, que se soltam, ali mais ou menos à segunda rodada. Depois... ninguém mais as pára, e vejo-me rodeado delas a cantar as Doce, o Fúria do Açúcar, e sim o Zé Cabra, e se não tomo cuidado bebo mais que a conta, pois não falta quem se lembre de brindar o músico com uma taça para bebericar.
Músico sofre...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Lisboa

Aqui já fui feliz. Aqui nasceu parte de mim. Aqui passei de criança a jovem, e de jovem a adulto.
Aqui ficaram grande parte das minhas memórias desses tempos, e vidas, de avós, de pai, e de tantos que por esta casa passaram.
Ontem foi dia de passar ali por baixo da varanda, onde com quatro ou cinco anos mandava água por cima das pessoas que passavam e me escondia até ser descoberto. A mesma varanda onde esperava o meu avô que regressando de África, sempre me trazia algum brinquedo que me tiraria o sono durante as noites seguintes.
Foi uma nostalgia que soube bem, onde em pensamentos revivi e recordei, sem lamúrias, pois sou dos que sorri porque aconteceu, e não que chora porque se perdeu. Mas que veio uma lagrimita, isso veio, mas em público negarei, pois é suposto os homens não chorarem.

Semana Oficial


De há uns anos para cá, os vectores de apelo ao consumo, lembram-nos, quase no fim da época balnear, muito antes do São Martinho, de que o Natal se aproxima. Aparte o apelo ao consumo, somos sensibilizados de formas várias à solidariedade, não se sabendo bem onde fica a fronteira entre a verdade da mesma, e uma possível abertura dos cordões da bolsa por via do 13º mês. Existe, quanto a mim um exagero em tudo isto. Sendo o Natal fundamentado num possível acontecimento, que entre outras mensagens que nos passa, é a da humildade, do recato e até de alguma privação, constata-se que o Natal se trasfigurou, e perdeu a sua essência, sendo hoje em dia, um negócio. No campo da solidariedade, existe uma total falta de coerência, uma vez que o que válido como prática até ao dia 25, vai deixar de o ser no dia 26, embora todos saibamos que no dia 26, os carenciados o continuarão a ser.
Vestem-se as gentes do dito Espírito Natalício, embuído num lote de presentes, a uns, e umas quantas caridades e donativos a outros, e pronto, assunto resolvido, objectivo alcançado, consciência tranquila. Hipocrisia com certificado.
Não creio que "o Natal" seja por aí. Menos creio que seja desta forma, que existindo afinal, o Aniversariante, este tipo de comportamentos Lhe agradem, mas isto claro, são pensamentos meus, e valem o que valem.
Por mim, adepto do Espírito Natalício à boa maneira antiga, ou não fosse eu um clássico, manterei as tradições que me foram passadas, e por fidelidade, tradição e gosto, assim as espero manter e cumprir.
"Os filhos dos homens em berços dourados, e tu meu menino em palhas deitado"

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mimos


Fui comprar a prendinha para a mamã, e de caminho não resisti a uns retratos.
...




















sábado, 19 de dezembro de 2009

Basta!


Este Natal não vou vergar-me a certos (maus) hábitos das novas tecnologias. Durante muitos anos convivi com os votos de Festas Felizes institucionais, que traduzindo à letra, equivalem a um diálogo do tipo - amas-me, 'mor??? - claro que te amo. Leia-se, atitude desprovida de qualquer sentimento. Tolero os tradicionais postais de índole profissional, que há anos recebo dos parceiros comerciais com quem opero, bem como de pessoas que estão tão distantes como em Macau. Dou especial atenção às ligações telefónicas, nas horas que antecedem a noite das palhinhas, e se forem ligações pela PT, já as encaro como muito especiais, íntimas, quase núcleo duro. Contudo, não vou alinhar nos e-mails, e SMS de carácter grossista, a granel, que estampam terem sido enviados por atacado, para despachar um fardo, uma obrigação, desprovidos afinal do tão apregoado espírito de afecto natalício, e totalmente despersonalizados. Por isso, decreto black-out total a este tipo de mensagens, que para além de serem fuleiros e ridículos, muitos deles me chegam cedo demais, tal como os três que recebi hoje, afinal, hoje ainda é dia 19, e o menino só nasce quinta, à noite. Estou na fase do não quero porque tenho sims determinados, os tempos são de escolhas e de peneirar, afinal, quem me vê como pessoa e não como um número, pois é assim que vejo por quem nutro um sentimento. A esses, tudo, aos outros, temos pena, mas farão parte de um número. Abstracto. Estou fechado, para fretes. Encontro-me aberto, aos verdadeiros afectos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vamos tremer...


... outra vez, segundo as previsões, teremos amanhã máxima de 8, e mínima de 1, e no domingo, 9 e 2, respectivamente. Com chuva, a ver se neva cá no burgo.

Direitos Iguais


Muito se falou, e muito se fala sobre a polémica aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Falam os defensores, os que discordam, fala o Governo, e fala a Igreja, relatam os meios de comunicação, e virá a decisão. Reclamam os defensores, que a este direito terá de ser agregado o direito à adopção de crianças, ou será uma conquista de direitos pela metade.
Não defendo nem condeno a união de pessoas do mesmo sexo, é-me indiferente a escolha sexual de cada um. É uma questão de liberdade, e daí o direito à igualdade, dos direitos e claro, das obrigações. Torna-se simples e óbvio que assim seja, e sempre devia ter sido encarado assim.
No que toca ao direito de adopção, o caso muda de figura, tornando-se num assunto melindroso, uma vez que o elemento mais visado, a criança, na condição de criança, não é mais que um ser em formação, e por isso mesmo não estará na condição de escolher, ficando à mercê de ser escolhida. É uma posição muito frágil. Pelo que não vejo como directamente implícito que ao direito da união de dois seres adultos do mesmo sexo, se coloque como dado adquirido o direito de adopção. Cada caso é um caso. Distintos. No primeiro urge descomplicar, no segundo impõe-se muito debate e ponderação.
Invocando o direito que me assiste à liberdade, e neste caso, de expressão, apenas posso afirmar que recuando à minha infância, e relembrando os meus progenitores, aos quais chamava carinhosamente de papá e mamã, decerto teria de me ser muito bem explicado, se fosse o caso, porque é que o papá fazia a barba todos os dias, e a mamã também. Seria o meu direito, o direito da criança. Seria o meu direito, na minha idade de formação como ser Humano.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pesquisas

O café fumega, e que bem que sabe. A minha menina maior, na sua pose de Lassie dormita, bela como sempre, aqui mesmo ao lado, e eis-me no meu cantinho-museu-estúdio-musical, em busca de dois temas natalícios, para brindar os presentes, nos espaços onde vou tocar, amanhã e depois, uns acordes e soltar a garganta, com a rédea que se impõe.
Sou, por natureza um clássico, e por isso decidi eleger estes dois - White Christmas e Have Yourself a Merry Little Christmas, vou juntá-los ao What a Wonderful World pois acho que cai bem, depois...logo se vê.
Fui aqui procurar as músicas - http://xmasfun.com/lyrics.asp , e perdi-me numa ou outra recordação, como o Last Christmas que me levitou a outros espaços.
Tão bom como recordar, é-o refazer um novo futuro como diz o Xico César, e por isso, que venham mais canções. Cá estou para saboreá-las, vivê-las, e partilhá-las. E parafrazeando outra vez, e desta vez a Carole King, - it's so good.

Parabéns!

Fazem hoje 20 anos. Adoooooooooooooooooro!!!

Nº1

Toda a gente já respondeu a questionários do tipo, do que gostas mais, seja música, cor preferida, campo ou praia, filmes, livros e muitos etecéteras por aí fora. Embora tenha as minhas preferências, convictas, algumas delas não são exclusivas, são múltiplas, e diversificadas, e por isso não dou muita importância a este género de inquéritos, pela parcialidade que implicam. Por isso, ontem ao ser questionado sobre algumas destas preferências, não respondi decerto como esperado, com uma única excepção – o livro.
Tendo que eleger um livro, não terei dúvidas ou reticências sobre o pequeno livrinho que vez ou outra saborosamente folheio, releio, e sabe sempre bem, pela sua beleza e simplicidade. Foi-me dado a conhecer, na década de 70, algures entre Moçamedes e Lisboa, e não mais o perdi de vista. Simples, belo e intemporal.

Trememos...

...nesta madrugada, e não foi de frio.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Está na entrada...

... do Seixal, é grandinha e bonitinha. Também está à saída, depende do ponto de vista.

dos Fumos


Ontem fui chamado às lides musicais, porque um grupo festejando o seu jantar de Natal, achou por bem retirar-me do sofá, o que muito me agradou, pois a empatia foi excelente. A sala estava aconchegada, aquecida, iluminação quanto baste, e o grupo de gente bonita, lá foi petiscando, bebericando e cantarolando, noite fora. Lá fora, chovia, senão eram cães e gatos, chovia que Deus a dava. E lá dentro, sabia bem, puxar pela malta – mesmo sabendo que não gostavas empenhei o meu anel – e olhar pela janela as gotas de chuva, escorrendo pelo vidro, e a sala tão quentinha. Mais uns tintos da casa, umas sangrias, e bradava-se – tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo, até ao apoteótico – dunas, são como divans, as ladies a vibrar com o telepatia e os óculos de sol, e eis que a maltinha do tão animado grupo, vai saindo alternadamente, da mesa, para depois, regressarem, enregelados pelo frio, molhados pela chuva, e tudo por … um cigarro. Sei que não se deve ter, mas de certo modo, tive pena deles, dos que saíram do conforto da sala, do convívio, das conversas, das cantorias, para umas fugazes passas, num pequeno momento de prazer. Prazer??? Pode ser que sim.

Sobre o post anterior...

"As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental"
Vinicius de Moraes
...
Pode não ser exactamente assim, mas é-o em grande parte. Tem de existir uma parte beleza, uma parte que seduza ao olhar, ao cheiro, que atraia e desperte naturalmente os sentidos, de parte a parte. No bolo que cada pessoa representa, existem fatias reservadas a este plano, e por isso aqui me confesso - subscrevo o Vinicius. E as belezas femininas, tantas vezes têm de ser desvendadas, e um homem atento saberá, tal como o poeta, desvendá-las. No que diz respeito ao envelhecimento da carcaça que nos veste a alma, claro que todos mudamos o nosso aspecto físico com a idade, mas o que eu presenciei foi muito mais que uma mudança, foi uma transformação. Uma mutação, diria. Contudo admito que outros, também me vejam transformado e não mudado, é que quando vejo fotografias minhas com metade da idade que tenho, avalio que tinha metade do peso de hoje, para não falar de um video-clip que anda para aí no YouTube, em que apareço com 24 aninhos. Ai ai, que leveza. A beleza? Bem, isso depende sempre dos olhos que nos vêm, e do espelho. Por enquanto é-me agradável a saudação - engordaste, pá, pois quando for - hummm, estás diferente, mudaste, pá, aí vou ficar preocupado, pois em frente do espelho, poderei não reconhecer a figura reflectida :)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tudo se transforma


Existem encontros estranhos, no mínimo, que mesmo não sendo estranhos mexem cá dentro, porque nos levam a outros tempos, outras idades, e despontam um misto de sentimentos, de nostalgia, saudade, diversão, consciência dos factos e suas realidades expostas.
Conheço a D desde menina, fomos vizinhos durante muitos anos. Na idade das festas de garagem, que muitas vezes eram na casa de quem tivesse os pais ausentes, a D era uma presença constante e uma das meninas mais requisitadas para dançar os slows graças à sua beleza, formas perfeitas, e pelo modo como se encaixava no par eleito. Mais tarde, em anos loucos de muitos decibéis, muitos gin’s tónicos, e muita adrenalina, rumámos juntos, ou não, ao 2001, ao Seagull, ou ao Belle Epoque, locais onde a D, mesmo sem ser exibida, dava nas vistas graças aos atributos que a mãe natureza lhe concedeu, que nos seus vinte e tais aninhos, incendiavam a rapaziada.
Um dia a D, apaixona-se mais a sério, casa e emigra. Nem rasto dela desde então.
Até que ontem, numa loja de sapatos, uma desconhecida me toca no ombro, e me diz – és mesmo tu!!! Mas estás mais gordo, pá. Em vão, tento acelerar as minhas células cinzentas, para que naquela fracção de segundo me dissessem quem era afinal aquela mulher gorda, enrugada, de cabelos pintados, de cara muito pintada, roupa justa de trinta num corpo talhado a direito de cinquenta, mas cuja voz me era familiar, embora com um ligeiro sotaque afrancesado. Atiro timidamente com um – tu também estás diferente. São os anos, pá, responde a D, e continua, então o que é feito, ainda tocas? Como está o teu pessoal? E neste metralhar de perguntas, descubro nos olhos esborratados da mulher, aquela que foi a D dos anos 80. O reencontro foi curto, com duas bicas pelo meio, as novidades boas e más foram o tema de conversa, bem como saboreámos as recordações do passado com umas boas gargalhadas, e no final, deixamos a promessa de não perdermos o contacto, bem como recebi um convite para ir a Geneve, pois a minha amiga D, que veio passar o Natal com os pais, tão depressa não voltará aqui. De rescaldo, fiquei a pensar como a natureza pode ser tão bela que transforma a lagarta em borboleta, como tão cruel ao transformar a tão perfeita D de outrora, na pessoa de hoje...
Hoje, não dançaria com ela o Wish you were here, talvez o Because porque é pequenino.

Enfim, gela-se!


O vidro do carro com uma camada de gelo, as árvores e as ervas de verde tapado pelo branco, falo e sai aquela neblina, as mãos pedem luvas, a cabeça um gorro, assim sim, estamos no Natal.
Que me desculpem as pessoas dos países quentes, mas o Natal sem estes condimentos, é como beber uma cerveja morna. Venha de lá um cacau, escandalosamente fumegante.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

breves...


Com todo o seu rigor, chegou o frio, vivam os agasalhos, a ponta do nariz gelada, e uma velhíssima saboreada à lareira.
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Leio na Sábado que existem pessoas no Facebook com mais de 5000 amigos. E eu a pensar que amigo é coisa rara.
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Leio ainda na mesma Sábado que o que está a dar é twitar, e que blogar caiu em desuso. Estou fora de moda. Assumo, e gosto.
...
No National Geographic a velha questão - haverá nos milhares de outros planetas por esse universo fora, vida, seres inteligentes? Espero bem que sim, e se não mais inteligentes que a espécie humana, ao menos que seja melhor, o que não é nada difícil.
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Seixal, perto das 16:30, beira rio, passeio no calçadão, e eis que um cortejo de carros topo de gama, de marcas topo de gama, com motores de avião passa na avenida. Existe agitação entre alguns caminhantes, são os garbosos jogadores do SLB rumando ao centro de estágios, dos rostos que vislumbrei, achei-os muito "cara de poucos amigos", é o que dá não terem Facebook. No regresso, imaginei como estaria a disposição dos guerreiros do relvado do meu SCP...
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Idolos. Tenho quatro favoritos - a Solange, a Inês, o Filipe e o Salvador. Como escolher, leia-se decidir, é por vezes doloroso, muito me doeria não eleger os quatro, e ter de escolher quem é música, força e animal de palco dos pés à cabeça - o Filipe.
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Muito ao seu estilo cinzentinho, o Constâncio, quase de partida para a Europa, diz mais uma coisa que todos sabemos, sobre as contas públicas. Porque será que pagam tanto dinheiro a um tipo que apenas aponta o erro, e nunca a solução?
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Berlusconi levou uma chapada nas ventas, que o vai retirar perto de um mês da cadeira do Governo. Só não entendo porque prenderam o agressor...

domingo, 13 de dezembro de 2009

MAR

sem ti, sou menos eu



sábado, 12 de dezembro de 2009

Pormenores


Não quero ser chatinho, muito menos repetitivo, mas as notícias que me entram pelos canais ocular e auditvo, falam mais forte.
No mesmo dia em que com a pompa esperada o nosso Governo anuncia o seu passo para a milionária obra do TGV, um pai, algures no norte do nosso país, desespera porque a Segurança Social lhe negou a verba necessária para uma cadeira de rodas para a filha, alegadamente por não existirem meios financeiros.
Que nome chamar a esta gente?

Visitas do (e ao) Passado

Não que tivesse esquecido de todo, mas estava tão arrumadinho nas minhas gavetinhas íntimas do passado, que talvez só a custo me viesse a recordar, mas aquelas faxinas que por vezes nos propomos num tempo livre, levaram-me a, acidentalmente esbarrar num monte de fotografias, de um passado, que estava na tal gavetinha. Depois foi, rever uma a uma, as fotos, do passado, sem pressas, e sem nostalgias, e voltar a guardá-las, engavetá-las no passado a que pertencem, e voltar ao presente, afinal, a realidade, e quem sabe, num outro futuro eu abra de novo a gaveta, do passado. Who knows?

Voltinha Matinal

Sabe bem emperaltar-me para os trilhos, e a dois passos da porta mergulhar nos muribundos pinhais, agora urbanos, que o Homem ainda não loteou. Ainda mantêm os cheiros de outros outonos e invernos, o orvalho, os bogalhos, as pinhas, as tocas, os musgos, e aqui e ali, o chilrear de uma ave. Mantêm também, aqui e ali, os dejectos nojentos da condição do ser Homem com "h", os entulhos de obras, de oficinas, e os famigerados plásticos. Mas mesmo com este detalhe cada vez mais presente, é bom demais fazer uma caminhada matinal, de sentidos abertos. Eu gosto. E as minhas meninas também.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Conto

O Caminhante seguia como fazia séculos após séculos, por todas terras, em todos os reinos, mais tarde repúblicas, no seu errante trajecto, dando uma palavra de acalento a uns, providenciando a outros, necessitados, apenas com um toque das suas mãos. Diziam os mais velhos que o Caminhante não tinha idade, que era intemporal, que já tinha visto de tudo, que tudo resolvia, e que a sua bondade era infinita.
Conta-se que dias atrás, em terras de Viriato, se cruzou com um homem que chorava amargurado, e logo ali lhe inquiriu:

Porque choras bom homem? Porque ao homem não fica bem andar por aí a chorar!
Choro porque não consigo entender nada.
Como te chamas, homem que chora?
Chamo-me José, e já agora quem é o senhor, com essas vestes, essas barbas e esse cajado, e esse cheiro a água de colónia Lavanda?
O meu nome não te interessa José, mas chamam-me Caminheiro, aquele que muito caminha, tudo sabe, a todos resolve os seus problemas, e se teu problema é apenas entender, aqui estou para te fazer entender.
Muito duvido, senhor Caminheiro, que tudo sabe e tudo resolve, mas se quizer pode tentar.
Deita cá para fora José, que eu tenho explicação e entendimento para tudo, mas pára com essa mariquice e limpa-me essa cara.
Tem a certeza de que me vai explicar o que não entendo?
Vai fala!
Bem, então é assim, este ano está a acabar e existem uns quantos assuntos que não entendo, mas que gostaria que alguém me explicasse, para que eu pudesse entrar no novo ano com alegria, com esperança numa vida melhor.
Deixa-te de rodeios, que tenho que continuar o caminho, e faz-se tarde, desembucha.
Então meu bom Caminheiro, explica-me porque aqui na minha terra, os senhores que mandam em tudo, compraram submarinos que não vão servir para nada, compraram helicópteros avariados, os banqueiros roubam os seus clientes, e nada lhes acontece, oiço falar de escutas, operações-sucata, Freeport, Casa Pia, e nada parece ter solução ou no mínimo culpados, alguns dos nossos bebés vão nascer em Espanha, pagamos os combustíveis mais caros que os outros, as fábricas fecham, as dívidas aumentam, os desempregados também, e como se isto não bastasse, a TAP apresenta graves prejuízos, e a CP também, e nos CTT a gestão danosa, e oiço falar em TGV's só para passageiros, e novos aeroportos, e parece-me que até morrer vou ter de pagar isto tudo, e dinheiro da reforma nem vê-la, porque a Segurança Social também está falida, mas o senhor dos senhores, aquele que manda mais, diz que estamos bem, e eu não entendo nada, porque parece que não estamos nada bem. Ajuda-me a entender meu bom Caminheiro, que tudo sabes e tudo resolves.
Qual é mesmo o nome destas terras onde me encontro, José?
Portugal, senhor Caminheiro.
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E mais não disseram, choraram de pulmões abertos, e berraram até que lhes faltassem as forças. Pela primeira vez, em toda a sua eternidade, o Caminheiro chorou, não caminhou, não resolveu, não explicou, porque aquele pequeno país, Portugal, era realmente uma coisa sem explicação.