quarta-feira, 30 de junho de 2010

já fiz...


... e muito mais que 300.

Sangria

Gosto de fazer sangrias, de as reinventar. Ontem para um jogo com nuestros hermanos nada mais a propósito, do que uma sangria de luxo. E vá de colocar um tinto acima da média, um Asti, sumo de laranja, ginja, com elas, cachaça, licor, canela, limão, cerejas e hortelã. E não é que a malta limpou mais de três litros daquilo, e se mais houvesse...

No feeling II - o rescaldo

Queiroz teimou, insistiu no feeling. Que feeling? De substituir o Hugo Almeida, que puxava pela equipa? Será que os espanhois lo pesetaron? Os jogadores desabafam, desde o Nani, o Deco, o CR ...quase todos falam à boca pequena. Eduardo o foi heroi, e chorou como um Homem. CR jogou onde não devia e onde não queria. Sei que não devia, mas saiu-lhe a desabafo. Uma vez toquei numa orquestra, onde o maestro insistiu que eu tocasse baixo. E toquei, mas a música que saiu não foi a mesma.

Parcos de visão são quem cobra o prejuízo a CR. O CR é um jogador entre onze, e não o salvador da pátria. Não me causará admiração que o miúdo não venha a querer jogar mais pela selecção, é que de facto, esta ligação só lhe dá prejuízo, e não lhe dignifica a carreira. E convém atentar quem precisa de quem. Nos próximos dias, muita roupa suja se vai lavar por aí.

De resto, quem elegi como prováveis vencedores continuam em prova.

Agora vamos à vidinha, porque o calendário não pára, e 5ªfeira vai tudo ficar mais caro. Aquilo do Mundial, só nos estava a dispersar. Será que há males que vêm por bem?

terça-feira, 29 de junho de 2010

you have no right!

Com que direito invades os meus sonhos, e te instalas no meu subconsciente, como se nada se tivesse passado, como se nada tivesse desmoronado. Porque surges agora, mesmo que não fisicamente, dar um sinal de ti, como se o teu lugar ainda estivesse quente do teu corpo, e o teu cheiro flutuasse pelas minhas narinas. Não te vou cantar o entre por essa porta agora, e não adianta, se o livro ainda tem o teu cheiro. Certamente que te cantarei a canção tocou na hora errada, se ousares invadir a privacidade dos meus pensamentos, pois tal como te disse em tempo certo, só sei que por aí, não vou.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dá que pensar...

Recebo um e-mail de uma amiga, incluindo um conjunto de fotografias onde se denunciam as condições sub-humanas em que algumas (milhões, dizem) crianças, na China, são mantidas, enquanto as suas mães trabalham, porque afinal não deverão haver creches, e havendo-as, não haverá com que as pagar.

Não me custa acreditar no que cita o dito e-mail que apela ao não consumo nas lojas de productos chineses. Fácil nos seria, sermos solidários, não entrando em lojas chinesas, na tentativa de limpar a nossa consciência, ao não gastarmos um tostão em artigos de gosto e qualidade duvidosa. Contudo, o cenário afigura-se de uma forma, em mãos de veludo, e bastante mais complicada, diria eu, irreversível nas próximas décadas, pois quando compramos um belo e insuspeito artigo, cuja marca pode ser alemã, nipónica, ou mesmo americana, em ponto de venda credenciado, requintado, e também ele, o ponto de venda, insuspeito, estamos condenados a comprar artigo made in China, pois é lá que eles se fabricam. Assim aconteceu com a minha máquina de fotografar, assim aconteceu com o meu competente MP4, de marcas insuspeitíssimas, e não é a cobarde justificação que me dou, de que, quem sabe, as mãos das mães que manusearam estes meus gadgets, são mãos de mães que podem ter os seus filhos fora do circuito feudal, que me faz menos peso na consciência, e mais, a convicção de que no próximo consumo, posso contribuir para mais uma corda na grade, não me demoverá do meu prazer de possuir mais um brinquedo, pois, se não podes vencê-los, junta-te a eles.




Fim de Semana

No rescaldo de um fim de semana recheado de muita música, em ambiente de São Pedro, e uma reunião familiar, de churracada e sardinhada com três gerações presentes, muito se falou de tudo, da sardinha que está grande mas ainda não pinga, do Cavaco que pela primeira tomou a atitude certa, ao ficar longe do funeral de Saramago, da carrada de livros que deste último, me foram ontem entregues, e por aí fora, foi-se o tempo passando, com dois jogos do mundial pelo meio, do que se concluiu que a Fifa introduziu novas regras, na arbitragem, pelo menos para alguns. Com efeito verifica-se que uns, podem usar mais que a cabeça e os pés, para jogar a bola, outros, podem ter a bola dentro da sua baliza sem sofrer golo, e ainda outros que beneficiam de uma tolerância de fora de jogo, com quase dois metros. Sabendo todos, que tudo pode ser visto, no momento, em qualquer dos ecrans gigantes colocados nos estádios, por toda a gente, árbitros, e seus assistentes incluídos, confirma-se o gesto manual de Paulo Bento, bem como a afirmação de Eric Clapton. Gamanço e negócio. Assim não.
Ah! Lá para o fim do dia, houve caracois, e um verde gelado, e por isso, hoje acordei meio turvo aqui por dentro, que é como quem diz, nada transparente, que é como quem diz, como o mundial.

sábado, 26 de junho de 2010

E no entanto elas movem-se



Uma das minhas praias favoritas, está prestes a perder o encanto e a liberdade que até agora, e durante quase trinta anos, me deu a desfrutar. Agora existem multas para quem fique debaixo de pontos considerados perigosos, quanto a derrocadas. E o aviso é para levar a sério, já testemunhei uma, num longínquo sábado, em que o azul do mar se vestiu de amarelo, e recentemente parte da arriba, veio por aí abaixo. Vamos a ficar ali pela beira do mar. Sempre se evita a multa, e os arranhões. mas que era bom ficar ali entre as rochas, numa privacidade muito mais que saborosa, lá isso era.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

David e Golias


De há uns dias para cá, que, claro, o objecto de assunto é Portugal-Brasil. Ontem, era assunto de calorosas conversas nas praias de Sesimbra, onde brasileiros e portugueses invocam suas razões, hoje no banco, na pastelaria, o rol de palpites não pára, para não falar dos média, ontem até o gandanóia Marques Mendes marcava a sua posição.
Muitos são os que buscam o exemplo de 1966, em que Portugal ganhou 3-1 ao Brasil, e o Eusébio levou a melhor sobre o Pelé. Lembro-me de ver o jogo, a preto e branco, em que aos jogadores que conhecia era através dos cromos da bola, ganharam ao Brasil, nessa data o país de onde vinha uma canção que eu cantarolava, do Wilson Simonal, nem vem que não tem, e as revistas de BD do Patinhas, Zé Carioca...
Não embarco em entusiasmos, vou pelo 1X2. Acredito que no mano a mano, sem ratices, ajudas de árbitros e malandragem, será um bom jogo. No entanto, assuma-se que todas as preferências, e pressão, vão para o Brasil. O Brasil, é o maior produtor mundial de jogadores de futebol, tem a honra e palmarés a defender, reclamam-se como os melhores, e como se isso não bastasse, metem três jogadores na equipa portuguesa.
Nestes termos, digamos que seria um escândalo, o Brasil não ganhar.
Vamos ver.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

novos conceitos

Estou na papelaria, a folhear as revistas do costume, e há gente em fila para pagar. Oiço uma mãe, Tiago esteja quieto, Tiago não mexa. Uma das coisas que me deixa de sobrancelha em riste, são os nomes da moda, misturados com o tratar o filho, que se supõe íntimo, por você, e mais, dar instruções de costas voltadas para o rebento, dado que a jovem mamã estava como eu, a cuscar revistas. Mais uns Tiago páre, e outros, não me ouviu ?, e eis que o Tiaguinho rasga ums poster afixado no balcão, ao que parece, não pela primeira vez, dada a exclamação do Sr.S, da papelaria - lá vai mais um. A mãe do Tiaguinho - olhe o que o menino fez, veja o Sr.S tão zangado. Menina, agradeço-lhe que evite vir aqui com o menino, desabafa o comerciante. Porquê? virou-se a leoa mãe, não vê que é apenas uma criança. Exacto, balbucia o Sr.S, mas os adultos são responsáveis pelos actos das suas crianças. Ora bem, reforça alguém na fila, até pelos nossos animais somos responsáveis, quanto mais pelas crianças, e fica-se por um aceno de cabeça desafiador à mãe. Olhe lá, você está a chamar o meu filho de animal, sua...
E pronto, ficou o baile armado, fechei a revista, e saí de fininho, com o pensamento de que algumas crianças, por mais adoráveis que sejam, não têm puto de educação. Pior, os pais, nem se dão conta disso. Dão-se ares.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lá # ou Si?


Para além dos 7-0 do Portugal-Coreia do Norte, que ficará na história deste mundial, estou convicto que mais do que a recordação daqueles que vierem a vencer o torneio, ficará na memória de todos, aquilo que arrazou os nervos de qualquer um, daquilo que impediu o saudável convívio das gentes, que privou a comunicação entre pessoas, os cânticos, ou pura e simplesmente o mero exercício da prática salutar da audição - as vuvuzelas. Por mais castiças, e pertencentes à cultura sul-africana, há que respeitar o bom senso geral, ou seja, se um dia o mundial se realizar em Marrocos, todos terão de arrotar no estádio? ou se acontecer em terra de esquimós, teremos que pernoitar com a mulher dos anfitriões?
As vuvuzelas não prestam, não são mais que um ruído, e nada contribuem para o espectáculo. Mais, nem afinam em nota coerente, já as escutei algures entre um Lá sustenido e um Si. Nada coerente. Por mim, vou-me preparar para umas marteladas em festa de São João, para a qual já estou convidado, em vésperas de dia de folga. Que venha a sardinha, amanhã e na quinta, pois na sexta, é tempo de feijoada com caipirinha, mais o som da vuvuzela, o pandeiro, a canga, e o bailinho da Madeira.

O Calhambeque, bip bip


Desde os meus primeiros despertares para a música que estive ligado ao Roberto Carlos, O Calhambeque foi, a par do Michelle dos Beatles, um dos meus EP a que podia chamar de meus.
Em adolescente, na ressaca de grande desgosto amoroso, o disco da foto, foi uma espécie de antídoto para a tristeza que me roía por dentro, e aquelas letras, quase todas elas pareciam ter sido escritas para e sobre o meu drama. Foi-se o LP, de tanto tocado, comprou-se o CD muitos anos mais tarde, no Recife. Pelo meio ficaram as músicas na minha vida, muitas delas tocadas para que outros as ouvissem.
Hoje, nos meus acústicos, sempre dou uma voltinha pelo Roberto, e cai sempre bem. No entanto, decidi-me a compilar uma pasta com os temas que mais me dizem, que melhor conheço, e que de alguma forma me darão muito gozo tocá-los, nem que seja para mim. Um trabalho que dá muito prazer, escolher, cantarolar, situar o tom, e depois rescrever. Pensei serem menos, já vão em trinta e três. Vamos a isso.

cãezinhos roadores e molhos


Quando ouvi o Cristiano Ronaldo largar aquela pérola sobre os golos sairem como o ketchup, fiquei assim como que meio intrigado, sobre o que o miúdo queria transmitir, ou se era mesmo ketchup que ele queria dizer, ou mero sentido figurado. Certo, certo é que com ketchup ou não, os golos sairam, jorraram.
Ontem, à nossa boa maneira, elegemos a equipa e o treinador, a bestiais, quando, no ainda zero-a-zero, antes do frasco se abrir, alguém comentava, lá no restaurante, que estes gajos são umas bestas.
Reforço o conceito de que se eles lá estão, há que apoiar, mesmo que não seja "aquele" onze, mesmo que não seja com o "nosso" treinador. Tal como disse e muito bem, o ministro do desporto, eles estão lá para treinar, jogar, e ganhar, por isso façam-no. Por outras palavras - fechem essas matracas.
Sei que é dificil não falar, afinal eles têm boca e opiniões, e creio que mesmo considerada a quente, a observação de Deco, na saída do jogo com a Costa do Marfim, surtiu efeito.
Contudo, os cãezinhos roedores, leia-se "jornalistas?", são implacáveis - ontem a primeira pergunta feita ao Deco, por um desses iluminados alimentadores de polémicas, foi mais ou menos assim: não receia que por esta lesão, perca o lugar na selecção?
Roedores, é o que eles são. Por mim, seriam proibidos de fazer entrevistas aos jogadores Tugas. Que fossem exercer a profissão com a concorrência, ou seja, desestabilizá-los com as suas conjecturas venenosas e mesquinhas. Fariam um bem, à Nação.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

'Ganda Mãe


Quando alguém morre, e deixa obra, e essa obra me agrada, sempre lhe dou uma vista de olhos ou ouvidos, assim foi com D.Amália, assim foi com Michael Jackson, só como exemplos, e assim me preparo para o fazer com os livros de Saramago, não os contei, aos que tenho, sei que tenho os mais mediáticos. Ao ver no I comprado sábado, para ler em valente, exagerado e prolongado banho de emulsão, dos escritos do homem vetado por lara e cavaco, verifico que para além de preparar a releitura de alguns ditos, tenho de desembolsar uns euros para adquirir mais alguns, cuja descrição daquilo a que versam me suscitou curiosidade.
Estava eu a fazer contas aos euros e a organizar a coisa, do tipo, este vai este mês, e aquele para o mês que vem, e o outro... e eis que me liga a minha mãe:
Olha filho, ontem depois de me ligares e daquela conversa sobre o Saramago, fui à sala e vi que tenho quase tudo dele, desde o início, quere-los?
'Ganda Mãe. Parece que me conhece de pequenino. Adivinha-me tudo.

tecnologias, e afins em terra de Templários



Numa mistura de reunião e formação do foro profissional passei o fim de semana em terras de Templários, o que não sendo o lúdico ideal, foi bastante productivo, e esclarecedor, valendo também as escapadelas à piscina, para além do prazer de fazer quilómetros em estofo novo.

Do que escutei, e retive, a algumas afirmações, achei-as, a umas curiosas, a outras lógicas, a outras preocupantes, ou tudo, um bocado misturado -

* mais importante, na emancipação da Mulher, do que a pílula, foi a máquina de lavar.

* toda a actual população portuguesa, cabe dentro dos grandes espaços comerciais.

* muitas crianças preferem, com elevada resistência, se contrariadas, a companhia do pc, ou consola de jogos, à dos pais, avós, ou outros afectos.

* esqueçamos a tv convencional, em breve teremos um ecran na parede, onde podemos falar ao telefone, navegar na net, jogar um jogo com o vizinho do 5ºesq, gerir os equipamentos da casa, e até o carro, dar uma olhadela à casota do cão, ou verificar se a sogra está a dormir (lá na casa dela) e claro, ver televisão; tudo isto com comandos múltiplos.

* o 3D, com óculos e tal, já era, e ainda nem começou, o D fica, e o 3 sai.

* os Tugas, estão no topo do exagero em troca de SMS, MMS, mails corriqueiros, e afins, em horários de suposta produção laboral, tormando-os os menos rentáveis e confiáveis da UE, mas os mais apetecíveis clientes.

* são igualmente os Tugas os líderes em acomular quinquilharias, tipo 3 telemóveis, mais que uma consola, pc's, audios e tudo o que debite som e imagem.

* a marca Zara é a marca que gera a maior rentabilidade, mantém o mesmo perfil de loja, e preços, em todos os mercados, mesmo na 5ªAvenida, e não gasta um centimo em publicidade.

* o conceito IKEA teve entre outras, inspiração nos LEGOS; para além de ser moda, a malta adora comprar, carregar, montar o seu pesiché.

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morreu Saramago


Para Uns, uma grande perda, uma tristeza, um lamento.
Para outros, uma alegria.

Últimas do Mundial



- Os jogadores tugas não entendem o motivo, que levou Carlos Queiróz a banir dos seus MP3 pessoais, o tema de Morris Albert - Feelings, nothing more than feelings...
...
- Após a notícia de que 4 jogadores da Coreia do Norte, desertaram, Madaíl mandou colocar um chip de localização atrás da orelha de Carlos Queróz.
...
- A europa está cada vez mais desunida. Ontem, na Irlanda, festejou-se a derrota da França. Vá-se lá saber porquê.

Amizades

A, muito longe vão os tempos em que iniciámos a nossa viajem pela música, numa arrecadação, em que eu tocava com a minha viola de seiscentos escudos e som duvidoso, e tu, numa tentativa de bateria feita de baldes de Skip, e de plástico. Tão longe quanto as horas que juntos, sem dizer palavra, gastámos os vinis dos Genesis, Pink Floyd, Yes, Supertramp, Deep Purple, Uriah Heep, Santana... A tua primeira bateria lembro-me, era azul, fomos buscá-la à Custódio, no Chiado, e de lá veio também a minha Ibanez. Entrámos juntos para o primeiro conjunto, onde um amplificador dava para duas guitarras e dois microfones, e o do baixo, só funcionava na vertical, pendurado na parede. A partir daí sempre que um era chamado para outra banda, logo tratava de arranjar lugar para o outro, e assim foi durante muitos anos. Os amigos acostumaram-se a ver-nos sempre juntos, a tocar juntos. Criámos uma modesta legião de apoiantes fãns. Fora da vida musical, sempre fomos aqueles amigos das farras, dos acampamentos, das bicicletas, dos bailaricos, dos concertos, dos desabafos, até mesmo, na nossa fase de juventude política. Depois vieram as namoradas, os casórios, os filhos. Foste meu padrinho de casamento, e eu o teu. As músicas continuaram, os palcos. as amizades, agora mais dispersas, com as famílias. Aqui e ali uma ou outra separação. Ou pausa. Até que há cerca de dez anos, escrevemos uma longa pausa, radical, total, que só foi quebrada no funeral da tua mãe. Por vezes é assim, as fatalidades aproximam.
Nos primeiros tempos era meio estranho, os amigos que nos conheciam sempre me perguntavam por ti, e eu dizia, não sei. Depois inventava uma qualquer desculpa sobre os rumos da vida. Não queria dizer que deixaras de me dirigir palavra. Imagino que para ti, fosse também, estranho, complicado.
Ontem ligáste-me. Quizeste saber de mim. Se ainda toco. Que estás disponível para tocar. Se estou bem. Se ainda tenho o velho Yamaha. Que tens material para tocar. Três baterias. Na realidade, quizeste saber da nossa amizade, e anunciáste um encontro, para saber novidades, da malta, e porque não, de nós. Amigo A, a porta está sempre aberta, pois afinal, nunca a fechei.
Para começar, estou a pensar numa ida a Almada Velha.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Parabéns, Piolha

Fez esta madrugada anos, em que a tua mãe, foi barrada à porta da Alfredo da Costa, porque as enfermeiras eram umas bestinhas - não tem dilatação? vá mas é para casa, isso é da lua. Mas a tua mãe insistia que não, que estava por horas. Achou-se prudente ficar por ali, por Lisboa, a fazer tempo. As dores de parto foram saboreadas no Bora-Bora, e entre Mata-Maridos, Escorpiões, e Ananazes, lá se passaram as horas. E a minha paciência. Não vai a bem, vai a mal, e as enfermeiras lá vos deixaram entrar. Passadas poucas horas, nasceste.
Passou rápido. Hoje revejo na pelicula da minha memória, os teus tempos de bebé, depois aquele dente enorme, o primeiro, que parecia uma favola, o teu cheiro após o banho e o talco. O teu pavor pelo slide do elefante do jardim Zoológico. Mais tarde os passeios, muitos, alguns vivem nos slides, nas fotografias, nos videos. No tempo certo, a nossa viajem à Eurodisney, e depois... bem depois cresceste, ganhaste asas, outros rumos, outras escolhas, e assim é que está certo. Hoje é com orgulho, que te vejo a tocar com os Xutos, ou na Expo de Tóquio, bem como sempre me custa não mandar na tua agenda - filha jantas em casa? não, já te disse. filha, no fim de semana fazemos uma sardinhada, convida-se as avós, gostas tanto... não dá pai, esqueceste que vou tocar?
É assim que está certo, eu é que vou esquecendo. Ou finjo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

ó povinho rasca


Já por aqui falei das minhas impressões sobre a nossa equipa. Contudo, isto é um bocado como as relações, nem sempre se está de acordo, mas não é porque não se está de acordo que se joga a camisola ao chão. Se esta é a selecção que temos, se somos tugas, e os tugas jogam, a prioridade é tocar a reunir, e dessa união, apoiar. Vista-se a camisola, mesmo que não se goste muito do feitio.
Em vésperas do jogo de hoje, em zigue-zague pelas nossas tv's, tristemente verifiquei que em vez de se concentrarem no essencial, a maioria dos que infelizmente abriam a boca, só comentava o ombro do Nani, o pontapé do Nani, a capoeira do Nani, as palavras do Nani. Lembraram-me a minha cadela pequena, que para não deixar a grande correr à vontade, lhe vai mordendo os calcanhares.

domingo, 13 de junho de 2010

Chicago - Colour my world

hoje levei os Chicago no MP3, para a praia, e ao ouvir esta, viajei de Galápos até aos tempos em que tocava este tema, para proveito dos que dançavam, e também das vezes que o dancei, sem sair do mesmo lugar, naquelas festas de garagem com luzes vermelhas, e negras, uiii.

Futebois


Eric Clapton, afirma na sua auto-biografia, mais ou menos isto - em jogos de futebol que envolvem fortunas financeiras, há pouco espaço para o desporto.
Recordando a forma inquinada de apuramento para este Mundial, com a escandalosa batota a favor da França, fica-se no mínimo a pensar até que ponto o Eric tem razão.
Ontem, serão fora, após a música, entre wiskies e cajus, deixei a minha opinião - favoritos por mérito, são a Alemanha, a Espanha e o Brasil. Pelo berço, não fujo a torcer pelos Tugas... mas, tenho dois poréns, não acredito no Queirós, e não atino com estrangeiros na equipa. Que me desculpem os citados, mas esta coisa tem de ter um quê, de raça, não me peçam para acreditar na minha selecção que é Portuguesa, para depois ver um grande plano dos jogadores a cantar o Hino Nacional, e alguns de bica calado, a olhar para o lado e a assobiar.
Fora do foro desportivo, recorrendo mais uma vez ao exemplo da inclusão da França no evento, eu diria que Portugal pode vir a ser beneficiado, graças à inclusão do producto CR. É que convenhamos, o Mundial sem CR pode continuar, mas não será mesma coisa. Em termos de dividendos, claro. Cada eventual golo de CR pode render um milhão de visitas ao Facebok, 500000 camisolas vendidas, e uns quantos bebés de nome Cristiano. Portugal de fora, no começo será um prejuízo. Que o digam os patrocinadores, o Real Madrid, and so on...

sábado, 12 de junho de 2010

Santos e santinhos

De biciclete, para além do bem que fazemos ao corpinho, observamos, saboreamos, sentimos os cheiros, e claro, se entre, gentes, observamos. Sesimbra hoje, pela manhã, tinha veraneantes esperançados, trajados a rigor, de pouca roupa; gente mais precavida, agasalhada, e de chapéu de chuva; e claro, onde se vendia peixe, muita procura à sardinha, porque afinal hoje é noite de Santo António. Por mim, fico-me pelo mangerico. Sardinha, só no São João, e praia, vamos ver se lá para o São Pedro... por esta andar.
É caso para me parafrasear, estou cá desconfiado que os santos estão feitos com o pessoal do FME e do FMI - não vão à bola com Portugal.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vamos a sorrir...

...porque faz bem, modera as rugas, e porque hoje é 6ª e não 2ª!
...





















Mandela

Quis aquilo a que se chama, o destino, que Nelson Mandela, não estivesse presente no arranque de um dos maiores acontecimentos, presumo, da sua viva. Creio que mesmo não sendo adepto de futebol, e desconheço se o é, Mandela hoje estaria feliz pelo seu povo, pela importância do acontecimento, pela grandiosidade do evento, pela projecção do seu país, e certamente mais ainda, por se falar da África do Sul, sem ser pela negativa mostrando o seu lado feliz.
Quis o destino privar, este verdadeiro Homem, que já com idade avançada, e tantas cicatrizes no corpo e na alma, de um momento de alegria, dando-lhe em contrapartida, mais um motivo de luto.
Não sou adepto como muitos. Mas se fosse, diria eu, que, o divino ou é racista, ou não vai à bola com o Mandela.

bora lá

Quando pretendo assistir a um concerto, tenho por hábito, refrescar o conhecimento da matéria, e não fugindo à regra revi um DVD do Prince. Revivi em parte o memorável concerto de há anos em Cascais, onde a malta não parou de dançar ao som de James Brown. Prince, apesar do seu ar abichanado, é um animal de palco, e está rodeado de músicos excelentes. Não espero menos. Que se oiça bom soul e bom funk no Meco, isto claro, se o São Pedro deixar.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

10/06


Já chegou o dez de Junho
O dia da minha raça
Tocam cornetas na rua
Brilham medalhas na praça
Rolam já as merendas
Na toalha da parada
Para depois das comendas
E ordens de Torre e Espada
Na tribuna do galarim
Entre veludo e cetim
Toca a banda da Marinha
E o povo canta a valsinha
...
Encosta o teu peito ao meu
Sente a comoção e chora
Ergue o olhar para o céu
Que a gente não se vai embora
Quem és tu, donde vens
Conta-nos lá os teus feitos
Que eu nunca vi Pátria assim
Pequena e com tantos peitos
...
Já chegou o dez de Junho
Há cerimónia na praça
Há colchas nos varandins
É a Guarda d'Honra que passa
Desfilam entre grinaldas
Velhos heróis d'alfinete
Trazem debaixo das fraldas
Mais Índias de gabinete
Na tribuna do galarim
Entre veludo e cetim
Toca a banda da Marinha
E o povo canta a valsinha


Carlos Tê/Rui Veloso




quarta-feira, 9 de junho de 2010

ó pra eles...

... tão felizes.

água

Eu poupo. Não poupo água porque me pedem. Poupo, porque não gosto de desperdiçar. Gosto de duches longos, assumo. Mas não esbanjo água. Gasto-a, uso-a e pago-a.
Fico um bocado incomodado quando me vêm dar recomendações. Dizem-me como me devo lavar. Como proceder com o autoclismo. Quantos minutos posso ficar debaixo do chuveiro. Que não devo fazer banhos de imersão. Como devo escovar os dentes. Como tenho que regar o jardim. Que ao carro, lavá-lo, mas só de vez em quando, e outras pérolas referentes ao gasto da água.
Fiquem tranquilos, senhores da Quercus, que não construirei nenhuma piscina.
Até porque não preciso, basta ir à da vizinha do lado. Fica barato. Umas caipirinhas e já está. Que eu sou muito poupadinho. E jogar golfe, nunca.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pré-Farto


Ainda não começou o mundial e já não posso com as vuvuzelas, e mais a galp, e mais a p....

Já escolhi o meu



Frase de Luís Campos e Cunha (ex-ministro das Finanças) :

"Não sei para que é que querem gastar dinheiro num TGV, se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português gastando menos."

do Passado e de um (hipotético) Futuro


Passei há dias pela praia dos Coelhos, lembras-te? Ainda recordo o momento em que entráste no carro, com aquele teu aroma, fruto do que te é natural, com a fragrância que nunca abdicaste. Mesmo nos detalhes, eras fiel. Até ao momento do encontro, tudo fora nervosamente preparado, e cuidado, para causar a melhor das impressões, o que nunca acontece, pois sempre se esquece de algo, e quando nos damos conta, já é tarde. Mas tu não ligavas a isso, eu é que pensava que sim. Da cassete no auto-rádio com os FYC, à camisola que me ofereceras naquele verão atrazado, tudo foi conjugado para causar a melhor impressão, tal qual o pavão que abre o leque para impressionar a fêmea. Vejo-te ao longe, és inconfundível, as formas, o cabelo, denunciam-te entre a multidão parda. Irradias. És jovem, tudo está no seu lugar. O coração bate mais forte. Preparo uma chegada à Fangio, outra extensão do meu lado pavão, não correu bem, quase te atropelo, pois corres para o carro, excitada. Nervosos, devoramos aquele abraço apertado, aqueles corpos colados, e o beijo que sorvemos sofregamente. Olhamo-nos, tocamo-nos, como se a confirmar que está mesmo a acontecer, e caimos outra vez naquele beijo, longo, saboreado, molhado, que nos pede para sairmos dali. Os FYC entram em cena ao toque no botão, tu sorris e dizes, ah os meus favoritos. Como se eu não soubesse, pavoneio-me em pensamento. Entre pequenas carícias, beijos roubados, mãos vagueando aqui e ali, chegamos à beira mar, é fim de tarde, os veraneantes abandonam o areal, nós instalamo-nos num recanto, e a dado momento, só nós e as gaivotas partilham a praia, onde nos despimos de tudo, e apenas elas ouviram os nossos gemidos, enquanto o mar passa saborosamente a lingua, na areia.

Mais tarde, já escurecia, entrámos na água, o teu corpo enroscou-se no meu, e desta vez, foram as gaivotas e os peixes a presenciar aqueles ais e uis reflectidos na água.

Ao jantar, no Portinho, a luz indirecta, relaçava-te o rosto, a pele ainda salgada, os cabelos revoltos, e o teu olhar de quero mais. Sorviamos o BSE e sorviamo-nos com os olhares cúmplices. Como te conheço esse olhar, que apura com uma bebida... E os pés, que, descalços, por debaixo do pano, não paravam de confirmar aquilo que os olhares pediam, passeavam-se, tocando os pontos do alfabeto, demorando um pouco mais onde deviam demorar. De saída, os teus olhos continuavam a querer mais. Não só os olhos, mas todo o teu corpo. O meu também. E dei-te mais. Muito mais. Reescrevemos as boas partes do nove semanas e meia.


Mas bem vez que , a repetir , num futuro, a coisa seria técnicamente difícil:

Tudo seria complicado. Desta vez ir à praia dos Coelhos já nos cansaria um bocado, e acredita, mesmo que apenas fossemos a banhos. Os FYC em cassete, já não tenho, e decerto que os posso colocar num CD, esse não seria assunto problema, mas avistar-te ao longe? Humm, duvido, é que hoje uso óculos, e aquela visão de falcão, foi-se, e presumo que tu, hoje, já estejas menos inconfundivel, um pouco confundivel mesmo. Mas com o telemóvel, decerto que te encontraria na confusão da parda multidão. A camisola, já não a tenho, o teu perfume já não os vejo nas lojas, resta-me imaginar se o teu odor permanece.

Hoje decerto, eu não chegaria à Fangio, estou mais prudente, e tu decerto, não correrias para o meio da estrada, os joanetes não to deixariam. Os beijos? Sim claro, mas espera, tiremos os óculos que atrapalham, e o travão de mão, aqui pelo meio? Antes, nem se dava por ele. Espero vivamente que conserves ainda os dentinhos todos, os meus ainda cá estão, mas os teus...não sei.
Na praia tens vergonha do corpo, conservas a roupa que envergas, larga, flácida, a compor o ramalhete, já não são as formas que conheci. Como te entendo, enquanto te digo mentindo que é tolice, pois revejo-me, no estado em que ficou o meu,em cada corajosa observação. Já nada está no seu lugar, estamos desordenados. Dificilmente rolariamos os corpos na areia, por causa das constipações, contusões, dores no joelho, articulações ferrujentas, e afins. Ir ao banho e repetir tudo? Mas nem que quizesse, a natureza dá-se a conta-gotas.
Não abdicariamos do jantar e daquele vinho que tão bem soubemos tomar, mas o assunto dos pés brincalhões, já dependeria do reumático. E quanto ao quero mais, certamente, que esqueceriamos do que se queria, pois a memória já não é o que era.
Por vontade, repetiria tudo, mesmo tudo, mas bem sei, que de facto, e em rigor, apenas se cumpriria o BSE, e já seria muito bom. Ah, e claro, esse teu olhar.
F I M


domingo, 6 de junho de 2010

ementa de domingo


ementa para variar um domingo
trajecto Costa da Caparica - Trafaria, pela ciclovia e pela orla marítima
veículo bike
som Ray Brown e George Benson
desgaste algum, mas saboroso
disposição (após) da melhor
impacto ambiental um xixi na mata
reposição de calorias amêijoas à Bulhão Pato, da praça da Costa, e um Catarina

sábado, 5 de junho de 2010

Nem luxo nem lixo

Parece-me a mim, que em tempos de crise, no mínimo, as notícias sobre qualquer, assunto que soe aos gastos dos dinheiros, sejam eles públicos ou privados, deviam ser comedidas, em nome, nem que seja do respeito. Mesmo tratando-se da selecção, cujas andanças, os meios de comunicação tentam a todo o custo dar destaque, a medida, respeito, deveria ser levada em conta. Não sei se por motivo da tal crise, ou porque o trajecto da nossa selecção não convenceu, desta vez não houve banhos de multidão, e não se vêm muitas bandeirinhas, como nos tempos do Filipão. Assisto, em canal de televisão a um conjunto de notícias, a comitiva viaja em voo exclusivo, um luxo, o resort onde a comitiva se vai sediar é um luxo, os quartos são um luxo, o quarto, perdão, a suite do Queirós é a mais luxuosa. Enfim, uma comitiva Cartier é o que é, que o Gilberto não brinca em serviço.
Espera-se vivamente, que a equipa nos brinde no mínimo, com um futebol de luxo. Não reclamo vitórias, mas no mínimo que honrem as camisolas que vestem, e joguem, em vez de se arrastarem pelo relvado, que presumo seja um luxo.

Músicas e Músicos


Uma semana de garganta afanada, que a muito custo estava ontem pela metade, graças à pertinente medicação do meu Senhor Doutor - agora sempre a horas, e ontem tive de usar um pouco de manha para cumprir a minha tarefa musical. Na falta de voluntários que só ganharam coragem após a champanhota e bolo de anos, mudei um pouco para temas onde, pudesse tocar, entre as palavras, leia-se - solar. E de canto em canto, e de solo em solo lá se fez a noite.
No final de uma versão que adaptei do Tush dos ZZTop, veio o Xis ter comigo - é pá, ainda mexes, ganda solo meu, metes o T a um canto.
Se há convição que se sempre tive, é que embora existam músicos melhores, que outros, sempre detestei colocar a situação no plano de escala, ou de competição. Existe no universo da música uma diversidade onde todos entram, os vários estilos, géneros, vistuosismos, improvisos, escritas, tudo cabe no coração da mãe-música, sem que seja necessário elaborar uma classificação.
Dos momentos que mais prazer dá a qualquer músico é a partilha, e sempre que dois guitarristas se encontram, a palavra pode ser despique, desgarrada, ou comunhão, mas nunca, competição. Quem, se intitulando músico, compete, não se pode chamar de verdadeiro músico, gealmente são apenas aquilo que numa das minhas bandas chamávamos de - gatos - apenas arranham uns acordes. E depois dão-se ares de entendidos.
Deste meu pensamento tornei ciente o meu amigo Xis, selando a partilha com um generoso Famous, que o antobiótico já acabou.
Depois dei-lhe com outra versão, com o solo pelo meio, o Frágil. Poupe-se a garganta que hoje há mais cantoria.
Põe-me um braço no ombro, eu preciso de alguém, dou-me com toda a gente, não me dou a ninguém...yeahhh!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

todo baralhado


e não é que hoje estou com aquela sensação de que estamos numa 2ª feira?
já me enganei umas cinco vezes.
até que atinei, e acertei o calendário.
ainda bem que depois de amanhã é 4ª e não trabalho, eh eh.

Espada, o carrão

Como animal de hábitos que sou, mantenho-me fiel, aos domingos, folgas e feriados à pastelaria do costume, ali perto de casa, onde quase todos se conhecem, onde muitos se tratam pelo nome, onde quem aparece sem ser conhecido suscita aquelas cusquices em surdina - quem é? sabes quem são? nunca os vi por aqui... parece que são primos dos coisos...Dificilmente os forasteiros saem dali sem serem scaneados pela clientela residente.

O que me chamou a atenção foi o valente espada estacionado à porta do local do pecado da gula, onde emborco de seguida dois pasteis de nata estaladiços, que nada ficam a dever aos de Belém, mesmo antes de me dirigir ao balcão, e distribuir bons dias, senti no ar, os tais murmúrios, os dos quem serão. Era um casal muito bem apessoado, trajando very british , elegantes, e à saída deixaram uma boa mescla de aromas, adivinhando-se perfumes bem escolhidos. E lá arrancaram no carrão, que só podia ser deles.

A minha veia de cusco, acenou ao Sr.G, num mudo - quem são estes finórios?sabe? Ao que o Sr.G me responde com um negativo aceno de ombros. Mas eis que logo se levanta da mesa do fundo a ti'F, em ar de triunfo, como se esperasse a deixa no lateral do palco para entrar em cena, esclarecendo a plateia - Estes são os fulanos de tais, da família dos tais e fulanos, têm aquela quinta muito grande ali para os lados da Contenda, sabem? Juntaram muito dinheiro, e hoje vivem à grande. Nunca quizeram ter filhos, andam sempre por esse mundo fora a viajar, estão cheios dele... Dito isto a ti'F sentou-se.

E ficou a malta toda esclarecida, e voltou-se à bica, à fatia dourada e ao pastelinho, e os comentários no ar - grande carro aquele - pudera, sem filhos - ah, meus ricos filhos, se eu os trocava, benzós-Deus ...
A caminho da praia questionava-me, isto de não ter filhos é opção para se ter uma vida mais folgada? É a realidade crua, ou é a mentalidade das pessoas? Talvez ambas, concluí.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Prazeres


Belo serão o de ontem, no cantinho das plantas lá do castelo, com iluminação qb, o fresco da vegetação, a Gibson, e o Bairro do Amor. E tanto quanto os dedos se podem aproximar da boa execução, não obstante uns quantos sustenidos e bemois, que o Palma sabe tão bem conjugar, e a voz meio rouca, eu diria que tudo estava em comunhão de harmonia.
A relação do músico com um tema é como se fosse uma relação de amor - depois de limadas as arestas, depois do desvendar de todos os pontos, quer-se repetir, e mais e mais, não necessáriamente na mesma cadência, não necessáriamente nos mesmos acordes, não necessáriamente na mesma forma, não necessáriamente tocá-la, à guitarra, que afinal é feminina, onde ela espera, surpreendendo, inovando. Bom demais para ser descrito. Bom mesmo é ser vivido. Desfrutado. Ambos os prazerses, o da música, e o outro.

terça-feira, 1 de junho de 2010

olha que bom


aqui ao lado, no Meco. bora lá!

outros tempos



Estou no início do mais recente livro adquirido - Conta-me histórias, Xutos - e claro sem o devorar, estou a saborear cada parágrafo, cada fotografia, cada apontamento, revivendo aqueles tempos loucos ali pelos anos 78-82.

Uma das curiosidades que embora, eu a tivesse vivido, estava meio esquecida nas minhas recordações, descreve-a o Zé Pedro, que por via de maus resultados escolares, era "obrigado", leia-se "castigado", a trabalhar nas férias grandes. E lembro-me porque vivi o castigo na pele, ao chumbar o 5º ano do Liceu D.João de Castro, lá fui eu bulir, enquanto que o pessoal se regalava nas praias. Foi só escolher. Havia trabalhos para todos os gostos.

Volvida a geração, constato que o castigo alastrou. É mais que castigo, por vezes é uma miragem, conseguir um emprego, neste Portugal da modernidade e da CE, nem que seja por uns escassos três meses. É caso para dizer - no meu tempo não era assim.

Bem, e agora, rumemos à clínica, a ver se o Senho Doutor, está do lado dos novos tempos, e me consulta na hora marcada, ou se, à boa maneira do antigamente, se está borrifando para os horários dos pacientes que que lhe pagam a roupita, a casita, as fériazitas...