segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

esMUSEando

Ainda os Muse? Pois. Eu sou assim. Se gosto, não gosto só um bocadinho. Vou de cabeça, entrego-me, preciso de saber, de conhecer, e este caso não foge à regra. Da simpatia pela banda, passei ao estágio de quase idolatria, de tanto que tenho visto e ouvido este poderoso trio. Desde há muitos anos que não me empolgava tanto pelo todo que os temas e a sua interpretação representam. Não obstante, terem um som indiscutivelmente próprio, de cunho, os Muse, percorrem uma série de influências, criando cenários que me levam, das bandas sonoras dos filmes de Tim Burton, aos U2, dos Queen, até a riffs de guitarra que lembram Jimmi Hendrix. A formação clássica de Matthew Bellamy, faz-se sempre presente, na elaboração dos temas, e claro, quando ele se senta ao piano.
A primeira incursão à Fnac, já lá vai. Agora é saborear, até saber tudo de cor, e assim que houver vagar, adquirir o segundo lote de material dos meninos. I want it now.

domingo, 30 de janeiro de 2011

pelas lentes dos meus óculos

Sesimbra, hoje a meio da manhã, a meio de uma caminhada, de frente ao mar que se atreve a convidar a molhar o dedinho do pé, em frente a um sol que desafia ao fora com os agasalhos, e incita ao exibir da pele de galinha, em pleno inverno. Nas ruas, já se sente algum cheiro aos preparativos do Carnaval. E este ano quero ver a minha amiga desfilar, armada em brasileira. Sempre quero ver se requebra, e se juntas os pézinhos a sambar, como me disseram ser condição da arte.


sábado, 29 de janeiro de 2011

a abrir

Ontem abri com esta. Foi pena a Diana não ter aparecido. Os outros dois, apesar de excelentes, dispensava-os. Dois, é a conta que Deus fez.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

fim dos Evaristos


Leio em informação dedicada às notícias do comércio a retalho, que os dois principais grupos de distribuição deste pequeno país, a Sonae e o grupo Jerónimo Martins, vão dedicar um ramo dos seus tentáculos, às mercearias. Com este passo, vai iniciar-se o processo de matança do Sr. Joaquim do pão, e do Sr. Manuel do talho, e claro, do Evaristo. A partir daqui podemos ambicionar peuqenos espaços, não muito longe de nós, com um layout semelhante, uniforme, despersonalizado, onde compraremos obedientemente, os productos vindos de não sei onde, que a pouco sabem, e esse pouco sabor deixa saudades da mercearia do Sr.Mourão, cujos cheiros já não encontro. Espero vivamente, poder continuar a contar com o peixinho de Sesimbra, comprado nas praças locais, onde quem o vende, não me engana, e me trata pelo nome.

dia de doutor

Se o senhor doutor agora não me atraza mais as consultas, por via de uma simples tática - nunca venha às 6ªs, e seja o primeiro da manhã - eu até vou um bocadinho mais cedo. Porque não tolero os atrazos, e por isso tenho de ser César e mulher de César, e porque, assumo, adoro dar uma vista de olhos às revistas das cusquices. Hábito que, de seis em seis meses, pratico, e chega.
Eis que numa dessas preciosidades, me deparo com fotografias de uma tal Fiona, manequim, mais magra que um galgo, dos mais mais magros. Fiquei deveras impressionado. Creio que desde fotos do Biafra, não via tal esqueletice.
Com este pensamento, fui apresentar os resultados da revisão dos 53,5 ao doutor, que após a consulta propriamente dita, se entregou a uma pequena tegarelice entre a Fiona, a gordura que não é formusura, as minhas músicas, e cantorias com colegas, as dele, em recente jantar de Natal. No final, passadas as receitas e recomendações, concluímos, eu e o doutor, que é preciso muita coragem, para que um homem se deitar com uma Fiona ou similar. Não antes sem eu cantarolar um bocado do "chega de saudade" e do "a banda", como forma de explicar a estreia do Chico Buarque, no mundo das canções. Uma consulta dupla, uma conversa engraçada, um bom momento, mas claro, no final, apenas eu paguei.
Na saída notei que o senhor que seria atendido a seguir a mim, olhava, com cara de poucos amigos, para o relógio.
Esta coisa dos médicos, é sempre a mesma - atrazam-se sempre...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

acredite se quizer...

... passou-se há uns bons anos, algures nos passeios da Costa da Caparica. O meu cunhado de nome verdadeiro, António Belo, avista aquele que já não está entre nós, o actor António Feio. Entre aquela indecisão do vou, não vou, do falo ou não falo, lá se dicidiu o meu cunhado, e de braço estendido, aborda:
-António Feio?
-Sim, sou...
-António Belo, muito prazer.
Lá deram um bacalhau, e riram, bastante, e seguiram o seu passeio, o Feio e o Belo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

vontades


As vontades em dias que se podem gerir os tempos, e as ditas, têm destas discrepâncias - após a improvável passeata às areias arrabidinas, seguida da execução do dever cívico, deparase-me a vontade de ficar ao borralho, acender uma valente lareira, e descobrir como são os Muse em palco. Demolidores, conferi. Grande banda em palco. Depois do concerto, mudei de canal - era circo, nos outros também, mais circo, os palhaços, os mesmos. Mesmo assim gramei aquilo até ao discurso do sabido eleito, e nesse momento, porque a lareira continuava convidativa, fiquei-me pelo AXN. Pode ser ficção. mas não me engana, nem me insulta.

domingo, 23 de janeiro de 2011

reflexão II

Porque em dia de votos, ainda podemos reflectir, não necessáriamente no voto, mas naquilo que nos rodeia e nos faz feliz, por mais improvável que seja uma visita às areias da praia do nosso deleite, com uma temperatura de seis graus e um vento agreste. Porque daquilo que gostamos, devemos gostar sempre e incondicinalmente. Grande parte do meu voto, as minhas escolhas afinal, são assim. E só assim faz sentido escolher. E gostar. Amar, portanto.















sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

off line

Que amanhã não me telefonem. Que amanhã eu não veja cartazes, nem escute opiniões. Que amanhã sondagem alguma ouse incomodar-me. Tãopouco as figuras dos artistas do circo mediático, me apareçam no pequeno ecran. Ai de quem se atreva. Estou out. Off. Pois encontrar-me-ei em modo de recato, de quase clausura - em reflexão.
Após, o já tão habitual e previsível estendal da campanha de caça ao voto, cabe-me, como votante, analizar as arruadas, as bandeiras, os bonés, as esferográficas, os porta-chaves, os vivas, os abaixos, as intrigas, as vociferações desta chuva de estrelas-pardas que falou de tudo menos do essencial. Desta vez, o teatro foi mais pobre, vazio de conteúdos, disse-o Belmiro de Azevedo, e concordo. Será também uma farsa competitiva, onde já sabemos o que e quem vai ganhar. Sem espinhas. Ou não fosse o ganhador, (à primeira volta, para poupar trocos) veterando destas lides. Afinal, nos meus 53 anitos, só me lembro na figura de Oliveira Salazar, de tamanha e contínua presença na cadeira. O ganhador também avisa, que sem ele Portugal afunda, como se não estivesse já tudo a postos, para experimentar o submarino, que por sinal já avariou, pese embora, que estava em período de garantia, e por conseguinte, a assistência técnica ficou de borla. Menos mal, menos um imposto. Dizem também que o ganhador gasta mais em Belém, que a real casa espanhola. Ora toma. Que gastou mais 30% que Sampaio. Mas também não admira, pois homem que se diz duas vezes mais sério que os outros homens, presumidos sérios, tem de gastar um bocado mais. É como os carros, afinal, se andam mais, gastam mais. Este, o ganhador, nem anda muito, nem fala quase nada, pronunciar-se, muito menos, mas fica bem, no leque de bibelots nacionais. E todos sabemos, o quão conservador, é o povo português. Se gostamos da Amália, e do Eusébio, porque descartar Cavaco. Afinal , já estamos acostumados à figura. Nem que essa figura simbolize a nossa pobreza, e esteja na primeira fila dos responsáveis da vergonha em que se encontra Portugal.
Como dizia Pinheiro de Azevedo - o povo é sereno.
Com diz Seu Jorge para Ana Carolina - tu 'guennnnnnnnnta.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

de salivar




Das minhas actividades musicais, em locais onde se confeciona comida, nunca dispensei, se autorizado a umas espreitadelas à cozinha, onde em saudável convívio, vou aproveitando e observando a preparação, os temperos, sentindos os aromas de pratos que por vezes são obras de arte, a tal chamada cozinha de autor. Se o chefe do Taberna, me dá umas dicas, já as tive da cozinha de um saudoso restaurante com estrelinha Michelin, e também da D.P, do ainda mais saudoso Baía, e ela que sempre me advertiu - Sputnick, o segredo da mistura dos temperos, é não deixar que algum se faça notar acima dos outros. É dessa alquimia, que se fazem aqueles molhos que todos elogiam, sem saber identificar o que lá vai dentro. Quanto muito arriscam, leva isto, e mais aquilo, mas nunca se acerta na combinação, nem na porção. É como acertar dois números no euromilhões. Não dá bingo.
Ontem, inspirado nos conselhos da D.P e nas memórias que guardo das visitas que lhe fazia à cozinha, partilhando um Famous Grouse, à laia de protagonista d'O Perfume, misturei leite de coco, com polpa de tomate, com caril, com mel e limão, e mostarda, e mais o que nem me lembro. Juntei-lhe uma postas de bom peixe, camarão descascado, mas com cabeça, bananas e tâmaras, e ala tudo no tacho, enquanto se aldrabava um arroz, e o tinto respirava.
Quem provou, gostou e repetiu.
O vinho não o inventei, mas escolhi-o, daqui bem perto, um Dom Martinho, da Bacalhoa. Ui, coisa boa.
Qualquer dia, passo à reforma, abro uma casita de petiscos, e canto umas modinhas. No litoral alentejano, parece-me bem.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ah pois é, bébé!


Ontem cometi uma boa acção - esclareci um amigo. Ou melhor, ajudei-o a ver o que ele, e tantos outros não querem ver, e pior, nem pensam em mudar. A acomodação às situações de duvidoso bem-bom, em certos períodos da nossa vida, não implica que não se tenham que tomar medidas de acordo com as mudanças. Uma mera questão de remar consoante as marés e as correntes.
Dizía-me desolado o meu amigo, não entender porque estando a receber mais ordenado que antigamente, ele e a mulher, salientou, o dinheiro nunca chega. Perguntei-lhe, quantos são vocês lá em casa? Quatro, respondeu-me. Tens tv cabo? Claro. E net? Ora que pergunta. Telemóveis, quantos? Bem, com os dos miúdos, são cinco. E o fixo manténs? Pois, por causa dos meus sogros, que não atinam com telemóveis. E carritos? Pá, querias que andassemos a pé? Vá diz lá, quantos? Com o da mais velha, temos três, ah, e o P tem uma mota. E férias? Tanto quanto me tens contado, o mais perto é Algarve, ou Sul de Espanha... Mas tu julgas que a vida é só trabalhar? Temos direito! Não digo que não, apenas estou a tentar encontrar-te o dinheiro que dizes desaparecer, porque quando te conheci, disto tudo que te mencionei, apenas tinhas o teu bolinhas, e fazias férias na Comporta. Pois era, que saudades. E tens os putos a estudar? Claro, a mais velha está quase formada. Então meu caro L, puxa aí do gaurdanapo de papel, e da caneta, e soma isso tudo. O L não puxou do guardanapo, mas senti-o mentalmente a somar as parcelas.
Não sei se partiu mais ou menos preocupado, mas seguramente, este amigo, sabe hoje, exactamente, para onde vai o dinheiro que lhe falta a meio do mês. Basta fazer as contas. E é sempre com sinal de +.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

acordar




Hoje acordei com esta. Já não a toco há algum tempo. Uma delícia.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Questão de Consciência...

... ou - ainda de volta das moedas.
A tarefa sempre se me afigurou longa. Eram, e ainda são, caixas e caixas com estojos, embalagens, pacotes e saquinhos com moedas. Lancei-me por várias vezes à labuta, de as catalogar, e tratar da sua venda. Algo me dizia, que não estava a fazer as coisas como devia ser. Talvez o espírito do meu Pai, meticuloso, e organizado, e acima de tudo cioso das suas moedas, me tivesse tentado dar sinais de que a venda das moedas não estava a ser efectuada com o rigor que merecia. E a cada lote que ía vendendo, mais se instalava em mim um desconforto que não sabia explicar. Ou sabia. A questão nem está no valor que elas possam ter, mas sim no método. Uma moeda, deve ser vista, inspecionada, e só depois lhe devemos atribuir o valor correcto.
Pelo que houve que fazer um reset , houve que pedir a mão amiga um catrapázio com dobro do volume de um livro das páginas amarelas, onde constam todas as moedas do mundo, desde o ano de 1900, as suas fotos, os seus tamanhos reais, e os seu valores. Houve que reeniciar um processo que passa pelo visionamento, quantas vezes à lupa, dos caracteres, datas e estado de cada moeda. Já vou em duas mil e tantas, e prevejo que o número final ronde as seis mil.
Das anteriores a 1900, há que fazer minuciosa busca na net, a fim de lhe dar o real valor, outra tarefa de paciência de chino.
Contudo, o engraçado disto, é que lhe estou a ganhar o gosto, sei que estou a fazer tudo como manda o figurino, e de certo modo adquiri interessantes conhecimentos históricos neste périplo numismático que atravesso. Mais importante que tudo - estou a fazer aquilo que sei ser do agrado do meu Pai, e só assim faz sentido que seja.
Na catalogação da última moeda, usarei do seu cálice em balão, e vou bebericar uma qualquer bebida, brindando a uma acção que tinha de ser feita, e que me deixa, agora sim, de consciência tranquila, porque todos os que merecem, devem ser respeitados, mesmo que depois de terem partido deste mundo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

tim tim



Gostei de ver o Tim, ontem ao serão, rodeado de bons amigos, apoiado por bons músicos. Embora fosse morno um rolar de canções, (queria-o com um bocadinho mais de pica, mais r&r) valeu a audição. Gostei particularmente da parceria com o Mário Laginha, que fez a melhor definição do Tim - uma gajo autêntico.
As músicas da noite - a da hora das gaivotas, e claro, o homem do leme.
Ah, e Nuno, no baixo, que ou muito me engano, é filho de um excelente baterista, com quem pisei muitos palcos. Que a linhagem continue. Porque a música é linda.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

special Tuga

Habituados, conformados, cabisbaixos, acostumados que estamos, a desgraças e vergonhas nacionais, é mais que muito bom, podermos sentir o contrário uma vez ou outra.
Não é que não existam assuntos tristes, os das desgraças e vergonhas. Eles estão aí, nos jornais, e nas bocas das gentes, desta e de outras terras, as nossas tristezas, em títulos garrafais, as presidenciais, o governo, o FMI, a morte do tipo do chique e do choque, são assuntos que envergonham e desesperam qualquer português que se sinta útil, participe, contribua na sociedade em que se insere.
Gosto de pessoas com sucesso merecido, tal como abomino os que o conseguem por outras custas.
O Mourinho, e já o disse por aqui, merece toda a minha admiração e orgulho. Pode e deve ser aquilo tudo que lhe lhe chamam, de arrogante a vaidoso, e outras dentadinhas de canídeos raivosos, que ao bom estilo luso-invejoso, não conseguem admitir a competência, a garra e o rigor.
Já escutei palavras de alguns soberbos guitarristas, auto-proclamando-se de serem eles os melhores do mundo. É discutivel, pois até na mesma peça, o estilo de execução pode variar, e confundir os gostos de cada um. Quanto ao Mourinho nunca tive dúvidas - desde o Chelsea, que o elegi como o melhor, como o special one. E não me enganei. Ontem, quando o vi de lagrimita no olho, também me comovi. E não me envergonhei. Antes pelo contrário. Gostei de partilhar o orgulho, de o ver e ouvir em português. Assim fossemos, mais uns quantos, e não seria Portugal um país sem méritos e sem créditos. Quem sabe um dia, um político me arranca idêntica emoção. Mas isso já é sonhar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

arrepios


Quando uma parte de uma música me arrepia, é porque tocou no lá no meu botãozinho. E o resfrão desta, consegue-o. Gosto de a ouvir, alto, quando posso. Até já está nos meus toques de telemóvel.

doce vida



Não substimo o poder de sedução de uma criança. Das sugestões que dei à minha sobrinha para uma saída de domingo, caíram por terra as opções Oceanário, Jerónimos-Museu da Marinha-Planetário, com direito ao pastelinho, e ganhou a da catraia - vamos ao Dolce Vita Tejo! Qual? aquele que é o maior de todos, tem lojas com coisas super-baratas, e até tens lá uma loja de música, tio! Este tio acompanhado de olhar em modo súplica, olhinhos do gato do Shrek, misturado com o modo, se me levas a ver porcarias, vou andar amuada. Anuí, conformado, embora satisfeito pelo sorriso de alegria causado.
Lá se rumou, manhã cedo ao maior dos maiores centros comerciais, com os seus mega acessos, os seus mega-parques, e as suas centenas de lojas, para a alegria das famílias. Eu incluído, pouco alegre, por motivo justificado. De caminho fiquei a saber que a pequenota, sabe de cor e salteado, os caminhos, os locais de estacionamento mais convenientes, e onde se situam as lojas pretendidas. De caminho de regresso, ao passar por outras mega-superfícies comerciais, não pude deixar de associar, quantas crianças, apenas sabem os caminhos deste ou aquele grande espaço, não abrindo mais horizontes que não sejam comprar, comer hamburgers, ver filmes e emporcalhar o espaço com pipocas.
Como a culpa vem sempre de cima, comecemos a culpar os pais destas crianças, que não sabem eles, ou esqueceram outros caminhos, e seguindo a linha da culpa, aqueles que, contra todo o restante conceito europeu do que é a qualidade de vida, a cultura, e o comércio, e o regulamentam de forma equilibrada, autorizaram e continuam a autorizar estes mamarrachos que em nada contribuem para a nossa economia, dado que tudo o que vendem, não é produzido no país.
Triste o meu país, e algumas das suas gentes que se deixam empobrecer na carteira e pior, culturalmente.
Subscrevo um comentário ouvido há dias, sobre a situação de falência em que nos encontramos - Portugal é uma barraca: com os maiores hipermercados, e estádios, na horta, e dois submarinos à porta.
A ver se num domingo destes me vou aos pastéis.

sábado, 8 de janeiro de 2011

emoções


Desde menino e moço que a fotografia me seduziu, e cedo tive a minha primeira máquina fotográfica. Nos anos 70, descubro por via de dois amigos de farra, os slides. E eles tinham centenas, de toda a Europa. Tinham uma tática - de verão faziam férias no Algarve, seduziam umas suecas, e depois da sedução, rumavam na potente carrinha Opel às terras nórdicas, onde a estadia era garantida e o prazer também. Desses passeios, vieram os slides, e desses slides algumas sessões que duravam até altas horas da matina, na contemplação dos slides e desculpa para umas bejecas.
Dos que guardo, os meus, revio-os recentemente, no velho projector Agfa, que prontamente se colocou em funcionamento, e o transporte foi imediato. Viajei no tempo, recordei os filhos na idade da fralda, e até na barriga, revi os tantos e tanto pôr do sol, alguns por aqui, outros de Istambul ou da Costa do Marfim, relembrei-me de algumas pessoas, que porque não deixaram marcas, foram esquecidas, ri-me da coleção de cães que tive, e nem me apercebera de tantos que sempre coloriram a minha vida, comovi-me ao ver a minha avó, tão cheia de vida, a apanhar ramos de eucalipto, do meu pai, sempre brincalhão, do João, que partiu recentemente e cedo demais. Reencontrei músicos, palcos, e lugares esquecidos, e até revi o primeiro namoro à séria, o meu quarto de adolescente, os posters, com a minha diva dos Patridge Family, as fotos da Susan Dey povoavam as minhas paredes. Confirmei que ali naqueles pedaços de filme estão as ditas emoções que eu vivi.
Naquelas caixas está parte da minha vida, contada clique a clique, saboreada num serão que se vai repetir certamente.
Das limpezas ao material supérfulo, as minhas caixas de slides, e a Agfa, são dignas sobreviventes.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

tralhas

Dos tempos de outros tempos as fui guardando. Porque me faziam lembrar os tempos, como sendo testemunhas dos acontecimentos, como se a sua contemplação tivesse o efeito do retrato. De outras, foram ficando porque mais tarde poderiam vir a ser úteis. E ainda aquelas que sem motivo nenhum as guardamos. Não esquecer das que se carregam das viajens, essas, outros testemunhos a fazer juz à palavra, não vá alguém duvidá-la.
Falo das tralhas.
Daquilo que acomulamos, nos sotãos, nas garagens, arrecadações, armazéns, tudo engavetado, tudo ensacado e encafuado na espera de um dia virem a ser úteis ou observadas. As tralhas, são em muitos casos, apenas lixo, coisas que não temos coragem de nos desfazer e vão entulhando os buracos disponíveis das nossas gavetas.
Não porque é novo ano, mas apenas porque está na hora, decidi declarar guerra às minhas tralhas. Vai ser uma guerra radical, que poderá pecar por excesso. Terá como directiva única a inequívoca justificação perante os meus olhos da sua necessária permanência, ou então bane-se, vira lixo, ou recicla-se. Com estas jornadas, conto tornar o ambiente que me rodeia mais leve, mais saudável, e deixar de procurar aquilo que sei que tenho algures, mas nunca encontro. E claro, aplicando com rigor espartano a máxima - não compres nada que não te seja verdadeiramente necessário.
O ambiente agradece.
O mundo agradece.
A minha carteira também.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ano novo, vida quê?

Com o virar do ano, virou-se o calendário, viraram-se as páginas. Fizeram-se as promessas, os votos, delinearam-se táticas de mudança - vou cortar aqui, vou investir acolá, vou tratar disto, vou esquecer aquilo. O mero virar de ano, serve de ponto de partida, na esmagadora maioria dos casos, na prática, para nada. Acorda-se no dia seguinte, e o mundo está na mesma, quem nos rodeia, na mesma está, liga-se o pc, o rádio, e a tv, e as notícias são mais do mesmo. Volta-se à labuta, e lá vão ficando os votos, as vontades e determinações pelo caminho. Uma a uma.
Não acredito em datas chave, milagrosas, para efectuar mudanças, caso as queiramos operar. Acredito na força de vontade contínua, na determinação, e nos processos de aplicação das nossas decisões, que mesmo que as consideremos irreversíveis, no momento, deverão ter sempre um campo reservado, a novas visões, ao imprevisto, e às nossas vontades. Das minhas vontades e escolhas, da peneira com que vou conservando e anulando os meus afectos, sou dono de cada dia do ano, independentemente da data que reza no calendário.
Existe porém, um período do meu calendário, o sanzonal, que me afecta de um modo introspectivo, como se de uma gripe se tratasse. Vem lá para meados do Outono, inícios de Inverno, e nesses momentos, avalio e reavalio, os passados, os recentes e os que o são menos. As pessoas, as acções, e preparo a nova temporada, a da Primavera, assim como que um retemperar, sem nada do renascer, que não sou dado a tiques de Fénix.
No resumo, prevejo que vou gostar mais de quem merece, que vou gostar mais de fazer o que faço, que vou dedicar mais tempo, o tanto quanto as rotinas de obrigação mo permitam, a quem eu mereça, e me mereça. Digamos que será um reforçar, um aperfeiçoar.
E pedidos, só faço um - muita saúdinha :)

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011

Copiando o boneco do ano passado, aqui ficam as minhas vénias a quem teve a paxorra de vir aqui cuscar o meu cantinho.
Ficam aqui também os votos de um excelente ano de 2011, como muitos projectos, planos e sonhos.
Façamos o que o Solnado nos pediu, mas sem favor - ser felizes.