quarta-feira, 31 de agosto de 2011

climas

Não havia clima de praia. Definitivamente. Em alternativa, o que nunca sendo a alternativa, afirmou-se como a cereja no topo do bolo, que um dia de folga tem de ser usado, abusado, e valer a pena. São Pedro, trocáste-me as voltas mas não me tirás-te o sorriso que ainda conservo de orelha a orelha. Solidarizo-me agora com a camaradagem no desejo de que não nos mandes chuva no fim de semana, não por eles mas por mim. Puro egoísmo eu sei, mas deixa-me ser sincero. Se não chover para eles, decerto não choverá para mim, que estarei a tocar na outra margem com vista para a Festa. E já agora, dava-me jeito um domingo azul. Azul, da cor do céu.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

afinal é verão ou o quê?

Não estamos em Agosto? Não é Verão? Então porque carga d'água é que vai chover? Amanhã, chova ou faça sol, vou à praia! Pelo sim e pelo não, de toalha e manta, e de chapéu de sol e guarda-chuva, just in case.

esqueda, direita, volver

Parece-me, mas apenas me parece, nada de concreto, portanto, e por enquanto, que a esquerda vai ficar em banho-maria durante uns bons anitos - os estragos do Sócrates, as falinhas moles do Seguro, o discurso gasto do PC e do Bloco, uma suposta esquerda, que tenta manter a todo o custo os lugares tentaculares, deles e dos familiares e amigos, na teia autárquica e do funcionalismo público, é tudo aquilo que já fartou a malta. Por outro lado, a direita, fresquinha, ávida de poder, mas também sabendo que tem de mostar mudança, com gente jovem e quiçá de outras ideias, á boleia da troika e da má fama das governações de esquerda, tem no presente, oportunidade, e uma oportunidade única de mostrar serviço, e tomar medidas, como direita, que caberiam à esquerda, ou suposta esquerda. Talvez resistam à tentação tentacular que minou o nosso país, e o levou à beira da banca rota. Resumindo, o que a malta quer é a paz, o pão, saúde, educação. Venha da esquerda ou da direita. Porque nestas coisas do vice-versa, que venha o diabo e que escolha.

vergonhas III

Gastaram, presumo, rios de dinheiro na informatização do hospital. Dado que se sabe como são as negociatas desta monta, presume-se também que os equipamentos tenham sido de topo, mantidos por gente, presumivelmente eficiente, para que não falhem as ferramentas na hora de uso, e para mais, numa área, onde suposta e presumivelmente, não se pode falhar - a saúde. Mas o sistema falha. Mais que falhar, não funciona. Ora bolas. A comunicação interna não vai de um lado para o outro, e do outro para o outro. Porque vai de net. Mas não há sistema. A comunicação não anda, nem andam os doentes. Ficam à espera. Desesperando. Quem enviou, presume-se sabe que a missiva não chegará ao seu destino, mas que se lixe, o seu trabalho foi feito. Quem a receberia, não pode fazer nada porque não recebeu, logo, está às escuras. Todos sabem, mas ninguém se rala. Nestas inércias, acomulam-se as pessoas, as dores, as impaciências, as horas, e aquilo que podia e devia ser feito em uma hora, demora mais que meio dia. Foi o que aconteceu à minha mãe, ao fim de 15 (quize) horas, e porque houve quem fizesse de pombo correio, em alternativa ao não funcionamento informático. Foi o que aconteceu a uma rapariga que deveria fazer uma ecografia urgente no prazo máximo de uma hora, e ao fim de seis, entrou em colapso, porque não havia sistema, nem pombo correio. Culpados? Não existem. Culpe-se o sistema. Pensar que esta gente poderia, em nome da profissão jurada, criar alternativas tão simples como recrutar meia dúzia de estafetas, nem que fosse no voluntariado, ou usar o telefone, a fim de superar a falência do sistema informático, seria utopia.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

...

Conheci a S nas sessões musicais da esplanada. Integrava um grupo animado, que acompanhava uma jovem cantora que fazia as delícias do público, quando se dispunha a cantar. Muitos foram os serões que este grupo animou, quando chegava, a alegria era contagiante. A S tirava muitas fotografias que fui guardando. Do grupo, fui recebendo pedidos de amizade pelo Facebook, o que fez todo o sentido, dado o conhecimento real das pessoas. Nesta primavera constato que algo se passou com a S. A página do Face não deixa dúvidas, os comentários andam todos à volta das palavras - descansa em paz. Não me atrevo a perguntar a ninguém o que aconteceu. O tempo foi passando, até que comento com alguém sobre o que terá acontecido com a S, tão nova e fora deste mundo. A resposta chegou-me há pouco, por via de um amigo do grupo - a S suicidou-se. Faz hoje cinco meses. A página no Face está activa, onde os mais chegados colocam temas que decerto agradariam à S, e onde desabafam o que lhes vai na alma. De certa forma esta página perpetua a S. Visitei-a hoje, olho os seus olhos expressivos, acompanhando um sorriso, que sugere a alegria de viver que parece ter, tal e qual vi tantas vezes na esplanada, e apenas me sai esta pergunta - porquê?

se não fosse o rock & roll o que seria de mim

Depois da noite de 6ªfeira, que mesmo sem me vestir de fadista a rigor correu muito bem, veio a seguinte, que, curiosamente também acabou em fado, após passagens transversais por tudo aquilo que a minha sensibilidade aos gostos da plateia, e os meus apeteceres ditaram. Foi uma noite em cheio, regada a caipirinha, oferecida por gentil casal brindado com a música que tocou no dia em que juntaram os trapinhos. Não acabou a maratona por aqui, pois no dia seguinte houve que zarpar mais cedo das águas de Sesimbra, para um ensaio de banda de garagem, tal e qual manda o figurino - a dita, e lá dentro, quatro figuras a debitarem toneladas de decibéis. Não quatro figuras de farta cabeleira, borbulhas no rosto, e calças a descair pela magreza abaixo, mas sim quatro cotas grisalhos, numa barulheira que me deixou os tímpanos de rastos. Todavia, foi bom reviver os velhos temas visitados, Cars, Bad Company, Status Quo e soltar os dedos na velhinha Gibson. No rescaldo, ficou-me a dúvida, ou já não aguento aquele barulho, ou a garagem é pequena demais, ou aquele pessoal toca mesmo alto. Fico-me pela última.


sábado, 27 de agosto de 2011

frase da noite

A noite nem estava quente, corria uma brisa que aconselhava a uma camisolita, mas mesmo assim a esplanada encheu, e com a ajuda das sangrias que desceram à mesas, lá consegui animar a malta. Andava eu entre o Palma, o Veloso e os Xutos, quando um castiço na audiência me pede uns fadinhos. Vou logo avisando que não sou fadista mas a malta quer lá saber...lá me aventuro nos tradicionais, aqueles que toda a gente conhece o refrão e assim é exito garantido. No entanto, e já com a viola no saco, o castiço que estava entre o sóbrio e o embriagado, vulgo atravessado não parava de me dizer que a noite tinha sido quase perfeita, não fossem uns quantos poréns que tratou de me apontar, na qualidade anunciada de homem da noite do fado alfacinha - algumas falhas nas escolhas dos fados, que a viola não era de fado, que fado não é assim, sentado, mas de pé, e que o fado se canta sem microfone, e só faltou exigir-me um xaile e mão na anca. E assim levou o atravessado castiço mais de vinte minutos a encher-me a paciência até que me saiu esta eloquente resposta - meu caro amigo, a perfeição para mim começa no auto-reconhecimento das nossas capacidades e acima de tudo das nossas limitações, por isso lhe garanto uma coisa, por mais anos que eu viva nunca terei o dom para cantar o fado. E foi assim que, concordando em absoluto, e sem mais argumentos, o castiço me deixou da mão, e foi ao bar acabar de se atravessar, enquanto eu respirava de alívio.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

jangada de pedra

Se as coisas já eram más, agora vão ficar péssimas. Quem nos cuida da saúde - à boleia das ordens do novo ministro, que à boleia da troika, desatou a cortar, disparando em todas as direcções - está de mãos atadas. Ninguém se quer responsabilizar por recomendar exames, tratamentos, ou internamentos. A ordem é para poupar, e nestes casos aqueles que deveriam exercer lealmente a sua profissão, fogem com o rabo à seringa. Não admira que as pessoas se passem dos carretos perante situações, em que a medicina é tratada como a oficina, do tipo - vá lá andando assim, e depois passe por cá. As ordens são de poupar cegamente, arruinando a vida de muitos, que, precisando de cuidados médicos e intervenção na hora, não vendo satisfeito esse direito, ficarão para sempre com lesões irreversíveis. Na prática, anulando a pessoa, anulam o encargo. Um dia passo-me, e a sério. Poderei não resolver o assunto, mas deito cá para fora o que já me vem enchendo, porque quem não se sente não é filho de boa gente. Além do mais, com isto que me vem atravessando, poderei ser mais um candidato ao direito de me tratarem da saúde, coisa que sei, o meu país, não quer, não pode, nem sabe fazer - cuidar dos seus.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Praia para dois




fazer um bocadinho de parta da História

Nem que seja nas letras pequeninas, como nas apólices de seguro, fizemos parte da História da Música Portuguesa, com direito a registo na Sociedade Portuguesa de Autores.


Plantei árvores, semeei a terra.


Fiz filhos.


Escrevi músicas.


Pegada cumprida.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

péssimo

Escuto o foi por ela e sinto que me falta acertar um acorde. Busco o tema na web até verificar que afinal andava a tocar a música, se não acorde errado, no mínimo, menos correcto. Vasculhei algumas versões, embora como já por aqui o disse, seja sempre fiel ao original. Tocar o original do Fausto, e colar-lhe o namoro de seguida, sabe sempre bem e o pessoal gosta. Na minha pesquisa dei com covers de gente anónima, bem como versões de gente com responsabilidade no panorama musical nacional - gostei de revisitar a versão do João Pedro Pais & Mafalda Veiga, e recordei que não gosto nada mesmo do tratamento que o Carlos do Carmo ao tema, em parceria com o Bernardo Sasseti, também já por aqui o desabafei. Mas hoje estou mesmo em dia de repetição. Peço desculpa. Carlos do Carmo, neste projecto, tal como a cantar Sinatra, não. Caetano Veloso a cantar inglês, não. Porque a uma laranjeira é suposto gerar laranjas, e não, abóboras.

ainda não me passou

Não é que não tenha mais o que postar por aqui. De facto, assuntos, sejam do foro interno, ou externo, aquilo que me afecta no bom ou no mau, os meus interiores d'alma, são coisa que não falta.

Se volto ao tema, correndo o risco de me tornar repetitivo e chatinho, é tão só, porque a questão ultrapassa a capacidade de entendimento. A minha, e a de muita gente que valoriza e respeita o dinheiro, que é desbaratado a olhos vistos.

Tem o meu estado de revolta, a ver, entre outros, com isto: arranca-se com uma obra, que esventra e parte ao meio populações, rasgando-as literalmente; indeminizam-se uns, expropiam-se a outros; o prejuízo de alguns foi o favorecimento de outros; rasgou-se a terra, ergueram-se pilares e pontes; lixou-se o trânsito e a qualidade de vida dos limítrofes habitantes. Tudo isto para fazer uma via rápida, de duvidosa útilidade, e que, com o acréscimo da portagem, decerto teria, ou poderá vir a ter, a procura do famoso metro de superfície de Almada. O PS mandou fazer, e o PPD-CDS mandou desfazer, ou parar. Agora é fazer contas ao que já se gastou, e mais ao que se vai gastar em indeminizações, e saber o que se vai fazer com o que já está feito, e as fotos ilustram. A menos de um mês das primeiras chuvas, adivinha-se que em vez de uma estrada, a obra se transforme num canal.





terça-feira, 23 de agosto de 2011

eliminar o supérfulo

A recente notícia da intenção de não avançar com a construção de várias estradas no baixo-Tejo, aqui pela zona - uma delas mesmo à minha porta - junto com outra notícia, esta também de não avanço, da recuperação de várias zonas ribeirinhas do Tejo, nem me parecem erradas. Se é para cortar nas despesas, que se corte. Pode-se bem viver sem essas obras. Tentaremos aguentar-nos por cá, aguardando os benefícios de tais cortes. Coerentes com a política de cortar no que não seja extremamente necessário, seriam estes nossos novos governantes, se colocassem em venda alguns estádios de futebol construídos apenas para dois ou três jogos do Euro 2004, e os submarinos do Portas. Quem sabe no e-bay. E querendo ir ao fundo da questão, averiguar até ao último tostão, para onde foi o dinheiro gasto nestas brincadeiras, porque como alguém sábiamente disse - o dinheiro não desaparece, apenas muda de mãos.

facelove

Quando se separaram ela disse, que ele tinha perdido a vergonha, que começara a namorar nos chats com brasileiras, e que várias vezes os miúdos, lhe escutaram conversas, ao telemóvel, com sotaque à Brasil, e linguagem imprópria. O amor entre os dois secara, e os meninos não tinham que crescer a ver aqueles exemplos. Separaram-se então. Ele foi morar com os pais, ela ficou na casa, com os dois filhos. E com o pc. E por via do pc, foi conhecendo pessoas, novas amizades, algumas mais que isso, o que por vez ou outra foi motivo de visita, porventura mais íntima. Indignou-se há dias, com o filho. O mais novo. Porque lhe perguntaram o nome dos pais, e ele respondeu. Mas não se ficou pelos pais, de seguida desbobinou outros nomes, dos namorados da mãe e das namoradas do pai. Assim como que à laia do Facebook com as amizades.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

exemplo

Pouco se deu por eles, talvez porque no fundo, no fundo, a tugagem nem goste assim tanto de futebol, mas mais do protagonismo, das vedetas. No entanto, este grupo de jovens, com talento, ambição e humildade, chegou, contra todas as previsões, à final. E com o Brasil, o maior produtor de jogadores de futebol do planeta, e os eternos favoritos aos títulos. Foi um jogo muito bem disputado, perdemos sim, mas de cabeça erguida. Deu gosto assistir a um verdadeiro jogo de futebol. De parte a parte. Contudo se aos brasileiros lhes cabe sempre ganhar, a nós, esta derrota, quase que teve sabor a vitória. Estes jovens, que amanhã também se vão estragar, pois por via do talento, darão forçosamente em vedetas, deram uma lição e um exemplo a todos. Principalmente aos do seu país. É pena que assim seja. Que seja bonito enquanto dure.



domingo, 21 de agosto de 2011

ir á terra

Há dois anos que não visitava a minha terra, Cacilhas. A surpresa, visitar a fragata D.Fernando II e Glória, que me tranportou literalmente ao clima da saga dos Piratas das Caraíbas. As nostalgias foram as de palmilhar ruas tantas vezes palmilhadas em tempos de escola, reviver o ciclo que começa na Primária e termina no Liceu Nacional de Almada. para trás ficam o Canecão, o Central, o Nevada, o reitor indiano, as miúdas da Emídio e as queques do Frei. Os LP's carregados junto aos livros e sebentas. As revistas da Pop alemã, o Mundo da Canção, os livros escondidos, do Vilhena. Recuando, as colecções de cromos da papelaria no largo dos bombeiros em Cacilhas, os Tintins, os Mundo de Aventuras, as batas, os bibes e os laços, conforme o aproveitamento, o hino da mocidade portuguesa nas aulas de canto. As marmitas com o lanche, os primeiros tenis da Sanjo, as fugidas ao Cristo Rei para dar beijos na boca, e ousar apalpar até onde fosse permitido. Hoje, mais que um passeio revivalista, e descobridor da minha veia de Jack Sparrow, foi um reviver de alguns passados, e a constatação de que a minha Almada, como a vi, à época, já não existe. E o que existe, não me agrada. De todo.

vergonhas II

Que dizer de um país, onde ao sábado, encontro uma camionete do município, com um contentor de água carregado, e três funcionários (sim três) a regarem umas raquíticas propostas de árvores, em terrenos arenosos, quase baldios, onde aquilo que irá crescer serão o mato e as ervas daninhas? Não é só o BPN, não é só o João Jardim, não são só as obras publico-privadas, nem só os submarinos, os nossos buracos. Estes vícios instituídos, e permitidos, nas autarquias, todos somados têm uma bela fatia no plano do despesismo nacional.

vergonhas I

Que dizer de um país, onde carragamos com uma pessoa com perto de oitenta anos, às urgências do hospital, que fica em espera da uma médica, mais de cinco horas, esta, lhe faz um determinado diagnóstico, e determina a medicação e observação, e após mais quatro horas, chega outra médica, desvaloriza o trabalho da colega, e manda a paciente para casa, como se nada se passasse, e no dia seguinte, a médica ao domicílio determina o internamento imediato?

bailarico de verão

O clima não estava propício a música ao vivo. Choveu, trovejou e ventou. Mas mesmo assim arriscou-se à montagem do material, reduzindo ao mínimo possível para umas cantigas, no caso de aparecer alguém na esplanada, ou para uma retirada rápida, havendo visita da chuva. As meninas que servem à mesa, danadinhas para sairem mais cedo, avisavam - não vale a pena montar a música, vai chover, deram alerta amarelo! E que ventou, ventou. Ainda desliguei uns cabos. Depois, o vento mudou. O recinto encheu. Esgotou. E de tal modo foi o rumo das cantigas, que acabou em bailarico. De verão. Grande noite, a de ontem. Obrigado, São Pedro. Chateadas ficaram as meninas que tiveram de servir copos até à uma.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eles comem tudo...

Encontrei a C ao pequeno almoço, já não a via há uns tempos. O motivo foi explicado, já não moram aqui, mas sim ali, porque tinham prestações em atrazo, da casa, e cada uma a oitocentos euros, e nessa situação se chegou ao acordo com o banco credor, casa entregue, dívida saldada, na condição de aluguer de outra casa, também esta pertença do banco credor,por metade dos oitocentos. Com ele desempregado, era impossível manter aquela prestação. Respiram de alívio a C e o marido, na nova casa alugada, viram-se livres da dívida e da casa comprada. Para trás ficaram os quinze anos de prestações pagas ao banco credor, hoje, dono das duas casas.

papas em 3 actos

1

Só mais esta papa que é pequenica, insistia a minha avó (na terra da minha avó, pequenina, dizia-se pequenica, ou, um bocadinho, passava a bocadico) pacientemente a dar-me a papa, que eu detestava. Se a não comia ao almoço, ao jantar lá estava a colher em punho, e grandica. Se eu fizesse birra, levava um estalico.

2

Ainda a minha filha andava ao colo, e levei-a ao aquário Vasco da Gama. Embevecido, e esperando da minha menina uma exclamação de alegria pela beleza dos peixinhos, disse-lhe - olha filha, os peixinhos tão lindos. A resposta, foi sucinta e clara - PAPA!

3

Em Madrid, a polícia agride quem se expressa contra a visita do Papa.

Conclusão
Exceptuando a minha filha, quem não gosta de papa leva porrada.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

homem com H

Já nem falo da figura que representa, nem da organização que o sustenta. Apenas falo do homem, e daquilo que este, deveria sentir, como homem, como ser humano que é, por mais chapéus e batas com que o adornem, na tentativa de lhe dar um ar de santo, ou não-humano, uma espécie de extra-terrestre, por conclusão, ou exclusão das outras formas. Mas em suma, este homem, é um homem. Como homem nasceu, e como homem morrerá, como todos nós, homens. Todavia, este homem, como todos os homens adultos, é responsável pelos seus actos. É por um acto destes e por outros que se avalia o H do homem. Este homem, sabendo do prejuízo que vai provocar na, também débil economia espanhola, devia por consciência, recusar a sua deslocação, ou em alternativa, fazer aquilo que fazem os Homens - pagar a conta. Isso sim, seria d'Homem.

pausas & prazeres

Escandalizo a minha amiga V (que cuscou este espaço) com o post do relax. A V, que para além de ter um V de nome, é V de viajada, dado que lhe sei carimbos no passaporte, nos quatro cantos do mundo. A saber, porque lhe confirmei que abri uma garrafa de Alvarinho, gelada, em plena praia, a acompanhar umas saladinhas, que souberam pela vida, conforme se previa. Vinho na praia? És mesmo doido, se alguma vez eu fazia uma coisa dessas. Água! na praia apenas bebo água - sentenciava-me a V com ar reprovador, procurando ao mesmo tempo a concordância da plateia ali presente. Tive de ripostar, V, eu também a bebo, à água, mas uma vez em dias de descanso, porque não permitir-nos uma pequena excentricidade? Além do mais, se bem me lembro, já te vi nas praias de Varadero de mojito na mão, ou em Angra, de caipirinha em riste. Mas isso é diferente, defende-se a V, estava de férias...
Ah, exclamei, fiquei esclarecido. Um gajo pode beber umas margueritas lá no estrangeiro, e fazer fotos para que conste. Fica bem e faz parte do pacote. Beber meia garrafa de verde, na praia, aqui na minha terra, porque me dá vontade, não. Contudo, a minha amiga V admite este procedimento, da seguinte forma - em vez de trazer o farnel de casa, mandar vir a dita, do bar da praia, em frapé, e depois fotografar para mostrar ao pessoal. Fica bem mais caro, mas é chique.