quinta-feira, 30 de junho de 2011

Deserta

Descobri-a hoje, a caminho do Cabo. É pequenina, e presumo, de difícil acesso. Terei de, trajando a rigor para o efeito, lhe descobrir os trilhos de acesso. Depois... logo se vê.

post anterior

Sobre os conteúdos do post anterior, aqui deixo um pedaço de uma canção do Chico Buarque:

"Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça,

Inutil dormir, que a dor não passa"

terça-feira, 28 de junho de 2011

desiludido

Leio, no Público de domingo, um artigo sobre o actual estado social na Grécia.
Antevejo o mesmo cenário para o meu país, mais tarde para a Europa.
Num canal da tv, assisto a um documentário sobre a falta de água, e as suas nefastas consequências.
Ontem, na RTP2, outro arrepiante programa sobre as já consumadas alterações verificadas no planeta, pela aparente insignificante subida de 1 grau.
A lógica demonstração dos factos, mostra-nos a irreversibilidade de todas estas pedras rolantes.
Concluo que me sinto desiludido, enganado e traído - não foi este mundo que me disseram que iria ter.
Muito pior - imaginar que espécie de Vida terão os meus descendentes, os descendentes dos meus amigos, em suma, todos em geral.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

estrelas do mar


Abençoadas as moças que se passeiam pela beira-mar das praias do Meco, para lá, para cá, para cima, para baixo, exibindo a perfeição com que a natureza as dotou. Junte-se a lei da gravidade, e a idade, e obtém-se um resultado realmente agradável de se ver, tal com quando se contempla uma obra de arte. Como não há bela sem senão, a algumas passeantes, seria bem mais adequado, o uso e o abuso da roupa, pelos motivos inversos.

Passos económicos

Bastou o nosso debutante Passos tomar uma medida económica, - viajar em turística, declinando a executiva - mesmo que sendo um exercício ao nada, pois 400 x zero é igual a 50000 x zero, e logo se levantaram os coros de abutres à espera do primeiro espalhanço do novo 1º ministro. Bem, segundo espalhanço, atendendo ao chumbo do Nobre. Mesmo sendo difícil admitir que Passos não sabia que o governo e penduras viajam de borla - talvez aqui se encontre um dos motivos das contas negativas da TAP - foi uma atitude louvável e comercial. Isto porque, ficaram lugares vagos, para vender, na classe primeira. E até novos episódios, confio. Estou de boa fé.
Uma vez, a sorte bafejou-me, e porque havia um problema no meu assento na turística, não havendo mais nenhuma vaga, fui colocado na classe executiva, num voo que demorou dez horas, e constatei - é outra forma de viajar. Espero curioso, verificar onde se sentará Passos, em voos futuros, que decerto fará, para mais longe, e fora desta fase de núpcias. Com esta atitude, Passos jogou uma carta complicada, pois quando tornar a viajar, se mudar da fila 23 para a 1, não estará a ser coerente. Se se mover em carros pretos, de alta cilindrada, não estará a economizar, nem a dar bons exemplos. Mais ainda, se como tudo indica, este governo vier pedir os sacrifícios anunciados, e a atitude na prática não revelar humildade e verdadeira contenção nos gastos do estado, então teremos que juntar Passos à galeria onde já figuram Barroso e Sócrates. A este novo governo, mesmo incluindo alguém que nos tramou com os submarinos, exige-se o estatuto de mulher de César. Creio que o pessoal estará atento, e para quem conhece a canção, será mais ou menos como escreveu Chico Buarque - e qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água.

domingo, 26 de junho de 2011

a lei de Sócrates

Após um soberbo dia de praia, lá pelas bandas do Meco, nada melhor do que um panaché na esplanada, antes de enfrentar os 39 graus dentro do carro. Esplanada cheia, joga-se conversa fora, espreitam-se as revistas e os jornais, os empregados não têm mãos a medir a servir tudo o que houver de fresco. O casal entra de mão dada, suscita alguns olhares que logo se perdem outra vez na tagarela. Ao balcão, qual pombinhos, ele foi beijos, abraços, dichotes ao ouvido, risos, gargalhadas e mais beijos, tudo numa toada que não podia passar despercebida aos presentes, dada a euforia, audível. Repetiram-se os olhares, agora menos discretos, ao casal que de boca colada, mão na mão, bebricava o seu refresco, aparentemente alheio aos mirones. Terminou a bebida, e lá sairam abraçados, rumo, quiçá, aos areais e suas àguas convidativas à continuação do romance. Da mesa ao lado da minha, gente senior abanava a cabeça em ar de reprovação. Excalmava um - que pouca vergonha, dois homens nisto, à frente das crianças. Dizia a senhora - o Salazar faz cá muita falta, ai se faz! Diz outra - mas agora eles podem, desde que o Sócrates autorizou. Mas precisavam de estar naquilo? - dispara. E responde a mais democrática - se fosse um rapaz e uma rapariga, ninguém ligava. Houve ali um silêncio, no qual aproveitei para pedir mais um panaché. Volta o mais razinga à carga - se estivesse aqui a tua neta, concerteza que não gostavas que ela visse aquilo! Não digas disparates - senteciou a senhora - a tua neta tem colegas cujos pais são mesmo sexo, portanto para ela é normal. E legal - fechou o assunto, o mais calado do grupo.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

por supuesto que si




divinas

Ontem foram as raínhas da noite, as caipirinhas, as caipiroscas, as morangoskas, as blacks, os caipirões e todas as invenções que se possam inventar em volta do formato original, por vezes nada tendo a ver com ele. Contrariando as agruras do trabalho convencional, mais do que saber bem, torna-se quase uma terapia, chegar ao fim da tarde, avistar um pôr do sol que não cansa de surpreender, e nos transmitir aquela calma zen e fazer parte de uma animada noite cujo mote andou pelas bebidas e músicas tropicais. É por isso que eu gosto é de tocar no verão, uns acordes de caipirinha na mão...

terça-feira, 21 de junho de 2011

os Passos de Nobre

Quando Nobre apareceu na política em nome da cidadania, levou muitos a uma esperança, que se revelou rápidamente em logro. Quando se pensava que este homem, carregado de uma vida recheada e reconhecida de actos de valor não nos iria enganar, vai-se a ver, e é mais do mesmo. A formiga que parecia andar em sentido contrário no carreiro, apenas andava de marcha atrás. Que um qualquer oportunista, e os partidos estão cheios deles, se pendure na política para subir, salvar ou mudar a sua vida, até se entende mesmo não se concordando. Após o 25 de Abril, o PCP ficou cheio dessa gente, de direita a 24 e camarada a 25. O que não se entende mesmo, é o motivo desta tentativa ao assento em cadeira parlamentar. Se for pelo mesmo motivo dos outros, será apenas mais um. Pois vira-casacas, já sabemos que é. E com isto tudo, Passos ficou mal na primeira fotografia, por acreditar na marca Nobre. O que me deixa solidário, porque afinal, também eu confiei. Votei nele. A dar-lhe um conselho, a Nobre, lhe diria para fazer aquilo que sabe, ser médico pela AMI, e reconquistar o nome que agora anda ao enxovalho, já que não me parece ser homem de rumar a Paris, numa de filósofo calimero.

O útil e o agradável

Que não se pense por aqui, que este meu fim de semana foi só de forróbodó, a julgar pelo post anterior. Foi de trabalho. No entanto se me convidam para trabalhar, num local cujas ofertas, e meio envolvente não são de descartar, aí não perdoo. Basta ter em conta, a agenda dos trabalhos e fazer bom uso dos tempos livres, préviamente documentado quanto às duas situações - o trabalho e o lazer. O local escolhido, a cidade Templária. Dos trabalhos, valeu a pena escutar de excelentes oradores, actualizados, esclarecidos, e isentos, os muitos pontos de situações, sobre temas que nos são, infelizmente, tão familiares. Massacrados pelo lixo noticioso com que somos bombardeados, os presentes neste evento, tiveram uma oportunidade de adquirir como que um curso intensivo sobre o agora, e o depois, ou seja, hoje estamos assim, porque fizemos assado, e por isso amanhã, estaremos, cozido. Tudo muito bem demonstradinho, tudo muito bem fundamentado, com muita ajuda da simples aritmética, porque tal como disse um dos oradores, haverá um dia, em que neste país, que todos aqueles que tiverem o acesso a ir ao restaurante, terão o hábito de conferir a soma da conta, bem como a harmonia com os preços anunciados. Muito interessantes os capítulos que versaram sobre novas tendências de mercados e pessoas Vs consequências da crise. Muita coisa irá mudar, e nós, tugas, aprenderemos pelo caminho mais difícil. Enquanto isso, espero ir tendo acesso a estes trabalhos, nem que para isso tenha de sofrer, entre as piscinas, os jakuzzis , os buffets, e os copos à descrição.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mimos

Contra toda a corrente do sentimento nacionalista de apelo ao apertar, mais, o cinto, aproveitei-me de um pequeno pedaço de boa vida, se bem que em termos directos, as custas não me sairam do bolso, e apesar de não se usar do disfrute ideal, houve que usar e abusar dos meios colocados à minha disposição neste fim de semana. Porque - não sabes quando vais ter nova chance, ou se a voltarás a ter; e porque - o que está ali para usares, há que ser usado, assim te dê vontade. E foi com base nestes critérios, que após ter captado este pequeno pedaço de paraíso, me deixei ficar por ali a navegar, ao som da música zen que inundava o espaço.

sábado, 18 de junho de 2011

as escolhas de Passos

Seja porque a hora é de tolerância zero, seja por estratégia, o que seria de muito louvar, as escolhas de Passos Coelho para o colectivo de ministros, parecem reunir consenso, até dos mais cépticos, como Medina Carreira, por exemplo. Ao que parece, excluindo o encaixe forçado de Paulo Portas, que decerto será uma nódoa no novo cargo, e pouco considerado lá por fora, dado o servilismo que o mesmo, junto com Durão Barroso, prestaram a Bush e a Blair. Nós por cá, temos neste novo governo depositadas todas as nossas fichas, esperando que, ao fim de tantos anos em que os partidos e suas gentes se serviram escandalosamente dos nossos poucos dinheiros, esses mesmos partidos entendam que tal como o pedreiro faz a obra, quem é eleito para governar, só tem de se limitar a esse exercício - governar. É o que todos esperamos destes 11 magníficos. Perdão, 10, porque o Portas não é flor que se cheire, e como sabemos tem rabos, de palha. A ver vamos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

special ones

Em tempos vi com os meus próprios olhos, num país africano, conotado com o terceiro mundo, uma cidade bizarra. Tinha uma réplica à escala real do Vaticano, um palacete descomunal onde supostamento o papa dormiria por ocasião da inauguração da réplica, e avenidas com 8 (sim oito) faixas de rodagem, cujo limite de velocidade afixado não era de 40 nem de 50 km/hora, mas sim de uns precisos 45!!!! Contudo, nesse país apenas menos de 20% da população é católica, logo, a réplica está às moscas, algumas tzé-tzé; o papa foi à réplica, fez a inauguração, e pirou-se, logo, não houve santa dormida no palacete; tão pouco existe trânsito que justifique uma faixa de rodagem, muito menos as oito. Acertado quanto muito o limite de velocidade, dado que nunca se sabe quando nos sai um crocodilo ao asfalto.

Existe na europa um país, o meu, onde também existe o culto do Grande, do Estúpido e do Ridículo. Talvez por um implantado tique de tentativa de fuga ao espectro do terceiro-mundo, somos o país dos Megas, dos Hipers, dos Ultras. Tudo é em grande, tudo tem de ser pacóviante descomunal.Nesta linha de raciocínio, acredito que para além das mega-luvas que alguns autarcas da capital receberam para permitir tal aberração, os mesmos tenham pensado que um mega-piquenique na Avenida da Liberdade é coisa para ficar na História, e vai daí, andam a tramar a vida a meia Lisboa, desde o meio da semana. Como se não houvessem lugares bem mais apropriados como a zona do Jamor, da Expo, ou de Belém, para um evento de tal envergadura. Cheira-me que o homem que manda na distribuição ao consumo; que conseguiu colocar todos os deputados às 9 da matina na AR; que ordenou aos políticos que autorizassem a abertura das suas lojas aos domingos, dias santos, e ateus; bateu com o pé, e lançou o ultimato - ou o hiper-mega-piquenique se faz na Avenida, ou o Toni não canta nem há pepinos para ninguém!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

breves - III

"Se a sua visão for para uma ano, plante trigo

Se a sua visão for para dez anos, plante árvores

Se a sua visão for para toda a vida, plante amigos"

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"Os amigos fieis são como o sol, não precisam aparecer todos os dias para sabermos que existem"

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"Mil palavras nunca deixarão uma impressão tão profundo, como um acto"

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"Eterno é tudo o que vive uma fracção de segundo. mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata"

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"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo final"

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"Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda-nos todas as perguntas"

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"Mestre não é aquele que sempre ensina, mas aquele que sempre aprende"

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"Não existem pessoas mais vazias, do que aquelas que vivem cheias de si"

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"Quem não souber suportar as contrariedades, nunca terá acesso às coisas grandiosas"

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"Ama-me quando eu menos merecer, pois será quando mais irei precisar"

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"Bom não é ser importante, importante é ser bom"

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"Tu tornas-te responsável por aquilo que cativas"


não há dois iguais

Diz-me a C, que todos os dias presencia o por do sol, no seu local de trabalho, a esplanada do Taberna, que cada um é diferente de outro, e tem razão. Ele, o Sol, desce sempre por ali, mais cedo no inverno, mais tarde no verão. As nuvens, ou a sua ausência, a temperatura do ar, a humidade, as marés, compõem sempre, no mesmo cenário, um quadro diferente, que prende o olhar aos que por ali o contemplam e poucos lhe ficam indiferente. Uma boa fonte de inspiração para uma noite de cantigas, como foi o caso de ontem, com direito a eclipse.

PS-mais fotos lá no cantinho

quarta-feira, 15 de junho de 2011

férias

No restaurante do costume, onde todos ou quase todos se conhecem, as conversas saltitam de mesa em mesa, o assunto são as férias. Uns para aqui, outros para ali, lá foram os presentes debitando os seus passados e futuros destinos, porque apesar da crise, e mesmo com algumas admissões de que a conjuntura não é das mais favoráveis, abdicar de uns dias fora, fora de questão está. E se um finlandês por ali entrasse naquele momento, decerto que se julgaria enganado no país, tal era o rol de destinos enumerados. Mais do que ir de férias, pareceu-me que a necessidade primeira, é o anuncio de que se vai de férias e para onde. Bem como que o raciocínio aplicado, é na linha do pensamento - gasta primeiro, faz as contas depois. Razão mais do que suficiente para que quando fui questionado sobre o meu destino de férias, me sair a resposta de que nem sei se vou fazer férias este ano, muito menos onde, o que não deixa de ser verdade. Mesmo que assim não fosse, não tenho que dar satisfações da minha vida aos esporádicos parceiros do prato do dia.

no, you Kan't

Ou como se diz por aqui - "tira a mãozinha daí, eu sei que é bom mas não é para ti"


terça-feira, 14 de junho de 2011

as verdades que doem

Ele aí está, outra vez, a dizer verdades, e de novo livro. Tal como António Barreto, Medina Carreira incomoda. Incomoda os da situação, e os da situação são todos os instalados, mesmo que com camisolas da oposição. Incomoda quem não se queira esforçar por pelo entendimento inequivoco da real situação que vivemos, e pior, daquela que iremos viver. São estes últimos, as avestruzes. Medina, quase que se limita a fazer contas, e dessas contas, as previsões. E convida à sua demonstração. Grato estou a quem colocou no Youtube, a entrevista que lhe foi feita ontem, dia 13, na SIC Notícias. Por mim, abriria muitos telejornais, e capas de revista com alguns excertos. Seria prudente avisar a malta. É que não questão de se concordar ou não com a pessoa, e muito menos de se simpatizar ou não. A questão é de verificar que aquilo que é afirmado, é a realidade. O resto é paisagem. Gostei particularmente destas quatro:

...

responsabilização criminal dos governantes

...

num futuro bem próximo, poucos jovens a pagar para muitos idosos

...

desqualificação dos partidos - agências de empregos (tachos)

...

actuais governantes = assassinos do futuro de Portugal (duas próximas gerações)

combinação perfeita

Existe um local, perto de João Pessoa, que tem as condições ideias para se terminar o dia, ou iniciar a noite, dado que no Brasil anoitece muito cedo. Chama-se praia do Jacaré, onde numa série de bares com esplanadas que entram pelo braço de mar, dentro, podemos esticar-nos em redes a bebericar caipirinhas, enquanto que, com o aproximar do sol ao horizonte, se escuta o Bolero de Ravel, ora gravado, ora ao vivo, por músicos locais. É fantástica a sincronia, pois no exacto momento em que o sol desaparece, termina o Bolero. Todos os presentes batem palmas numa espécie de celebração ao astro-rei. Sai-se dali como que num estado de paz que nada tem a ver com as caipirinhas. Comprovei-o. Se aos locais todo este envolvente já é mágico, imagine-se o efeito produzido em quem está por ali de férias, e cuja única preocupação nos próximos dias vai ser divertir-se, e conhecer outras gentes, seus costumes, e suas músicas.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ô lálá, ô lêlê, vou dar um mangerico pra você

ô lálá, ô lêlê, vou dar um mangerico pra você, não é mais do que a livre tradução do original, ó-i-ó-ai, vou-te dar um mangerico. Isto a propósito das nossas marchas populares, e de um comentário que escutei sobre as nossas marchas, que serviram de inspiração a alguns tugas emigrados em terras de Vera Cruz, dando origem ao maior espectáculo do mundo - o carnaval carioca. Tímidos no inicio, e seguindo um linha de colagem afrancesada, os desfiles do Rio de Janeiro, ganharam a sua própria identidade e são hoje, uma das principais, senão a principal, referência do Brasil. Também por aqui, tivemos uns tiques avec, basta relembrar a marcha - Lisboa, não sejas francesa. Os anos passaram e Lisboa mantém as marchas com as suas tradições, e os cariocas, os seus carnavais. Lisboa mantém um quase anonimato fora de portas, e o Rio, uma projecção mais que mundial, eu diria galáctica. Tal como a ideia do Facebook, foi oportuna e inteligentemente sacada a dois finórios, por Mark Zuckerberg, as nossas marchas serviram de mote aos desfiles, e aos samba-enredo. O que é caso para dizer que assim como os dois irmãos nunca fariam o colosso que é hoje o Facebook, Lisboa nunca podia aspirar à dimensão do Rio tal como já escutei uns pacóvios por aí comentarem. Porque nos falta tudo, para aspirarmos a tal dimensão. Fiquemos portanto, no mangerico, e deixemos o pandeiro para que o sabe usar, isto para não falar nos corpinhos em formato de violão...

domingo, 12 de junho de 2011

breves - II







"Os hábitos são inicialmente teias de aranha. Mais tarde,tornam-se em arames"


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"Be te change you want to see"


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"Mais vale ter a alma dorida de tanto buscar, do que tê-la em paz por haver renunciado a uma busca"


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"na vida temos a certeza de nascer e de morrer. Sendo assim eu tento viver intensamente esse intervalo"


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"Os que dançam são considerados insanos, pelos que não conseguem ouvir a música"


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"Viver pode ser uma coisa rara, muitos, limitam-se a existir"


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"Se nós não tivessemos defeitos, não teriamos tanto prazer em notá-los nos outros"


«»


"Deus usa os loucos para confundir os sábios"


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"Aos que amo, deixo-os livres. Se voltam é porque os conquistei, se não voltam, é porque nunca os tive"


«»


"O problema não é o que se fala, mas sim como se fala"





sábado, 11 de junho de 2011

João Gilberto - 80 anos

Quando escutaram pela primeira vez, o tema Chega de Saudade, Chico Buarque, e Ivan Lins, realizaram que nada seria igual a partir dali. Estava lançada a MPB, com toda a sua complexa descomplicação, de beleza única. João Gilberto não pertence apenas à cultura musical do Brasil, pois na realidade, não há cantinho deste mundo onde não se toque bossa nova. Parabéns a um dos génios da música do mundo.

Modesta e limitadamente, lhe prestarei homenagem, depois do sol descer, com eu sei que vou te amar e desafinado. E quem sabe uma caipirinha para compor o ramalhete.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Admiração

Conheci o V precisamente na época em que me causava um certo desespero a antevisão do momento em que teria de largar os palcos e estradas deste país, porque a idade não perdoa. Não me imaginava de pantufas, à lareira lá de casa, a dedilhar uns acordes, até ao final dos meus dias. Ao ver o trabalho do V, a tocar e cantar num registo perfeito, em comunhão com o restante ambiente envolvente, encontrei o caminho, afinal tão simples. Para além de fâ, tornei-me observador atento, e aos poucos fui tentando limar as enormes arestas e pontes que ficam entre o músico que dedilha e canta com beleza, suavidade, e o sarrafeiro acostumado, aos altos decibéis e perfeição qb. Reaprendi a tocar e a cantar, suavemente, ao ponto de poder escutar as pessoas à volta. Criei o meu espaço, graças ao inspirador V. Por acréscimo, o V não canta, compõe e toca, apenas. É um Luthier que repara e constroi originais e excelentes guitarras. O recente setup à minha guitarra de combate, comprova a excelência. É muito bom conhecer pessoas destas, dedicadas à arte sublime que é a música. No meu caso, uma inspiração para este sempre renovado rumo de músicas, tal como o de ontem, à beira rio, numa de blues, jazz,santanadas, pinkfloyds, cars e famous grouse. Quem compareceu, gostou. Como canta o John Miles - music was my first love...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

breves - I




"A verdadeira afeição, à longa distância se prova"


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"O silêncio é uma virtude que nos torna agradáveis aos outros"


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"Sempre me senti isolado em reuniões sociais, o excesso de gente impede-me de ver as pessoas"


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"Não faças da tua vida um rascunho, podes não ter tempo de o passar a limpo"


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"Todos vêm o que pareces, mas poucos sentem o que tu és"


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"O coração do ingrato é semelhante a um deserto, que bebe ávidamente a chuva, absorve-a, e nada produz"


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"Um sintoma da morte dos nossos sonhos, são as nossas certezas, porque não queremos olhar a vida, como uma grande aventura a ser vivida"


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"O amor não é louco. Sabe muito bem o que faz, e nunca age sem motivo. Loucos somos nós, que insistimos em querer entendê-lo no plano da razão"



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"Ao dizer alguma coisa cuide para que as suas palavras não sejam piores do que o seu silêncio"


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"As nossas dúvidas são traidoras, e fazem-nos perder, o que com frequência, poderiamos ganhar pelo simples acto de arriscar"


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"Se não se puder destacar pelo talento, vença pelo esforço"


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"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta"


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"Podemos escolher o que plantamos, mas somos obrigados a escolher o que semeamos"


retrato





Mais, no cantinho dos retratos.

icebergs, lobbies, submarinos, elefantes brancos & cia...

Este é apenas um dos avisos limítrofes da enorme e estéril área, do ponto de vista de utilidade pública, e não só, que o estado tuga, nos impõe em nome da ?defesa naciona? Visto lá de cima, pelo google heart, alcançamos a dimensão de uma área descomunal, ao serviço da nossa galardoada Marinha. Mas este é apenas um dos, espaços. Muitos mais existem. Em vésperas do dia 10 de Junho, o dia da nossa ?raça? e considerando os crimes que se têm praticado com os nossos dinheiros, convém pensar para que raio Portugal quer uma Marinha, e as restantes forças militares neste formato actual, com dimensão, previlégios, e regalias, que vêm dos tempos coloniais, sem qualquer beliscadela, que para além de obsoleto e inútil, representa uma grande parte da nossa despesa pública:

...

Decerto que não nos vão defender de nenhuma invasão, porque não temos capacidade de resposta.

...

Decerto que não é para guardar as nossas costas. As rotas da droga, vindas de África, e da América do Sul, passam por, Portugal.

...

Decerto que os ares também não, passa tudo aqui por cima, e ninguém dá por isso, pelo menos foi o que disseram sobre os voos da CIA.

...

Decerto que não é para defender os direitos dos nossos pescadores, aqueles que ainda resistem. Os barcos espanhois, franceses, italianos e até japoneses, pescam na boa, nas nossas águas.

...

Se existem países, todos eles da Europa, todos eles mais evoluídos que nós, que possuem um reduzido e proporcional modelo militar, às necessidades reais, tais como Holanda, Belgica, Luxemburgo ou Suiça, porque havemos nós de alimentar as voltinhas de caças, ou dos famigerados submarinos?

Num país onde cada vez temos de ter mais cuidado por onde andamos, dada a crescente actividade impune criminal, seria bem visto pelo povo, uma sugestão surgida da cabeça do PR, ao novo governo e às altas patentes que amanhã decerto irão desfilar, de colocar toda essa gente que nos custa balúrdios, na rua, na tentativa de assegurar a ordem pública, é que a GNR e a PSP estão sem verba, e tal como previu Medina Carreira, a malta vai andar à porrada. Já seria caso para dizer que os militares fariam algo de útil para a sociedade.

mimos



quarta-feira, 8 de junho de 2011

dar tempos

Não pactuo com essa de dar um tempo numa relação afectiva. É uma desculpa, uma cobardia, uma falta de se saber o que e quem se quer. Se não há chama que chegue para manter a situação, se não se sente a falta do toque, do olhar, da palavra, do carinho, da partilha, e do mais que não se diz aqui mas que bem se adivinha, então o caminho não é dar tempos, o caminho é o fim da linha. Porque não se pode ficar ali à seca, à espera de quem nem merece a espera, assim como que à mão, para uma possível recaída, ou arrependimento temporário. Vamos dar um tempo = deixa-te ficar aí em stand by que eu vou pensar se precisarei de ti ou não. Raia a humilhação. Tempos destes, não. Quem dá tempos é o baterista a marcar o compasso, ou a menina do boletim meteorólógico.

terça-feira, 7 de junho de 2011

pois, mas, e o resto?

Gosto de escutar as palavras do patrão da Sonae. A frase - não se é lider por acaso - serve-lhe como uma luva. As recentes declarações sobre Sócrates, são certas, o homem deveria figurar no Guiness, pelos erros cometidos nos anos de governação. No entanto, de que serviria tal feito? A nós, nada, ao dito, seria mais um motivo para lamuria. Faltou a Belmiro, como um dos mais poderosos empresários deste país, o mesmo, que nunca dando ponto sem nó, apareceu estratégicamente,na ponta final da campanha de Passos Coelho, exigir o julgamento do suposto engenheiro. Na minha modesta opinião, entendo que Belmiro até gostaria de apelar à justiça, uma vez que falou em prejuízo a terceiros. Mas, existem poréns - Basta verificar que durante todos estes anos, governos, partidos, autarquias, criaram modelos únicos que possibilitaram a expansão do grupo Sonae, e outros, criando um quadro de vantagens que não se encontram em mais nenhum país da UE, Porque:

apenas em Portugal o comércio abre aos domingos

apenas em Portugal se autoriza a construção desmedidade de grandes superfícies

a banca contribui, junto com estes grupos ao esvaziamento dos bolsos do pessoal


Ora, considerando, como já escutei a gentes de outros países, que esta prática é danosa, tanto para o consumidor, como para os restantes agentes económicos, haveria que pedir a criminilização de muita gente. É que as luvas não combinam apenas com submarinos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

partilhas

Desde que me conheço como gente na música, que a entendo como partilha. Se a tocamos na intimidade,seja num ensaio, ou de quando em vez. A música, tal como a palavra tem de ser lida, partilhada. Sempre que toco em público e existe um instrumento livre para o músico que aparece de surpresa, partilha-se, tal como, se chego a um local onde um amigo toca, e existe uma guitarra disponível, basta um sinal, e uma dica de tom - tipo La menor, e lá nos lançamos na partilha e no uso (divulgação-partilha) da música. Juntando tudo isto ao improviso, criam-se as jam. No Brasil tive pequenos momentos, únicos, de fazer parte de rodas de samba, onde os músicos convidados, os bambas, se integram num colectivo contagiante, em que a música só acaba na saideira - a última bebida (e são muitas as saideiras até à dita). Numa longuínqua ida a Londres, dei por mim a dar asas ao scotch no meio de um trio que decidiu que eu tinha de improvisar....fado, com uma guitarra de jazz.


Em parte inspirado na onda jam, decidi organizar umas noites temáticas, agora que o verão vai entrar. Em vez de ficar por aqui em breves ensaios, vou partilhá-los, na esplanada, com as gentes presentes. Serão noites ao sabor da vontade, e da inspiração, de jazz, blues, mpb, anos 60's, 70's e 80's, tugas, e o que mais vai surgir na ideia. As bebidas serão a condizer com o tema. Pode não ser nada de muito especial, mas que será diferente, disso não tenho dúvidas. Desde que não chova, cada serão de quarta-feira, terá uma história, única.

Constatações do rescaldo



Nos tempos de liderança da Manuela, por aqui se chamou à atenção para o então discreto Passos Coelho. Ele aí está, conforme previsto. Um sapo para João Jardim, que terá de vir ao beija-mão.

Sócrates esboçou no seu discurso de ontem, um subtil passo ao assalto da cadeira de Cavaco. Houve quem dissesse que saiu de cabeça erguida. Decerto lhe pagaram para dizer tal asneira. Sócrates sai derrotado, enxovalhado pelas suas próprias contradições e mentiras de discurso eleitoralista, deixando um partido que de socialista apenas usa o nome, aos papeis. Cuidemos de não esquecer que este Sócrates, tal como Cavaco fez, irá hibernar, mas voltará, mais tarde, com os olhos postos em Belém. E o nosso povo, sabemos, é de curta memória, e aprecia mais a figura, do que o feito. O alegado falso engenheiro sai de cena, pela porta dos fundos, embora a máquina PS tente fazer parecer que é a porta principal. O ex-primeiro ministro sai, como canta Chico Buarque, com a leve impressão de que já vai tarde.

domingo, 5 de junho de 2011

blogues avariados

Andava meio tristonho e intrigado. CF, habitual e sempre muito bem vinda a este cantinho, deixara de me comentar. Simultâneamente, não conseguia, nem consigo comentar os posts da CF. Mais - nem consigo comentar os meus posts!!!! A anomalia é sempre a mesma, comento, o sistema pede-me password, e após inseri-la, vejo que que vou comentar como anónimo e não como Sputnick, mas mesmo assim, a coisa não entra. Ou seja, o comentário não segue. Aceitam-se sugestões de ajuda.

CF, já sabes, não te comento há dias, porque algum erro de sistema, ou quem sabe, algum terrorismo blogueiro, se instalou por aqui. Foi com alegria que vi o teu regresso, e fica sabendo - não te comento, mas leio-te!!! :):)

sábado, 4 de junho de 2011

a formiga no carreiro

Fim de linha. Amanhã ainda vai haver palhaçada, mas depois, - depois de guardadas as bandeiras, de apagados os holofotes, dos assessores de imagem e da palavra darem por terminada a sua tarefa, dos candidatos se recuperarem das suas rouquidões, de se limparem dos perdigotos que tiveram, enojados, de gramar, bem como dos cheiros encrustados nas suas caras vestes, por via das palmadinhas nas costas, dos abraços, e dos apertos de mão - acaba-se este estado de fingimento de que a crise é ali ao lado. Vai ser a doer, todos sabemos, embora poucos saibam o quanto. Considerando que a história, esse livro aberto para quem o queira consultar, nos mostra a incompetência e ganância dos partidos que se propôem à cadeira do poder, e considerando que o FMI vai andar por aí, talvez até mais que Santana Lopes, e certamente mais interveniente, temos uma certeza - há que mudar o rumo. Qual, não creio que alguém o saiba ao certo, mas este, já se sabe, que é mais do mesmo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

os dias nunca se repetem

Dia de folga. Merecido. Para tirar o máximo partido da liberdade, há que rumar cedo. Também porque na baixa mar se podem retirar meia dúzia de mexilhões para o petisco mais lá para o fim de tarde. Não quero notícias, o Cat Stevens é bom para o caminho, cantarolo o Caritas enquanto o verde da Arrábida,e o azul do mar me entram entram por todos os sentidos. Vai ser um dia igual a outros, mas que sabe sempre tão bem. Entre mim e o resto do mundo só o telemóvel. A minha praia espera-me, certamente deserta, pelo menos até meio do dia. Desço à praia, e afinal não vou estar só, uma tenda de campismo, fechada, deparase-me ali no meio do pequeno areal como se de um meteorito se tratasse. Ora bolas, lá se vai a minha folga igual às outras. Instalo-me a prudente distância, e dentro de água, esgravatando nas rochas, olho com frequência o abrir da tenda, não vão saír de lá dois ou três gabirus. Eis que num momento em que não olho a tenda, dou com ela a entrar dentro de água, tal qual veio ao mundo. Viro a cara para o lado, só porque manda a educação. A tentação era olhar. Ordena ela para a tenda qualquer coisa indecifrável, e sai aflito o jovem alemão com algo que tapasse a menina. Passado o incidente, começaram os sorrisos e tentativas de contacto, que num inglês meio enferrujado lá se foram fazendo. A curiosidade primeira foi o mexilhão, para que servia. Não ficaram entusiasmados com a descrição da preparação. Depois foram as dicas de locais interessantes aqui à volta. Dado que o casalinho que parecia tirado do filme Lagoa Azul tinha entrado por Trioa, vindos do Algarve, não faltaram indicações para um trajecto de Arrábida até Sintra. Do resto da conversa, ficaram algumas observações de incredulidade germânica - eles não entendem como é que um país como Portugal está na bancarrorta. Eu fingi não entender também.

...

ao mexilhão, deixei-o apenas abrir em lume brando, e tirei-o da casca, fiz um picadinho com salsa, cebola, pimento e tomate, juntei umas delícias do mar, temperei generosamente com azeite e vinagre, e acompanhei com um Muralhas. Tenho a certeza que os meus companheiros de praia iam gostar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

vai uma saladinha

Aos políticos deste país, aqueles que foram e são responsaveis pelo estado da Nação, eu lhes ofereceria pepinos. Que os comessem inteiros ou à rodela, não seria questão. Questão seria que lhes fizesse muito bom proveito.

esta miuda é um caso sério

No primeiro momento em que a ouvi soou-me a uma voz negra do soul de mulher madura. Afinal não é nada disso. Britânica de 23 anos. As audições tal com as aparências, iludem. Que voz!!!