segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Catedrático

Este post para além de um post é quase como um anúncio, ou uma oferta de serviços a quem possa interessar, se bem que, receio haver por aí muita gente com o mesmo canudo:

Sou altamente especializado em levar secas pendurado ao telefone na busca, tantas vezes inglória de resolver os problemas e falhas de fornecimento de sinal de internet e telefone, que supostamente, me deveriam servir durante as vinte e quatro horas de cada dia, dado que sou cobrado, sem interrupção. Sei da trás para a frente, em que teclas carregar, quando em linha com o operador, como também sei os dados a transmitir, na ponta da língua. A música de espera do António Pinho Vargas não tem uma nota musical, uma colcheia, ou semi-fusa, que não se tenha entranhado no meu ouvido, cuja orelha envolvente me parece estar até um pouco calejada, de tanta hora de espera. E quando enfim, do lado lá me dizem, senhorjorgetrindademuitoobrigadopelotempoemqueteveàespera, e eu penso que é chegada a hora da vitória, lá me pedem mais uns instantes em linha, instantes esses, looooongos. Encontro-me assim, apto para, tomar o lugar de alguém que, estando à beira de um ataque de nervos, não consiga executar o tantas vezes exercício ao nada, de carregar na tecla seleccionada, de ouvir a mesma lenga-lenga, de efectuar as manobras de despistagem, de aguentar esperas intermináveis e escutar sempre a mesma pianada. Se ao menos colocassem a boazona no ecran do telefone, já se levava a coisa com outra disposição...

domingo, 27 de novembro de 2011

o nosso Fado

No dia em que o mundo reconhece o nosso Fado como património mundial, bom seria que se envergonhassem, todos aqueles que durante décadas têm castrado e desprezado as mais variadas formas de Cultura deste país. Bom seria que se espevitassem as consciências de que são estas as verdadeiras riquezas das gentes, e que por arrasto atraem o respeito e a admiração, coisa que, sabemos, por nós, os de fora pouco nutrem, e por culpa própria. Assim tem sido este nosso triste fado.

sábado, 26 de novembro de 2011

Escolhas

Depois de uma noite de canções, entre amigos, com coros, danças, copos e tertúlia à mistura, a cama teima em prender-me só mais aquele bocadinho, que sempre tem tendência ao prolongamento sine die. No entanto, o sol lá fora anuncia-me uma manhã daquelas que vale a pena viver. Aproveitar a manhã, é por si só, fazer o dia valer a pena, por isso a ordem é de erguer. O que fazer, optar pelo conforto do carro, quentinho, com aquele som envolvente, e veguear por aí, ou, isolar-me para o fresco matinal e montar-me na bicicleta? Contrariada, parte de mim lá cedeu à opção mais saudável e ecológica. E valeu a pena. Sempre vale a pena. De carro, não se observam os detalhes, nem se sentem os cheiros, não se pára aqui e ali para uma boa fotografia, nem se fica com as pernas saudavelmente doridas. E ainda tempo para uma bica na esplanada. Pequenos prazeres que sabem tão bem, e tão bem fazem, além de sintonizados com o clima austero que os tempos obrigam.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Globetrotter





África do Sul - Cidade do Cabo

Alemanha - Augsburgo, Berlim, Colonia, Dusseldorf, Estugarda,Frankfurt, Munique

Angola - Luanda, Lobito, Moçâmedes

Austria - Linz, Salzburgo, Viena

Brasil - Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Natal, Porto Seguro, Recife, Rio de Janeiro; São Paulo

Burkina Fasso

Cabo Verde - Sal

Costa do Marfim - Abidjan, Yamoussoukro

Cuba - Havana, Varadero

Espanha - Badajoz, Barcelona, Bilbao, Caceres, La Corunha, Lloret del Mar, Madrid, Malaga, Marbelha, Merida, Sevilha, Torremolinos, Vigo, Zaragoça

Gibraltar

França - Paris

Grecia - Atenas, Corfu

Inglaterra - Birmigham, Edimburgo, Leeds, Manchester, Liverpool, Londres

Luxemburgo

Madeira
Mali

Marrocos - Agadir, Casablanca, Ceuta, Tanger, Fez

Mexico - Cancun

Moçambique - Lourenço Marques

São Tomé

Senegal - Dakkar, Banjul

Suiça - Zurique

Suazilândia

Tunisia - Jerba, Le Kef, Monastir, Tunis

Turquia - Istambul


Greve

Pois, foi ontem, o dia de greve. Por sinal o dia da minha folga. Porque existem dias que definitivamente não começam bem, este dia da greve, por mim riscava-o do calendário.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

comprar o bilhete

A D.A, conheço-a de há muitos anos. Senhora nortenha que nos anos setenta, rumou a sul, com a família, e por aqui se quedou. Pessoa muito caseira, não deixa de, vez ou outra, dar o seu giro fora de casa, e sempre lhe vi o hábito de gratificar tudo e todos, sempre que abre a carteira, mesmo que de uma bica se trate. Deixa lá sempre mais uns trocos, e repete, isto é para si, menina. Nunca vi pessoa como a D.A, e sempre tive curiosidade em saber sobre tamanha generosidade. Soube-o ontem, pois perguntei-lhe. Temente a Deus que é, a D.A sem pestanejar responde-me que assim procedendo, lá do Alto, e para o céu olhou, a observação dos seus repetidos gestos, lhe garantirá lugar no céu, quando finada.
Afinal as boas acções da D.A, não são mais do que a compra, em suaves prestações, de uma vaga no Além, assim um pouco como por aqui se vai metendo a massa nos ppr's.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

não há maus da fita

Acostumaram-nos os americanos, pela via cinematográfica, aos bons e aos maus. Nos filmes de cow-boys o índio era sempre o mau, até que muitos anos mais tarde, a grande obra Danças com Lobos inverteu a situação. Mas sempre com o mau da fita no elenco. Pela mesma cartilha se regiam as películas em que entravam a CIA e o FBI, os bons, e os maus eram sempre os temíveis KGB. O mau da fita, é para os americanos, vital para justificar o bom, o bem e a ordem, O americano precisa do bem protector, um pouco na linha do Batman, ou do Super-Homem, bons e ordeiros. Por isso um mau nos EU, está literalmente lixado, se a contas com a Justiça.


Descobriram as competentes autoridades lusas, aqui no nosso pequeno rectângulo, um mau dos EU, e logo um mau da pesada, histórico, com um CV de luxo, no campo da maldade. No cardápio do malfeitor, nada mais que alegado um homicídio; uma fuga da prisão, com roubo de viatura; a participação num desvio de um avião, com passageiros e tripulação, e um milhão de dólares, entregues em trajes menores. Convenhamos, este mau fez muitas maldades, e logo daquelas que humilham o sistema e orgulho da poderosa América. Não foi, contudo, a imagem de mau que a RTP tentou transmitir no seu programa sobre este caso. Pelo contrário, a ideia que se tentou passar foi a do bom, mas quem sou eu para julgar. Apenas entendo que se tivesse eu sido passageiro naquele voo, decerto tentaria cobrar o susto. Pois por mais que se tente branquear a coisa, um sequestro, é um sequestro, e um avião no ar, nem sempre cai da melhor forma. Isto nem falando do alegado homicídio. Pelo que parece, os daqui não querem devolver o bom, aos que, o reclamam, e como mau. Veremos se as coisas vão ficar por aqui, porque aqui somos de deixar a culpa morrer solteira, mas os outros, não.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ser solidário

Não fosse ele um jogador de futebol sobejamente conhecido, e o seu apelo angustiado perante o drama que se abateu sobre o seu pequeno filho, não sairía cá para fora, ou saindo, pouco se propagaria, e certamente seria ignorado, na pessoa daqueles que fossem tocados com o rogo. Egoístamente virariam a cara para o lado, porque afinal, o problema não era deles. Este é o cenário real dos anónimos, dos não famosos, daqueles que não estão expostos e visíveis, mas cuja dor na tragédia, em nada difere das outras dores. O exemplo de adesão que está a ser dado, por todos os que corresponderam ao apelo desesperado deste pai, deveria ser continuado, dada a facilidade com que hoje, se pode propagar a notícia. Desta continuidade, se provaria que afinal as pessoas não são egoístas, e que dão valor à Vida, e não se prendem apenas naquelas ondas mediáticas, que cansamos de ver por aí. Ser solidário, é ser-se sempre. Tal como a verdadeira amizade, que se faz presente sempre que se torna necessária.

domingo, 20 de novembro de 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

so this is Christmas?





Ao contrário do que aconteceu em anos recentes, muito antes do São Martinho, nos lembrava a publicidade, nos meios de comunicação, da aproximação do Natal, embora próximo ele ainda não estivesse, porque se findava o Verão. Este ano, seja por estratégia, ou por efeito troyquinano, não sinto tantos bombardeamentos publicitários, como outrora, e já estamos a pouco mais de um mês do dia santo. Embora, segundo as informações que tenho, a malta continua, mais do que a comprar, a consumir. Não gosto do Natal-consumo. O Natal, tornou-se comercial, banalizou-se como qualquer outro dia de moda como aquelas fuleirices do Haloween, dias de namorados, e afins contra os quais, por aqui já me manifestei. Não sendo eu, um adepto fervoroso da fé, admito e assumo, que tenho a minha fé. Aquela fé, muito íntima que de tão íntima, e fazendo juz à palavra, para aqui não é chamada. Todavia, entendo o Natal, ele também, íntimo. Reservado. Em comunhão. Discreto, parco, humilde. Esse é o Natal que pratico. E aquele que para mim faz sentido. Mas o que temos? Melhor, o que temos tido? O inverso. O Natal, trannsfigurou-se, e perdeu a sua verdadeira essência. Tornou-se num veículo de sugar dinheiro. Para as compras, os presentes para a tia, as peúgas para o avô, o cd para a fulana, o bibelot à sicrana. E filhos sem aquelas últmas tentações tecnológicas? Nem pensar. Há que ginasticar a finança. Depois vêm os enfeites, as luzinhas chinesas, com aquelas músicas horriveis que parecem sirenes irritantes. O Natal de hoje, é um travesti, despesista, e poluidor. Vejam-se os contentores do lixo no dia 26/12. Vejam-se os rores de comida que sobra. Vejam-se as ofertas que se dão, sem amor e sem carinho, só porque fica bem e é costume. Ofertas essas quantas vezes escolhidas ao calhas. Esfregam as mãos de contentes os chineses, e os belmiros deste país. O cenário, invocando um pouco quem deu sentido ao Natal, retrata-se naquele célebre templo onde Cristo correu os vendilhões a pontapé. Neste contexto, cabe a quem deve, colocar ordem na cocheira. E neste caso, aqui teríamos uma boa oportunidade para a Igreja exercer uma acção pedagógica, em defesa dos valores que diz defender, e em rigor, devolver ao Natal o seu verdadeiro e único espírito. Hoje, os adultos que ainda sabem o que é o Natal, não se preocupam nem fazer valer O Natal, nem em explicar aos mais novos, o que é O Natal. E para esses, os mais novos, o Natal só tem um sentido - um videogame, ou assim. Em tempos de crise dos valores financeiros, enaltecer outros valores, seria de todo, mais que colocar a as coisas em ordem, dar sentido à Palavra. Caso para dizer - quem cala, consente. ou - fale agora, ou cale-se para sempre. Amen.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Heróis do Mar

Quizera eu ter outro sentimento, mas não o sinto. Logo, não o tenho. Por mais que me custe sentir que não sinto, constato e assumo que apenas me dá aquela pontinha de orgulho que esconde uma disfarçada comoção, escutar o Hino Nacional, nos jogos da Selecção. No restante, naquelas fantochadas solenes e sonolentas das comemorações e efemérides da República, apenas me vem aquela sensação de mofo, de bafio, dos tempos em que a televisão era a preto e branco. Diria até mais - que os mofentos de hoje, não são dignos de escutar o Hino, tal como o não eram os bafiosos dos anos sessenta. Os primeiros porque incompetentes são, e os segundos, porque fascistas eram.

Como bons portugueses que são, os nossos rapazes, deixando tudo para a última, só conseguiram apuramento in extremis mas diz-se que assim sabe melhor - sofrer até ao fim. Ficam bem na fotografia, o Paulo Bento, o Cristiano e o resto da rapaziada. Ficam mal, o Queirós, e os meninos que amuaram. Estes também não merecem ouvir o Hino. E este último que se escutou, ontem, no final dos 6-2, teve um sabor diferente. Afinal a única alegria lusa dos últimos meses. Mesmo tendo com o palco, o inferno da Luz.


Quem sabe um dia, me venha a orgulhar de escutar o meu Hino, em outras situações. Sei que é um bocado utópico. Como diz o Rui Veloso, na música do Jardel - mas isso já eram sonhos a mais.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

conta-me com foi

Mudámos dos telegramas e bilhetinhos, para os mails e sms; das máquinas de escrever para os pc's. Tantas coisas mudaram, por entre as gerações, mesmo até as moscas, e eventualmente, a outra substância. Contudo na essência, mudar, mudar, até nem por isso. Mudaram-se os tempos, mas não as vontades. Nos anos sessenta, pouco mais se sabia de Portugal, além Badajoz, do que Amália e Eusébio. Do restante que por aqui se passava, de tão vergonhoso que era, bem melhor seria, os da estranja, não saberem. Nos dias de hoje, a escassos dias de sabermos se o nosso Fado será aceite como património mundial, e em dia de importante jogo de bola, continua a divulgação para lá da fronteira, concentrada no CR7, e no Fado. Do restante que por aqui se passa, de tão vergonhoso que é, bem melhor seria, os da estranja, não saberem. A diferença é que sabem. Sabem, e bem. E bem melhor que nós. Daí o manguito. Que nos fazem, os da estranja.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

acompanhar o mercado

Já lhes tinha estranhado a falta de comparência. Pensei até que fosse medida de austeridade, fruto das troikadas. Dos anúncios de brinquedos natalícios, apenas a Popota se ergue constantemente, no universo da publicidade que ainda teima em nos assediar, em apelos sucessivos ao consumismo irracional, e levar-nos os últimos tostões. Mas afinal o que eu estou é desactualizado, démodé. A presença da minha sobrinha, na minha casa, levou-me até ao Disney Channel, e lá estão eles em força - os anúncios. Aproveitei para me actualizar, pelo que fiquei a saber que existe uma Barbie baby-sitter, e outra, cabeleireira. Talvez não fosse má ideia, lançar no mercado outras versões de acordo com os tempos que se avizinham - a Barbie desempregada, a rendimento mínimo, a rasca, a indignada...


domingo, 13 de novembro de 2011

Idade da Inocência

Decidiu a minha mãe, ontem enviar-me esta fotografia. Mimos maternais, que mesmo passados mais de cinquenta anos, não param de surpreender, e sabem tão bem. Afinal quem não gosta de mimos... Talvez para me relembrar dessa relação mãe-filho, talvez para me dizer como éramos belos, à época, talvez para me dizer - olha como éramos tão inocentes. Obrigado, mamã.



sábado, 12 de novembro de 2011

Olhares

Debato com o meu amigo, o olhar. O olhar da mulher. Concordamos no ponto em que os olhos sejam a cereja no cimo do bolo, no conjunto dos atractivos femininos, não obstante na beleza da mulher, o que não faltam são argumentos que somados, a podem tornar numa musa, quantas vezes aos nossos olhos, e quantas outras tantas, a olhares alheios.

O ponto de discórdia, porém existiu no debate. O meu amigo não resiste, idolatra, venera, todo o olhar, desde que venha num determinado tom de cor. Diz-me que é mais forte que ele. Olha os olhos, e fica vidrado. Eu contraponho. Objecto que, o que vale, não é o olho, e a sua cor. Mas sim o olhar, e sua expressão. Não existe nada mais profundo do que sentir aquele olhar, no nosso. Aquele olhar que invade e deixa invadir interiores. O olhar que sabemos é para nós, e não o olhar para a geral. Um olhar desses é coisa única. Os outros, os de cor, esses são configuráveis, basta recorrer à lente de contacto.



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

a piada do mês

Cavaco, que, segundo se diz, gasta menos que a raínha da Inglaterra, mas mais que a casa real espanhola, decerto deve levar uma bela comitiva aos Estados Unidos, com despesas pagas, sabemos por quem. Diz este eloquente orador ser sua missão corrigir a imagem distorcida de Portugal no estrangeiro. E eu questiono-me. Quiçá, não sou o único. Como pode uma pessoa que não consegue corrigir a sua distorcida imagem, dada a ausente unanimidade, dentro do seu cantinho lusitano, dar-se estes ares? A única coisa que Cavaco vai fazer, mais uma vez, é gastar, dado que pouca importância, atenção ou credibilidade lhe darão. Serão, quanto muito, educados e protocolares, acenarão com a cabeça um pois-pois-cantas-bem-mas-não-me-alegras, entre dentes, e nada mais que isso, porque ao contrário dos portugueses, os camónes, não têm memória curta, logo, a haver correcção, esta teria de ser retroactiva, e caseira. Só depois da casa arrumada, se iría reclamar a imagem e claro, sem tanta gente atrás, nem tanta publicidade.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

avestruz não


Vão valendo os momentos de descontracção, seja na música, a pedalar, a caminhar, ou a fazer retratos, como efeito analgésico aos problemas que nos assolam. Se não a todos, a quase todos. E atente-se que o quase se encontra em crescente mutação. Foi por isso, um fim de semana de boas músicas, de saboroso regresso às canções com amigo de longa data. Houve tempo ainda para me armar em lenhador, e carregar o quanto pude, alguma lenha em pinhal próximo, actividade que faz bem ao físico e à cabeça. Não podendo, nem querendo abstrair-me da realidade, escutei com muito interesse preocupação, no rádio, em altos berros, dado que exercia o meu desbaste à lenha, o conhecido Machado Vaz, comentando números e factos da tragédia grega, particularmente no que toca a suicídios, dependências de drogas e álcool, e outros flagelos cujas proporções lá, maiores do que são aqui, tiveram no início da tragédia, a dimensão nacional. Urge que tomemos em consideração toda a informação válida, realista, não fatalista, porque homem prevenido vale sempre mais, e em tempos em que as únicas certezas são o passado, todo o conhecimento se torna vital, dado que em parte, estamos por nossa conta, mas pelo outro, dependemos de terceiros, na esmagadora maioria, nossos inimigos directos. Sejamos pois tão espartanos, quanto implacáveis.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

sinais exteriores de riqueza



Este é um das dois submarinos do Portas. Isto que se vê nas águas do Tejo não nos vai servir para nada, a não ser ajudar a esvaziar-nos os bolsos. Isto, é um BPN dentro de água, uma auto-estrada, confeccionada por uma público-privada. Isto, é uma porcaria inútil, capricho de políticos e generais, também eles, inúteis. Talvez que, a presença do rebocador, não seja mera coincidencia, porque se a porcaria avariar, está por ali o pronto-socorro de assistência em viajem.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

identifico-me...




... plenamente com o texto. já circula aqui pela web há uns meses, mas só agora nele esbarrei acidentalmente. há quem diga, que o escrito não é do autor, mas seja que não seja, é de facto um excelente retrato. uma vez que estou com perguiça de o colocar "aqui" aconselho vivamente a sua leitura. basta ir ao google e escrever:


mia couto - geração à rasca - a nossa culpa




em Vias de Extinção

O comentador da Antena um não tem dúvidas. Para além disso os números não mentem. Talvez por motivos diferentes, António Barreto, como por aqui comentou a Antígona, também prenuncia o mesmo. Em recente post, aqui deixei o comentário de um brasileiro, sobre Portugal - eles não estão se reproduzindo. A conclusão, é tão clara, como dura - os portugueses de gema estão a rarear. Nada de portugueses Obiquelos ou Liedsons, e outros que tais. Fala-se aqui do português, filho, neto e bisneto de portugueses. A malta da raça. Os números que escutei hoje, são de 140 idosos para 100 crianças, quando há anos a cifra estava nos 34/100. Assustador. Mais assustará a quem, faça a projecção para a próxima década, dado que não se prevêem alterações na criação da expectativa de estabilidade das unidades reprodutoras, os jovens deste país. Somemos os anti-incentivos em sede de IRS, e concluiremos que crianças que venham a nascer por aqui, só por acidente, ou em famílias abastadas. Juntando na tela uma pitadinha de A.Barreto, outra de Medina Carreira, e umas nuances de Camilo Lourenço, teremos um quadro do futuro Portugal - os ricos e os seus filhos em condomínios luxuosos e castelares, e o resto do país, povoado por outros portugueses, os Liedsons e os Obiquelos. Depois disto sinto-me assim como que uma espécie de brontosaurus, ou bicho parecido.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

tradições

Gosto do Haloween. Pela componente do mistério, do oculto, daquele terrorzinho saboroso. Contudo dispenso celebrações de hábitos ou tradições que não tenham a ver com a minha identidade, leia-se, com a identidade da minha terra, e das minhas raízes culturais. Enquanto outras gentes fazem questão de se manterem fieis aos seus costumes, os tugas, descaracterizados que são, e àvidos por importar a coisa alheia, engolem tudo o que se lhes apresenta pela via da importação. E vai daí, celebramos o dia da bruxa, o dia do São Valentim, e o Carnaval carioca. Nada a ver connosco. Pouco espanto, decerto terei, se um dia começarmos a comer perú no dia de acção de graças, ou, atendendo à ascenção meteórica do país do sol nascente, que celebremos o ano novo chinês. Lá mais para a frente, quem sabe chega o momento em que daremos as vacas como sagradas. Em resumo, a tradição já não é o que era. Que o digam as lojas dos trezentos, que esgotaram os artigos de bruxaria, e não vendem uma florzinha, no dia de finados...