quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Á G U A

Não páras de cair.
Molhas-me dos pés à alma.
Inundas-me o país.
Que te não sabe reter.
Ensopas-nos no Inverno.
E secas-nos no Verão.
Quem te envia, dizem, é São Pedro.
Mau doseador pelos vistos.
Os do meu país, maus arrecadadores, pelos vistos.
Precavidos os nossos vizinhos, os de Castela, que a guardam.
...
És H2O. És grande parte do meu corpo. Vital.
Adoro beber-te. Sacias-me. Sustentas-me. Equilibras-me.
Adoro também misturar-te, feita gelo. On the rocks...
Momentos que não dispenso, são os de contemplar-te.
Bebo-os com os olhos.
Estabilizas-me.
Mergulhar em ti, se és mar, despeja-me de tudo o que é negativo.
Renovas-me.
...
Pedem-me para te poupar.
Não te esbanjo.
Porém,
O exemplo tem de vir de cima.
E não só -
ou há moralidade ou comem todos.
E por isso Amiga Água,
enquanto houverem tantos campos de golfe,
enquanto, o Google Earth me mostrar as escandalosas piscinas privadas!
Eu te garanto:
Tomarei o meu duchinho generoso.
Farei uma emulsão, vez ou outra, até encarquilhar a pele dos dedos.
Bem vez, portanto, Amiga Água, do que te gasto...
....são gotas.
Que despejas ali fora, neste momento.

2 comentários:

  1. :) Ora aí estão grandes verdades...

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  2. Gostei muito mesmo.
    E que boa essa do exemplo tem de vir de cima, permite-nos esbanjar sem tanto peso na consciência...e eu que o diga!
    ;)

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