segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

(Des)evoluções


Uma das notícias destes últimos dias, falava qualquer coisa como isto – no dia 25 de Dezembro as vendas de e-books ultrapassaram as vendas de livros-livros.
Em primeiro lugar, um e-book, para mim, não é um livro.
Em segundo, há que considerar que nesse dia, as lojas de livros, estavam encerradas, dando por assim uma conotação de enorme parcialidade à informação.
Do rescaldo dos presentes com os quais fui brindado, destaco os livros. Recebi alguns, adquiri outros, pelo que haja tempo e vontade, que leitura não falta. O livro, é dos objectos materiais que mais respeito – para além do seu conteúdo, um livro agrada-me pelo toque, pelo cheiro, pelo grafismo, pelas notas, agradecimentos, prefácios, gosto até de saber onde foi impresso. Folhear um livro, entrar em páginas ao acaso é um exercício aleatório que muitas vezes faço, como se fosse um aperitivo à sua leitura, ou, como em outras tantas vezes, o folheio naquela tentativa, por vezes vã, de tentar saber se vale a pena levá-lo comigo.
Tenho livros em toda a parte, e em muitos lugares gosto de os saborear, seja à cabeceira, ou até mesmo na casa de banho. Sabe-me especialmente bem levar o carro tão próximo e em frente ao mar quanto possível e entregar-me à leitura, com uns clássicos em som de fundo.
Devoto incondicional do livro, defendo-o também, incondicionalmente, e certamente não serei consumidor de e-books e caso o venha a ser, apenas será por ausência de alternativa, ou seja necessidade pura. Prevejo que alguns modernaços adiram, incondicionalmente ou não, a esta moda, e os vejamos a e-bookar nas esplanadas, e até nas praias, não pelo prazer da leitura mas por ostentação saloia. Eu continuarei fiel ao livro. Por tudo. E se não houvessem todos os motivos, bastaria este – um livro não gasta energia.

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