segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Estado Amargo

Não estamos em estado de alerta. Nem laranja nem cor de rosa. Muito menos vermelho. Não estamos em estado de sítio, embora me sinta sitiado. Não estamos em bom estado, mas sente-se que vamos ficar em pior estado. Enxovalhados e espremidos. Num estado farraposo. Mas esse estado virá. Não chegou ainda. O que conta é o estado actual - O Amargo.
Socorro, ai Jesus, Deus nos valha, aqui d'el Rey que não há açúcar. Como vamos adoçar a vida que já nos sabe a amarga? Como se vão adocicar as filhozes? as azevias? os bolos-rei? E a bica, vamos tomá-la sem o açúcar que desgraça o sabor do café? O que se pode fazer perante tamanho anúncio de banca-rota-gustativa? Comprar, muito. Açambarcar. Ir de modelo em modelo, de pingodoce ao lidl, e à mercearia esquecida, em busca do doce néctar. Custe o que custar, o tuga irá até onde for preciso para rechear a dispensa. E foi assim que ontem assisti, incrédulo ao um triunfante vizinho, há hora da bica, exibindo o seu trofeu, uma factura da makro, pois então, na dita factura, as letras era inequívocas, nada menos que um saco daqueles que parecem sacos de cimento. E mostrava-o, inerte, o saco na bagageira do carro aquem quizesse ver. E rematava, quezilento - quando há dois anos, foi da gasolina, nem os garrafões lá de casa escaparam. Ah pois é!!!
E tudo isto porque uma cambada de imbecis, propagandeou no seu duvidoso trabalho de dar...... ?notícias? a notícia, vezes em conta, aos portugueses, de que o açúcar estava em vias de faltar, e vai daí que alguns dos que escutaram, outros imbecis, trataram de o esgotar.
Paciência, como chocolates. Agora vou ali beliscar um petit gateau para me adocicar a boca, e a alma, contrariando o nacional estado amargo, e a demência de alguns com quem me cruzo.

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Sputnickadelas