sábado, 13 de novembro de 2010

retratos de uma escapadela III

As músicas que nos tocam para além do ouvido, ficam cá dentro, instalam-se dentro de nós, mesmo que por vezes nem demos por isso. Porém elas ficam, estão presentes, e quantas vezes, associadas a momentos, sejam eles os que coincidem porque naquele preciso momento tocava a tal música, ou, como no presente caso, se desvendam as canções, pela primeira, quando estamos com todos os sentidos à flor da pele.
Já lhe tinha deitado o olho, estava na lista dos pequenos mimos de Natal. Apareceu-me mais cedo, em outras terras, outros cheiros, outros sentires. O disfrute inicial repartiu-se entre conversas, paisagens, e a avidez de novas descobertas, a bordo do petit rouge enfant terrible. Não lhe prestei a atenção devida, nem devia. O Santana pode esperar para ser escutado. E que bem que o foi hoje, em consideráveis decibeis, onde o mestre Carlos Santana, prova que é como o vinho do Porto, que não se esgota nos seus temas da praxe, que entra pelos temas dos outros, deixando a sua pegada inconfundível, sem no entanto os desvirtuar. Antes pelo contrário.
Qualquer rapazito da minha idade, ou rapariguita, não vai ficar indiferente a este disco. É disco para ouvir muitas vezes. Por aqui já foram duas. Das duas audições, bem que prefiro a primeira. Mas isso são outros quinhentos. Sei que quando escutar qualquer destes temas, farei uma ligação directa e instantânea aos momentos da descoberta deste disco.

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