terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Homem com H

Por mão amiga do meu colaborador W, que me emprestou os dvd's, assisti a totalidade de uma telenovela intitulada “O Quinto dos Infernos”, cujo tema central é a figura de D.Pedro. Dado que li há meses o livro 1808, que relata toda a trapalhada da ida para uns, fuga para outros, da realeza portuguesa e sua corte para terras coloniais do Brasil, devorei divertido, este compacto dos Infernos.
Se outras fontes eu não tivesse consultado, a primeira conclusão que tiraria, seria a de que D.Pedro de Alcântara era um tarado sexual, pois seguramente, metade do tempo da realização desta obra televisiva, é gasta em cenas dos apetites sexuais do nosso viril monarca, fornicando qualquer mulher que lhe passasse na frente dos olhos, escravas e freiras incluídas. No entanto alguma verdade existe, no que toca a este assunto, já que lhe é atribuída a paternidade a dezoito rebentos.
Existe no conjunto da obra dos Infernos, quanto a mim, uma tendência que nunca consegui entender senão no plano da ignorância, de ridicularizar tudo o que é português, ou relacionado, exceptuando, obviamente, Pedro. D. Pedro.
Não obstante, estes exageros da (má) realização, são relatados melhor ou pior os factos históricos, que me levaram a mais alguma leitura sobre o personagem Pedro, e que de facto me agradaram. Gostei de D.Pedro.
Foi um homem que não entendia a razão de existir a escravatura, que conversava com o povo, que bebia copos com amigos, adepto de desporto, amante de música, bom em artes manuais, e defensor das suas ideias e daquilo em que acreditava.
Pedro não foi um rei amaricado e aveludado, como tantos reis que da História conhecemos, nem acomodado ao poleiro como os políticos que sabemos.
Um exemplo, portanto, que ficou, a bem da nação.

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