sábado, 24 de julho de 2010

O seu a seu dono

Ligo para o VS, tenho aqui as letras das músicas que me pediu, deixo-as mais tarde lá no Seixal, ok? Não estou lá, no Seixal, responde-me, estou no Meco. No Meco, que coincidência, vou aí hoje, então levo-lhas. Bem... não é bem no Meco, estou perto, em Caixas. Ahh, pois, Caixas não é definitivamente o Meco. Pelo meio ainda temos Alfarim, terra de ilustre e destemida gente que festeja o Natal no dia 26, e consta que já quis em tempos idos, tornar-se independente de Portugal, a modos que um Mónaco, em versão rural, e reduzida. Hoje mais do que nunca entendo o sonho dos Alfarinenses - verem-se livres de Portugal.
Voltando ao Meco, recordo-me que quando por lá comecei a parar, não haviam estradas, mas caminhos. Tãopouco restaurantes, mas apenas mercearias, e tabernas, como a do Sr. Domingos, onde hoje se come um mexilhão de cebolada que sabe a pedaço de céu. Nos anos setenta a Aldeia do Meco, era uma povoação com meia dúzia de casas, rural e piscatória, com gente simples que ainda hoje conheço e reconheço, mas com um leque de praias que despertou as atenções do pessoal do lado de lá. Os da capital. E chegaram os dos jornais, e gostaram. E os da tv, e foram ficando. Os alternativos iam gostando, os campistas mais radicais, os resistentes hippies e a comunidade gay assenta arraiais no Meco. Depois vieram os tios, e as tias. Os restaurantes multiplicaram-se, e puxando bem pela carteira, a única coisa difícil é escolher onde jantar, o quê, e conseguir mesa.
Mas o Meco é ali e ponto. Não é nas Caixas, nem em Alfarim, e muito menos no espaço dos concertos da Super Bock. Do palco do Prince ao Meco, ainda são uns quilómetros, e pelo caminho encontramos a resistente povoação que um dia quis destacar-se na geografia ibérica. Respeitem-se os nomes das terrinhas, por mais in que seja invocar o Meco.

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