sexta-feira, 23 de julho de 2010

aberturas


Ainda sobre o mote, e da polémica gerada em torno da abertura dos grandes espaços em horários até agora, não autorizados, escutei do que pude, esta manhã a Antena 1 e a SIC Notícias, e creio que no resumo de tudo existe apenas discussão estéril sobre o assunto. Indo por partes - ao pequeno comércio não faz mossa, pois mal que tinha a causar, há anos que se fez sentir - ao público, é sempre bom poder escolher, se se vão comprar as gambas e os sabonetes em tarde de domingo ao Continente, em vez da ditadura, até aqui, do Modelo, que por acaso é do mesmo dono, ou do Lidl. Aos grandes empresários, claro que são uns milhares a mais, ao fim do ano - aos empregados, fica tudo na mesma, continuarão com os seus parcos salários de turnos, e sempre no pânico do fim do contrato - mais empregos, não creio que se criem, mas sim áqueles que lá estão, ser-lhe-ão exigidas mais horas de trabalho.
No actual panorama luso, eu diria que a luta é entre os grandes monopólios de distribuição, que já se vão acotovelando, para sacar os euros aos pobres dos tugas, que cada vez que entram no espaço comercial, saem de lá com o carrinho meio vazio, e os bolsos mais que meio vazios.
Quem ganha, já todos sabemos, e não é o consumidor.
Quem perde, nem é o pequeno comércio, mas sim tudo o que gira à volta das actividades lúdicas que se vêm serem aproveitadas nos domingos, como vi por essa Europa fora, falo de visitas a museus, monumentos, actividades desportivas, passeios, e por aí fora. A acreditar num personagem que hoje debitava as suas razões na Antena 1, os portugueses são inteligentes e estão protegidos, enquanto os restantes europeus, coitados, não lhes dão direito à liberdade de consumir aos domingos, eles que, mesmo em crise, compram melhor do que nós, e nos horários à moda antiga.
Não deixei de me rir com as duas notícias consecutivas, a primeira sobre as ditas aberturas, e o aumento do consumo, e a segunda, sobre a preocupação de um ministro quanto ao facto das famílias tugas não estarem a poupar.
Poupar o quê? Quando há tantas promoções e talões e descontos, agora, das seis à meia-noite.

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