terça-feira, 20 de julho de 2010

estar bem onde não se está

Recentemente, várias pessoas amigas, umas mais, outras menos, de perfis, idades, situações díspares, de ambos os sexos, me manifestaram em conversa, tanto à laia de desabafo com em pura decisão entusiasmada, a vontade de romper a sua, diga-se suas, situação lá no estaminé. Embora cada caso seja um caso, divergindo nos personagens envolvidos, motivos, vontades, má-vontades, e todos os condimentos que sabemos têm as relações, quase me parece que algum virus, ataca implacávelmente, os castelos, até agora, aparentemente bem defendidos, alguns dos quais, com autênticas muralhas de aço, pelo menos a julgar pela brochura dos discursos mantidos. Perante estas situações de entre marido e mulher que ninguém meta a colher, ou do quem sabe da tenda é o tendeiro, verifico cada vez mais que devemos usar de certos silêncios ao invés do ponto de situação, tantas vezes, para inglês ver. A honestidade, a frontalidade, dentro dos afectos, junto com o simples acto de não se adormecer sem arrumar a casa, ajuda às pequenas vitórias diárias, que contribuem e muito ao afastamento de certas vontades, muitas delas também, para inglês ver, acrescente-se.
Colocadas as situações na música, aqui invoco o estou além do nosso Variações, e um tema muito antigo do Roberto Carlos, que por altura da sua edição, me fez ponderar, em tempos de adolescente, naquelas crises avassaladoras que nos mandam ao tapete porque o mundo todo está contra nós, e ninguém parece entender-nos.
E ponderei, e usei da minha balança, em casos de difícil escolha, no avanço ou recúo, no fico ou vou, no faço ou não faço, no corto ou não corto - à janela.
De vez em quando, escuto-a, de vez em quando toco-a, só para mim. Egoistamente.

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Sputnickadelas