terça-feira, 17 de novembro de 2009

desAcordo



Discordo do acordo ortográfico, desde que dele ouvi falar. Não lhe vejo utilidade, nem necessidade. Não me parece que dignifique a língua portuguesa, e não é porque eu seja de nacionalidade portuguesa, mas entendo que devemos seguir o lema do “ cada macaco no seu galho”, com respeito por todas as nações soberanas que a usam, a começar pela nossa. Que outros - países - alterem a seu gosto, e conveniência, a língua de Camões, é lá com eles, até podem elaborar dialectos. Mas na minha modesta opinião, a nossa língua faz parte de um conjunto de valores nacionais a conservar, já que a outros - valores - não o conseguimos.
Por isso continuarei a dizer acto em vez de ato, porque atar o sapato nada tem a ver com o verbo agir. Não por teimosia, mas a bem da minha língua, e do meu conceito do que está certo, e do que é uma espécie de algarviada tropical.
Continuarei adepto das diferenças, porque elas de facto existem. Assuma-se.
Penso que não sou o único a defender a diferença, outras vozes o contestam:

"Rio de Janeiro, Brasil, 12 Nov (Lusa) - Uma provocação ao Acordo Ortográfico, é assim que considera o escritor gaúcho Reginaldo Pujol Filho que acaba de organizar a antologia "Desacordo ortográfico", publicado pela Não Editora, a ser lançado dia 13 em Porto Alegre.
"A ideia do Acordo ortográfico de unificação não vai a favor da literatura", afirmou à Lusa o organizador do livro que reúne autores como os brasileiros Altair Martins, Luis Fernando Veríssimo, Manoel de Barros, Marcelino Freire, os portugueses Gonçalo M. Tavares, Patrícia Reis, João Pedro Mésseder, Luís Filipe Cristóvão, Patrícia Portela, os angolanos Ondjaki, Luandino Vieira, Pepetela, os moçambicanos Nelson Saúte, Rogério Manjate e a são tomense Olinda Beja.
É uma exaltação da diferença, caracteriza. O projecto do Desacordo não pretende opor-se ao Acordo, mas deseja provocar e valorizar as diferenças na língua portuguesa."

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