sexta-feira, 13 de novembro de 2009

(das) Amizades e (das) Cebolas


O meu avô foi tripulante de um navio. Barco parado não faz viajem, diz o dito popular. Eu poderia acrescentar que nem faz viajem, nem os tripulantes recebem ordenado. Quando embarcado, o meu avô tinha dezenas de amigos, tanto em Lisboa, como por todos esses portos fora. Aconteceu que o navio sofreu um rombo e ficou meses parado, e parado ficou o meu avô em casa, e dos muitos amigos, um apenas lhe mostrou que o era. Foi para ele, este episódio da sua vida, uma autêntica peneira. A mim, serviu-me de exemplo a nunca esquecer e reflectir.

Nesta semana que termina, um drama familiar, serviu-me em parte para avaliar, e peneirar amizades e estimas, e de certo modo arrumá-los por camadas, tal como afirma o Shrek, os ogros têm camadas, e nos afectos devemos, nem que seja em nome da reciprocidade, e do impulso do nosso coração, funcionar, atendendo à peneira e à camada.

1 comentário:

  1. Aqueles Amigos, daqueles mesmo, mesmo, e correndo o risco de parecer exagerada, digo que ninguém terá muitos. Eu, pela minha parte tenho uma escala de arrumação. No topo, moram os que posso contar sempre, que se contam pelos dedos das mãos. Podemos conhecer este mundo e o outro, que isso, por si só, não obriga a que tenhamos muitos amigos. Costumo dizer que, família a sério, não escolhemos. E amigos são a "família" que podemos escolher. Há que peneirar bem, ao menos onde podemos :)

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