segunda-feira, 30 de novembro de 2009
(das) Surpresas
Em proporção inversa, é bom estar do outro lado, o de quem é surpreendido, sem sequer fazer ideia de que o vai ser. Nesses momentos avaliam-se tantas coisas, e claro, damos lugar à comoção, porque afinal os homens também poder verter uma lagrimita.
domingo, 29 de novembro de 2009
Importam-se de repetir?
sábado, 28 de novembro de 2009
Prazeres II
Não me passa pela cabeça publicitar, mas tão simplesmente registar este pequeno prazer, pois é com estes mimos que - também - vivemos. E eis-me a tratar se garantir um pouco da garrafeira aqui do castelo, e como de costume rumar à Quinta de Catralvos, perto de Azeitão, cuja loja de bebidas faz as delícias de qualquer amante de Baco. Com direito a provas, há de tudo, branco com aquele travo de Moscatel, tintos vários, do corrente aos Reservas, rosées, água-pé, na época, e claro, o Moscatel. Aprovisionar a garrefeira neste local, não é ir comprar vinho, é mais um ritual, desde o entrar na quinta ladeada de parreiras, respirar o ar da serra, e saborear do que nos aprouver. Catralvos, bem como Alcube, situada ali bem perto, são lugares que provam que a tradição, ainda é o que era... E os queijos? Ai os queijos. Pecados da Gula.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Erotismo e Afrodisíacos
As sugestões eram variadas, entre o que se deve comer e beber, e onde, bem como das farpelas, e aromas, não esquecendo conselhos de procedimento, como se tratando de um manual infalível para a prática da sedução, e independentemente de com quem, e um garante de êxito absoluto.
Se tivesse que fazer um comentário, reduzido a uma palavra, seria – ridículo.
Nunca trocaria uma refeição a dois, a sós, em que um, ou os dois a preparam , por outra num restaurante dito afrodisíaco, confeccionada pelo chef xpto.
Nunca trocaria uma fuga para, por exemplo um moinho na Serra do Risco, a um quarto de hotel.
Nunca deixaria por mãos alheias, o prazer de preparar cada detalhe, a luz, os cheiros, a música, enfim o palco dos sentidos.
Não pode existir um manual de procedimentos, quando o elemento essencial é afinal, uma pessoa, a Pessoa com quem se quer estar, e que igualmente nos deseja. Tudo pode entrar nesse ritual, a sedução, o erotismo, as iguarias, mas, tudo isto movido pelo instinto, pela intuição e pela imaginação, porque existe o essencial – a Pessoa. E é a Pessoa que nos move, e nos comanda e nos inspira, é a Musa que vai libertar e desencantar os diversos detalhes do antes, para que em harmonia com o deixa acontecer do durante, e deixar totalmente em branco o que se vai escrever na página do depois, e assim cada momento se torne verdadeiramente único, e irrepetível. Nessas lides tal como nas músicas, nada melhor do que o improviso. Por isso adoro blues. E posso improvisar sempre com a mesma guitarra, mas cada solo é único, que o diga a minha Gibson, que me acompanha há quase trinta anos.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Carta Aberta
Creio que te posso tratar por tu, pois afinal, já nos conhecemos praticamente desde que me conheço. Bem sabes que sempre fui teu fâ, desde a tenra idade em que enfeitava um verdadeiro pinheiro de Natal, com algodão, bolinhas que se partiam, e chocolates embrulhados em pratas que depois serviam para, devidamente endireitadas, colocar entra as folhas dos livros. Deverás lembrar-te da magia nos meus olhos, ao fazer o presépio com musgo, os lagos com espelhos, os caminhos com farinha e tu nas palhinhas, já para não falar da restante comitiva, reis magos, José, Maria, as vaquinhas, e os mémés, de um presépio que se perdeu entre Almada e Lisboa. Sabes-me aficionado da época natalícia, pois tu tudo sabes, e quem sabe, sentes. Sabes que não perdi o espírito, que mantenho os presépios com musgo, que vou ao mato em busca dos bugalhos, dos ramos secos, e que o clima desta época sempre me foi particularmente saboroso. Não te vou enfadar com os detalhes, pois tens mais a quem dar atenção, e afinal, tu tudo vês.
Mesmo assim, a ti que tudo sabes, e que tudo vês, pois sendo Jesus, estás capacitado para tal, decidi escrever-te, não à laia de justificativa, mas mais em desabafo – por decisão da malta, este ano não vai haver Natal cá em casa. Não é nada pessoal, pois nada temos contra ti, como sabes, mas este ano, vais ficar onde estás, lá no sótão, nos caixotes, e nas palhinhas, junto com a comitiva. Ficam vocês, e todos os restantes adornos da época, bem como não irei ao musgo, talvez quanto muito, mantenha aquele passeio matinal do dia 25 que tão bem me sabe, e tu bem sabes. Também deves saber porque foi tomada esta decisão, e peço-te que entendas, é que não há mesmo vontade. Este ano não há “espírito”. Este ano o teu Pai decidiu levar-nos, primeiro ao meu primo, e há dias, o João, e isso não nos mata, mas derruba-nos, leva uma parte de nós. Já procurei razões, mas como sabes, sou limitado de horizontes, busquei os tradicionais, mas apenas encontrei motivos contrários, ou seja, encontrei apenas justificações para que eles ficassem por cá mais uns anitos, por melhor que se esteja por aí. Afinal, eram novos, bons pais, maridos, e certinhos. Não sei se deste por isso mas até tiveram as suas missas, antes de te serem enviados, e os padres bem invocaram o teu nome, o teu e o do teu Pai. Bem, porque te estou a dizer isto tudo? Afinal tu sabes, tu vês, e espero que sintas. Eu, porém, não sei, e isso mexe muito comigo. Fica bem.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Vem aí...
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Curiosidades
Nevoeiro e Alcacer-Quibir
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
É preciso ter calma
Competições e Areia para os Olhos
domingo, 22 de novembro de 2009
Domingo é sagrado
sábado, 21 de novembro de 2009
ontem...
(do) Natal e (dos) Presentes
Se, e quando ofereço, esforço-me por dar algo que sei, ter a ver com a pessoa, o que não me é muito difícil, dado que a pessoa me é querida. No entanto, em tempos idos, cometi alguns erros, ao oferecer o que afinal não era do agrado. Excepções que confirmam a regra.
No que toca a receber, habitualmente recebo o que gosto, e felicito-me por existirem pessoas que pensam como eu, ou que no mínimo respeitam este meu tique de detestar o dar por dar, e sim cuidar para que no desembrulhar, não exista um sorriso amarelo, esforçado, e a frase típica – era mesmo isto que eu queria, mas sim a alegria genuína de quem acaba de ser mimado.
Sou adepto de rituais de tradições, e não de modas consumistas, e por isso mesmo, neste Natal que se aproxima, tratarei de cumprir a tradição, a de saborear, o que vou oferecer a quem, e ir comprando, sem pressas, e sem aquela fobia, dos embrulhos, dos talões e das complicações, afinal naquilo que foi travestido o Natal. Faz-me lembrar aquele episódio na vida de Jesus Cristo, e o templo dos vendilhões.
Ahh! E nunca dispenso uma prendinha para mim. Porque se eu não gostar de mim, como poderei gostar dos outros?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Jura
Bem me quer, mal me quer
Deduzi que a senhora deve ir provavelmente a um Banco, ou Balcão dos Correios, e que a Paula lhe rejeita um documento que depois é aceite pelo Carlos. Este um dos tiques mesquinhos que detesto na nossa gente, o de embirrar com fulano, o de exercer o seu ridículo poderzinho só porque sim.
Creio que todos já sentimos a prepotência de alguém que está, pelo menos naquele momento, com o poder de decidir sobre nós, pode ser por viabilizar um documento, como numa simples marcação de reunião, e perante o nosso olhar de gato das botas do Shrek, nos responde sem sequer nos olhar nos olhos, que não. É aquele tipo de gente do – não sei porquê, mas não gosto daquele gajo. Não saber porquê é a questão, pois sempre que decidimos, temos que saber porquê, ou quando aplicável, executamos normas de procedimento.
A diferença entre a Paula e o Carlos, pode simplesmente a de que a Paula não está de bem com a vida, a sua, e por isso descarrega as suas frustrações no freguês que se segue. O que torna a Paula numa má funcionária, pois não creio que o Carlos actue contra as normas, o que colocaria, a sua competência e posto de trabalho em causa.
Desconfio que a velhinha, quando vai de papelada na mão, se vê a Paula de serviço, e não vê o Carlos, dá meia volta e sai. E ela bem sabe porquê.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Como uma força
A selecção passou. À rasquinha, mas passou. Com uma boleia chamada play-off, e por agora é o que conta. Vamos a tirar as bandeiras da era Felipão, e repescar toda a euforia do Euro, pois afinal pouco mais temos com que nos orgulhar por estas paragens. Mesmo sendo à tangente demonstrou-se alguma eficácia, coisa que não vemos nos nossos assuntos domésticos, leia-se, do nosso país. Estiveram os nossos briosos atletas, hoje, em altas, contrastando com o vamos lá a ver, que corria desde sábado, principalmente se relembrando as 3 boladas ao ferro.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Diálogos
W baixa o volume do rádio do carro e diz-me:
- Você viu a notícia daquela mulher embriagada que caiu na linha do Metro e se salvou?
- Vi sim, respondi, parecia um filme.
- Incrível, e viu aquela no carrinho de bebé?
- Ah sim, essa também vi, no início nem acredei... pensei que era montagem de imagens.
- É a mão de Deus, responde W muito sério, Ele salvou aquela mulher e o bebé.
- Quem sabe se é, respondo-lhe, mas Ele bem que podia também ter travado o comboio que matou aquele guarda-redes do Benfica, aquele que era alemão.
- Mas esse queria morrer, é diferente. E Deus fez-lhe a vontade, defende W.
- Mas sabes que, segundo consta, ele matou-se porque não conseguiu ultrapassar a morte de uma filha.
- É, foi isso.
- E quem lhe levou a filha?
E o W subiu o volume do rádio, calou-se, eu calei-me, pois não havia nada mais a falar sobre aquele assunto.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
desAcordo
Por isso continuarei a dizer acto em vez de ato, porque atar o sapato nada tem a ver com o verbo agir. Não por teimosia, mas a bem da minha língua, e do meu conceito do que está certo, e do que é uma espécie de algarviada tropical.
Penso que não sou o único a defender a diferença, outras vozes o contestam:
"A ideia do Acordo ortográfico de unificação não vai a favor da literatura", afirmou à Lusa o organizador do livro que reúne autores como os brasileiros Altair Martins, Luis Fernando Veríssimo, Manoel de Barros, Marcelino Freire, os portugueses Gonçalo M. Tavares, Patrícia Reis, João Pedro Mésseder, Luís Filipe Cristóvão, Patrícia Portela, os angolanos Ondjaki, Luandino Vieira, Pepetela, os moçambicanos Nelson Saúte, Rogério Manjate e a são tomense Olinda Beja.
É uma exaltação da diferença, caracteriza. O projecto do Desacordo não pretende opor-se ao Acordo, mas deseja provocar e valorizar as diferenças na língua portuguesa."
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Os ratinhos e o Zé Ratão
Na RTP 1 assisto a um discurso sobre os impulsos do consumidor - fala da culpa, da confiança, das reações do cérebro, e de repente sinto-me como um rato de laboratório, lembro-me das pessoas que avistara no dia anterior, e imagino-as roedores, com cauda e tudo. Da matéria televisiva apura-se que o consumidor, outrora cliente, tem de ser estudado, formatado, e instruído, a fim de dar o máximo rendimento, leia-se, deixar o maior volume de euros, a troco de uma duvidosa necessidade, ou quantas vezes, uma efémera e frustrante felicidade. Para isso, tal como no acasalamento entre animais, são criados os moldes de ambiente necessários - os que são visíveis e apelativos, e anular os aspectos nocivos, e aqui temos a fórmula em formato de cartão de crédito e seu respectivo plafond.