quarta-feira, 4 de maio de 2011

Patetices

Hoje a locutora na rádio debitava de sua justiça, a sua, presumível, opinião sobre estar-se apaixonado, e sapiente descrevia que quando se está nesse estado se dizem e se fazem muitas patetices, como se tratasse de um caso de demência, ou irracionalidade, e ridículo. Desconheço a pessoa que assim falou para os ouvintes, tal como desconheço os motivos que a levam ao menosprezo pelo estado de paixão. Se as teve, se nunca as teve, se quis ter, também não sei. Tão pouco me interessa saber. A ninguém é lícito desdenhar dos sentimentos e emoções, que não os seus. Porque os dos outros, a esses pertence ajuízar. E esses, aos outros todos, onde me inclúo, que de rádio sintonizado no posto da radiofónica descrente da paixão, temos plena liberdade de sentir e avaliar as nossas paixões. Se se é patético, não importa, porque quando se vive o tal estado, o da paixão, o mundo ganha outras côres, outros aromas, os sentidos à flor da pele, e tudo parece inconfundivelmente mais belo. E se fazemos aparentes loucuras e patetices, elas não o são, porque sendo dedicadas à pessoa, e só à pessoa, são sempre acolhidas com igual sintonia, com olhos que vêm aquilo que os de fora não conseguem ver, porque são patetas.

3 comentários:

  1. A sintonia, isso. Perante ela, nunca somos ridiculos aos olhos de quem interessa. Concordo Sputnick :)

    ResponderEliminar
  2. Ora bem! A paixão é um sentimento que so alguns tem o previlegio de sentir, e quando não se sabe o que é, é normal que se digam alguns disparates acerca dela , da paixão. É tão bom estar apaixonado, ou então é tão bom ser pateta! Beijo

    ResponderEliminar

Sputnickadelas