terça-feira, 10 de maio de 2011

informação rasca

A notícia é tirada a papel químico de outras que já cansámos de ver. Numa versão, a da autoridade anuncia-se resistência à detenção, recusa na identificação, apedrejamentos, incêndio de caixotes do lixo, e tentativas de agressão às forças da ordem. Do outro lado, brada-se a inocência, o presúmivel, os tiros para o ar, a inocência. Se uns dizem que estiveram ameaçados por mais de cinquenta, os outros garantem que eram apenas dez, e crianças. Não sei a quem servem estas notícias, não sei por que carga d'água se dá voz, a quem notoria e cegamente, deturpa todos os factos, tentando transformar agresores em vítimas. Não sei se esta gente que, em nome de uma fingida liberdade de informação, dando tempo de antena sensacionalista, a quem pactua com roubo, extorsão e violência, não entende que todos somos possíveis vítimas do esticão, do car-jacking, do assalto. Gente rasca, estes que colocam no ar os inocentes coitadinhos, a manifestarem a sua indignação, dando de certa forma, pela calada, força a esta gente, e colocando as forças de ordem no papel de mauzões. Não me chateia nada, que me peçam a identificação. Se ma pedem, é porque estão a trabalhar. E se trabalham é porque andam por aí. Se não andassem, eu estaria bem mais preocupado, e sentir-me-ía bem menos tranquilo, mesmo considerando que nem todos sejam exemplares no exercício da sua profissão.

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Sputnickadelas