terça-feira, 31 de maio de 2011

das Distâncias




Distâncias não se medem a metro. Tempos houveram em que a distância tinha um peso avassalador entre as pessoas, não só pela mesma, mas também pela ausência de comunicação. A rapaziada do meu tamanho lembra-se da carta, que até chegar ao destinatário, já estaria decerto desactualizada, caso o seu conteúdo relatasse novidades, e sendo carta de amor, poderia também perder o seu efeito. Hoje, apesar das distâncias, os meios dos quais dispomos possibilitam um namoro em tempo real, de Lisboa a Toquio, com direito a voz e imagem. Claro que nada substitui o olhar, o toque, o cheiro, e muitos mais etecetaras, mas é como que se a distância fosse bem menor do que é na realidade. Outras distâncias existem, aquelas que convivem entre pessoas próximas, que por mais próximas que estejam, estão a milhas de distância. E nada haverá capaz de resgatar essas distância. Chamam-lhe solidão acompanhada, incompatiblidade, feitios... São as consequências, das escolhas erradas, do receio de ficar só, de se ter uma figura ao lado para apenas fazer ver. Aplica-se o ditado - mais vale ficar só, do que mal acompanhado. Assuma-se - bom mesmo é a pessoa certa, aquela que encaixa como a peça do puzzle, na perfeição, ao lado. Voila.

1 comentário:

  1. " Ha um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que ja tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre, a margem de nós mesmos"

    "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesqueciveis, coisas inexplicaveis e pessoas incomparaveis"


    "Fernando Pessoa"

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