sexta-feira, 1 de abril de 2011

Portas Abertas

- Pai, quem era Salazar?

- Salazar foi o homem que colocou correntes nos portugueses.

-Pai, e quem é o Mário Soares?

- Mário Soares foi o homem tirou as correntes aos portugueses.

-Pai, o que são correntes?

Correntes, meu filho, são aquelas coisas amarelas, de usar ao pescoço, no pulso, nos dedos, que o pai usava.


Ontem um tema de conversa que escutei, versava mais ou menos em torno do tema desta piada. Os argumentos eram os factos. Que antes havia, ouro, faziam-se obras públicas com dinheiro à vista, que o que nós precisávamos era de uma ditadura.

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Escutam-se os artistas dos partidos em desdobradas justificações sobre o exercício ao nada, e esgota-se a paciência para mais birras, que a anunciada campanha eleitoral vai trazer - lixo e lavar a roupa suja.

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Nas redes sociais, pede-se a criminilização dos políticos, ou a suspensão do finaciamento ao partidos. Outro exercício ao nada - eles são impunes e intocáveis.

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Cresce o número de pessoas que não se revê em nenhum dos partidos políticos da nossa praça, ou até, em qualquer partido que venha a surgir. Sabem que venha quem vier, trará mais do mesmo.

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Outros pedem que se acabem com os partidos, e se formem governos similares ao modelo da Islândia. Afinal, se somos capazes de governar as nossas casas, se somos nós que pagamos, porque não, governar o país? Os instalados - os partidos - já deram trinta e sete anos de provas de roubos e gestão danosa.

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Num cenário em que cada português é indicado como devedor de cerca de trinta mil euros, porque o outro fugiu com dinheiro do banco, porque um outro comprou submarinos, e mais o rol que cansamos de saber, é bem provável que se resvale para um clima de desespero, e descrédito, propiciando um cenário favorável à aceitação de uma figura salvadora, que supostamente tirará este Portugal da falência.

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Estamos perante a entrada numa nova realidade, em que as pessoas se questionarão para que raio mais serve a democracia, do que para votar, ser comunista, insultar o governo, e usar um cravo no 25 de Abril, quando olham para trás e vêm uma vida, tentam olhar um pouco à frente e não vislumbram sequer um esboço do seu futuro, e bem pior, dos seus filhos.



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