sábado, 16 de abril de 2011

de castigo

Sem que nada tenha feito para ajudar à festa, encontro-me de castigo. Não fiz mais do que cometer o erro de nascer luso nesta época. E porque outros aos quais paguei, e muito paguei, para gerirem competentemente a pátria lusa, não o fizeram, estou endividado até aos não sei quantos anos, mesmo que depois de finado. Eu que até trabalho desde cedo, eu que até pago todos os impostos certinhos, e faço os descontos que eles mandam. Não lhes chegou a eles, aos que paguei, e pago e pagarei, o meu dinheiro. Tãopouco chegou o de outros simples lusos como eu. Nem com aqueles balúrdios que vinham de fora, a situação se aguentou. Dizem que lá fora, nos chamam de calões, desorganizados, fracos, corruptos, trafulhas. Dizem que somos a chacota do momento. Cá de dentro indignam-se os finórios, e as elites, que não admitem, que temos oitocentos anos, que somos sobreranos, que os irlandeses, e os espanhois e os gregos, e tal e tal.


Já estou por tudo, conformado e resignado. Resta ir pagando enquanto se tem para pagar.

Resta a esperança de que os senhores do fraque que nos andam a vasculhar as aldrabadas contas, consigam explicar porque é que Portugal tem tantas rotundas, e dois submarinos.

Aconselha a prudência que se pague a esses senhores a vigilante permanência sine die porque já se provou que não podemos viver sem eles. E se analizarmos, nem é novidade que assim seja. Que o digam os romanos. Por isso se estou de castigo, e a pagar, que no mínimo não seja para os BMWs do estado.

1 comentário:

  1. E isto para não falar do facto de que ninguém nos perguntou se queríamos ou não andar a pedir dinheiro emprestado...Tu deste autorização para a contracção destas dívidas todas? É que eu não dei!

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Sputnickadelas