segunda-feira, 25 de abril de 2011

Deixa-me Rir



"está a saber-me mal, este wiskie de malte"


Lamentavelmente, e porque o tuga é exímio em realçar os defeitos alheios, Palma foi ontem mais comentado pelo aparente permanente estado de embriaguês do que pelo espectáculo apresentado. Admito que depois de ter visto uma boa meia-dúzia de concertos do Jorge, depois deste que vi ontem, dificilmente pagaria para um próximo. Sou admirador desde antes do princípio, quando acidentalmente me veio parar ao quarto o LP de estreia "com uma viagem na palma da mão", do visionário e jovem desconhecido Jorge Palma. Porque lhe conheço a obra, os palcos, a biografia, o modo despegado, o estilo irreverente, o comportamento anti-politicamente-correcto de enfant terrible, entendo com as devidas limitações o desastre deste concerto, que de alguma forma previa acontecer. Não fora a força dos temas clássicos, a simpatia que mesmo cambaleante, e a proferir palavras enroladas que nem ele mesmo conhecia, a classe e a paciência dos músicos, e restante staff, e decerto o artista teria sido convidado a saír de cena, que é como quem diz, saír do palco. Mesmo assim, com uma voz aqui e ali tão sem melodia como a do Abrunhosa, a enganar-se nos acordes, no alinhamento, nas entradas, nos finais, Jorge Palma alegrou a sua maltinha do Seixal, que também, tolerante só se queria divertir, e beber umas bejecas, e umas sangrias. Afinal se o 25 de Abril se celebra pela liberdade, ao Jorge demos-lhe a liberdade de se embebedar, o que penso, não o deixará de fazer premanentemente até ao final dos seus dias.



2 comentários:

  1. Que mau!! Mas vindo de Jorge Palma, não é de admirar.
    Ficam as lembranças de outras músicas, outros concertos.

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  2. A mim o que me espanta é ele ainda ser convidado para espectáculos!

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Sputnickadelas