quarta-feira, 6 de abril de 2011

mercado potencial

Entre as revistas do costume que vivem lá por casa, saco de uma Maxmen, antiga. Vejo-lhe o ano, 2002, como o tempo passa. Em outros tempos comprava-as eu, mais tarde, passou o meu filho a trazer, uma ou outra revista do género. Quando era jovem, e comprava a peso de oiro a Playboy brasileira, as mulheres fotografadas nas suas sensuais e insinuantes poses, afiguravam-se-me mais velhas, vividas, maduras, sabidas, experientes. Mais tarde, já trintão-quarentão, as mulheres desses publicações, passaram a ser meninas, mais novas, inocentes, apetecíveis, que fácilmente se encontravam nas discotecas mais badaladas.

Hoje, assumidamente cinquentão, olho nas mesmas revistas, as raparigas, miúdas, todas em idades compreendidas entre filha-neta, e embora lhes reconheça a sensualidade, a beleza, as formas, a frescura que só a juventude pode dar, deparo-me com um pensamento tipo - já não tens idade para estas revistas. E explico - não apenas pela idade das catraias, mas também pelo teor dos artigos publicados.

Impõe-se no mercado, uma publicação masculina, de formato e perfil idêntico, cujo público alvo seja o cota. Os meias-idades. Os grisalhos. E claro com visão alargada, também à faixa seguinte, a terceira-idade, os seniors!

Das fotografias de ninfas, e musas, passariamos a apreciar belas mulheres cinquentonas, daquelas que apesar do que diz o BI, ainda levantam muitas atenções. Os artigos também teriam de mudar radicalmente, e assim teríamos em vez de sugestões para spas e moteis, a mostra do que melhor existe em termas e lares, centros de saúde, bancos de jardim.... Dos testes a bombas tipo Alfa Romeo GT, dos 0 aos 100 em 5 segundos, onde um velho teria de tomar 3 comprimidos para as dores para se conseguir sentar ao volante, e para saír, só içado, teriamos reclame às práticas carrinhas utilitárias, de farta bagageira, para as compras nos supermercados. Económicas, porque a malta tem de andar de super em super, a comprar as promoções, porque tem vagar para isso. Em vez da divulgação de bebidas e shots, teriamos belas fotos de comprimidos e cápsulas, para a artrite, o colesterol, a tensão arterial, o ... Dos habituais gadjets as sugestões seriam viradas para bengalas, proteses, aparelhos auditivos, e bolsas de trazer à cintura.

Isso sim, seria uma revista que não se leria às escondidas!!!!

1 comentário:

  1. Se algum director de revista ou jornal, lê o teu blog, vai tirar ideias para a próxima revista mais lida em Portugal, eheheheh.
    Sputnick no seu melhor... adorei.

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Sputnickadelas