quarta-feira, 27 de abril de 2011

em baixa





Portugal está murcho, despetalado, despojado. Sente-se nos foruns das rádios e das tv's, nos concursos, nas entrevistas - qual a sua profissão? - ex-qualquer-coisa, desempregado - escuta-se. Cada notícia agrava mais o estado pessimista, ou realista... dos que, tendo pouco, receiam ficar sem nada, e daqueles que tendo muito, caso não andem distraídos ou a assobiar para o lado, receiam ficar sem parte das suas regalias, ou mesmo serem vítimas da cobiça do seu próximo. A insegurança, o medo, o desalento apodera-se com as suas raízes do colectivo nacional. Opta-se pelo avio na farmácia, ou pelo cabaz de compras? Junta-se o aviso de corte de fornecimento da água, aos restantes. E enquanto tudo isto aqui em baixo se vai passsando, de forma dramática, e irreversível, porque luz no fundo nem vê-la, lá em cima, os outros entretêm-se a escrever bacoradas foleiras no Facebook, a mandar recadinhos uns aos outros, a fazerem queixinhas, num total marimbanço e desprezo por aqueles que lhes sustentam as mordomias. Longe vão os tempos em que uma frase andou muito em voga, por ocasião de uma crise bem menor do que aquela em que nos encontramos - temos de viver com aquilo que temos. Aplicada aos dias de hoje, equivale a dizer que se o que temos são dívidas, é com dívidas que vamos viver nos próximos anos. Nós, os de baixo, que nem sequer fizemos nenhuma parceria, nem percebemos nada de deficits.

1 comentário:

  1. Somos mesmo um povo triste e derrotista! Vamos mas é arregaçar as mangas, por um ar mais optimista e acreditar que podemos dar a volta a isto. Ja passamos por outras, e ha quem esteja bem pior, sem casa e sem vida devido a guerras e catastrofes naturais. Cabeça levantada, sorriso no rosto e toca a andar! Beijo

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