segunda-feira, 1 de março de 2010

Uma Flor para a Madeira



Foi bonita a gala de ontem à noite, em solidariedade ao povo da Madeira. Gostei do toca a reunir, gostei das músicas, dos músicos, dos cantores, das duplas, e pela primeira vez gostei de escutar o Alberto João. Comovi-me aqui e ali, e claro, telefonei, pois afinal, só faria sentido gostar e participar.

Porém, entendo que não devemos deixar-nos apenas embalar nesta onda, sem olharmos mais em frente, e procurar explicações, tal como, no mínimo agir no sentido de evitar futuras situações que minimizem os prejuízos dos caprichos da Mãe Natureza, e aí, nessa busca, chega-se à conclusão de que a culpa não morre, nem tem, de morrer solteira, nem pode ser atribuída apenas ao fatídico inverno e seus aluviões. Leia-se o artigo da última Visão, onde entre outras considerações, se afirma que nos últimos anos, pelo menos quatro pareceres pagos a peso de ouro, mencionavam o que estava mal, bem como recomendavam o que fazer. Como habitual no nosso país, guardam-se os pareceres com uma mão, numa gaveta, e estende-se a outra mão. Sabemos bem, os tugas, que se constroi onde não se deve, sabemos das impermeabilizações de solos, sabemos, nem que seja pelos nossos avós, que os leitos dos rios transbordam. Sabemos mas não ligamos. E esse não ligar, tem um preço.

Pode-se chamar crime a isto? Pode sim.

Por mais que nos comovam as galas, não escondamos a indignação e até, a raiva, contra os que, não fizeram o que devia de ser feito, em tempo certo. Os responsáveis, que os há, para além do dinheiro com que lhe untaram as mãos, têm também a lama que matou muitos madeirenses. Que esses, os untados, não durmam em paz.

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