quinta-feira, 11 de março de 2010

Mudanças

Sou por natureza adverso a mudanças. No entanto aceito-as e assumo-as sempre que elas se impõem, ou de alguma forma trarão benefícios. Com as que escolhemos nada a declarar, são fruto das nossas decisões e isso é o bastante para novo alento. Contudo aquelas que nos são impostas, e muitas vezes de forma brutal, e de efeito prolongado, devem ser encaradas, e acima de tudo, há que ponderar que uma mudança implica que mudemos. Uma mudança radical implica forçosamente uma mudança de hábitos, bem como medidas de fundo, a fim de nos prepararmos para o embate, pois em muitas situações o passado não volta, e nada será como antes.
As recentes medidas, e apenas as primeiras de outras que decerto se seguirão, que o nosso governo se prepara para aplicar, metendo a mão directamente no bolso dos tugas, deverão ser tomadas como algo com que vamos ter que viver, infelizmente, dadas as péssimas governações que Portugal tem tido. Ainda não temos ilha a venda, ainda temos segurança social, ainda há uns trocos para os desempregados, e uns subsídios mínimos, mas estes dados são mutantes. Os que não têm emprego, continuarão a não tê-lo, pois investimento aqui, já era. Os que têm emprego, que o conservem, e pensem bem antes de virem para a rua paralizar, pois isso, já era, por mais legítimas que sejam as contestações. Os direitos adquiridos antes, não serão definitivamente os direitos de amanhã. A malta vai ser apertada, e fácilmente se resvalará para conflitos sociais.
Dado que ao pobre nada se lhe pode tirar, e ao rico também não, resta aos chamados classe média, os remediados, continuarem a pagar a factura deste país que se endivida a cada minuto.
Prevejo que muita coisa vai mudar, para pior, já que dos que mandam não lhes ouço nada de válido para o futuro, nem lhes reconheço tais capacidades. Resta portanto que cada um saiba antecipar que tudo vai mudar, porque em terra de cegos...

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Sputnickadelas