segunda-feira, 22 de março de 2010

O céu a seu dono


Decerto que todos damos mais do que uma conotação à palavra - céu. O céu está limpo, nublado, cinzento, é uma forma. Outra, se te portas mal, quando morreres não vais para o céu. O céu, convencionou-se está por cima, e o inferno por baixo, o que não deixa de ser complicado, se nos imaginarmos neste exercício de pensamento, estando no hemisfério sul...
Partilho da ideia do Rui Veloso, que em recente entrevista afirmou não acreditar em nada disso, e que é aqui, na Terra que há vida, por outras palavras, ninguém vai para coisa nenhuma quando dá o último suspiro. Vida é aqui, enquanto dura. E por isso é aproveitar, e fartar, vilanagem.
O que não nos impede de, ao longo da nossa passagem pela existência, de construirmos, e escolhermos os nossos pedaços de céu. Dos que escolho, uns quantos, a céu aberto, são locais onde me sinto bem, que procuro de vez em quando, e me fazem bem. Sempre. Ontem fi-lo. Busquei uns dos meus céus abertos. Dos que construí, outros quantos, iniciei ontem o processo de o encerrar, sem lamento nem tristeza, mas com os olhos postos noutro pedaço de céu que se espera, e se avizinha, com serena expectativa, pois quando terminamos a leitura de um livro, sabe sempre bem abrir um novo. Neste caso, um pedaço de céu. Azul. Do pedaço de céu encerrado, claro que a manta de retalhos com que o vesti é tão tamanha, que muitos se espalham agora por outros céus, de amigos, inclusive.

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Sputnickadelas