domingo, 21 de março de 2010

P.D.I.

Noite cheia ontem, nas músicas, uma sala bonita, bem recheada de gente que soube escolher entre as sugestões do chef e que me bombardeou com excelentes pedidos, de muito bom gosto. Até as crianças presentes eram sossegadas, o que prova que a educação é um bem precioso, e a estas brindei-as com os Patinhos, o balão do João, o pau ao gato, e os malfamagrifos. As sugestões vinham de várias mesas, mas aos poucos reparo numa mesa, mais distante, onde os meus olhos sem óculos não atingem com exactidão os rostos, de um casal, ele aparentemente mais velho, grisalho, talvez na casa dos sessenta, ela de cabelo longo, preto, aspecto jovem, para os 35, diria eu, em largos sorrisos para o músico, eu. A tanto sorriso, daquela rapariga que se virava constantemente para mim, ficando quase de costas para o grisalho homem, de pronto lhe satisfazia os pedidos musicais, e ele foi Cat Stevens, Doors, Eagles, Moody Blues, tudo de rajada, que bom gosto tinha a cachopa, de músicas dos 60's e dos 70's, e ela olhava e sorria, e pedia, e eu derretia-me todo, sorria, olhava e cantava, e a ele olhava-o e pensava - não fazes nada pá? eu não tolerava uma coisa destas! Menos!
Já era a bica tomada fazia tempo, e os três na sala, eles continuando a pedir, e eu a dar, música após música, a ponto de ela me chamar pelo nome, e eu com os meus botões - hiiii, até já perguntou o meu nome ao Giovani. Vaidoso e palerma estava eu, até que depois de um Hey Jude, e de um velhinho If dos Bread, decidi terminar por ali, e encurtar a distância, rumando à mesa de onde ela me olhava, e ele, aparentemente feliz com tudo aquilo, na segunda CRF. E era caso para isso - ela, a G, mais velha que eu um ano, minha vizinha de rua, desde a infância até perto dos vinte anos, ele, também meu conhecido, e mais novo do que aparentava. Foi uma cavaqueira do caraças, mais meia hora a relembrar os passados, e a G claro, que sempre acompanhou as minhas lides musicais, junto com o A, também da mesma rua, meu baterista inseparável durante muitos anos. Claro que fingi que tinha topado quem ela era mal entrara na sala, né? Logo a G, que fazia parar o trânsito naqueles anos da juventude, e pelo que vi...ainda o deve fazer abrandar, no mínimo.
No rescaldo, a caminho de casa, tomei uma decisão - vou aderir às lentes progressivas.

2 comentários:

  1. Lol. Grande noite noite Sutnick...

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  2. Ahaahahhahahahahhahahaah
    Desculpa, mas esta foi de partir a rir.
    Mas acredita, reacção tipica essa...de homem claro!
    ;)

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Sputnickadelas