terça-feira, 16 de março de 2010

PlayKids



Escuto duas jovens mamãs, de semblante preocupado, diria de catástrofe, em conversa sobre o pirralho de uma delas, que de tenra idade se encontra em presumível estado depressivo, a ponto de ser necessário, um acompanhamento médico, e consequente tratamento e medicação. Imaginava na minha audição do diálogo que tal se pudesse dever a algo do tipo, o pai saiu de casa, o avô morreu, o cão de estimação fugiu, mas não era nada disso, o motivo da depressão do petiz, que segundo a mãe, já a afecta por tabela, tem a ver com a consola de jogos, que desapareceu, ainda por cima na escola, vá-se lá saber porque é que o puto levou a consola para a escola, ainda se fosse o Magalhães... Claro que a amiga esboçava semblantes aterrorizados com tal desgraça, e concordando que era um rude golpe, pois tão depressa não há Natal, e uma PSP não custa dois tostões. O pior, dizia a mãe apavorada, é que o Chico, o pai, nem deixa o menino jogar no computador lá de casa, alegando que o menino pode fazer mal ao computador, lei-se estragar, ou mexer onde não deve, além de que o zeloso Chico também adverte que o menino ainda é muito novo para PCs e que este, o PC, estrague o menino. Ainda mais, digo eu. Além de que, diz a mãe e esposa, o PC e a Sport-TV são como o ar que se respira, para o Chico. Um dilema portanto. A amiga sugere, e o Panda? Nada? Nada, responde a jovem mãe, não se aguenta dois minutos em frente à televisão. Caso grave, por isso. A criança não tem consola, e não vê tv. Receia-se o pior.

Recordei-me de que por tão usadas e massacradas, as agulhas do meu gira-discos, nos tempos de miúdo, se partiam, e nesse instante, eu ficava meio deprimido sim, uns fugazes momentos, mas logo a coisa passava, pois uma agulha nova tinha que vir de Lisboa, e demorava dias e dias. Entretanto música era na rádio, tv não, pois só se ligava o aparelho ao serão, e de resto a falta da música era atenuada, com os bilas, os piões, as futeboladas, as fisgas, os quadradinhos, os legos, os cromos,..... fosse eu queixar-me da agulha e decerto levava um raspanete.

Não pretendo julgar ninguém. Apenas observo que, de uma forma que considero perigosa, o ser humano está demasiado dependente de meia dúzia de tecnologias, o que além de não ser nada saudável, pode ser efémero. Basta alguém desligar a tomada...

2 comentários:

  1. Tadinho do menino! Ficou sem consolo por causa da consola!... Isso até parece anedota!! Como é que é possível educar os filhos se não se educam os pais pergunto eu?!

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  2. Ahhahahahahahha

    Desculpa, mas perante tal história, só me posso rir, pois ou trata-se de uma comédia ou estamos perante um filme de terror da era tecnológica!!!!

    ahahahhahahahaha

    Desculpa...mas...é superior a mim....

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Sputnickadelas