quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crenças

Ontem dei pelo desleixe de ter deixado a tesoura aberta. E corri a fechá-la. Dá azar, dizia a minha avó, e porque ela dizia, sempre a fechei, e continuarei a fechar, mais por respeito e precaução, que por superstição. Depois de fechar a tesoura revi umas outras, ligadas à actividade de capelista, da D.Idalina, que boas lembranças me deram:
-Um chapéu de chuva aberto debaixo de tecto, teria de ser aberto mais três vezes.
-Ao receber o dinheiro da primeira venda do dia, benzia-se com ele.
-O primeiro artigo a saír da capelista, não podia ser fiado. Pedia ela para a cliente - pode levar a camisola e pagar no fim do mês, mas compre-me pelo menos um carro de linhas.
-Noutras situações oferecia o carro de linhas, de uma qualquer côr, a quem lhe comprásse, ao abrir da loja, uma peça preta. Estrear-se com preto, não era bom, confidenciava.
Muitas outras crenças haviam, a ferradura, o corno atrás da porta, o quebranto, o sinal da cruz, o beijar o pão, e nunca o colocar na mesa virado, tudo fazia parte de uma mentalidade que se foi perdendo, hábitos e procedimentos que se bem não faziam, mal também não.
Havia um porém, que eu detestava, o da aguinha do cú lavado por causa do mau olhado! E está-se mesmo a ver porquê.

3 comentários:

  1. Puxa... A minha mãe também me dava essa água :(

    ResponderEliminar
  2. LOL
    Essa da tesoura ...aqui em casa estou sempre atenta...nada de tesouras abertas!!!
    :)

    ResponderEliminar
  3. Falta o partir espelhos; passar por debaixo de escadas e atropelar um gato preto...Ah! é verdade! e nunca, mas NUNCA, pôr a carteira no chão e, já agora, convém evitar sacudir a toalha da mesa à noite...Nada de cruzar facas! LOL

    ResponderEliminar

Sputnickadelas