terça-feira, 12 de outubro de 2010

ora toma

A neta acompanhou a avó à consulta de rotina no Garcia de Orta, e a dado momento, é a avó abordada por um médico estagiário, que lhe propõe fazer-lhe um inquérito sobre eventuais reclamações e sugestões das gentes da terceira idade, e proposta aceite, diz a neta que a avó desenferrujou a lingua, e falou das listas de espera, das negligências, das incompetências, que há velhos em verdadeira prisão domicilária, e em remate final, disse ao medicinal jovem que abomina que desconhecidos tratem os velhos por "tu", bem como declina o tratamento de "minha querida", chegando mesmo a questionar quem assim ousou falar-lhe - mas desde quando é que eu sou "sua" querida? Você conhece-me de algum lado? Terminou com o reparo que apesar de ir com a neta, eles, os do hospital, devem falar com a pessoa, e não com a acompanhante, salvo manifesta incapacidade, pois um velho não é nenhum débil mental nem nenhuma criança.
Contou-me a minha filha que o entrevistador, ficou maravilhado, agradecendo vivamente - não podia ter tido melhor pessoa para entrevistar.
That's my mamma...

2 comentários:

Sputnickadelas