terça-feira, 12 de outubro de 2010

do estar em... Harmonia



Quando o despeitado Salieri, sugeriu ao Rei que dissesse a Mozart que a ópera era muito boa, contudo, tinha notas musicais a mais, Mozart, na sua irreverência mais que justa, perguntou não inocentemente - quais, Sua Magestade?
Se a Salieri, não lhe bafejou o seu Deus com o dom da percepção da arte, muito menos foi contemplado o orelhudo Rei, e a nenhum deles, foi possivel entender a Harmonia que se escuta nas obras de Mozart.
Assim é quando contemplamos uma tela, uma paisagem, ou quando entramos num espaço, em que nada nos incomoda, tudo nos agrada aos olhos, ao olfacto, a temperatura no ponto certo, tudo colabora numa enorme sensação de equilíbrio e bem estar. Não temos aquela sensação de que algo está a mais, ou a menos, ou onde não devia estar, tal como ao se dedilhar a viola se sente que esta está desafinada, logo, em desarmonia.
Possuir a sensibilidade de dissecar naturalmente o que é expontâneamente belo e harmonioso, não está ao alcance de todos. Dir-se-á que, a distribuição não foi democrática. Uns sentem, e sentem mais que outros, e todos os seus sentidos exercem uma selecção não premeditada do universo com que se rodear, excluindo por conseguinte tudo o que não se afigura como verdadeiro, em Harmonia, portanto. Por isso devemos, sempre, confiar nos nossos instintos, e recuar, quando no quadro, algo não nos parece bem. E buscar o erro.

Ao que é aceite, é gostar, sem limites. Incondicionalmente.

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