terça-feira, 12 de outubro de 2010

basta fingir


De lá nos chegam as imagens das crianças escravizadas, tratadas como nem os animais o são. De lá nos chegam as constantes notícias da violação dos mais elementares direitos humanos. Para lá foi o prémio Nobel, para um Mandela encarcerado.
Do mundo virão as contestações, e tal e tal. As indignações, que assim não. Que é intolerável. Uns farão barulho. Manifestar-se-ão. Inconformados que estão, a favor do mártir. Haverão vigílias. Velas. Todos muito light vestindo de branco, em protesto. Contra o gigante chino.
Mero exercício ao nada. Pura demagogia. Dado que na prática, não há nada, mas mesmo nada, que se ligue à tomada que não venha da terra do sol nascente. E dir-me-ão em coro - então querias o quê? Que nos privássemos das máquinas, da tecnologia? E eu respondo - claro que não, podemos lá passar sem eles. Basta fingir que não sabemos, nem queremos saber, de onde nos chegam os nossos pertentes electrónicos. De resto, o Mandela, os miúdos, é problema deles, e decerto darão bons argumentos para filmes, que devoraremos em casa, comovidos, no sofá, reproduzidos na varguarda do blue-ray made in China.

1 comentário:

  1. :):):) Muito bom! É isso mesmo! Está tão longe que nem é nada connosco...
    Olha que giro que era desatarmos todos a recusar os made in china!...

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Sputnickadelas