terça-feira, 19 de outubro de 2010

até Sempre

Faz hoje quinze anos que o teu relógio mudou da mãos, melhor, de pulso. Semanas antes desabafaras-me a tua sorte, o teu destino, as ironias da vida - que sempre tentaras que te saísse o totoloto, e da forma mais ironica, tinhas tido três totolotos nesse ano de 95, a crueldade do terceiro, implacável, anulou o sabor dos restantes. Estavas de viajem marcada, para breve, diziam-te os médicos, contudo, sem dia e hora determinados, para que pudesses ser pontual, como sempre foi tua característica, que me passaste. E apresentares-te todo engomadinho paea a ocasião, e essa particularidade, não ta herdei.
Ficaram por cumprir uns tantos planos, que a seu tempo, e noutra dimensão, presumo, poderão acontecer. Até lá, usarei o intemporal relógio, que antes de te medir o tempo, media o do avô (continua teimoso e rezingão?), hoje mede o meu, e espero, venha a medir o tempo do teu neto, em ocasiões especiais, como o dia de hoje. Mas daqui te confesso, não tenho pressa nem vontade que isso aconteça. Nem tu tinhas. Mas fazer o quê, temos de dizer que é a vida, pois do inverso, já lhe conhecemos o nome.
PS
Espero que não te tenhas aborrecido por ter mudado a correia ao relógio...

4 comentários:

  1. Nem me parece que se aborreça com isso. Deixo um sorriso enorme, e o desejo de muito tempo medido. E já agora de um reencontro, longinquo, mas efectivo. Também a mim me faz todo o sentido.

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  2. Obrigado CF. Fico a dever-te uma música :)

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  3. Um beijo grande...o tempo foge-nos...temos de o aproveitar da melhor forma que sabemos e podemos...
    Um sorriso :)

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  4. Sandra, obrigado pelo carinho. Mais uma música em débito :)

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