quarta-feira, 16 de junho de 2010

Parabéns, Piolha

Fez esta madrugada anos, em que a tua mãe, foi barrada à porta da Alfredo da Costa, porque as enfermeiras eram umas bestinhas - não tem dilatação? vá mas é para casa, isso é da lua. Mas a tua mãe insistia que não, que estava por horas. Achou-se prudente ficar por ali, por Lisboa, a fazer tempo. As dores de parto foram saboreadas no Bora-Bora, e entre Mata-Maridos, Escorpiões, e Ananazes, lá se passaram as horas. E a minha paciência. Não vai a bem, vai a mal, e as enfermeiras lá vos deixaram entrar. Passadas poucas horas, nasceste.
Passou rápido. Hoje revejo na pelicula da minha memória, os teus tempos de bebé, depois aquele dente enorme, o primeiro, que parecia uma favola, o teu cheiro após o banho e o talco. O teu pavor pelo slide do elefante do jardim Zoológico. Mais tarde os passeios, muitos, alguns vivem nos slides, nas fotografias, nos videos. No tempo certo, a nossa viajem à Eurodisney, e depois... bem depois cresceste, ganhaste asas, outros rumos, outras escolhas, e assim é que está certo. Hoje é com orgulho, que te vejo a tocar com os Xutos, ou na Expo de Tóquio, bem como sempre me custa não mandar na tua agenda - filha jantas em casa? não, já te disse. filha, no fim de semana fazemos uma sardinhada, convida-se as avós, gostas tanto... não dá pai, esqueceste que vou tocar?
É assim que está certo, eu é que vou esquecendo. Ou finjo.

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Sputnickadelas