segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dá que pensar...

Recebo um e-mail de uma amiga, incluindo um conjunto de fotografias onde se denunciam as condições sub-humanas em que algumas (milhões, dizem) crianças, na China, são mantidas, enquanto as suas mães trabalham, porque afinal não deverão haver creches, e havendo-as, não haverá com que as pagar.

Não me custa acreditar no que cita o dito e-mail que apela ao não consumo nas lojas de productos chineses. Fácil nos seria, sermos solidários, não entrando em lojas chinesas, na tentativa de limpar a nossa consciência, ao não gastarmos um tostão em artigos de gosto e qualidade duvidosa. Contudo, o cenário afigura-se de uma forma, em mãos de veludo, e bastante mais complicada, diria eu, irreversível nas próximas décadas, pois quando compramos um belo e insuspeito artigo, cuja marca pode ser alemã, nipónica, ou mesmo americana, em ponto de venda credenciado, requintado, e também ele, o ponto de venda, insuspeito, estamos condenados a comprar artigo made in China, pois é lá que eles se fabricam. Assim aconteceu com a minha máquina de fotografar, assim aconteceu com o meu competente MP4, de marcas insuspeitíssimas, e não é a cobarde justificação que me dou, de que, quem sabe, as mãos das mães que manusearam estes meus gadgets, são mãos de mães que podem ter os seus filhos fora do circuito feudal, que me faz menos peso na consciência, e mais, a convicção de que no próximo consumo, posso contribuir para mais uma corda na grade, não me demoverá do meu prazer de possuir mais um brinquedo, pois, se não podes vencê-los, junta-te a eles.




1 comentário:

  1. Que imagem aterradora. Já tenho visto documentários, e acho que, egoísticamente, nem penso bem no assunto quando lhes compro algo. Que horror... Nem há palavras.

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Sputnickadelas