segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sobre os Parabéns

A propósito dos votos de parabéns, (vide o meu post anterior sobre o assunto) sempre bem vindos, há que considerar que serão sempre uns parabéns e nunca uns Parabéns, dada a circunstância da falta de uma peça fundamental e insubstituível, o Pai. Logo, por mais adornos que se coloquem no altar, serão sempre uns parabéns menores. Aceito, como me ensina a prudência, e consciência de que nada ou pouco sei, bem como a outros, que existam explicações, quem sabe, perfeitamente entendíveis, e que espero vir a conhecer, se as coisas acontecerem como tão certas me dizem. Contudo, considero lícito o sentimento que nem chega a ser de contestação, mas tão apenas de questionamento, e por isso renovo, em meu nome e decerto de muitos, a simples questão - porquê?
Num universo de pessoas em que de certa forma, todos já demos para o mesmo peditório, é lícita a pergunta de quem necessita da explicação, no lugar da consciente conformação de contribuir para o peditório de boca calada.
Estou certo que, no entendimento de uns, vários Pais, onde poderá estar o meu Pai, estão neste momento esses Pais, em observação dos movimentos e atitudes dos daqui, desses uns, e dos outros, onde me incluo, que apenas não se cansam, nem se cansarão de procurar a resposta à pergunta.
Que seja, não me me incomoda mesmo nada a ideia de que neste preciso momento, vários Pais, que outrora conheci por aqui, juntos com outros Pais, que os sei, mas nunca os vi, comunguem numa alegre cavaqueira celeste. Eu porém, só quero saber o dito porquê, qual o critério, porque vai o B em vez do C, e não foi o D, que não andava cá a fazer nada, e outros considerandos. É uma mera pergunta. nem é contestação.
E afinal, perguntar é-nos lícito, e reza nos escritos, pois se até JC questionou o Pai, episódio muito bem retratado na ópera rock Jesus Christ Superstar, aliás a minha música preferida de toda a obra - why should I die? I want to know my Lord...

4 comentários:

  1. Caro Sputnick,
    Tu podes fazer as perguntas que quiseres...
    Agora as respostas ou vêm dos homens e cada um aceita ou não, ou vêm de Deus. E estas últimas só se ouvem com o coração iluminado pela nossa Fé. E assim contrariamente às outras - as dos homens - não funciona o mecanismo de as questionar ou discutir. Como é que se discute ou questiona um coração que ama?
    Um dia, "dando para o mesmo peditório" como dizes, ajudei modestamente um filho (amigo meu) a reencontrar o convívio salutar da sua Mãe. Há pouco tempo esse meu amigo disse-me que andava radiante com a sua relação com a Mãe. E eu vi que ele estava feliz!
    Como vou eu discutir ou duvidar daquele coração cheio de amor?
    Quando ouvimos uma música e ela nos toca cá dentro, que importância têm as opiniões dos outros sobre essa mesma música.
    Como te digo as respostas às tuas questões estão no coração de cada um de nós.
    E não te esqueças... é Ele que nos chama! é Ele que nos convida a encher o coração de Fé.

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  2. Meu amigo, que sei quem és:
    Claro que posso fazer todas as perguntas, e afinal, como escrevia acima, JC também as fez. É-me lícito. Respeito quem as não faz, afinal a todos é igualmente lícito, o crer, ter fé, acreditar, questionar e até, duvidar.
    Sobre o teu amigo e a mãe, decerto que ficarás para sempre no coração deste, pela ajuda que deste no peditório.
    Sobre a fotografia que coloco no post - tirei-a num piso do Garcia, uma semana antes do pai da Beatriz sair de lá, como sabes, dentro de uma caixa. Creio que dali, daquela janela, naquele piso, onde se avista a vida lá fora, onde se adivinham as vidas que continuarão, haverão muitos, que não estando ali de visita, tal como eu estive, quererão no mínimo entender, aquilo que não entendo, e por isso, questiono. É que dali, daquele piso, poucos são, os que de lá saem pelo próprio pé. e tu, meu amigo que sei quem és, sabes do que falo. Foi por ali, por perto daquela janela, que certamente,o pai da Beatriz, e outros, pais ou não, com fé ou não, fizeram os seus questionamentos. Como dizes acima - é Ele que nos chama. Abração.

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  3. A vida, pelo menos para mim, e para muitos, nos quais me parece que te incluis, é uma constante procura, descoberta, e em certos casos, dúvida. Tudo isso é legitimo, e me parece a mim, muito proveitoso, eu, que acho sempre que o pensamento é um motor de crescimento, por muito que surjam dúvidas, e que não se encontrem respostas. A perfeição, seria o fim, claro. Sorrisos Sputnick. Adoreio o post.

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  4. Tudo que vejo me leva a cada vez mais acreditar no Criador que nunca vi.

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Sputnickadelas