terça-feira, 18 de maio de 2010

mudam-se os tempos, e os hábitos

Hoje, choquei parcialmente a malta mais nova cá de casa, ao dizer mais ou menos isto - se tivesse a vossa idade, com o panorama actual, a última coisa que faria era pensar em comprar casa, e constituir família, em suma, nada de encargos de longa duração. Sabia que iria ser bombardeado, custou-me falar assim tão a seco, mas prefiro que a injecção tenha um efeito directo. Não é com alegria que assim penso, não é por pessimismo também, mas sim porque tudo me leva a crer que os sonhos desta geração, e da seguinte, os mais novos portanto, na sua grande maioria, não se poderão inspirar nos exemplos paternos. Não é drama nenhum, é apenas a constatação de que o que era antes, não será certamente hoje, e muito menos o será amanhã. Saibamos ler os sinais, saibamos ou pelo menos tentemos antever o que muda na mudança. Assim há a chance à inovação, às novas alternativas, a outro tipo de realização, contrariando as frustrações e o desalento. Sobretudo desenvolve-se a capacidade de sofrer menos os embates dos inevitáveis contrastes nas comparações. Lembro-me que há anos, nos tempos de Soares-PM, haviam duas frases que ficaram célebres - temos de viver com aquilo que temos e há uma luz ao fim do túnel. Hoje, em tempos de Sócrates-PM, devemos pensar que temos que viver com aquilo que não temos, para além das dívidas, e luz no túnel, nem vê-la.

3 comentários:

  1. Hummm...ao ler este texto e apesar de concordar com o que dizes, apenas posso mencionar que já tiveste a idade deles né? e agora põe-te lá no lugar deles e olha para ti de fora...já sei ...imagino que estejas a ouvir o teu pai ou mãe...e nessa altura o que pensavas desses discursos? eu digo-te o que pensava:"Lá estão eles a exagerar! EU vou fazer a diferença e conseguir o que eles pensam que não..."
    ;)

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  2. Sandra, entendo perfeitamente as tuas palavras, e claro, recuando, relembro alguns diálogos e conselhos. Contudo existem diferenças e muitas mudanças - nos tempos dos meus pais, os empregos eram para toda a vida, e hoje são descartáveis. A minha mãe, hoje ainda dona de uma clarividência deslumbrante para a idade dela, foi a primeira a alertar os netos, quanto a este facto. O que eu tento dizer é simples - as coisas mudaram, e os exemplos anteriores, são passado. Que os sonhos continuem. Obrigado pelo coment, e parabéns pelo excelente gosto musical que tens. Ah, amanhã darei um mergulho por ti :)

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  3. Hum, com pena minha, acho que é certo o que dizes. Não deixo de concordar com a Sandra, mas de qualquer forma, os alertas dados em épocas cruciais, podem surtir efeito. Ou então não, claro, que adolescência é adolescência. Mas cabe-nos a nós Pais, tentar. Lembro-me que apreendi alguns dos conselhos que me foram dados. Não todos, claro, mas hoje, lembro-me que mos deram, e gosto de saber.

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Sputnickadelas